Entrevista do Século com o Presidente Gonzalo (Parte I)
Nota do blog: Publicamos, a seguir, a Entrevista do Século, tomada pelo jornal democrático peruano El Diario, em 1988, com o Presidente Gonzalo – chefe do Partido Comunista do Peru e da Revolução Peruana. A entrevista foi publicada em plena guerra popular e desde a clandestinidade, quando a revolução armada completava 8 anos de marcha vitoriosa. A edição que trouxe a entrevista com o chefe revolucionário foi vendida em tempo recorde em todo o país. Publicamos a seguir uma tradução não oficial da versão em espanhol disponível em vários sites da internet. A entrevista é um dos materiais políticos e ideológicos de maior importância para a nova geração de revolucionários que despontam na luta contra a exploração, a opressão e todo o sistema de esmagamento das massas populares. A parte que segue é a primeira.
El Diario: Bem. Por que você, Presidente Gonzalo, anima-se a dar esta entrevista? Por que decidiu falar depois de um prolongado silêncio? Por que escolheu El Diario para concretizar esta entrevista?
Presidente Gonzalo: Queremos dizer-lhes que o Partido Comunista do Peru, que dirige a guerra popular há mais de oito anos, expressa-se há algum tempo através de diferentes documentos que são de conhecimento público. Temos considerado sempre que era muito mais importante o pronunciamento do próprio Partido para que assim fique nítido e claro que é o PCP que atreveu-se a iniciar a guerra popular, a dirigi-la e a levá-la adiante.
Quanto a razão de falarmos nesta ocasião pessoalmente, em uma entrevista como esta – que é a primeira vez que temos o prazer de conceder e, precisamente, a vocês – tem a ver com o Congresso. Nosso Partido cumpriu uma tarefa histórica pendente: o concretizar seu Congresso. Durante décadas brigamos por consegui-lo, porém só a guerra popular tivemos as condições para consolidá-lo. Assim nós dizemos: o Primeiro Congresso é filho de dois grandes pais, são o Partido e a Guerra Popular. Este Congresso é um marco, um marco de vitória, pois nele nosso Partido fez um balanço do longo caminho percorrido; estabeleceu sua Base de Unidade Partidária, em seus três elementos: a ideologia, isto é, o marxismo-leninismo-maoismo, pensamento Gonzalo, o programa e a linha política geral; e, ademais, esse Congresso também estabeleceu sólidas bases para marchar para a conquista do Poder em perspectiva. O Congresso, pois, é uma grande vitória e é esta a principal razão pela qual damos essa entrevista. Também tem a ver com a situação que vive nosso país, a profunda crise; tem a ver com o desenvolvimento cada vez mais crescente e poderoso da luta de classes das massas; e, com a situação internacional, em como a revolução no mundo é a tendência principal.
Quanto a porque damos esta entrevista a El Diario, uma simples e pura razão: porque é uma trincheira de combate e hoje a única tribuna que realmente serve ao povo. Cremos que ainda que nós pudéssemos conceder essa entrevista a com outros, inclusive estrangeiros, é mais conveniente e de acordo com nossos princípios entrevistar-nos precisamente com um jornal como El Diario que realmente briga todos os dias em condições difíceis para servir ao povo, à revolução. Essa é a razão.
El Diario: Presidente Gonzalo, você pesou a implicação que pode ter esta entrevista? Eu lhe faço uma pergunta,:você não corre nenhum risco ao falar publicamente nesta oportunidade?
Presidente Gonzalo: Nós, comunistas, sendo-o, não temos medo de nada. Além disso, o Partido nos forjou para enfrentar a morte e levar a vida na ponta dos dedos para entregá-la no momento que a revolução nos demande.
Entendemos que essa entrevista tem maior importância, tem transcendência: serve a nosso Partido, serve à revolução, serve a nosso povo, serve à nossa classe e serve também – por que não dizê-lo? – ao proletariado internacional e aos povos do mundo, à revolução mundial. Qualquer risco assim não é nada, principalmente – reitero – se estamos formados como o Partido nos fez.
muito bom
Joia, muito bom!