Nota do blog: Por ocasião da queda em combate do Camarada Basavaraj, Secretário-Geral do Partido Comunista da Índia (Maoista), e outros 26 combatentes maoistas – assassinados em 21 de maio pela Guarda de Reserva do Distrito (DRG), unidade de contrainsurgência do velho Estado fascista indiano, em meio à sanguinária “Operação Kagaar” – publicamos tradução não oficial de uma declaração do Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/ML) em sua honra e homenagem. No documento, o TKP/ML destaca que “hoje, nosso dever não é lamentar, mas somar nossa raiva ao cimento da revolução, intensificar nossa luta e cerrar nossas fileiras”, bem como reafirma a fé inabalável dos comunistas de que “as classes dominantes reacionárias da Índia serão derrotadas, a Guerra Popular triunfará!”

Saudações Vermelhas (Lal Salaam) ao Camarada Basavaraj, Secretário-Geral do Partido Comunista da Índia (Maoista) e aos 26 Combatentes Maoistas do Povo!
“Agora não é hora de tristeza, camaradas, é hora de levantar como o fogo!”
– Charu Mazumdar
No dia 21 de maio, soubemos com profunda indignação que nosso partido irmão, o Partido Comunista da Índia (Maoista), teve seu Secretário-Geral, o Camarada Basavaraj (Nambala Keshav Rao), e 26 combatentes maoistas do povo massacrados durante um confronto entre os maoistas e o Estado fascista indiano, no interior de Abujhmad, no estado de Chhattisgarh.
Em espírito de solidariedade internacional, estendemos nossas mais sinceras condolências ao Comitê Central do PCI (Maoista), aos militantes e membros do Partido, aos valentes comandantes e combatentes do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL) e, claro, a todo o povo trabalhador oprimido da Índia, especialmente à classe operária e aos camponeses pobres adivasis.
Temos plena consciência do vazio deixado pela perda do Camarada Basavaraj e dos 26 combatentes maoistas do povo. Contudo, sabemos e acreditamos que a Guerra Popular na Índia – a tocha vermelha marxista-leninista-maoista do Sul da Ásia – é capaz de alcançar a vitória, curando suas feridas, preenchendo esse vazio e agarrando a luta com ainda mais firmeza. O Presidente Mao nos disse: “Nós, comunistas, somos como sementes, e o povo é como a terra. Onde quer que formos, devemos nos unir ao povo, criar raízes e florescer entre ele.” A guerra revolucionária travada pelo PCI (Maoista) e pelo Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, vanguarda e força dirigente da luta pela Revolução de Nova Democracia, pelo Socialismo e pelo Comunismo em solo indiano, fez com que as sementes do comunismo ali lançadas geminassem, se enraizassem e florescessem entre as massas. O Camarada Basavaraj é, sem dúvida, um dos quadros mais importantes dessa trajetória. Dedicou cinquenta anos de sua vida à luta de libertação da classe operária, dos camponeses, dos estudantes, das mulheres e de todas as massas trabalhadoras oprimidas da Índia. Por meio de sua prática revolucionária, guiada pela consciência marxista-leninista-maoista e pelo labor comunista, conquistou o amor profundo das massas e tornou-se o pesadelo do inimigo.
Quando as chamas da Grande Revolução Cultural Proletária varriam o mundo, a Índia foi uma das pradarias incendiadas por esse fogo. Nessas terras onde fervilhavam a raiva, a rebelião e a resistência contra o imperialismo e seus lacaios locais – os capitalistas compradores e os latifundiários feudais – surgiu, em meio à resistência camponesa de Naxalbari, nos anos 1970, um movimento comunista. As sementes do comunismo ali plantadas sob a direção do Camarada Charu Mazumdar floresceram, e a Guerra Popular avançou ao longo das décadas entre vitórias e reveses, tornando-se esperança para as massas sob a direção do Partido Comunista. Essa luta gerou, nutriu e forjou seus próprios filhos e filhas. O Camarada Basavaraj, envergando o legado de Charu Mazumdar, banhou-se e temperou-se no fogo ardente da luta comunista.
Milhares de apoiadores, militantes, combatentes e membros do Partido, dezenas de integrantes do CC, foram imortalizados ao longo dos mais de 50 anos da Guerra Popular na Índia. O Camarada Basavaraj foi um dos que dedicaram sua vida à luta pela libertação da humanidade. No entanto, a missão de direção que assumiu dentro do Partido e na guerra torna ainda mais profundo o vazio deixado por sua perda. No dia 21 de maio, o som dos tiros ecoando pelas florestas de Abujhmad não foi apenas ataque contra um homem, mas contra toda uma tradição revolucionária enraizada no seio do povo. O Camarada Basavaraj foi um devotado discípulo do marxismo-leninismo-maoismo, um professor incansável das massas, um destacado dirigente do Partido maoista, um comandante de vanguarda da Guerra Popular.
Iniciou sua militância revolucionária ainda como estudante, na casa dos 20 anos, e seguiu com identidade comunista organizando-se no Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) [Guerra Popular], fundado em 1980. Desenvolvendo-se rapidamente, tornou-se membro do CC do Partido. Atuou também como Secretário da Comissão Militar Central, tendo papel decisivo no desenvolvimento da guerra. Em 1987, recebeu treinamento militar dos Tigres Tâmeis e, ao longo de sua trajetória, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento militar e tático da Guerra Popular, especialmente na aplicação criadora da estratégia da guerra. Ao organizar ações que infligiram grandes perdas ao inimigo, tornou-se seu maior pesadelo.
Em 2004, o Camarada Basavaraj foi reeleito para o CC no Congresso da Unidade com o Centro Comunista Maoista da Índia. Ele seguiu atuando como membro do Birô Político e, novamente, como Secretário da Comissão Militar nas nomeações feitas pelo CC. Em 2018, foi eleito Secretário-Geral pelo CC, após a renúncia do Camarada Ganapathy por motivos de saúde. Cumpriu essa tarefa com dedicação até o dia de sua imortalização, deixando um legado inestimável aos maoistas que conduzem a Guerra Popular na Índia e a todo o Movimento Comunista Internacional, ao lado dos 26 combatentes maoistas do povo imortalizados com ele.
O Camarada Basavaraj foi um dirigente que soube estabelecer o elo dialético entre a teoria e a prática revolucionárias. Foi um comunista que soube aplicar a Estratégia da Guerra Popular de Mao Tsetung às condições específicas da Índia, acendendo a chama da esperança nos corações de milhões de oprimidos. Seu papel na organização de camponeses pobres, adivasis, operários e todos os explorados em vastas regiões – de Telangana a Odisha, de Andhra Pradesh a Calcutá, de Bastar a Jharkhand – e em levá-los à luta armada, é de importância histórica. A linha representada por Basavaraj é a linha da Guerra Popular baseada na poder das massas, e não em ilusões parlamentares.
Os massacres do Estado fascista indiano não deterão a marcha vitoriosa da Guerra Popular na Índia! A Guerra Popular triunfará!
Na Índia, onde a desigualdade na distribuição de renda é alarmante, a exploração é brutal, e a pobreza, a fome e a privação atingem níveis extremos, há um movimento comunista que cresce e se fortalece, que emerge no seio das massas, que arranca pela raiz todas essas mazelas e luta por um mundo sem exploração e sem fronteiras. À medida que aumentam a opressão e a repressão, milhões de massas se voltam para a esperança da libertação. Isso intensifica os temores dos governantes. À medida que os aparatos de autogestão das massas, sob a direção do PCI (Maoista) nas bases de apoio guerrilheiras, abalam a autoridade do Estado, seu medo cresce e seu poder começa a ruir. Por isso atacam a Guerra Popular com os métodos mais sanguinários e brutais, organizam megaoperações para destruir a vanguarda e os dirigentes do povo, massacram, prendem e intimidam as massas. Nos últimos 20 anos, levaram a cabo campanhas de extermínio em larga escala, com o objetivo declarado de “erradicar o maoismo da Índia”. A “Operação Caçada Verde”, em 2010, a “Operação Samadhan”, entre 2017 e 2020, e agora a “Operação Kagaar”, iniciada em 2023, têm o objetivo comum de destruir por completo o movimento maoista, eliminar o movimento revolucionário e proteger os interesses de seus mestres imperialistas, mantendo a ordem de pilhagem como desejam.
As classes dominantes indianas, que mobilizaram dezenas de milhares de forças armadas para a “Operação Kagaar”, também saqueiam as terras dos camponeses pobres adivasis nas áreas onde executam a operação, visando abrir minas para os monopólios imperialistas. Em outras palavras, embora a operação tenha como alvo o PCI (Maoista) – vanguarda dirigente da revolução destinada a derrubar radicalmente seu poder – também serve ao objetivo de pilhar os territórios de vida das massas em nome da renda fundiária. A operação em que o Camarada Basavaraj e os 26 maoistas foram massacrados foi realizada a serviço dessas ambições. O primeiro-ministro fascista Modi, que apareceu diante das câmeras aos gritos eufóricos após o massacre, vociferou: “Erradicaremos o maoismo a Índia até 26 de maio de 2026.” No entanto, a história já provou – e continuará provando – que seus planos fracassarão, hoje e amanhã, assim como fracassaram ontem. Ao contrário, a Guerra Popular maoista continuará crescendo frente a todos os seus ataques e alcançará a vitória. Porque a prática revolucionária do Camarada Basavaraj foi parte de um esforço que formou milhares de combatentes militantes, acendeu a esperança empunhou a Guerra Popular junto a dezenas de milhares de massas. A revolução não termina com a perda de seus dirigentes; ao contrário, seu sangue derramado sobre a terra torna-se o sangue novo que faz a luta florescer. A revolução está enraizada nas massas e segue em desenvolvimento. O poder dos governantes não é capaz de arrancar essas raízes. Pois esta guerra é a luta para romper os grilhões dos adivasis que querem proteger suas terras, das mães que não têm como comprar remédios para seus filhos, dos camponeses que não recebem o valor do que produzem, dos operários esmagados pela roda da exploração, dos trabalhadores que entregaram sua juventude ao desemprego, dos jovens que tiveram seu futuro roubado, das mulheres acorrentadas pelos valores feudais.
O Camarada Basavaraj já não está fisicamente entre nós. Mas seu legado revolucionário continuará vivo em nossa luta. Sua disciplina em cada trabalho de massas na Índia, suas táticas em cada ação de guerrilha, seu espírito revolucionário e sua prática comunista em cada unidade guerrilheira viverão adiante. E não apenas na Índia, mas em todos os campos de batalha do proletariado internacional, a guerra seguirá adiante em seu nome, e a luta pela qual ele ansiava e à qual entregou sua vida será coroada com a vitória.
Hoje, nosso dever não é lamentar, mas somar nossa raiva ao cimento da revolução, intensificar nossa luta e cerrar nossas fileiras. Cada um de nós deve dar um passo à frente após ele, um passo adiante nas fileiras da Guerra Popular.
Nós, do TKP/ML, abraçaremos a fé, os anseios e os ideais do Camarada Basavaraj e dos 26 combatentes do povo na Guerra Popular que travamos como TKP/ML, e cada bala que dispararmos contra o inimigo será guiada pela consciência de nossa responsabilidade.
Conclamamos os comunistas e revolucionários, os progressistas e anti-imperialistas, o proletariado internacional e os povos oprimidos do mundo a se levantarem em solidariedade neste difícil, mas honroso momento da Guerra Popular na Índia.
De cabeça erguida, punhos cerrados, consciência clara e prática firme, inclinamo-nos respeitosamente diante do Camarada Basavaraj e dos 26 combatentes maoistas do povo assassinados, e afirmamos: as classes dominantes reacionárias da Índia serão derrotadas, a Guerra Popular triunfará!
O Camarada Basavaraj é imortal!
Os 27 combatentes comunistas assassinados viverão na Guerra Popular!
Viva o PCI (Maoista) e o Exército Guerrilheiro Popular de Libertação!
Viva a Guerra Popular!
Viva o marxismo-leninismo-maoismo!
Viva o internacionalismo proletário!
TKP/ML
Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista
Maio de 2025