Turquia: Declaração pela Semana dos Mártires do Partido e da Revolução (TKP/ML, 2025)

Nota do blog: Publicamos tradução não oficial de uma declaração do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/ML) por ocasião da Semana dos Mártires do Partido e da Revolução, seguida de uma notícia do jornal Yeni Demokrasi, ambas repercutidas no portal El Heraldo Rojo (O Arauto Vermelho).

BP DO CC DO TKP/ML: NOSSOS IMORTAIS SÃO NOSSA RAZÃO PARA SEGUIR NOS ORGANIZANDO E LUTAR AINDA MAIS FIRMEMENTE!

Nossos mártires são a consciência e o espírito da causa de libertação do proletariado e do povo, e a decisão de lutar por essa causa até o último suspiro. O compromisso com a vitória da nossa luta de libertação está encarnado na determinação dos nossos imortais. Nossos mártires são a energia da luta em curso, a razão fundamental para dissipar o pessimismo gerado pela derrota. São os sujeitos mais distintos e avançados da nossa causa, cuja atitude final é marcada por sua firmeza inabalável. Isso é o que os torna excepcionais, notáveis e capazes de iluminar nossa consciência.

Essa realidade é um fator decisivo para que os revolucionários e comunistas, que lutam pela libertação nacional e social, compreendam o árduo caminho e os custos necessários, mantenham-se determinados na luta e assumam essa missão com firmeza. Nosso Partido superou sua primeira derrota após o martírio de seu líder, o camarada İbrahim Kaypakkaya, com sua Primeira Conferência em 1978. Foi assegurada a centralização da organização do Partido seguindo a linha do camarada İbrahim e, como parte do compromisso de criar um Partido de combate, foi tomada a decisão de reconhecer a importância dos que se tornaram imortais na causa da revolução e do comunismo. A última semana deste mês foi declarada a “Semana dos Mártires do Partido e da Revolução”, pois marca a morte de Lenin, o grande mestre do proletariado internacional; o início das prisões que resultaram no assassinato dos dirigentes da revolução alemã, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo; o assassinato do fundador do TKP, Mustafa Suphi, e de 15 de seus camaradas; de Ali Haydar Yıldız, um dos primeiros quadros do nosso Partido; e, por fim, o martírio do nosso líder, İbrahim Kaypakkaya.

Após essa decisão, nosso Partido enviou centenas de seus quadros, membros e militantes à imortalidade, assumindo a tarefa de construir um Partido de combate no caminho da Guerra Popular. A estrutura da nossa revolução, baseada nas armas do princípio ao fim, exigiu uma linha política determinada e persistente. Essa linha significa persistir na guerra de guerrilhas e perseverar na realidade de que o poder nasce do fuzil. Cada perda sofrida nos campos de batalha representou sangue derramado em prol da linha do Partido e fé infundida na luta revolucionária. Cada posto foi preenchido com essa consciência, e cada um de nossos camaradas seguiu os passos de nossos imortais, mantendo-se fiel à sua mensagem: “façam melhor do que nós”.

Nosso povo turco, curdo e de várias nacionalidades,

Nos últimos 40 anos, enquanto a reação proclamava que “a era da luta armada acabou”, as lutas de libertação nacional e social jamais cessaram, tanto no mundo quando em nosso país. Sim, houve reveses e derrotas severas, mas a luta continuou.

Hoje, essas lutas seguem em diversos níveis e formas. O sistema imperialista mundial prossegue com seus ataques incessantes contra as nações e povos oprimidos. As potências imperialistas e seus Estados clientes atravessam uma crise cada vez mais intensa. Essa crise aprofunda as contradições entre os imperialistas e intensifica suas pugnas por uma maior participação nos mercados, colocando ainda mais em evidência a opção militar.

O imperialismo norte-americano, o britânico e toda a aliança imperialista ocidental, além de suas contradições internas, estão focados em diretivas militares particularmente voltadas a cercar o imperialismo russo. Essa escalada belicista se manifestou na Ucrânia, vizinha fronteiriça da Rússia. Como resposta, a Rússia invadiu a Ucrânia. Atualmente, as contradições interimperialistas estão se aprofundando na frente russo-ucraniana.

Outra zona de belicismo imperialista é o Oriente Médio. A agressão sionista, centrada na destruição da Palestina, espalhou-se por toda a região no último ano. Enquanto o sionismo semeia morte contra a resistência e o povo da Palestina e do Líbano, continua seus ataques no Iêmen, à Síria, ao Iraque e, por fim, ao Irã. O esforço do imperialismo norte-americano para redesenhar a região por meio da guerra rendeu seus primeiros resultados na Síria. A fascista República da Turquia, serviçal dos EUA, desempenhou um papel importante nessa ação. As bases para a onda de ataques que se expandirá em direção ao Irã foram ainda mais fortalecidas.

O belicismo do imperialismo norte-americano concentra-se em romper a influência militar, política e econômica de seus rivais, Rússia e China. Além disso, busca consolidar sua dominação destruindo ou enfraquecendo todas as forças de resistência. A diretriz do imperialismo abrange uma vasta região, desde o Extremo Oriente até o Cáucaso, do Oriente Médio até a África. A fascista República da Turquia está envidando grandes esforços para assumir um papel de liderança nessa estratégia.

Trump, que utilizou o argumento “contra a guerra” na corrida presidencial dos EUA, demonstrou seu entusiasmo por expandir suas fronteiras ao reivindicar territórios do Canadá, Panamá, México e Dinamarca após assumir a presidência. Ele afirmou que, se não conseguisse o que queria na Palestina e no Oriente Médio, intensificaria ainda mais a guerra. Tudo indica que, com Trump, o belicismo e as contradições aumentarão ainda mais.

Nosso povo, camaradas,

Chamamos atenção para o posicionamento dos imperialistas e seus lacaios, que prometem sangue, lágrimas, opressão, morte e os problemas mais cruciais para os povos. Para isso, aumentam seus orçamentos de defesa, armam-se constantemente e preparam seus exércitos para a guerra. Buscam isolar as nações e povos oprimidos do acesso às armas e liquidar suas forças organizadas. Enquanto se armam sem cessar e assumem uma postura de guerra, contam às nações e povos oprimidos a fábula dos perigos de estar armado e das virtudes da luta pacífica. A ameaça de destruição paira constantemente sobre as forças que não depõem suas armas. As organizações de libertação nacional que oferecem resistência armada, desde a Palestina até o Líbano e em todas as partes do Curdistão, são confrontadas com a imposição de rendição ou aniquilação. Da mesma forma, as Guerras Populares nas Filipinas e na Índia estão sob cerco, enfrentando a mesma chantagem. O sistema imperialista mundial busca a liquidação dessas forças para garantir a segurança da rede de exploração e impedir que os povos e nações oprimidas organizem linhas e ações independentes diante do aprofundamento das contradições entre eles. Hoje, o “novo processo de liquidação” levado a cabo pela fascista República da Turquia, que visa desarmar o Movimento Nacional Curdo, também se baseia nisso. Em todas as partes do Curdistão, busca-se a capitulação do movimento curdo, desarmá-lo e deixá-lo sem um exército. Enquanto o Curdistão sírio e o Curdistão iraquiano estão sob ocupação militar e ataques, internamente se promove o jogo da “paz e reconciliação”. No entanto, o foco está nos preparativos para uma guerra e um conflito ainda maiores. Esse processo inclui uma “paz e reconciliação” que reforça a hostilidade contra a nação curda. As experiências históricas e o posicionamento adotado nos levam a essa conclusão.

Eis o chamado daqueles que se tornaram imortais pela revolução:

Esses acontecimentos no mundo nos mostram claramente a importância de aferrar-se a uma organização mais forte, a uma linha e ação independentes sob a direção do proletariado. Revelam a necessidade de que as nações e povos oprimidos organizem uma guerra revolucionária independente contra o belicismo imperialista. Hoje, sua carência e debilidade tornam essa necessidade ainda mais evidente. O sangue e a vida de nossos mártires nos serve de bússola em um período tão difícil. Hoje, aqueles que se tornaram imortais pela causa da liberdade curda, em todas as partes do Curdistão, contra os ferozes ataques e ameaças da fascista República da Turquia, resistem e lutam. Os povos que resistem até a morte contra os ataques do sionismo israelense à causa Palestina e ao Líbano aguçam nossa consciência de desafiar os poderosos. Os combatentes da resistência que selaram os campos de batalha com seu sangue pela vitória da Guerra Popular nas Filipinas e na Índia apontam o caminho da verdadeira libertação.

Organizar e expandir a causa da libertação será possível persistindo na linha da Guerra Popular. Desde o camarada İbrahim até o camarada Nubar, do camarada Ali Haydar aos camaradas Özgür e Deniz, da camarada Meral às camaradas Rosa e Asmin, centenas de nossos mártires pavimentaram o caminho a ser seguido e elucidaram a linha a ser defendida. Sob a direção política de nosso Partido, devemos nos concentrar, agir com entusiasmo, fé e decisão para convencer as massas populares a lutar, organizá-las na guerra pela conquista do poder político e derrotar o imperialismo, o capitalismo comprador, o feudalismo e toda a reação. Nosso Partido mantém sua firmeza e determinação contra todo tipo de processo liquidacionista, o pessimismo e o desânimo, sustentando-se na confiança em sua linha e no poder guia de nossos imortais.

INTENSIFICAR A LUTA REVOLUCIONÁRIA CONTRA O BELICISMO IMPERIALISTA!
APOIAR E FORTALECER A RESISTÊNCIA ANTI-IMPERIALISTA DAS NAÇÕES E POVOS OPRIMIDOS!
SEGUIR OS PASSOS DAQUELES QUE SE TORNARAM IMORTAIS PELA REVOLUÇÃO!
OS MÁRTIRES NUNCA MORREM!
OS MÁRTIRES DO PARTIDO E DA REVOLUÇÃO SÃO IMORTAIS!
VIVA A GUERRA POPULAR!
VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOISMO!
VIVA O NOSSO PARTIDO TKP/ML, DIREÇÃO DO TİKKO E DA TMLGB!

BP do CC do TKP/ML
Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista
Janeiro de 2025


Turquia: Mártires do Partido e da Revolução são celebrados nas prisões

Yeni Demokrasi
10 de fevereiro de 2025

Os mártires do Partido e da Revolução foram relembrados em celebrações nos cárceres turcos.

Na última semana de janeiro, os prisioneiros do TKP/ML realizaram a Semana de Celebração dos Mártires do Partido e da Revolução, os que foram imortalizados na luta pela revolução e pelo comunismo, nas prisões de Tekirdağ, Gebze, Elazığ e Marmara.

As celebrações iniciaram com um minuto de silêncio em memória dos mártires e continuaram com a leitura de uma declaração dos prisioneiros do TKP/ML: “Os mártires, que são a base da revolução, alinham-se com honra em todas essas terras. Hoje, por ocasião de janeiro de 2025, celebramos os Mártires da Revolução e do Comunismo que deram significado à morte. Glória aos que dedicam cada momento ao desenvolvimento da revolução e aos que são imortalizados em prol da revolução. Nossa bandeira vermelha, o legado de nossos mártires, continuará tremulando nas prisões, praças, fábricas, montanhas, onde quer que estejamos.”

A celebração ocorrida na prisão de Marmara também contou com a presença de prisioneiros do MLKP, do DHKP-C e do DKP/BÖG. Foram lidas mensagens enviadas à celebração pelos prisioneiros do MLKP e do DKP/BÖG. Com grande entusiasmo, o evento terminou com o canto de canções e hinos populares.