Viva os 75 anos da Grande Revolução Chinesa! – Editorial: Prestar atenção ao fenômeno “Chang Kuo-tau”

Nota do blog: Em celebração aos 75 anos do triunfo da Grande Revolução Chinesa (GRC), publicamos o Discurso de Proclamação da República Popular da China, declamado pelo Presidente Mao Tsetung em 1o de outubro de 1949, na Praça Tiananmen, em Pequim, diante de milhões de combatentes e massas do povo chinês e de várias outras nacionalidades.

Em anexo, divulgamos também um novo editorial de Servir ao Povo, Prestar atenção ao fenômeno “Chang Kuo-tau”, que deve ser conhecido pela nova geração de revolucionários proletários “para elevar a vigilância contra os arrivistas e carreiristas, indivíduos astutos que, como Chang Kuo-tao, não têm escrúpulos e nem autocontenção e chegam a ameaçar seriamente a Revolução para satisfazer interesses perversos e, como Kruschov, perseguir objetivos ocultos.”

Ao longo deste mês, publicaremos uma série de artigos para celebrar o aniversário deste imponente e transcendental marco na história da Revolução Proletária Mundial e toda a História Universal, o triunfo da Grande Revolução Chinesa, sob a direção do Partido Comunista da China e a chefatura do Presidente Mao Tsetung, façanha que brilha luminosa e radiante sobre o proletariado e os povos oprimidos de todo o mundo.

Viva os 75 anos da Grande Revolução Chinesa!
Viva o triunfo da Guerra Popular!

Presidente Mao Tsetung, 1º de outubro de 1949.

Discurso de Proclamação da República Popular da China

Companheiros compatriotas, a República Popular da China e o Governo Popular Central foram fundados hoje!

Desde que o governo reacionário de Chiang Kai-shek e seu Kuomintang traiu a pátria mãe, conspirou com o imperialismo e lançou uma guerra contrarrevolucionária, o povo chinês esteve mergulhado em amargo sofrimento.

Felizmente, o nosso Exército Popular de Libertação, apoiado por toda a nação, tem lutado heroica e abnegadamente para defender a soberania da nossa pátria mãe, para proteger a vida e os pertences do povo, para aliviar o povo do seu sofrimento, para lutar por seus direitos, tendo finalmente acabado com as tropas reacionárias e derrubado a ordem reacionária do governo nacionalista.

Agora, a Guerra Popular de Libertação triunfou e a maioria do povo do país foi libertado. Sobre esta base, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, composta por delegados de todos os partidos e organizações democráticas da China, o Exército Popular de Libertação, pessoas das diversas regiões e nacionalidades do país, chineses residentes no estrangeiro e outros elementos patrióticos, foi unida.

Representando toda a nação, foi promulgada a Lei Orgânica do Governo Popular Central da República Popular da China, elegendo Mao Tsetung como Presidente do Governo Popular Central (…).

Ao mesmo tempo, o Conselho do Governo Popular Central decidiu declarar aos governos de todos os outros países que este governo é o único que representa todo o povo da República Popular da China. Este governo está disposto a estabelecer relações diplomáticas com qualquer governo estrangeiro que esteja disposto a aceitar os princípios de igualdade, benefício mútuo e respeito mútuo à integridade territorial e à soberania.

Pequim, 1o de outubro de 1949.

A República Popular da China
Governo Popular Central
Presidente Mao Tsetung

Excerto extraído do filme “A Fundação de uma República” (2019).

Prestar atenção ao fenômeno “Chang Kuo-tao”

Em 1935-36, o Partido Comunista da China, batendo-se em um momento extremamente sensível – como o são os períodos de grandes saltos ou de sérias derrotas temporárias –, no caso, em plena Longa Marcha, confrontou ainda uma grave situação política e de segurança: um dos dirigentes, Chang Kuo-tao, desviara uma coluna que atuava sob seu comando, muda a marcha para outro rumo e proclama um novo – pretendia-se, o verdadeiro – “comitê central”. Em momento tão delicado, as forças vivas do Exército Vermelho e o Partido Comunista da China foram ameaçadas de cisão.

Segundo as notas do documento “Resolução acerca de alguns problemas da história de nosso Partido” (Sessão Plenária do CC do PCCh, abril de 1945), “Chang Kuo-tao foi traidor da revolução chinesa, ingressou, disposto a fazer carreira, no Partido Comunista nos primeiros dias de sua fundação. Mais tarde se converteu num renegado. Cometeu numerosos erros que lhe conduziram a perpetrar enormes crimes. Em 1935, opôs-se à marcha do Exército Vermelho para o Norte e insistiu em seu propósito derrotista e liquidacionista de que o Exército Vermelho fosse arrojado às regiões das minorias nacionais nos limites de Seichuan e Sekiang. Ao mesmo tempo, enfrentou-se abertamente com o Partido e o Comitê Central ao organizar um falso Comitê Central sob seu controle pessoal com o objetivo de romper a unidade do Partido e do Exército Vermelho. Estes crimes causaram grandes perdas ao Partido e ao Exército da IV Frente e seus quadros não tardaram em voltar a aceitar a acertada direção do Comitê Central, que jogou um papel esplêndido nas batalhas subsequentes. Chang Kuo-tao não retificou seus erros, e na primavera de 1938 fugiu sozinho da região de Shensi-Cansu-Ningsia e incorporou-se ao serviço secreto do Kuomintang”.

Mas Chang Kuo-tao acreditava haver bons motivos para seguir esse caminho.

Para Chang Kuo-tao, o Presidente Mao Tsetung e a maioria do CC que o seguia não levavam em conta as condições atrasadas objetiva e subjetivamente da China e “muitas vezes substituíram as condições objetivas do desenvolvimento social da China por fantasias subjetivas radicais”. Acusa o Partido de querer fazer a Revolução quando a situação objetiva e subjetiva da China, para ele, não era favorável. Chang Kuo-tao, em reunião do Birô Político do CC em 1935 nas montanhas Maoerkai, propôs, de forma coerente com esse seu pessimismo capitulacionista, que a Longa Marcha fosse à fronteira com a URSS, no noroeste da China, e acusou o Presidente Mao e o CC de “aventureirismo pequeno-burguês vazio, sem qualquer compreensão científica marxista”, por estes defenderem que a Longa Marcha foi um sucesso, no fundamental, e defenderem ir ao Norte combater os japoneses; para justificar sua posição capitulacionista e fazê-la parecer justa e correta, defende que o noroeste chinês era a área mais atrasada da China e, portanto, onde poderiam florescer bases de apoio para combater os japoneses, que ocupavam o outro lado da China; acusa, novamente, o Presidente Mao de ser incapaz politicamente e diz que “está habituado a se gabar, dizendo que o inimigo fracassou”; atribui à maioria do CC um subjetivismo e otimismo exagerado (“O futuro do desenvolvimento do movimento soviético na China e as nossas tarefas atuais”, tradução livre do mandarim).

Chang Kuo-tao, como se sabe, foi incapaz de convencer a maioria do Birô Político do CC, unido em torno do Presidente Mao, e cometeu o crime de dividir o Partido e o Exército Vermelho com atividade fracionista. Mais tarde, justificaria essa sua atitude fracionista como uma resposta ao que atribui como sendo “supressão das discussões políticas” e “acusações e calúnias” contra sua pessoa, críticas lançadas por ele contra o Presidente Mao e o PCCh; apresentava-as como motivo de seu desencorajamento. Em 1936, criou o seu próprio “comitê central” e atacava, sempre e de todas as formas, o Presidente Mao Tsetung e a direção do Partido. Justificava seu fracionismo aos quadros sob sua direção e combatentes vermelhos com emocionadas e altissonantes referências ao futuro da revolução chinesa, “ameaçado” pelo aventureirismo e subjetivismo de Mao Tsetung, e exaltava em seus discursos o brilhantismo de sua novíssima linha (ver discursos no Marxists.org, em mandarim). Na realidade, o que estava mesmo fazendo era, para todos os efeitos, objetiva e inquestionavelmente, ameaçando seriamente a continuidade da revolução ao chantagear o Partido com a sua divisão, em situação tão delicada, atribuindo ao PCCh erros que, na verdade, eram de sua dupla incapacidade: de convencer e de aceitar se submeter à maioria. “Mao, Chu, Zhang e Bo são aventureiros pequeno-burgueses. Quando duas divisões inimigas foram eliminadas durante as quatro campanhas de ‘cerco e aniquilamento’, declararam em bom tom que as campanhas de cerco tinham sido aniquiladas completa e totalmente. Qual é o resultado? Quando nos deparamos com um revés, caímos no atoleiro do pessimismo e do desespero”. Assim pretendia justificar, ao seu “comitê central”, o seu próprio pessimismo e desespero, apresentado como objetivismo possibilista, em oposição ao “subjetivismo” dogmático e “sectarismo” de Mao Tsetung.

Derrotado até mesmo dentro do seu novo “comitê central” pelo quadro comunista Chu Te, ele foi obrigado a voltar ao Partido e a fazer autocrítica. O fez, em público e por escrito, em 1937. Admitiu e prometeu retificar a “compreensão insuficiente do marxismo-leninismo e meu mau estilo arrogante”, reafirmou sua autocrítica, reconheceu que a sua linha e atitude antipartido eram errôneas e inaceitáveis; “como soldado do Comitê Central, não represento a chamada fração poderosa, porque isto é algo que não estou disposto a fazer, não há razão para o fazer, porque sou membro do Partido, bolchevique, e acredito que todos os membros do Partido não devam fazer isso, isso não é permitido por um Partido bolchevique”. Mas Chang Kuo-tao apenas manipulava as palavras para trair novamente o Partido. Ele escreveu, em 6 de maio de 1938, um documento intitulado “Carta ao povo chinês e discussão com o Partido Comunista da China sobre questões relativas à Guerra Antijaponesa e fundação do país” (tradução livre do mandarim), o qual é uma espécie de balanço final após haver rompido definitivamente e traído o PCCh, e antes de virar assumidamente agente do Kuomintang.

Nesse documento, ele busca rechaçar as críticas do Comitê Central do PCCh que apontavam seu capitulacionismo para todo o Partido garantindo que “tenho uma forte determinação de lutar a guerra até o fim e uma forte confiança de que a venceremos”. Em seguida, censura o Presidente Mao Tsetung e o CC do PCCh por “continuar a caluniar as minhas opiniões e ações, pois tal atitude não passa de desprezo à verdade”. Mais adiante, critica o fato de a maioria do CC, que cometeram o grande crime de não concordar com suas opiniões nas reuniões da direção de Tsuny (1935), de Maoerkai (1935) e em Ienan (1937), por serem “obcecados por suas próprias opiniões”, “desconsideram fatos e confundem o certo e o errado com o objetivo de suprimir as discussões políticas”. (Coitadinho! Chang Kuo-tao estava sendo perseguido pelo “sectário” Mao Tsetung e seu partido “seguidista”). Vai mais longe, e chega a usar o recurso do sarcasmo: “Desta forma, é claro que os dirigentes do Partido Comunista da China não prestam muita atenção à autoestima que os membros dos partidos políticos deveriam ter, e prestam pouca atenção à ética na política. Isso é algo que eu lamento profundamente”. Crendo haver justificado sua traição com isso, ele enfim defende, neste documento, de forma mais acabada, sua renegação ao marxismo-leninismo, a negação da hegemonia do proletariado na revolução anti-imperialista, a revolução agrária e desfralda a defesa do Chiang Kai-shek como líder máximo da nação chinesa. Enfim, a obra acabada do capitulacionismo.

Criticar e esmagar o fenômeno Chang Kuo-tao

O Presidente Mao Tsetung, contra o qual se levantou Chang Kuo-tao, criticou e lutou contra os desvios desse dirigente. No documento “O papel do Partido Comunista da China na Guerra Nacional”, de outubro de 1938, o Comitê Central, na lavra do Presidente Mao, caracteriza assim a linha oportunista de direita, liquidacionista e capitulacionista de Chang Kuo-tao:

“O critério que o Partido Comunista aplica na sua política de quadros consiste em ver se um quadro é ou não resoluto na aplicação da linha do Partido, se observa ou não a disciplina, se está ou não estreitamente vinculado às massas, se é ou não capaz de se orientar por si próprio no trabalho, se é ou não ativo, tenaz e desinteressado. (…) A política de quadros de Chang Kuo-tao era contrária a isso. Procedendo a ‘nomeações segundo as proximidades pessoais’, ele rodeava-se de ‘seus homens’ para constituir uma pequena fração, a tal ponto que acabou por trair o Partido e desertar”.

“Todo aquele que viola as regras de disciplina sabota a unidade do Partido. A experiência nos mostra que alguns infringem a disciplina porque não sabem qual seja ela, mas outros, como Chang Kuo-tao, fazem-no com pleno conhecimento de causa, para satisfação de desejos perversos, aproveitando-se da ignorância de muitos dos membros do Partido”.

“Quanto a linha de Chang Kuo-tao sobre questões de organização, constituía a ruptura completa com todos os princípios de Partido Comunista; sabotava a disciplina e ia da atividade fracionista à oposição aberta ao Partido, ao Comitê Central e à Internacional Comunista. O Comitê Central fez o possível para pôr fim aos erros criminosos de sua linha e sua atividade antipartido, tentando até mesmo salvá-lo. Mas como ele se recusava obstinadamente a corrigir-se e passava à duplicidade, e depois traiu o Partido e lançou-se nos braços do Kuomintang, o Partido teve de adotar a firme posição de expulsá-lo (…) declarando-o desertor e renegado”.

“Na luta contra os desvios devemos empenhar-nos no combate à duplicidade, cujo perigo maior é poder resultar em atividade fracionista, como prova a carreira de Chang Kuo-tao. Agir com duplicidade é submeter-se em público e rebelar-se em privado, dizer sim e pensar não, pronunciar palavras bonitas de frente e intrigar por trás”.

A nova geração de revolucionários proletários devem conhecer o fenômeno tipo “Chang Kuo-tao” para elevar a vigilância contra os arrivistas e carreiristas, indivíduos astutos que, como Chang Kuo-tao, não têm escrúpulos e nem autocontenção e chegam a ameaçar seriamente a Revolução para satisfazer interesses perversos e, como Kruschov, perseguir objetivos ocultos. Denunciar o fenômeno tipo “Chang Kuo-tao” e desfraldar, defender e aplicar o marxismo-leninismo-maoismo, principalmente maoismo, e os aportes de validez universal do Presidente Gonzalo!

Equipe Editorial
Servir ao Povo

Presidente Mao Tsetung na Longa Marcha.