Como Yukong Removeu as Montanhas (Mao Tsetung, 1945) — Os “Três Artigos Permanentes” (Parte III)

Nota do blog: Dando continuidade à série de publicações iniciada com o documento Máximas para os Revolucionários — Os ‘Três Artigos Permanentes‘”, publicamos a magistral obra Como Yukong Removeu as Montanhas do Presidente Mao Tsetung, seguida da tradução não oficial de um estudo originalmente veiculado no Diário do Exército Popular de Libertação da China (“Jiefangjun Bao”, 10 de janeiro de 1967), republicado na revista Pequim Informa (“Peking Review”, Vol. 10, #12, 17 de março de 1967, p. 9-14). Como já havíamos destacado, os “três artigos permanentes” do Presidente Mao Tsetung são obras de imensurável valor político-ideológico e máximas para os comunistas e revolucionários de todo o mundo, que devem lê-los e estudá-los constantemente e aplicá-los em sua prática revolucionária concreta. Anteriormente, já publicamos as obras Servir o Povo e À Memória de Norman Bethune.

Avançar corajosamente seguindo o grande timoneiro Presidente Mao!, 1969

Como Yukong Removeu as Montanhas

Mao Tsetung

11 de junho de 1945

O nosso Congresso foi um grande sucesso. Realizamos três pontos importantes. Primeiro definimos a linha do Partido: mobilizar sem reservas as massas, expandir as forças populares de modo que, sob a direção do Partido, vençam os agressores japoneses, libertem todo o povo e fundem uma China de nova democracia. Segundo, aprovamos o novo estatuto. Terceiro, elegemos o órgão dirigente do Partido, o comitê central. Agora, a nossa tarefa consiste em guiar a totalidade do Partido na realização da linha definida. O nosso Congresso foi um congresso de vitória, um congresso de unidade. Os delegados expressaram opiniões muito úteis sobre os três relatórios apresentados. Muitos camaradas procederam a uma autocrítica; aspirando à unidade, conseguiu-se a unidade autocrítica. O Congresso foi um modelo de unidade, de autocrítica e democracia no interior do Partido.

Terminados os trabalhos, muitos dos nossos camaradas retornarão aos seus postos ou se dirigirão para as distintas frentes de combate. Para onde quer que vão, os camaradas devem propagar a linha do congresso e, por intermédio dos membros do Partido, realizar um grande trabalho de explicação entre as massas populares.

Dando a conhecer esta linha, o nosso objetivo é dar a todo o Partido e a todo o povo a certeza do triunfo da revolução. É preciso em primeiro lugar elevar a consciência política dos elementos de vanguarda, fazer com que sejam resolutos, não temam sacrifícios, vençam todas as dificuldades, tudo para a vitória. Mas isso não chega; é preciso ainda que as grandes massas do nosso país ganhem consciência política, a fim de que combatam de boa vontade ao nosso lado pela conquista da vitória. É preciso que a totalidade o povo esteja convicta, de que a China pertence ao povo chinês e não aos reacionários. Na China antiga contava-se uma fábula intitulada “Como Yukong Removeu as Montanhas”. Nessa fábula dizia-se que, em tempos que já vão longe, vivia na China Setentrional um velho chamado Yukong das Montanhas do Norte. Frente à sua casa, havia, no lado sul, duas grandes montanhas, Taiham e Vanvu, que lhe impediam a passagem. Dirigindo os seus filhos, Yukong decidiu-se a derrubar tais montanhas a golpes de picareta. Vendo-os nesse trabalho, um outro velho, Tchi-sou, desatou a rir e disse-lhes: “Que tolice! Sozinhos, vocês nunca conseguirão derrubar essas duas montanhas!”. Ao que Yukong respondeu: “Quando eu morrer, ficarão os meus filhos; quando por sua vez eles morrerem , ficarão os meus netos, e assim se sucederão, infinitamente, as gerações. Quanto a estas duas montanhas, são muito altas mas já não podem crescer e, a cada golpe de picareta, tornam-se cada vez menores. Por que razão pois não acabaremos por derrubá-las?” Refutados os pontos de vista errados de Tchi-sou, Yukong continuou, inabalável, a escavar dia após dia, o que comoveu os Céus que enviaram então dois anjos à Terra, para que carregassem às costas as duas montanhas. Hoje, há também duas grandes montanhas que pesam sobre o povo chinês: uma é o imperialismo e a outra, o feudalismo. Desde há muito que o Partido Comunista da China se decidiu a derrubá-las. Precisamos ser perseverantes e trabalhar sem descanso, pois também podemos chegar a comover os Céus. Para nós, os Céus não são senão as massas do povo chinês. Se elas se levantam em peso para escavar conosco, por que razão não haveríamos de acabar com essas duas montanhas?

Eis o que eu disse, ontem, a dois norte-americanos que partiam para os Estados Unidos: o governo norte-americano quer sabotar-nos e nós não permitiremos que o faça. Nós nos opomos à sua política de apoio a Chiang Kai-chek contra o Partido Comunista da China. Não obstante, fazemos uma distinção, primeiro, entre o povo norte-americano e o governo norte-americano e, segundo, no seio da própria administração, entre aqueles que determinam a política e aqueles que são simples subordinados. E ainda acrescentei, aos norte-americanos: digam, aos que determinam a política no vosso governo, que lhes está proibido o acesso às nossas regiões libertadas porque a política norte-americana é de apoio a Chiang Kai-chek contra o Partido Comunista da China, e nós desconfiamos deles. Podem vir até cá desde que seja para combater os japoneses, mas, para isso, é necessário primeiro um acordo. Não permitiremos que bisbilhotem por toda a parte. Uma vez que Patrick J. Hurley1 se pronunciou publicamente contra toda a colaboração com o Partido Comunista da China, por que motivo, pois, haveriam de vir pavonear-se pelas nossas zonas libertadas?

A política do governo norte-americano de apoio a Chiang Kai-chek contra o Partido Comunista é uma prova da demência da reação norte-americana. Mas os intentos de todos os reacionários chineses e estrangeiros no sentido de levantar obstáculos à vitória do nosso povo estão condenados ao fracasso. No mundo de hoje, a democracia constitui a corrente principal e a reação, que é antidemocrática, constitui apenas uma contracorrente. Agora, a contracorrente reacionária tenta superar a corrente principal de independência nacional e democracia popular, mas jamais conseguirá transformar-se em corrente principal. As três grandes contradições do velho mundo, sublinhadas há muito por Stalin, subsistem ainda hoje: a primeira é a que existe, nos países imperialistas, entre o proletariado e a burguesia; a segunda é a que existe entre as diferentes potências imperialistas; a terceira, enfim, é a que opõe os povos das colônias e semicolônias às metrópoles imperialistas2. Essas três contradições subsistem, tornaram-se até mais agudas e de maior amplitude. A contracorrente antissoviética, anticomunista e antidemocrática, que existe atualmente, será um dia vencida, exatamente porque subsistem e se desenvolvem essas três contradições.

Neste momento realizam-se dois congressos na China: o VI Congresso Nacional do Kuomintang e o VII Congresso do Partido Comunista da China. Os seus objetivos são radicalmente opostos: para um, trata-se de destruir o Partido Comunista e as forças democráticas da China e precipitar nas trevas o país; para o outro, trata-se de abater o imperialismo japonês e os seus lacaios, as forças feudais chinesas, edificar uma China de nova democracia e conduzir o país para a luz. Essas duas linhas combatem uma à outra. Nós estamos firmemente convencidos de que, guiado pelo Partido Comunista da China e pela linha traçada pelo VII Congresso do Partido, o nosso povo há de alcançar a vitória completa, e a linha contrarrevolucionária do Kuomintang inevitavelmente fracassará.


Estudar “Como Yukong Removeu as Montanhas”


Este material foi publicado pelo “Jiefangjun Bao” (Diário do Exército Popular de Libertação) em 10 de janeiro [de 1967] como um guia para ajudar quadros e combatentes das companhias do EPL no estudo do artigo “Como Yukong Removeu as Montanhas”, um dos “três artigos permanentes”. Esta é uma tradução ligeiramente resumida. – Ed.

Como Yukong Removeu as Montanhas, obra brilhante, é o texto do discurso de fechamento feito pelo Presidente Mao no VIII Congresso Nacional do Partido Comunista da China em 11 de junho de 1945.

Naquele momento, a guerra antifascista mundial havia conquistado já uma vitória decisiva. A derrota do imperialismo japonês era iminente. Mas, todavia, o Partido e o povo esperavam sérias lutas em seu caminho para o avanço. Foi justamente como o Presidente Mao apontou: “Duas grandes montanhas, o imperialismo e o feudalismo, pesam sobre o povo chinês”. O imperialismo japonês ainda não havia sido totalmente derrotado. No vão intento de converter a China em sua colônia, logo da vitória do povo chinês em sua Guerra de Resistência contra o Japão, o imperialismo norte-americano levava ativamente a cabo uma política de apoio a Chiang Kai-chek contra os comunistas. Com o vigoroso apoio do imperialismo norte-americano, os reacionários do Kuomintang intensificaram os seus preparativos para a guerra civil, tratando inutilmente de aniquilar as forças revolucionárias populares, de apoderar-se dos frutos da vitória logrados pelo povo em sua Guerra de Resistência e de mergulhar a China na escuridão.

Portanto, logo da vitória na Guerra de Resistência contra o Japão, a China enfrentava dois caminhos, dois futuros: um deles significava que o imperialismo, particularmente o imperialismo ianque, continuaria dominando e ocupando a China, fazendo-a retornar ao seu velho estado semicolonial e semifeudal. A saída era, sob a direção do Partido Comunista da China, mobilizar audazmente as massas, robustecer as forças populares, derrubar por completo o domínio do imperialismo e feudalismo na China e construir uma nova China democrática popular.

Neste importante contexto histórico, nosso Partido convocou seu VIII Congresso Nacional. Este Congresso, presidido pelo próprio Presidente Mao, determinou a linha do Partido, aprovou os novos Estatutos do Partido e elegeu seu Comitê Central encabeçado pelo Presidente Mao. O Congresso estabeleceu o Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo] como o princípio guia para todo o trabalho do Partido. O Presidente Mao pronunciou o discurso de fechamento deste Congresso para mobilizar a todo o Partido e o povo para por em prática a linha política estabelecida pelo Congresso, derrotar por completo os reacionários de dentro e fora do país e lutar pela vitória da revolução democrática nacional.

Assim como Servir o PovoeÀ Memória de Norman Bethune, esta brilhante obra, Como Yukong Removeu as Montanhas,é um grande e clássico documento de educação comunista e um dos materiais fundamentais de leitura obrigatória em nosso estabelecimento da concepção comunista do mundo. Por mais de 20 anos, as grandes ideias contidas nesta obra tem educado e estimulado as massas de quadros e do povo de nosso país que, com o fim de levar a causa revolucionária do povo à vitória e aplicar a linha do Partido, não temem nem ao perigo nem aos obstáculos, nem a nenhum inimigo e marcham valorosamente pelo caminho da revolução. O retumbante chamado lançado pelo Presidente Mao neste artigo – Ser resoluto, não temer nenhum sacrifício e superar todas as dificuldades para conquistar a vitória” – é conhecido por cada família chinesa. Tem-se convertido numa norma para guiar o pensamento e as ações do povo revolucionário chinês e é o estilo de nossa época.

Na Grande Revolução Cultural Proletária, a linha revolucionária proletária apresentada pelo Presidente Mao tem obtido grandes vitórias e a linha reacionária burguesa tem sido derrotada. Sem dúvida, a luta é, todavia, muito aguda e complexa. Que posição tomar e que linha levar a cabo, tudo isso constitui uma rigorosa prova para todos nós revolucionários. Devemos estudar seriamente este brilhante trabalho do Presidente Mao, armar nossa mente com as luminosas ideias deste artigo, permanecer firmes na posição correta e ver claramente nossa direção, por o “atrever-se” acima de tudo mais, superar toda classe de dificuldades, aplastar toda resistência, por resolutamente em prática e defender a linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao e conquistar novas vitórias para a Grande Revolução Cultural Proletária.

No estudo deste grande artigo, deve-se prestar especial atenção aos seguintes pontos:

1. A linha revolucionária proletária do Presidente Mao é o programa de ação unificada para todo o Partido, o exército e o povo, a garantia básica para a vitória da revolução

O Presidente Mao assinala neste artigo que o primeiro que fez o VIII Congresso Nacional do Partido foi determinar a linha do Partido. Adiante, disse, nossa tarefa é dirigir a todo o Partido na aplicação de sua linha, difundir a linha do Congresso e, por intermédio dos militantes do Partido, explicá-la às massas populares, a fim de que todo o partido e o povo adquiram confiança de que a revolução triunfará e lutem pela execução da linha do Partido. Ao estudar este artigo devemos, em primeiro lugar, compreender a profundidade do grande significado do Partido para a causa revolucionária e a extrema importância de difundir, defender e executar resolutamente a linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao.

O problema da linha é um problema de importância primordial na direção do Partido. A linha do Partido é o programa de ação para unificar a todo o Partido, o exército e o povo; é a base de todas as políticas e táticas do Partido. É decisivo para o destino do Partido e o êxito ou fracasso da revolução. Em definitivo, a direção do Partido significa a formulação de uma correta linha de acordo com a situação concreta e o uso da linha do Partido para mobilizar e armar a todo o Partido e as grandes massas populares de todo o país. O Presidente Mao disse: “Para conduzir a revolução à vitória um partido político deve basear-se na justeza de sua própria linha política e na solidez de sua própria organização”. Afastar-se da linha do Partido torna impossível por em prática a direção do Partido e a consolidação de sua unidade. O problema da linha é também o problema central da luta no seio do Partido. A luta interna do Partido, em definição, é uma luta acerca de que linha seguir. Se não está se seguindo uma linha correta, está se seguindo uma linha errada. Em qualquer revolução, quando o Partido revolucionário vai pelo caminho equivocado esta revolução esta condenada ao fracasso. Se não queremos que nossa revolução se desvie, se queremos assegurar o seu êxito devemos nos opor à linha errônea e por em prática a linha correta.

O Presidente Mao nos ensina: “Nosso Partido tem formulado a linha geral e a política geral da revolução chinesa, assim como as linhas específicas de trabalho e as medidas políticas concretas. Sem dúvida, muitos camaradas recordam somente das linhas específicas para o trabalho e as medidas políticas concretas, mas, muitas vezes, esquecem-se da linha geral e da política geral do Partido. Se realmente a esquecermos, seremos revolucionários cegos, imaturos e de ideias confusas e, ao aplicar uma linha específica para o trabalho e uma medida política concreta, nos desorientaremos, oscilaremos, da esquerda para a direita, e prejudicaremos nosso trabalho”. Todas as linhas específicas para o trabalho e as medidas políticas concretas do Partido estão subordinadas e relacionadas com a linha geral e a política geral do Partido. Esquecer a linha geral e a política geral do Partido é esquecer o todo, os interesses gerais, a orientação, o que está no mando. Quem o faz tem ideias muito confusas. Somente assimilando e aplicando corretamente a linha geral e a política geral, pode-se levar corretamente a cabo as linhas específicas para o trabalho e as medidas políticas corretas do Partido e converter-se num revolucionário inteiramente consciente e de ideias claras.

Desde sua fundação, nosso Partido tem lutado por estabelecer uma correta linha proletária, ou seja, a linha marxista-leninista representada pelo Presidente Mao. A luta por estabelecer esta linha percorre toda a história de nosso Partido e exército3. O Presidente Mao é o maior marxista-leninista da época atual. O Presidente Mao herdou, defendeu e desenvolveu de maneira genial e criadora, em todos os seus aspectos, o marxismo-leninismo, elevando-o a uma etapa completamente nova. O Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo] é o marxismo-leninismo da época em que o imperialismo se precipita rumo à sua ruína total e o socialismo avança até a vitória no mundo inteiro. É o princípio guia para todo o trabalho de nosso Partido, exército e país. Todas as brilhantes vitórias da revolução chinesa dirigida por nosso Partido são o resultado do cumprimento da linha proletária do Presidente Mao. No período da revolução democrática, o Presidente Mao formulou linhas especificas para o trabalho e medidas políticas concretas para por em prática esta linha geral. Deste modo, dirigiu o barco da revolução chinesa por entre perigosos bancos de areia e armadilhas, navegando triunfante pelas tempestuosas ondas, seguindo pelo caminho revolucionário do marxismo-leninismo. Logo da vitória da revolução democrática, mais uma vez, o Presidente Mao formulou a linha geral correta e diversas linhas específicas para o trabalho e medidas políticas concretas para a revolução e construção socialistas, apontando o rumo do avanço para todo o Partido e o povo e conduzindo-os até a conquista de brilhantes e sucessivas vitórias em todas as frentes. Hoje se está realizando em nosso país uma Grande Revolução Cultural Proletária que toca a alma mesma das pessoas. Neste grande movimento revolucionário, o Presidente Mao fez um oportuno resumo da nova experiência do movimento de massas, presidindo o trabalho de formulação dos 16 pontos [Decisão do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre a Grande Revolução Cultural Proletária], permitindo assim que esta grande revolução avance constantemente pelo caminho da linha correta e conquiste enormes vitórias. No movimento revolucionário proletário internacional, o Presidente Mao tem criticado e repudiado completamente a linha renegada e vende-operária seguida pelo revisionismo contemporâneo, traçando a mais correta e completa linha geral e toda uma série de estratégias e táticas para o movimento comunista internacional. Guiado por esta linha revolucionária, o movimento revolucionário proletário internacional, particularmente o movimento revolucionário das nações oprimidas contra o colonialismo e pela libertação nacional, avança vigorosamente logrando grandes e sucessivas vitórias. A linha revolucionária proletária do Presidente Mao conduzirá os povos revolucionários a derrotarem o imperialismo, o revisionismo contemporâneo e a todos os reacionários, levando a revolução mundial à vitória total.

A história demonstra que a linha correta não nasce e se desenvolve de forma espontânea e pacífica, mas sim através da luta. A linha revolucionária do Presidente Mao tem sido constantemente enriquecida e desenvolvida e conquistado contínuas vitórias na luta contra as linhas oportunistas de direita e de “esquerda”. O Presidente Mao disse: “Dentro do Partido se produzem constantemente oposição e luta entre diferentes ideias. Isto é um reflexo, no Partido, das contradições entre as classes e entre o novo e o velho na sociedade. Se não houvessem, no Partido, contradições nem lutas ideológicas para resolvê-las, a vida do Partido chegaria ao fim”. Enquanto existam contradições de classe e lutas de classes na sociedade, estas se refletirão, inevitavelmente, em nosso Partido. A luta entre as duas linhas no Partido é um reflexo da luta de classes na sociedade e independe da vontade do homem. Tal luta existiu no passado, existe hoje e continuará existindo até a eliminação das classes. Diversos tipos de oportunistas e representantes da linha reacionária burguesa, invariável e obstinadamente, oferecem resistência e entorpecem o cumprimento da linha do Presidente Mao. Para levar a cabo esta correta linha devemos criticar, repudiar e aplastar por completo todas as linhas reacionárias burguesas.

Na Grande Revolução Cultural Proletária que tem lugar em nosso país, também existe a luta entre a linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao e a linha reacionária burguesa. Esta luta é agora ainda mais aguda e complexa. O punhado de pessoas dentro do Partido que ocupam cargos dirigentes e seguem o caminho capitalista não se resignam em sua derrota, continuam opondo-se à linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao, utilizam novos artifícios e recorrem a novos meios para enganar as massas. Sem que sejam completamente derrotados e a linha reacionária burguesa seja completamente aplastada, a correta linha do Presidente Mao não pode ser cumprida, nem a Grande Revolução Cultural Proletária levada até a vitória.

2. Ser resolutos, não temer nenhum sacrifício e superar todas as dificuldades para conquistar a vitória

O Presidente Mao nos ensina: “Ser resolutos, não temer nenhum sacrifício e superar todas as dificuldades para conquistar a vitória”. Estas palavras são a mais concentrada e generalizada expressão do intrépido espírito proletário de atrever-se a lutar e conquistar a vitória. Expressam de maneira exata a posição e a atitude fundamentais dos revolucionários proletários para com a causa do Partido e do povo frente às dificuldades e obstáculos no caminho da revolução. Apontam o caminho a ser seguido por cada um de nossos combatentes revolucionários no cumprimento da linha revolucionária do Presidente Mao.

Para fazer a revolução, as dificuldades são inevitáveis. O que são as dificuldades? São contradições e problemas não solucionados. Estas contradições e problemas são universais, existem em todos os momentos, lugares e todos os possuem. A história da revolução chinesa é a história de superação de uma dificuldade após outra. O processo da revolução é um processo de constantes lutas contra dificuldades. O Presidente Mao disse: “Que significa trabalhar? Trabalhar significa lutar. Naqueles lugares existem dificuldades e problemas por se resolver. Vamos até lá trabalhar e lutar para vencer estas dificuldades”. Todo trabalho implica dificuldades. Se não as houvesse, não haveria necessidade de que fizéssemos a revolução, trabalhássemos ou lutássemos. Sem dificuldades nem luta, as coisas não podem avançar. Que atitude devemos adotar frente às inumeráveis dificuldades e obstáculos? Devemos ser intrépidos, atrevermo-nos a lutar e a avançar apesar delas ou devemos nos mostrar vacilantes e temerosos e fugir deles? Nisto reside a linha divisória entre os autênticos revolucionários e os pseudo-revolucionários. É um fator chave que determina se as linhas e medidas políticas do Partido podem ou não ser postas em prática com êxito.

O Presidente Mao disse: “As forças reacionárias tem suas dificuldades e nós as nossas. Mas as dificuldades das forças reacionárias são insuperáveis, porque são forças moribundas, sem perspectiva. Nossas dificuldades podem ser vencidas porque somos uma força nascente e com um brilhante futuro”. O proletariado é a classe mais avançada da história da humanidade. A causa revolucionária do proletariado é uma grande causa que está em correspondência com as leis do desenvolvimento social, serve aos interesses vitais do povo e têm ganhado o sincero apoio das massas do povo. As nossas dificuldades surgem em nosso caminho de avanço, são temporais e podem ser totalmente superadas. Seguindo a sábia e correta direção do Presidente Mao, nosso exército, com equipamentos inferiores, foi capaz de derrotar um inimigo armado até os dentes; os homens e mulheres de Taching lograram construir um imenso campo petrolífero em condições extremamente difíceis; os de Tachai foram capazes de transformar pobres morros em terrenos agrícolas de alto rendimento. Tudo isso prova, de maneira convincente, que para os combatentes revolucionários armados com o Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo] não há inimigo que não possa ser vencido, dificuldade que não possa ser superada ou altura que não possa ser escalada. É por isto que o Presidente Mao diz: “Em tempos difíceis, devemos ter presentes nossos êxitos, ver nossa brilhante perspectiva e aumentar nossa coragem”.

O ensinamento do Presidente Mao de “ser resoluto, não temer nenhum sacrifício e superar todas as dificuldades para conquistar a vitória” significa, em definitivo, dar ênfase ao fator humano. Exortar-nos a por em pleno jogo nossa iniciativa subjetiva, não temer os sacrifícios nem as dificuldades e atrevermo-nos a lutar e conquistar a vitória. Somente sendo resolutos e não temendo os sacrifícios, poderemos superar todos os obstáculos para conquistar a vitória, poderemos vencer todos os inimigos e superar todas as dificuldades. Mas, caso, pelo contrário, temamos as dificuldades, não poderemos alcançar nada e seremos incapazes de superar qualquer delas.

Somente heróis podem subjugar tigres e leopardos, e ursos selvagens nunca intimidam os bravos”. (Do poema Nuvens de inverno, do Presidente Mao).

As dificuldades somente podem intimidar aos fracos e covardes. Todas elas serão pisoteadas pelos combatentes revolucionários que, sem temer nem os céus nem a terra, podem fazer curvar a montanha e mudar o curso do rio.

A citação “ser resolutos, não temer nenhum sacrifício e superar todas as dificuldades para conquistar a vitória” também nos diz que devemos admitir, analisar e lutar com resolução contra as dificuldades. Estrategicamente, devemos depreciá-las enquanto que taticamente devemos toma-las muito a sério. Devemos nos atrever a lutar e a conquistar a vitória e realizar bem ambas as coisas. Só assim poderemos converter em realidade a possibilidade de superar os obstáculos.

Tomar taticamente muito a sério as dificuldades significa que devemos ser prudentes ao enfrentar cada luta concreta, que devemos nos aperfeiçoar na arte da luta, ser cuidadosos no estudo e na análise a fundo de cada dificuldade concreta – sua natureza, características e leis – e adotar métodos diferentes para resolver diferentes dificuldades. É absolutamente negativo divorciar-se da realidade, atuar irrefletida e temerariamente; é necessário ter o espírito de trabalhar com afinco e resumir constantemente as experiências de trabalho no curso da luta. Estas são verdades permanentes: não temer ser incapaz de fazer algo antes de tentar; não temer ser incapaz de realizar algo sem antes utilizar a cabeça. Devemos eliminar, por completo, toda a ideia de lograr vitórias fáceis por obra da boa sorte, sem uma luta dura e árdua, sem suor e sangue.

O camarada Lin Piao4 disse: “Para nossas forças armadas, a melhor arma não são aeronaves, artilharia pesada, tanques ou a bomba atômica. É o Pensamento Mao Tsetung. O maior poder de luta são os homens que estão armados com o Pensamento Mao Tsetung. É coragem, não temer a morrer”. O Pensamento Mao Tsetung é a mais poderosa e aguda arma ideológica para superar todas as dificuldades. Aquele que possua o Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo] possui um intrépido espírito revolucionário, torna-se mais revolucionário, mais valente e sábio, não teme sofrimentos nem a morte, nem os demônios, nem aos monstros e é firme e perseverante. O grande e invencível Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo] é a fonte da força com a qual todo o Partido, o exército e o povo do país avançam valentemente e superam todas as dificuldades para derrotar o inimigo e conquistar a vitória.

3. Confiar nas massas, apoiar-se nelas e lutar por aplicar a correta linha do Presidente Mao

O Presidente Mao nos tem ensinado que nosso objetivo em propagandear a linha do Partido é infundir em todo o Partido e todo o povo a convicção de que a revolução triunfará, que devemos, antes de tudo, elevar a consciência política da vanguarda [de modo que seja resoluta, não tema nenhum sacrifício e supere todas as dificuldades para conquistar a vitória], mas que isso não basta; também devemos despertar a consciência política de todo o povo para que, voluntariamente e de bom grado, lute junto conosco pela vitória. É precisamente seguindo este ensinamento do Presidente Mao que logramos derrotar os agressores japoneses, derrubar ao imperialismo e o feudalismo, as duas grandes montanhas que pesavam sobre o povo chinês, e conquistar grandes vitórias na revolução democrática e na revolução e construção socialistas.

Confiar nas massas, apoiar-se nelas e ligar-se a elas é um traço importante que distingue nosso Partido de outros partidos políticos, esta tem sido sempre a grande concepção do Presidente Mao. Ele disse: “O povo e somente o povo é a força motriz que faz a história mundial”. Estas palavras são a quintessência mais geral do materialismo histórico marxista. O Presidente Mao disse também: “Desde que nos apoiemos no povo, acreditemos no inesgotável poder criador das massas e, portanto, confiemos e nos identifiquemos com elas, nenhum inimigo poderá nos vencer, enquanto que nós poderemos vencer a todos os inimigos e superar todas as dificuldades”. Este grande ensinamento do Presidente Mao guia todo o trabalho e luta de nosso Partido. A história de nosso Partido é a história de apoiar-se nas massas populares e mobilizá-las para travar a luta revolucionária, de confiar nas massas e guiá-las para que libertem a si mesmas. Divorciados do povo, seríamos como água sem fonte ou arvores sem raízes, a linha do Partido não poderia ser posta em prática, as dificuldades no trabalho não poderiam ser superadas, não poderíamos alcançar a vitória na revolução nem alcançaríamos nada.

Na história de nosso Partido, as lutas entre a linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao e as linhas oportunistas de “esquerda” e direita tem girado sempre em torno do problema das massas. Que atitude tomar para com as massas e o movimento revolucionário de massas, colocar o “atrever-se” ou o “temor” acima de tudo, confiar, apoiar-se nas massas mobilizando-as audazmente e respeitar sua inciativa ou temê-las, estar contra, opor-se e reprimir o movimento revolucionário de massas, tudo isto tem constituído sempre a pedra de toque que distingue um autêntico revolucionário de um pseudo-revolucionário e o marxismo do revisionismo; é o divisor entre a linha revolucionária proletária e a linha reacionária burguesa.

Nosso grande timoneiro Presidente Mao tem demonstrado sempre a maior confiança nas massas e a maior preocupação por elas, tem dado sempre o maior apoio ao movimento revolucionário de massas e seu coração está unido com o das massas revolucionárias. A linha revolucionária do Presidente Mao é a linha de confiar nas massas, de apoiar-se nelas e mobilizá-las audazmente, a linha de deixar que as massas se eduquem e se libertem a si mesmas. Nas palavras do Presidente Mao, isso “exige a acumulação de grandes forças para cercar e aniquilar ao inimigo”. A linha da Grande Revolução Cultural Proletária elaborada pessoalmente pelo Presidente Mao é a encarnação da linha de massas e um grande e criativo desenvolvimento dela. Todos os representantes da linha reacionária burguesa estão divorciados das massas e as temem. Sua linha é uma linha de portas fechadas, de isolamento aristocrático, a linha de por o “temor” acima de tudo mais. Tem demasiados temores, mas todos eles podem ser sintetizados em um só: o temor às massas e à revolução. São totalmente cegos ante o poder das massas e não creem nas suas grandes faculdades criadoras, tratam as massas como se estas fossem ignorantes e incapazes e se consideram a si mesmos como homens sábios e espertos. Na atual Grande Revolução Cultural Proletária os representantes da linha reacionária burguesa tem tratado de levar a revolução na direção oposta, convertendo-a em uma luta da burguesia contra o proletariado, no lugar de ser uma luta do proletariado contra a burguesia. Tomando a posição burguesa reacionária, tem exercido uma ditadura burguesa intentando inutilmente apagar a chama revolucionária das massas e reprimir o seu vigoroso e grande movimento revolucionário cultural proletário. Se houvessem triunfado em seus complôs, a Grande Revolução Cultural Proletária teria sido estrangulada em seu embrião e os seus frutos e a própria revolução socialista estariam em perigo de perder-se. Mas fracassaram em seus complôs e serão, inevitavelmente, descartados pelas massas, umas vez que as massas revolucionárias, sob a sábia direção de nosso grande timoneiro Presidente Mao, sejam mobilizadas e unidas em ampla escala.

Como tratar as massas e que linha seguir é uma questão que todo camarada revolucionário enfrenta em seu trabalho. Considera-se a si mesmo superior aos outros ou deseja ser um aluno das massas? Apoia ou se opõe ao movimento revolucionário de massas? Estas são questões que surgem constantemente ante cada um, questões que devemos resolver claramente. Estas são questões comuns acerca do método de trabalho. Diz respeito à atitude fundamental e concepção de mundo. Existem dois tipos de concepção de mundo e metodologia: a proletária e a burguesa. Uma necessariamente temerá as massas e se oporá a elas e sua concepção do mundo é a da burguesia, uma necessariamente confiará e se apoiará nas massas e sua concepção de mundo é a do proletariado. Na Grande Revolução Cultural Proletária, algumas pessoas não conseguem ver claramente a corrente principal do movimento de massas, mas, pelo contrário, frequentemente tendem a ver suas correntes secundárias; enfatizam somente os defeitos isolados e transitórios do movimento de massas e não veem que as massas podem aprender a nadar nadando e a fazer a revolução no curso da revolução. Isto se dá porque esquecem o ensinamento do Presidente Mao de que “as massas são os verdadeiros heróis, enquanto nós mesmos somos muitas vezes infantis e ignorantes”; porque creem que somente eles são sábios enquanto as massas não o são, porque sempre se aferram à concepção burguesa do mundo e à metodologia burguesa e se apartam da concepção de mundo e metodologia proletárias. O resultado de tudo isto é que sua atitude para com o movimento revolucionário de massas é incorreta. Que algumas pessoas se sintam impotentes, retrocedam e lhes falte confiança frente às dificuldades existentes no trabalho, é outra manifestação deste tipo de concepção burguesa do mundo. Isto se deve a que não tem as massas em sua mente, não veem sua sabedoria e poder e, em consequência, não sabem ir buscar soluções entre as massas. Por esta razão, devemos estudar e aplicar criadoramente as obras do Presidente Mao, tomar como nossa arma os “três artigos permanentes” e Sobre a eliminação das concepções erradas no seio do Partido, destruir resolutamente o conceito de privado e promover o de público, transformar completamente nossa concepção de mundo, ser sempre leais ao Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo], persistir em confiar e apoiar-se nas massas e permanecer junto a elas em todo nosso trabalho, a fim de aplastar por completo a linha reacionária burguesa e levar até o fim a Grande Revolução Cultural Proletária.

(Diário do Exército Popular de Libertação, 10 de janeiro de 1967.)