Nota do blog: Dando continuidade à série de publicações iniciada com o documento “Máximas para os Revolucionários — Os ‘Três Artigos Permanentes‘”, publicamos a magistral obra “À Memória de Norman Bethune“ do Presidente Mao Tsetung, seguida da tradução não oficial de um estudo originalmente veiculado no Diário do Exército Popular de Libertação da China (“Jiefangjun Bao”, 21 de dezembro de 1966), republicado na revista Pequim Informa (“Peking Review”, Vol. 10, #8, 17 de março de 1967, p. 6-9). Como já havíamos destacado, os “três artigos permanentes” do Presidente Mao Tsetung são obras de imensurável valor político-ideológico e máximas para os comunistas e revolucionários de todo o mundo, que devem lê-los e estudá-los constantemente e aplicá-los em sua prática revolucionária concreta. Anteriormente, já publicamos a obra “Servir o Povo“ e, em sequência, também será publicada a obra “Como Yukong Removeu as Montanhas”.
À Memória de Norman Bethune
Mao Tsetung
21 de dezembro de 1939
O camarada Bethune1, membro do Partido Comunista do Canadá, tinha pouco mais de cinquenta anos quando foi enviado para a China pelo Partido Comunista do Canadá e pelo Partido Comunista dos Estados Unidos. Bethune não hesitou um só momento em transpor milhares de quilômetros para ajudar-nos na Guerra de Resistência contra o Japão. Chegou a Yenan pela primavera do ano passado, indo depois trabalhar no Vutaixan onde, para grande pesar nosso, veio a encontrar a morte, no seu posto. Aí está um estrangeiro que, sem qualquer interesse pessoal, fez sua a causa da libertação do povo chinês. De que espírito estava ele animado? Do espírito do internacionalismo, do comunismo, o espírito que todo e qualquer comunista chinês deve assimilar. O leninismo ensina-nos que a revolução mundial só pode triunfar se o proletariado dos países capitalistas apoiar a luta de libertação dos povos das colônias e semicolônias e o proletariado das colônias e semicolônias apoiar a luta de libertação do proletariado dos países capitalistas2. O camarada Bethune pôs em prática essa linha leninista. Nós, membros do Partido Comunista da China, devemos proceder do mesmo modo. Devemos unir-nos ao proletariado de todos os países capitalistas, ao proletariado do Japão, da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Alemanha, da Itália e dos demais países capitalistas; só assim será possível abater o imperialismo, libertar-se a nossa nação e nosso povo e libertarem-se as demais nações e povos do mundo. Tal é o nosso internacionalismo, o internacionalismo que opomos ao nacionalismo e patriotismo estreitos.
O espírito do camarada Bethune, esquecimento total de si próprio e devoção pelos outros, manifestava-se num profundo sentido das responsabilidades em relação ao trabalho e num ilimitado afeto pelos camaradas e pelo povo. Todos os comunistas devem tomá-lo como exemplo. Não são poucas as pessoas a quem falta o sentido da responsabilidade em relação ao trabalho; preferindo as cargas leves às pesadas, escolhem as leves e deixam as pesadas para os outros. Seja para o que for, tais pessoas pensam primeiro em si próprias e só depois nos outros. Assim que fazem um pequeno esforço, incham-se de vaidade e gabam-se, com medo de que os outros não reparem nisso. Não têm o menor carinho pelos camaradas e pelo povo, tratando-os até com frieza, com indiferença e insensibilidade. No fundo, não são comunistas ou, pelo menos, não podem considerar-se como verdadeiros comunistas. Entre os que regressavam da frente não havia quem , ao falar-se de Bethune, não manifestasse admiração por ele e não estivesse sensibilizado pelo seu espírito. Entre os militares e civis da região fronteiriça Shansi-Tchahar-Hopei, de todos aqueles que pessoalmente foram tratados pelo Dr. Bethune ou viram com os próprios olhos o trabalho deste, não há quem não se sinta emocionado com isso. Todos os membros do Partido devem assimilar esse espírito autenticamente comunista do camarada Bethune.
O camarada Bethune era médico, fazia da arte de curar a sua profissão; aperfeiçoando-se constantemente, distinguiu-se pela aptidão em todo o serviço médico do VIII Exército. Isso constitui uma excelente lição para todos aqueles que pensam em mudar de ofício assim que entreveem uma possibilidade de exercer outro, ou desdenham o trabalho técnico considerando-o insignificante, sem futuro.
Estive com o camarada Bethune uma só vez. Depois, ele escreveu-me diversas cartas. Mas, assoberbado pelo trabalho, só lhe respondi uma vez e nem mesmo sei se recebeu a minha carta. A sua morte causou-me profundo pesar. Agora, ao celebrarmos a sua memória, podem ver-se quão profundos são os sentimentos que o seu espírito nos inspirou. Todos devemos aprender dele o espírito perfeito de abnegação. Assim cada um poderá vir a ser de grande utilidade para o povo. Seja qual for a capacidade de um indivíduo, basta-lhe que possua esse espírito para ser um homem de nobres sentimentos, um homem íntegro, de alta moral, destituído de interesses vulgares, um homem útil ao povo.
Estudar “À Memória de Norman Bethune”
A seguir, é apresentada uma versão resumida do material compilado e publicado pelo “Jiefangjun Bao” (Diário do Exército Popular de Libertação) em 21 de dezembro de 1966, no 27º aniversário da publicação original do artigo do Presidente Mao “Em Memória de Norman Bethune”, como um guia para ajudar quadros e combatentes das companhias do EPL no estudo deste trabalho. – Ed.
À Memória de Norman Bethune foi escrito pelo Presidente Mao em 21 de dezembro de 1939, pouco após a morte do camarada Bethune.
Norman Bethune, eminente cirurgião, foi membro do Partido Comunista do Canadá. Em 1936, quando os fascistas alemães e italianos invadiram a Espanha, foi à frente para servir o povo espanhol em sua luta antifascista. Quando se desencadeou na China a Guerra de Resistência contra o Japão (1937-1945), veio a este país dirigindo uma equipe médica e chegou a Ienan em março ou abril de 1938. Ali foi recebido pelo Presidente Mao, que teve com ele uma conversa cordial. Mais tarde, foi levado à zona militar de Shansi-Tchahar-Hopei e foi designado conselheiro médico de tal zona. Em meio às duras condições da guerra, compartilhou os dias bons e difíceis com os quadros e combatentes do VIII Exército (percussor do Exército Popular de Libertação) e por cerca de dois anos trabalhou entusiasta e abnegadamente na atenção de enfermos e feridos, dando uma contribuição formidável à causa da libertação do povo chinês. Enquanto atendia a um paciente contraiu septicemia e morreu em 12 de novembro de 1939, na aldeia Juangshi, distrito de Tangsien, província de Jopei.
O Presidente Mao escreveu esta brilhante obra para homenagear este grande combatente internacionalista.
À Memória de Norman Bethune é um grande e clássico documento de educação comunista. Todo revolucionário, para estabelecer em si mesmo uma concepção comunista do mundo, necessita dele como material essencial de estudo básico. Ao mostrar este glorioso exemplo do camarada Bethune, esta magnifica obra explica de forma profunda e fácil de entender o que é o espírito do internacionalismo e comunismo que todo combatente revolucionário deve possuir. Durante mais de 20 anos, esta grande obra tem exercido uma incalculável influencia na educação e estimulo das amplas massas do povo e dos quadros da China. As grandes ideias que contêm nutriram a Lei Feng (combatente comunista do EPL que faleceu em 1963) e muitos outros combatentes do tipo de Lei Feng. O espírito comunista de “total dedicação aos demais sem a menor preocupação consigo mesmo” e de “desinteresse absoluto” exposto pelo Presidente Mao neste artigo é de enorme significado para formar e educar novas pessoas em comunistas, para transformar o aspecto espiritual de nosso povo e impulsionar a construção e a revolução socialistas em nosso país.
Ao estudar esta grande obra, devemos por especial atenção em assimilar os seguintes pontos:
1. Erradicar por completo o conceito de privado e estabelecer o de público, transformar nossa concepção de mundo e nos converter em uma nova pessoa, comunista
Ao chamar-nos a aprender do camarada Bethune, o Presidente Mao afirma: “Todos devemos aprender dele o espírito perfeito de abnegação. Assim cada um poderá vir a ser de grande utilidade para o povo. Seja qual for a capacidade de um indivíduo, basta-lhe que possua esse espírito para ser um homem de nobres sentimentos, um homem íntegro, de alta moral, destituído de interesses vulgares, um homem útil ao povo”. O Presidente Mao estabelece aqui um requisito básico para que um revolucionário se converta em um novo homem comunista, isto é, possuir o espírito de desinteresse absoluto do camarada Bethune, estabelecer a concepção proletária do mundo de sincera entrega ao interesse público.
O ponto de vista básico e geral de um indivíduo sobre o mundo constitui sua concepção de mundo. Todo homem tem sua própria concepção de mundo, na qual se baseiam seus pensamentos, palavras e ações. O Presidente Mao disse: “Esta mudança na concepção de mundo é uma mudança radical”. Uma mudança na concepção de mundo é uma mudança na posição de classe e de sentimentos de classe; uma mudança na atitude fundamental perante a vida, a sociedade, sobre todas as coisas; uma mudança no essencial de nosso pensamento. Ao mudar a concepção de mundo de um individuo se opera, necessariamente, uma mudança radical no pensamento e no estilo de trabalho. Todo revolucionário deve prestar o maior cuidado na transformação da sua concepção de mundo.
A concepção de mundo de uma pessoa é o reflexo de sua existência; tem caráter de classe. O Presidente Mao afirma: “(…) hoje, na matéria de concepção de mundo, basicamente só existem duas escolas, a proletária e a burguesa. Se não é uma é outra, ou a concepção proletária do mundo ou a burguesa”. O núcleo da concepção proletária do mundo é o conceito de completa entrega ao interesse público, o conceito de servir de todo coração ao povo, o espírito comunista de total dedicação aos demais sem a menor preocupação consigo mesmo. O núcleo da concepção burguesa do mundo é o conceito de privado, o egoísmo absoluto, tirar proveito à custa dos demais, o individualismo extremo. Portanto, para nós revolucionários, destruir o conceito de privado e estabelecer o de público, eliminar a ideologia burguesa do individualismo e estabelecer a proletária do coletivismo, constitui a questão chave de transformação da concepção de mundo e da revolucionarização ideológica.
Só quando um homem extirpa o conceito burguês de privado e estabelece com firmeza o conceito proletário de público, pode deixar verdadeiramente todo pensamento de buscar fama e lucro pessoal, não temer as dificuldades nem a morte e chegar a dedicar-se por completo aos demais sem a menor preocupação por si mesmo, servir inteira e totalmente, convertendo-se numa pessoa útil ao povo. Uma sociedade nova necessita de homens de novo tipo que a construa. É uma exigência da época socialista que os homens desta sociedade se transformem gradualmente em novos homens comunistas. Com um grande número destes homens podemos resistir, sem dúvida alguma, à corrosão do revisionismo, impedir a restauração do capitalismo, completar vitoriosamente a revolução e a construção socialistas e nos acercarmos, de forma gradual, do comunismo.
A erradicação do conceito de privado e o estabelecimento do conceito de público, na esfera ideológica, necessitam de um processo prolongado e árduo de luta. Esta luta não cessará enquanto existam as classes e a luta de classes. A propriedade privada tem uma existência de vários milênios: o conceito de privado das classes exploradoras que defendem a propriedade privada tem uma influencia muito profunda no homem. É um inimigo teimoso que se infiltra em todos os lugares. Pode ser plenamente rejeitado em um problema particular e de uma forma especifica hoje, mas, amanhã, aparecerá de novo em outra questão e sob outra forma. Portanto, a luta por erradicar o conceito de privado e fomentar o de público requer ser travada, repetida e permanentemente, por toda a nossa vida. Todo camarada jovem ou velho, de qualquer origem de classe, deve travar esta luta conscienciosamente.
2. Desenvolver o espírito internacionalista e considerar a revolução mundial como nossa própria responsabilidade
O Presidente Mao nos ensina: “Aí está um estrangeiro que, sem qualquer interesse pessoal, fez sua a causa da libertação do povo chinês. De que espírito estava ele animado? Do espírito do internacionalismo, do comunismo, o espírito que todo e qualquer comunista chinês deve assimilar”. O Presidente Mao explica aqui a seguinte questão importante: um combatente comunista deve ser internacionalista e deve tomar a revolução mundial como sua própria responsabilidade.
A causa comunista é a causa coletiva do proletariado internacional. Somente quando o proletariado liberte a humanidade pode alcançar definitivamente sua própria libertação. A revolução proletária significa por fim ao imperialismo, ao capitalismo e a todos os sistemas de exploração no mundo. Esta é uma causa muito grande e árdua. Somente quando o proletariado e os povos do mundo inteiro se unam, se apoiem mutuamente e travem uma luta comum, esta causa grandiosa pode ser levada até ao fim. A revolução em um país depende, principalmente, dos próprios esforços de seu povo e de suas lutas, mas o apoio e a assistência das forças revolucionárias internacionais são também uma condição indispensável. Sem o apoio e ajuda destas forças, de diversas formas, é impossível para qualquer país alcançar a vitória em uma revolução popular verdadeira. Também é impossível consolidar a vitória, uma vez obtida. Foi sobre a base de apoiar-se nos próprios esforços de seu povo e com a simpatia e apoio de todos os povos do mundo que a revolução na China obteve sua grande vitória. O Presidente Mao disse: “Os povos que temos conquistado a vitória em nossa revolução, devemos ajudar aos que ainda estão lutando por sua emancipação. Este é o nosso dever internacionalista”. Seguindo os ensinamentos do Presidente Mao, o povo chinês tem aplicado plenamente o espírito internacionalista do proletariado, apoiado e ajudado constante e firmemente a luta revolucionária das nações e povos oprimidos do mundo.
Os revisionistas contemporâneos, tendo como centro a camarilha dirigente do PCUS [Partido Comunista da União Soviética], não fazem a revolução nem permitem que outros a façam. Vendendo os interesses dos povos revolucionários, mancomunados com o imperialismo norte-americano no vão intento de sufocar as chamas que bradam da revolução dos povos do mundo. Na questão da luta do Vietnã contra a agressão norte-americana, seguem uma política contrarrevolucionária de duas caras: falso apoio e traição real. Tem traído completamente ao internacionalismo proletário e tem passado a ser cúmplices e lacaios do imperialismo ianque. Atualmente, os revolucionários de todo o mundo dirigem seus corações a Pequim e ao Presidente Mao. Nestas circunstancias, o povo chinês deve cumprir com deveres internacionalistas ainda maiores. O Presidente Mao disse: “Com uma superfície de 9.600.000 quilômetros quadrados e uma população de 600 milhões de pessoas, a China deve fazer uma contribuição comparativamente grande a humanidade”. Cada um de nossos camaradas devem compreender plenamente a atual situação internacional e a grande tarefa que recai sobre os nossos ombros. Com toda resolução, devemos por em pleno jogo o espírito internacionalista proletário, permanecer na primeira linha da luta revolucionária dos povos do mundo, apoiar esta luta e levar firmemente até o fim a luta contra o imperialismo e o revisionismo contemporâneo e a revolução mundial do proletariado.
Desenvolver o espírito do internacionalismo proletário significa vincular a revolução chinesa com a revolução mundial, unificar nossos esforços por ser revolucionários tanto no país como internacionalmente e combinar o patriotismo com o internacionalismo. Cada um de nossos camaradas deve esforçar-se por tornar ainda mais revolucionário seu pensamento com o fim de cumprir ainda melhor a tarefa revolucionária depositada sobre os nossos ombros, alcançar constantemente novos êxitos e fazer um trabalho melhor para a revolução e construção socialistas em nosso país, de modo que chegue a ser cada dia mais próspero e poderoso. Isto vai de encontro aos interesses fundamentais do povo chinês e constitui também um apoio eficaz a luta revolucionária dos povos de todo o mundo. Cada um de nossos combatentes revolucionários deve se manter, a todo o momento, em alta vigilância, fortalecer os preparativos contra a guerra, estar prontos para aplastar em qualquer hora uma agressão contra a China por parte do imperialismo ianque e seus cúmplices e tornar inexpugnável a defesa de nossa pátria.
A Grande Revolução Cultural Proletária que se desenvolve atualmente em nosso país está destinada a arrancar a raiz do revisionismo e garantir que nossa pátria socialista nunca mude de cor e avance sempre vitoriosamente. É um assunto de primordial importância que afeta o futuro e o destino de nosso Partido e Estado, assim como dos povos de todo o mundo. Devemos aplicar resolutamente a linha revolucionária proletária representada pelo Presidente Mao, nos opor com decisão à linha reacionária burguesa, aplastar por completo o punhado de pessoas dentro do Partido que ocupam postos dirigentes e seguem o caminho capitalista e levar a Grande Revolução Cultural Proletária até o fim.
3. Desenvolver o espírito comunista e manter um infinito sentido de responsabilidade no trabalho
O Presidente Mao disse: “O espírito do camarada Bethune, esquecimento total de si próprio e devoção pelos outros, manifestava-se num profundo sentido de responsabilidade com relação ao trabalho e num ilimitado afeto pelos camaradas e pelo povo. (…) Todos os comunistas devem assimilar esse espírito autenticamente comunista do camarada Bethune”.
Todos nós trabalhamos pelos interesses do povo e da revolução. Cada logro que alcançamos, guiados pela brilhante luz do Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo], é uma contribuição à revolução chinesa e mundial. Portanto, o infinito sentido de responsabilidade no trabalho, que nos é exigido pelos interesses da revolução, estabelece um critério importante sobre a lealdade de um combatente revolucionário para com o Partido, o povo e a revolução.
O infinito sentido de responsabilidade no trabalho é o espírito que nos ensina o Presidente Mao, o espírito de servir o povo de “todo o coração”, “por inteiro” e “totalmente”, o espírito de “ser consciencioso”, “a entrega abnegada, o entusiasmo e a energia no trabalho, a dedicação de todo coração ao dever público e o esforço consciente e tenaz”, o espírito de “ser ‘bois mansos’ do proletariado e das massas populares, dobrando a coluna para levar a carga até dar o último suspiro”. Isto exige que todos nós não trabalhemos pela fama ou pelo lucro, que sejamos intrépidos diante dos sofrimentos e da morte, mantenhamos toda a situação na mente e tenhamos plenamente em conta os interesses gerais, nos imponhamos altos índices de trabalho e sejamos exigentes para com nós mesmos, trabalhemos de maneira diligente e conscienciosa e com o máximo de cuidado, perseveremos na verdade e corrijamos nossos erros, cumprindo todas as tarefas segundo a norma de quantidade, rapidez, qualidade e economia, prestando atenção a síntese da experiência e que descubramos, inventemos, criemos e avancemos constantemente.
O Presidente Mao nos apontou: “O camarada Norman Bethune era médico dedicado à arte de curar e aperfeiçoava constantemente sua técnica”. Um infinito sentido de responsabilidade no trabalho significa seguir o exemplo do camarada Bethune, amar qualquer trabalho para o qual seja designado, tratar de aperfeiçoar sua habilidade no que faz e trabalhar de todo coração pela revolução. A causa revolucionária necessita da realização de toda classe de trabalhos especializados. Não importa qual seja a especialidade, deve-se dar prioridade à política, persistir em por a política no mando, colocar em primeiro lugar o trabalho político e ideológico e opor-se ao ponto de vista puramente técnico. É absolutamente necessário, na condição de que se ponha a política e a ideologia no mando, trabalhar por aperfeiçoar e melhorar a própria técnica profissional. Esta é uma expressão do sentido de responsabilidade para com a causa revolucionária.
Um infinito sentido de responsabilidade no trabalho está assentado na ideologia comunista. Somente uma grande ideologia pode dar lugar a uma grande força. Somente lutando firmemente pelo grande ideal do comunismo, vinculando nosso trabalho com a causa da revolução em seu conjunto e submetendo totalmente os interesses pessoais aos da revolução, pode-se alcançar um alto grau de consciência revolucionária e de sentido de responsabilidade revolucionária e por toda sua energia no trabalho. Isto foi precisamente o que fez o camarada Bethune. Dizia: “Meu único desejo é realizar maiores contribuições”. Uma vez, depois de um trabalho intenso, disse: “Quero dedicar cada minuto a nosso importante trabalho”. Jamais se esqueceu de seu trabalho, nem sequer nos últimos momentos de sua vida. Dizia: “Estou muito preocupado com os feridos na frente. Devo regressar lá, quando me sinta com forças”. Em seu testamento propôs à direção que “fossem organizadas imediatamente equipes para assistência médica na frente”. Seus pensamentos se dirigiam, inclusive, naquele momento, a problemas tais como sobre onde comprar medicamentos por preços menores.
4. Desenvolver o espírito comunista de ter um infinito carinho pelos camaradas e o povo
O “infinito carinho pelos camaradas e o povo” do camarada Bethune, que o Presidente Mao elogia, é outro critério importante da consciência comunista de um combatente revolucionário.
Todos nossos camaradas revolucionários somos irmãos de classe e estamos unidos pela grande causa do comunismo. Tudo o que fazemos é para servir o povo. Portanto, devemos tratar a todos os camaradas e ao povo com um ilimitado afeto. Somente desta forma podemos unir a todos os camaradas e ao povo, desenvolver ao máximo todos os fatores positivos e formar uma grande força para cumprir esta causa grandiosa sem precedentes na história da humanidade: o comunismo.
Demonstrar ilimitado afeto pelos camaradas e o povo significa seguir os ensinamentos do Presidente Mao: “Nas fileiras revolucionárias todos devem cuidar-se entre si, ter afeto e ajudar-se mutuamente”, isto é “servir o povo de todo coração, sem apartar-se das massas nem por um instante”, “preocupar-se mais pelo Partido e as massas que por qualquer indivíduo e mais pelos demais do que por si mesmo”, isto é “desejar as comodidades aos demais e tomar sobre seus ombros as cargas pesadas; [ser] os primeiros em suportar as dificuldades e os últimos em desfrutar das comodidades”.Neste sentido, o camarada Bethune é um brilhante exemplo para nós. Ele disse: “Qual é a responsabilidade de um médico, uma enfermeira, um auxiliar de enfermagem? Só uma: levar a felicidade aos pacientes e ajudá-los a recobrar sua saúde e força. Deve considerar a cada um deles como se fosse seu irmão, seu pai, pois, na verdade, o são. Inclusive, são mais íntimos que seus irmãos ou seus pais: eles são seus camaradas. Eles devem ser colocados sempre em primeiro lugar”. Isto foi o que disse e fez. Para salvar e curar os feridos do VIII Exército [precursor do Exército Popular de Libertação], deixou de lado a fadiga e enfrentou o perigo, ao cuidar deles demonstrou a maior consideração e preocupação. Em uma oportunidade, momento crítico em que o inimigo empreendia um ataque surpresa, ele insistiu em terminar de operar um soldado ferido. Respondeu ao soldado ferido que lhe aconselhava a sair rapidamente: “Se morrermos, morremos juntos. Se vivermos, viveremos todos. Não posso deixá-lo sem assistência”.
Fatos tão comoventes demonstram plenamente que só quando se estabelece a ideologia do coletivismo proletário, ao se colocar os interesses da revolução e do povo em primeiro plano e livrar-se do egoísmo, é possível ter sentimentos de classe profundos para com todos os camaradas e o povo e compartilhar realmente as penas e alegrias do povo; é possível preocupar-se pelo atraso dos camaradas e alegrar-se pelo progresso; é possível sacrificar satisfeito a si mesmo pelos demais e sentir o prazer de ajudar aos outros. Se alguém coloca seus interesses individuais acima de tudo e os considera como de primordial importância e sempre está pensando primeiro em como podem as coisas afetá-los, então não pode ter preocupação verdadeira nem carinho sincero por seus camaradas e o povo. Pessoas deste tipo são como as criticadas pelo Presidente Mao quando diz: “Não sentem carinho pelos camaradas e o povo e os tratam com frieza, indiferença e apatia”. Inclusive, se em alguma ocasião demonstram certo “carinho” pelos outros, o fazem somente para alcançar seus próprios fins e não pelos interesses da revolução. Se se parte do ponto de vista dos interesses pessoais, o resultado inevitável será a jactância, as lisonjas e a adulação entre os camaradas, o estilo filisteu que prejudica os organismos revolucionários.
Nosso infinito carinho por todos os camaradas e o povo provêm de nossa visão sobre as massas. Somente com o firme convencimento de que as “massas têm grande poder criador” é possível amar as massas, apoiar-se nelas, mobilizá-las audazmente, respeitar a sua iniciativa e tratar com pleno entusiasmo o movimento revolucionário de massas. Se uma pessoa considera-se como um homem sábio e esperto e trata as massas como se fossem ignorantes e incapazes, não terá infinito carinho pelas massas, mas se colocará acima delas atuando como um alto e poderoso burocrata, monopolizando e as substituindo em tudo e, quando as massas realmente forem mobilizadas as temerá, as reprimirá e irá contra elas.
Nosso ilimitado afeto para com todos os camaradas e o povo não é, em absoluto, a “paz e afeto” sem princípios, mas se baseia sobre princípios. Esta base é o Pensamento Mao Tsetung [hoje maoismo]. Devemos mostrar a maior preocupação, carinho e ajuda a todos aqueles que sintam realmente carinho pelo Pensamento Mao Tsetung. Ao constatar a existência de ideias não proletárias nossos os camaradas, devemos utilizar o método da “unidade-crítica-unidade” com o objetivo de esclarecer sua ideologia e unir aos camaradas. Enquanto que aos que se opõe ao Partido, ao socialismo e ao Pensamento Mao Tsetung, devemos travar lutas intransigentes contra eles e derrotá-los resolutamente. Somente desta forma podemos consolidar a unidade entre os revolucionários, expandir firmemente as forças revolucionárias, derrotar todos os nossos inimigos de classe e levar adiante a revolução de vitória em vitória.
(Diário do Exército Popular de Libertação, 21 de dezembro de 1966.)
- Membro do Partido Comunista do Canadá e célebre cirurgião. Em 1936, quando as hordas fascistas alemãs e italianas invadiram a Espanha, foi para a frente de combate e pôs-se ao serviço do povo espanhol em luta contra o fascismo. Em 1937, ao estalar a guerra de Resistência contra o Japão, deslocou-se para as regiões libertadas da China, chefiando uma equipe médica composta por canadenses e norte-americanos. Em Abril de 1938 chegou a Yenan, de onde partiu para a região fronteiriça Shansi-Tchahar-Hopei, onde trabalhou por dois anos. O seu espírito de sacrifício, ardor no trabalho e sentido de responsabilidade constituem um exemplo. No dia 12 de Novembro de 1939, morreu de uma septicemia contraída enquanto operava um ferido, no distrito de Tancien, Hopei. ↩︎
- Ver J. V. Stalin, “Fundamentos do Leninismo”, parte VI, “A Questão Nacional”. ↩︎