Liga Anti-Imperialista: Convocatória Pública (2024)

Nota do blog: Publicamos a seguir tradução não oficial da convocatória realizada pelo Comitê Fundador da Liga Anti-Imperialista – LAI, também repercutida pelo portal The Red Herald (O Arauto Vermelho). Neste documento, organizações democrático-revolucionárias do Brasil, Turquia, Equador e México convocam à “criação de uma organização internacional anti-imperialista (a Liga Anti-Imperialista) que una as amplas massas populares sob a direção do proletariado contra o imperialismo e todas as formas de reação, que apoie firmemente as guerras populares e as lutas de libertação nacional, que sirva às lutas dos povos de todo o mundo, que empreenda a tarefa indispensável de formar uma frente mundial anti-imperialista” e convidam “todas as forças anti-imperialistas a organizarem-se e a lutarem na LAI”.

CHAMADO À OPINIÃO PÚBLICA DO COMITÊ FUNDADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Anti-imperialistas do mundo, uni-vos!

ORGANIZEMOS UMA LUTA UNIDA CONTRA AS GUERRAS DE AGRESSÃO IMPERIALISTAS, AS GUERRAS INJUSTAS, TODAS AS FORMAS DE ATRASO E FASCISMO. ENVIEMOS O IMPERIALISMO E TODAS AS FORMAS DE REAÇÃO À LATA DE LIXO DA HISTÓRIA! LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Nossa convocatória ao proletariado internacional, aos povos oprimidos do mundo, às forças anti-imperialistas, aos revolucionários e democratas!

Como todos os grandes sistemas soberanos de exploração que existiram na história, o sistema imperialistas debate-se em crises econômicas, políticas, sociais e militares. Luta para sobreviver apesar das suas incessantes guerras predatórias, da sua opressão e exploração ilimitadas.

Nosso mundo se encontra em um momento de turbulência, profunda inquietude e mudança. Há apenas trinta anos, o imperialismo, especialmente o imperialismo ianque (EUA), proclamava o “fim da história”! Com a “Pax Americana”, declarou que a “paz eterna” era uma realidade. Através de uma gigantesca propaganda, difundiu-se por todo o mundo que a partir de agora se abriria o caminho para um futuro cheio de paz, democracia e prosperidade, garantido pela “polícia mundial”. A evolução dos acontecimentos desde estas palavras até hoje demonstrou que o “paraíso” prometido pelos imperialistas é um inferno na terra para as massas oprimidas dos povos do mundo. Desde a promessa dos imperialistas da “vida no grande paraíso”, não se passou um só dia sem guerra e destruição. Nunca na história da humanidade houve tanta comida e tanta fome. Mais de 25 mil pessoas morrem de fome todos os dias. Segundo dados oficiais, 280 milhões de pessoas em 59 países sofrem de fome extrema, enquanto mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de grave escassez de alimentos.

Por outro lado, uma enorme riqueza está concentrada nas mãos de poucos. Os 26 maiores multimilionários têm tanta riqueza quanto as 800 milhões de pessoas mais pobres. Enquanto os operários e trabalhadores do mundo perdem rapidamente o seu poder aquisitivo e o seu direito ao trabalho, se cria cada vez mais riqueza através de uma maior exploração em benefício dos monopólios. Enquanto as cinco pessoas mais ricas duplicaram a sua riqueza nos últimos três anos, 500 milhões de pessoas caíram na pobreza.

A dominação dos imperialistas em todos os países semifeudais, semicoloniais e atrasados e as políticas agrícolas aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. A terra agrícola é saqueada continuamente pelos grandes monopólios agrários e os grandes latifundiários, e a terra agrícola se concentra nas mãos de alguns poucos monopólios agrários internacionais e grandes latifundiários. A questão camponesa, isto é, a questão da terra, aumentou enormemente. Os maiores exploradores da agricultura mundial, os 1%, cultivam mais de 70% das terras agrícolas do mundo. Os camponeses pobres, os pequenos proprietários e os camponeses sem terra, que constituem quase metade da população mundial, possuem 30% das terras agrícolas do mundo e produzem ao menos 70% dos alimentos consumidos em todo o mundo. As políticas agrícolas impostas pelos imperialistas pioraram a situação dos camponeses pobres e sem terra, em particular através do aumento da exploração e do confisco de terras. As massas camponesas, cuja pobreza aumentou, que lutam contra a fome e foram expulsas das suas terras, são obrigadas a viver em barracos pobres nas cidades. Especialmente nos países semifeudais e semicoloniais, o domínio dos imperialistas e as políticas agrárias aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. As crescentes ondas de migração nas zonas rurais são uma consequência do semifeudalismo e do semicolonialismo causados pela dominação imperialista.

Desde a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992, as emissões aumentaram 60% em vez de diminuir. Especialmente nos países oprimidas, foram criadas novas zonas para que os imperialistas aumentem a sua exploração sob o pretexto de proteger o “meio ambiente natural”. As indústrias e os recursos naturais destes países foram ainda mais destruídos e a situação das massas, especialmente dos camponeses e dos povos indígenas, piorou.

As guerras que começaram apenas em 2001 – Iraque, Líbia, Afeganistão, etc. – causaram direta e indiretamente a morte de 4,7 milhões de pessoas. Na atualidade, mais de 110 milhões de pessoas em todo o mundo se viram deslocadas por guerras, perseguições e conflitos de todo tipo. A guerra de agressão sionista contra o povo palestino não é uma exceção, nada mais é do que a verdadeira face do imperialismo e da reação mundial. Só a ocupação sionista assassina de Gaza provocou a morte de mais de 35.000 palestinos desde outubro de 2023, para além dos mais de dez mil desparecidos sob os escombros. Na Palestina foram mortos mais jornalistas, médicos e trabalhadores humanitários do que nos vinte anos da Guerra do Vietnã ou nos oito anos da Guerra do Iraque.

O imperialismo é reacionário em todos os âmbitos, é uma perda de direitos. É uma reação permanente que abre o caminho ao fascismo. As leis e tratados internacionais sobre genocídio, crimes de guerra e os chamados direitos humanos são jogados ao mar pelos seus criadores e só são aplicados quando os interesses dos diversos imperialistas estão em jogo. A supressão da solidariedade com a Palestina na Europa, Estados Unidos e outros países demonstrou que, nos países imperialistas, os direitos democráticos básicos de liberdade de expressão, reunião e organização, dos quais as sociedades burguesas tanto se orgulham, são facilmente violados. Nem sequer os direitos mínimos dos presos políticos confinados nos cárceres do imperialismo e seus sequazes em todo o mundo estão garantidos. Há também centenas de milhares de perseguidos, detidos, assassinados e desaparecidos.

O imperialismo existiu ao custo de guerras terríveis e destrutivas para a imensa maioria da humanidade. Por todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só. Apesar de todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só.

Só através da organização e da luta de bilhões de pessoas em todo o planeta será possível erradicar os imperialistas e os seus lacaios da face da terra. As massas são as criadoras da história e nada pode ser alcançado sem elas. A tarefa dos setores avançados do povo, comunistas, revolucionários, democratas, operários e camponeses conscientes, intelectuais progressistas e a juventude é unir-se à maioria do povo, superar as vacilações e mobilizar a luta da imensa maioria.

O imperialismo desperta a profunda ira dos povos do mundo e prepara as condições materiais e morais para a luta das grandes massas populares. Em muitas partes do mundo, os operários e trabalhadores estão organizando protestos e manifestações massivas pelos seus direitos econômicos, democráticos e políticos.

É uma tarefa urgente unir o proletariado internacional, os povos oprimidos e as lutas das nações oprimidas do mundo para alcançar uma ampla unidade nacional e internacional contra a agressão bélica imperialista, as guerras injustas, a reação e o fascismo. As condições são favoráveis para unir a maioria dos povos contra os imperialistas e os seus instigadores.

Os imperialistas são tigres de papel”. O Poder Unido dos Povos Oprimidos e Explorados do Mundo destruirá o “Tigre de Papel”!

O imperialismo, fase superior do capitalismo, é um sistema monopolista, decadente e moribundo de exploração e saqueio que existe com contradições que inevitavelmente preparam o seu próprio fim. Todo o sistema se baseia na capacidade do capital monopolista de maximizar o lucro. O aprofundamento e ampliação da exploração, a destruição ilimitada da natureza e a aniquilação dos habitats naturais dos seres vivos, o apoio a todo tipo de reação, a criação e apoio de inimizades entre os povos, a prevenção do autogoverno e independência nacional dos povos, as intermináveis guerras injustas para redistribuir os mercados, o enorme aumento dos fundos destinados aos orçamentos de guerra servem apenas a um propósito: garantir a manutenção da dominação do mundo pelos monopólios a todo custo. Desde a transição do capitalismo de livre concorrência ao capitalismo monopolista, vimos duas grandes guerras imperialistas de redistribuição que custaram milhões de vidas para manter este sistema, ocupações diretas por parte dos imperialistas e dezenas de guerras regionais sob a direção e provocação dos imperialistas. Na época em que estamos, estas guerras continuam e continuarão. As guerras injustas e as ocupações são, por um lado, o resultado da política de dominação absoluta dos imperialistas e, por outro, significam a criação de enormes lucros para a indústria bélica. O imperialismo é responsável por bilhões de pessoas que vivem na escravidão, pela opressão de povos inteiros. Os operários e trabalhadores do mundo, os povos oprimidos, carregam o fardo de todo tipo de exploração e brutalidade para a dominação do capital financeiro. Bilhões de pessoas lutam pelas suas vidas nas condições mais duras e sofrem a opressão dos imperialistas e seus lacaios.

O imperialismo norte-americano é a potência hegemônica desde a Segunda Guerra Mundial, a repartilha imperialista do mundo, é o ator principal de todo tipo de exploração, saqueio, guerras injustas e ocupações no mundo. Embora o imperialismo chinês, russo, britânico, alemão, francês, etc. tenha ganho mais influência nos parâmetros econômicos, políticos e militares do mundo em comparação com o passado, o imperialismo norte-americano segue estando no centro do sistema imperialista e é o principal ator que determina o curso dos acontecimentos. Por outro lado, paralelamente à intensificação das contradições entre eles, os imperialistas tentam consolidar as suas posições mútuas repartindo entre si as potências que dependem deles. Portanto, apesar das contradições entre eles, formam diversas alianças econômicas, militares e políticas para garantir a continuidade do sistema e a sua própria posição. Como sempre, são os trabalhadores, os pobres e os povos oprimidos do mundo que são afetados pelas consequências destrutivas do aprofundamento das contradições e desavenças entre os imperialistas e os seus seguidores.

A Grande Revolução de Outubro de 1917 e a onda de novas revoluções democráticas e revoluções socialistas que libertaram um terço da população mundial do sistema imperialista, bem como os reveses do socialismo, prepararam o terreno para os imperialistas continuarem impiedosamente a sua agressão cada vez maior contra os trabalhadores e os povos oprimidos do mundo. No entanto, as condições que dão aos imperialistas e aos seus lacaios uma vantagem relativa estão chegando ao seu fim.

Os centros imperialistas, que propagam as “virtudes” do seu sistema explorador com o argumento de ser um “regime democrático”, aumentam a influência e a autoridade das forças repressivas do Estado burguês, tanto de direito como de fato, e utilizam cada dia mais a violência de Estado contra a população devido aos problemas de governabilidade, agravados pelo aprofundamento da crise geral do imperialismo. Além da polícia e da gendarmaria, as forças do exército também estão sendo utilizadas contra o povo, enquanto os partidos e organizações racistas-fascistas dentro e fora do parlamento estão tornando-se eficazes e as forças de reserva da contrarrevolução estão sendo reforçadas. A crise geral do sistema imperialista e o aprofundamento e ampliação das contradições fazem com que os Estados burgueses acentuem o aparato de violência, o façam mais visível e o utilizem na prática. Isto é um sinal do recrudescimento da luta de classes e de que esta se recrudescerá ainda mais nos próximos períodos e de que os Estados soberanos burgueses se organizarão contra os seus “coveiros”.

À medida que se aprofunda a crise do capitalismo e aumenta o preço imposto aos povos, as manipulações da burguesia sobre o povo perdem cada vez mais o seu efeito, e a classe operária e os povos oprimidos expressam nas ruas, inclusive nos países centrais do sistema imperialista, a sua ira e a sua resistência contra as contradições dominantes. Apesar dos enormes recursos e poder de opressão de que dispõem os imperialistas e os seus lacaios, os operários, camponeses e povos oprimidos, especialmente na Ásia, África e América Latina, resistem gloriosamente ao custo de grandes sacrifícios. A heroica resistência das forças de libertação nacional e anticolonialistas palestinas contra a reação sionista de Israel, apoiada pelos imperialistas com todos os seus meios, é uma das expressões concretas disto. Estes acontecimentos são sinais de que uma nova onda revolucionária está em pleno desenvolvimento. O que ainda não se desenvolveu suficientemente são as organizações que podem assumir e dirigir esta onda progressista. Precisamos criar alianças de forças mais fortes, mais sistemáticas e o mais amplas possíveis. Não temos tempo a perder e nos distrairmos. Os pontos de inflexão históricos requerem intervenções históricas. O ditado de que a história não perdoa lacunas expressa uma realidade. Se não realizarmos as intervenções adequadas, se não encontrarmos os meios e métodos para cumprir o nosso papel subjetivo nestes momentos de ruptura histórica, os imperialistas e os seus lacaios se beneficiarão ao máximo.

A luta anti-imperialista é uma parte direta da luta de classes. A fundação da LAI é uma das formas concretas de intervenção revolucionária nas condições em que a luta de classes se recrudesce e a agressão imperialista e reacionária tenta impiedosamente manter o seu domínio. A linha política da LAI enfatiza a necessidade de uma estrutura anti-imperialista coerente e sublinha a necessidade de uma linha anti-imperialista fundamentada pela concepção científica de mundo do proletariado. Portanto, fará parte da transformação revolucionária e desempenhará um papel ativo e decisivo na luta contra o sistema imperialista que governa o mundo.

A linha política anti-imperialista da LAI tem um caráter mobilizador para uma luta consequente contra o imperialismo. A ira e a resistência das classes e setores alheios ao proletariado contra o imperialismo conterão limitações e ambiguidades devido à sua compreensão do anti-imperialismo e ao significado que atribuem à luta anti-imperialista. A ampliação destes limites e a superação das contradições podem ocorrer paralelamente ao desenvolvimento da concepção de mundo do proletariado nesta luta.

A linha defendida pela LAI representa as justas e legítimas reivindicações dos operários, trabalhadores, camponeses pobres e sem terra, povos e nações oprimidas de todo o mundo. A LAI não está em um estado de oposição geral ou de lamentações sobre a situação existente; pelo contrário, quer mudar esta situação e se posiciona como sujeito ativo da luta para realizar esta mudança.

Em nossa época, a luta anti-imperialista também está estritamente vinculada à luta democrática. Os princípios e valores da democracia à escala mundial desintegraram-se nas mãos da burguesia, e a luta pela democracia e o democratismo consequente adquiriram uma unidade de caráter anti-imperialista. Isto significa uma maior integração dos povos oprimidos nos valores, princípios e linha política da democracia proletária com o seu caráter anti-imperialista consequente.

Neste contexto, a luta democrática à escala mundial também se caracteriza pela resistência à exploração, aos valores, à hegemonia política e à ideologia do imperialismo.

A LAI sublinha que a causa principal da fome, da pobreza generalizada, da desigualdade e das guerras injustas é o sistema imperialista. Este sistema está conduzindo o mundo a uma grande catástrofe. A humanidade assistirá em silêncio este visível declínio e deslizará para a extinção ou resistirá a ela com todas as suas forças. Neste contexto, a LAI se define como parte direta da luta de classes e representa uma das duas linhas fundamentalmente opostas nesta luta.

A LAI defende seus princípios básicos: resistência ás guerras injustas, apoio às lutas de classe e de libertação nacional, defesa dos presos políticos. A LAI apoia as lutas econômicas e políticas dos trabalhadores, defende os direitos dos camponeses contra a exploração e apoia as lutas pela independência social e nacional. Se opõem à discriminação e defende o direito dos povos oprimidos à autodeterminação.

A LAI está cada vez mais comprometida com os direitos das mulheres, dos jovens e das minorias, e dá ênfase na educação, no desenvolvimento cultural e na proteção do meio ambiente. Aborda questões como o trabalho infantil, a destruição de habitats e o direito à moradia, já que considera que são consequências da exploração imperialista.

A LAI se opõe à privatização generalizada dos sistemas de saúde, denuncia os crimes dos monopólios farmacêuticos e luta pelo acesso universal aos serviços de saúde. A LAI se opõe às políticas de migração repressivas, mas centra-se nas causas profundas da migração forçada e luta contra estas causas.

A LAI rechaça as alianças a serviço da indústria bélica e enfatiza como os problemas ambientais estão vinculados à exploração imperialista. Defende diretamente os objetivos anti-imperialistas no movimento ambientalista e dá prioridade ao bem-estar das pessoas na resolução dos problemas ambientais.

Nossa convocatória a todas as forças anti-imperialistas:

Para o sistema capitalista, tudo serve como mercadoria para obter lucros e utilizá-los para a reprodução ampliada do capital. As pessoas, as comunidades, os demais seres vivos e a própria natureza não têm outro significado para o sistema capitalista senão ser uma mercadora para obter lucros. Estas relações de produção e distribuição são a causa de todos os problemas da humanidade. Este sistema não se limita a realizar-se apenas através da exploração econômica, ou seja, estas relações de produção e distribuição criam formas de homem e de sociedade adequadas para isso. Com a hegemonia ideológica e cultural que cria, cria formas humanas e sociais que lhe obedecem e aceitam o que existe como uma necessidade. Embora seja a origem dos problemas, força os problemas a ocorrerem fora de si mesmo. Objetiva garantir que a solução para os problemas seja desdobrar-se em si mesmo e esperar a ajuda de si mesmo. Portanto, devemos lutar contra o sistema capitalista, devemos lutar em diferentes frentes para centralizar ao máximo todos estes âmbitos de resistência e de luta, para não romper o vínculo entre eles e dirigi-los à fonte principal que cria os problemas.

A pobreza, o desemprego, as condições de trabalho sob escravidão, o acesso aos direitos humanos mais elementares é cada dia mais difícil, as guerras injustas aumentam, dezenas de milhões de pessoas abandonam as suas terras e convertem-se em refugiados. O despejo de milhões de massas camponesas e de povos indígenas das suas terras devido à apropriação de terras agrícolas em interesse dos monopólios internacionais e dos grandes latifundiários, a difusão de organizações racistas, fascistas e religiosas, a destruição inimaginável da natureza, são os resultados visíveis da ordem imperialista de saqueio e pilhagem em que vivemos.

Em todas as regiões do mundo há oposição e resistência a esta situação, que atingiu proporções insuportáveis para a classe operária e as massas oprimidas, exploradas e reprimidas que vivem nestas condições e estão diretamente expostas às práticas deste sistema brutal. Todavia, ainda não possuem uma linha de luta e organização que una as suas forças com uma perspectiva e organização adequadas para lutar contra os seus inimigos comuns. Não podem repelir os ataques dos imperialistas e das classes dominantes que deles dependem, ainda que consigam êxitos, eles são temporários e mesmo a sua forte resistência pode ser esmagada pelos imperialistas e os seus serviçais.

A classe operária e as massas oprimidas e exploradas só podem travar uma luta vitoriosa contra este sistema cruel e apodrecido em que vivem se estiverem unidas sob um ponto de vista e uma direção corretos. Esta é uma realidade necessária e obrigatória para cada país e para o mundo inteiro. Não importa quão forte que seja a opressão e o terror contra as massas que não têm um ponto de vista correto e não se unem sob uma direção correta, não importa quão profunda e insuportável se torne a exploração, esta ordem cruel continuará. A história milenar das sociedades de classes demonstrou esta realidade inúmeras vezes.

Temos a experiência de luta e os êxitos do proletariado internacional e dos povos oprimidos. Sabemos como podemos vencer e porquê perdemos. Na época atual, os imperialistas e os seus lacaios têm dominado o mundo, mas os trabalhadores, os povos e as nações oprimidas do mundo têm sido capazes de derrotá-los muitas vezes e construir o seu próprio poder. Só conseguiram isto unindo as suas forças contra o imperialismo e todo tipo de reação sob uma direção correta. É disso que precisamos hoje também. A organização da LAI é um passo para satisfazer esta necessidade.

Os princípios e objetivos básicos da Liga Anti-Imperialista (LAI) proporcionam um quadro global para uma luta anti-imperialista consequente à escala mundial. A LAI oferece uma compreensão global e baseada em princípios da luta anti-imperialista, abarcando uma ampla gama de questões e unindo diferentes classes e grupos oprimidos em uma causa comum.

A classe operária e os povos oprimidos e reprimidos pagam um alto preço por viverem sob os efeitos da opressão e exploração imperialistas. Enfrentamos a injustiça de classe, o saqueio das nossas terras, a exploração da classe operária, a violação dos direitos da mulher e muitos outros problemas. Mas em vez de lutar separadamente, podemos unir-nos para aumentar a nossa força e oferecer uma resistência unida a este sistema apodrecido.

Os operários e trabalhadores do mundo, os camponeses pobres e sem terra, os povos indígenas que estão sendo despejados das suas terras e do seu habitat em nome de megaprojetos, estão respondendo e lutando contra a agressão dos imperialistas e os seus lacaios. Na luta dos camponeses pobres e sem terra e dos povos indígenas, do Brasil ao México, para proteger as suas terras, na fúria dos trabalhadores do Bangladesh que trabalham para os monopólios imperialistas em condições de escravidão, na forte resistência de milhões de pessoas que enchem as ruas em muitos cantos do mundo contra os massacres do sionismo israelense contra o povo palestino, nas ações da classe operária estadunidense, britânica, grega, indiana e italiana, que se negam a transportar ou tentam impedir o transporte de material bélico. Em suma, os convocamos para que sejam a voz unida e o portador unido desta voz daqueles que lutam contra as consequências do sistema imperialista em quase todo o mundo e levam a sua ira às ruas.

Estamos conscientes do peso histórico que a luta de classes colocou sobre os nossos ombros. Temos a consciência e a fé para derrotar os imperialistas e todos os reacionários. Acima de tudo, acreditamos no poder de bilhões de pobres e oprimidos que anseiam e merecem um mundo mais habitável.

Convocamos à criação de uma organização internacional anti-imperialista (a Liga Anti-Imperialista) que una as amplas massas populares sob a direção do proletariado contra o imperialismo e todas as formas de reação, que apoie firmemente as guerras populares e as lutas de libertação nacional, que sirva às lutas dos povos de todo o mundo, que empreenda a tarefa indispensável de formar uma frente mundial anti-imperialista.

Seguindo este chamado, formamos a barricada anti-imperialista dos povos pobres e oprimidos contra todas as formas de agressão imperialista.

Com esta perspectiva, convidamos todas as forças anti-imperialistas a organizarem-se e a lutarem na LAI.

Unamos as lutas do proletariado internacional, dos povos oprimidos e das nações oprimidas para varrer o imperialismo e os seus sequazes da face da terra!

Contra as guerras de agressão imperialistas, as guerras injustas, o fascismo e todas as formas de reação: Construamos a Liga Anti-Imperialista!

ORGANIZEMO-NOS NA LIGA ANTI-IMPERIALISTA, AMPLIEMOS JUNTOS A LUTA ANTI-IMPERIALISTA!

COMITÊ ORGANIZADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA:
PARTİZAN (TURQUIA)
FRENTE REVOLUCIONÁRIA DE DEFESA DOS DIREITOS DO POVO (BRASIL)
FRENTE DE DEFESA DAS LUTAS DO POVO (EQUADOR)
CORRENTE DO POVO-SOL ROJO (MÉXICO)

1º de junho de 2024