Literatura: Poemas revolucionários chineses

Nota do blog: Publicamos a seguir dois poemas produzidos durante o processo da Grande Revolução Chinesa (GRC). O primeiro deles, escrito por Ke Ciun-Ping, é um canto escrito antes de 1949, nas áreas já libertadas e dominadas pelo Exército Vermelho. O segundo foi escrito por Tien Cien no dia da libertação de Pequim, no outono de 1949. Produções como estas são importantes para destacar a intrínseca ligação da revolução com a produção cultural das massas, que ao se libertarem das amarras de seus exploradores podem produzir e consumir uma nova cultura.

Coro

Ke Ciun-Ping

Se nos perguntam de onde viemos,
nós respondemos: viemos do povo.
Se nos perguntam para onde vamos,
respondemos: vamos ter com o povo,
para aprender com a experiência autêntica
de milhares e milhares de anos.

Viemos para mobilizar a gente,
para produzir e resistir ao inimigo.
A força do povo é ilimitada
e só dele é que a podemos obter;
viemos para aprender como prestar auxílio,
libertar as terras e abrir vias novas.

Dentro destes limites, nas zonas democráticas
já nos movemos com liberdade;
aqui cultivaremos a flor da vitória
para que possa florir sobre estas áridas colinas.

Profecia

Tien Cien

Eu não preciso que me leiam o futuro
ou coisa desse gênero;
hoje, tenho a certeza que o meu destino
é certamente bom.

É na realidade grande sorte
ter nascido neste dia
com a responsabilidade
dum mundo novo sobre os ombros;

sabendo que só
onde acenar uma bandeira vermelha
pode nascer
um novo dia.

Recusarei a velha sociedade
e saudarei o novo dia
Porei nos meus cantos todo o meu coração
para que o mundo os escute.

Agora, sou um homem novo
e escrevo novas poesias:
ao som dos timbales revolucionários
dentro da minha grande nova família.