F. W.
05 de Março de 2024
Imagem em destaque: Mapa dos distritos de Chhattisgarh.
Nas últimas semanas têm havido, alegadamente, numerosas ações levadas a cabo pelas guerrilhas maoistas indianas, que ocorreram no quadro da Guerra Popular liderada pelo Partido Comunista da Índia (Maoista)–PCI(M). Todas estas ações que relatamos foram levadas a cabo no estado federal de Chhattisgarh, uma fortaleza maoista. Durante o mês de Fevereiro informamos sobre outras ações.
Durante o mês de Fevereiro, dois paramilitares teriam sido eliminados e outro teria sido ferido em ações alegadamente levadas a cabo pelos maoistas no distrito de Bijapur. No domingo, 11 de Fevereiro, um paramilitar ficou ferido após acionar um dispositivo explosivo improvisado (IED). No domingo, 18 de Fevereiro, um comandante dos paramilitares teria sido emboscado e eliminado com um machado a apenas 200 metros do acampamento onde as tropas estavam localizadas. Além disso, no domingo, 25 de Fevereiro, outro paramilitar foi eliminado após acionar um IED.
Na primeira semana de março houve outras duas vítimas pelo lado do velho Estado indiano: no dia 1 de Março, um líder do Partido Bharatiya Janata (BJP) foi eliminado, depois de ter sido, alegadamente, emboscado com armas brancas no distrito de Bijapur. No ano passado, sete líderes do BJP foram eliminados em circunstâncias semelhantes em Chhattisgarh. No domingo, 3 de Março, no distrito de Kanker, um oficial dos paramilitares Bastar Fighters, foi eliminado em um tiroteio com guerrilheiros maoistas, no qual um guerrilheiro maoista também foi alegadamente eliminado. Mas, em relação a estas baixas maoistas, hoje em dia esses números fornecidos pelo velho Estado indiano estão sendo questionados. No distrito de Chhattisgarh, a repressão contra o povo indiano foi exacerbada e houve vários relatos de novos falsos encontros entre alegados maoistas e as forças repressivas do país. Os camponeses distritais salientam que as alegadas baixas maoistas conseguidas pelas forças repressivas indianas são falsas e que são vítimas de falsos encontros. Neste caso, três camponeses foram mortos pela polícia de Kanker, que alegou que estes camponeses assassinados eram maoistas, mas as famílias das vítimas negaram.
Como informamos, as organizações de direitos democráticos, como a Campanha Contra a Repressão do Estado (CASR) e o Fórum Contra a Corporativização e a Militarização (FACAM), denunciam este tipo de práticas repressivas, e também denunciam que estes são casos comuns em Chhattisgarh. Esses encontros nada mais são do que assassinatos disfarçados de civis inocentes em áreas onde os maoistas têm uma forte presença. Assim, é possível continuar aterrorizando a população, tentando cortar os seus laços com os maoistas e ainda aumentar os números oficiais de baixas da guerrilha emitidos pelo velho Estado indiano.