Declaração da Liga Comunista Internacional (LCI) sobre Lenin (Fevereiro, 2024)
Proletários de todos os países, uni-vos!
CAMARADA LENIN, FAROL DO PROLETARIADO INTERNACIONAL E GRANDE MESTRE DO MARXISMO-LENINISMO-MAOISMO, ILUMINA O CAMINHO DA UNIDADE PARA O MOVIMENTO COMUNISTA INTERNACIONAL
“Nós formamos o exército do grande estratega proletário, o exército do camarada Lenin. Não há nada maior que a honra de pertencer a este exército …” (Stalin)
Como mostram as páginas da história, em 21 de janeiro de 1924, o camarada Lenin, o grande dirigente da classe operária e dos povos oprimidos do mundo, o segundo grande marco do marxismo-leninismo-maoismo, se converteu em imortal e deixou um grande legado de incalculável valor. Os ensinamentos do Camarada Lenin, quem transformou o “mundo do futuro”, sob os alicerces estabelecidos por Marx e Engels, de uma possibilidade abstrata em uma realidade concreta, ainda são completamente relevantes após um século de grandes agitações no mundo. Para poder adentrar corretamente na luta de classes, deve-se aceitar esta “realidade” para poder orientar-se a si mesmo. Essa “realidade” é ao mesmo tempo uma cura contra o reformismo, o revisionismo e o cretinismo parlamentar, que significam capitulação e compromisso com as ideologias dominantes de qualquer tipo. É a garantia de fé e determinação de que um mundo comunista pode ser criado.
LENIN COMO O MESTRE DO COMUNISMO QUE QUEBROU O GELO E ABRIU O CAMINHO CONTRA A REAÇÃO INTERNACIONAL E O REVISIONISMO
Identificar corretamente as contradições na história da luta de classes, compreender os momentos de ruptura histórica e estar preparado nesse momento de ruptura foram as façanhas mais sobressalentes do camarada Lenin em sua luta até sua imortalidade. Após a morte de Marx e Engels, a direção do proletariado internacional foi tomada durante longo tempo pelo oportunismo da Segunda Internacional, e nas palavras do camarada Stalin: “Um período em que partidos da II Internacional não eram capazes de tomar o mando da luta teórica para livrar o proletariado internacional e os países oprimidos do mundo da influência deste oportunismo e compromisso de classe social-democrata. Ademais da luta teórica pela libertação do proletariado internacional e dos povos oprimidos do mundo, com a fundação da Internacional Comunista, ele desenvolveu uma forma de organização e luta apropriada às dinâmicas da luta de classes no novo período do capitalismo.”
O camarada Lenin transformou o Partido Comunista e a Internacional Comunista em um instrumento de guerra contra a burguesia ao livrar o Partido Comunista e o movimento da Internacional Comunista dos grilhões das formas legais de luta: “Em vez de uma política revolucionária, um filisteismo flácido e uma politicaria de praticismo mesquinho, diplomacia parlamentar e combinações parlamentares. Naturalmente, para guardar a aparência se adotavam resoluções e consignas ‘revolucionárias’, mas com o único fim de colocá-las debaixo do tapete…”. “Entretanto, se acerva um novo período de guerras imperialistas e de batalhas revolucionárias do proletariado. Os antigos métodos de luta resultavam, a olhos vistos, insuficientes e precários ante a onipotência do capital financeiro. Se impunha revisar todo o labor da II Internacional, todo seu método de trabalho, extirpando o filisteismo, a estreiteza mental, a politicaria, a apostasia, o social chauvisnismo e o social pacifismo. Se impunha revisar todo o arsenal da II Internacional, remover a ferrugem e todo o caduco e forjar novas armas. Sem este labor prévio, não havia como se pensar em se lançar a guerra contra o capitalismo. Sem isto, o proletariado corria o risco de se encontrar, diante de novas batalhas revolucionárias, mal armado ou, inclusive, indefeso. A honra de levar a cabo a revisão geral e a limpeza geral dos estábulos de Augias da II Internacional correspondeu ao leninismo.” (Princípios do Leninismo)
O camarada Lenin, com seu gênio, agarrou o núcleo da contradição e se deu conta que a luta contra a burguesia não podia ser suficientemente efetiva e exitosa sem sacudir as cargas que pesam nas costas do proletariado internacional, sem combater o revisionismo e o oportunismo, sem mostrar às massas o verdadeiro caráter destas posições na teoria e na prática, isolando-os na medida do possível. Ao estabelecer o vínculo dialético e necessário entre a “luta interna” e a “luta externa”, levando a cabo uma dupla luta.
O camarada Lenin deixou aos comunistas a extremamente importante lição de que a luta contra o revisionismo e o oportunismo não pode ser separada da luta contra o imperialismo e todas as formas de reação dominantes. Ao contrário, a luta contra o imperialismo deve ser purificada do revisionismo e oportunismo.
MANTER NO ALTO OS ENSINAMENTOS DE LENIN NA AGUDIZAÇÃO DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA IMPERIALISTA
O sistema imperialista, o qual o camarada Lenin analisou em detalhe no início do século XX, sobreviveu no último período, mas suas contradições estão se agudizando e está em uma espiral de contradições antagônicas insolúveis. Apesar da dissolução da URSS e do processo de integração ao sistema capitalista que a China atravessou, o que preveniu que as contradições explodissem por um tempo, a lei do desenvolvimento desigual do capitalismo continuou e a rivalidade interimperialista se desenvolveu à etapa de “desintegração” com guerras regionais. Isto mostra que a crise do sistema existe e que as “soluções” anteriores já não funcionam. Os imperialistas, que durante um longo tempo mantiveram-se em meio a suas crises ao enviar as cargas do sistema às semicolônias e aprofundando o saqueio das semicolônias, também chegaram a um ponto morto.
Um dos pontos explosivos dos problemas inerentes ao sistema imperialista, o qual se desenvolveu em concordância com a definição de Lenin do imperialismo, é de que a luta interimperialista, a qual se manifestou de várias formas nos últimos anos, está sendo travada nas guerras regionais. Quando Lenin enumerou as contradições do imperialismo, mencionou a contradição interimperialista como uma das três contradições mais importantes.
Podemos notar que os desenvolvimentos estão de acordo com as observações do camarada Lenin sobre o caráter e as contradições do imperialismo: “A segunda contradição é a existente entre os distintos grupos financeiros e as distintas potências imperialistas em sua luta pelas fontes de matérias-primas, por territórios alheios. O imperialismo é a exportação de capitais às fontes de matérias-primas, a luta furiosa pela posse monopolistas dessas fontes, a luta por uma nova repartilha do mundo já repartido, luta mantida com particular encarniçamento pelos novos grupos financeiros e pelas novas potências, que buscam ‘um lugar sob o sol’, contra os velhos grupos e as velhas potências, tenazmente aferrados a suas conquistas. A particularidade desta luta furiosa entre os distintos grupos de capitalistas é que desterra como elemento inevitável as guerras imperialistas, guerra pela conquista de territórios alheios. Esta circunstância tem, por sua vez, a particularidade de que carrega o mútuo debilitamento dos imperialistas, quebranta as posições do capitalismo em geral, aproxima o momento da revolução proletária e faz dessa revolução uma necessidade prática” (Stalin, Fundamentos do Leninismo).
Rússia e China, os antigos países socialistas que deram ao sistema imperialista um respiro com seus novos mercados, se converteram nos principais jogadores da rivalidade interimperialista, em pugna com a potência hegemônica, Estados Unidos. Isto significa que a extensão e a natureza das contradições se incrementaram com a maior implicação de novos e poderosos contendentes na luta pela redistribuição de territórios. A grande confrontação com a invasão do imperialismo russo na Ucrânia ocorreu nesse contexto.
Prevê-se que esta tendência aprofundará e se expandirá ainda mais. Enquanto não haja confrontação direta entre os imperialistas, as zonas onde as guerras de partilha se livrarão serão as colônias e semicolônias. As semicolônias e os povos oprimidos do mundo continuarão pagando o preço destas guerras até que os imperialistas declarem guerra direta entre eles.
Com isto, a divisão do mundo em um punhado de nações imperialistas e uma maioria de países oprimidos – magistralmente analisada por Lenin – aprofundou-se ainda mais. A terceira contradição se agudiza com o saqueio e a pilhagem, e as semicolônias e os países semifeudais se levantam em poderosas Guerras de Libertação Nacional e Guerras Populares que sacodem o sistema imperialista.
Em paralelo ao processo no qual o imperialismo está sob as contradições interimperialistas, e a confrontação entre países imperialistas e povos e nações oprimidas; todas as partes do sistema dominante, especialmente os estados imperialistas, se tornam mais centralizados, militarizados, bélicos que antes, pavimentando o caminho para que todos os sentimentos fascistas levem a sociedade a um formato ideológico correspondente. Os comunistas e os povos do mundo enfrentam a realidade de um sistema que se torna mais reacionário e agressivo dia após dia, que necessita um Partido leninista para dirigir a luta do proletariado pelo poder político, como foi sublinhado por Lenin, para organizar uma forte resistência contra esta reação. Só tal Partido, hoje Marxista-Leninista-Maoista, pode dirigir uma luta inconciliável contra a burguesia.
O GRANDE LEGADO DE LENIN, A CONCEPÇÃO LENINISTA DO PARTIDO: O ESTADO-MAIOR DO PROLETARIADO
“Em segundo lugar, fazer a revolução não é oferecer um banquete, nem escrever uma obra, nem pintar um quadro ou fazer um bordado; não pode ser tão elegante, tão tranquila e delicada, tão agradável, amável, cortês, moderada e magnânima. Uma revolução é uma insurreição, é um ato de violência mediante o qual uma classe derrota a outra” (Mao Tsetung)
É crucial como os comunistas definem as contradições existentes e como se posicionam frente ao curso dos acontecimentos. Nos cem anos desde a morte do camarada Lenin, os imperialistas transformaram suas estruturas de dominação em máquinas de guerra ainda maiores. Os exércitos, a polícia, os serviços secretos, etc, estão equipados com capacidades incomparáveis com aquelas do passado. Por outra parte, uma considerável parte daqueles que chamam a si mesmos de “comunistas” ou “revolucionários” ignoram esta realidade (inclusive se parece ser teoricamente aceitada) e estão longe de se posicionar em concordância com ela. No entanto, ao seguir uma linha ideológica e prática de reconciliação, que encerra a classe operária e as massas oprimidas no sistema dominante, eles refreiam a fúria das massas e atuam como diques de contenção. Enquanto os imperialistas e as estruturas dominantes de exploração estão equipando-se com aparatos e instituições ainda mais violentas, é necessário, como seguidores do camarada Lenin, livrar uma forte luta ideológica contra aqueles que se definem como “revolucionários” e “comunistas”, que estão afastando-se da realidade de que a revolução e a luta revolucionária estarão baseadas nas armas e na violência. Tomar a incansável luta do camarada Lenin contra o oportunismo da Segunda Internacional como guia contra essa visão, esta é uma importante tarefa para fazer justiça ao camarada Lenin no centenário de sua imortalidade.
O camarada Lenin definiu o Partido Comunista de novo tipo como “a organização de guerra do proletariado”. Esta definição era necessária para o sistema imperialista e a posição mútua das classes. Ambos os processos que dirigiu, a Revolução de Outubro e a guerra civil que estalou com a Revolução de Outubro, foram as razões concretas pelas quais o camarada Lenin chamou o partido comunista de “organização de guerra do proletariado”. É uma necessidade que o Partido Comunista, o qual dirigirá a emancipação do proletariado e das massas oprimidas, tenha essa característica, enquanto a contrarrevolução se arme de cima a baixo com os aparatos e os meios de violência e cometa todos esses terríveis massacres contra a classe operária e os povos oprimidos. Uma guerra revolucionária necessita de um Partido combativo para livrá-la. Só os ignorantes e os revisionistas incorrigíveis, que confiam na burguesia, podem vê-lo de outra forma.
“Certa gente nos ridiculariza qualificando-nos como partidários da teoria da onipotência da guerra. Sim, nós somos partidários da teoria da onipotência da guerra revolucionária; isso não é mau, é bom, é marxista. Com seus fuzis, os comunistas russos criaram o socialismo. Nós criaremos uma república democrática. A experiência da luta de classes na era do imperialismo nos demonstra que só mediante a força do fuzil, a classe operária e as demais massas trabalhadoras podem derrotar a burguesia e classe de latifundiários armados; neste sentido cabe afirmar que só com fuzis se pode transformar o mundo inteiro.” (Mao Tsetung)
Em sua conferência de fundação, a LCI definiu a construção e reconstituição dos Partidos Comunistas como uma importante tarefa na luta pela revolução proletária mundial. O entendimento do Partido Comunista desenvolvido pelo Camarada Mao Tsetung está de acordo com o entendimento do Partido Comunista descrito pelo Camarada Lenin, e também enriquecido por Stalin, e é a realização da compreensão leninista do Partido na ideologia do marxismo-leninismo-maoismo. Na fase do imperialismo e das revoluções proletárias que nos encontramos, o partido comunista, que é capaz de opor-se à crescente agressão da reação imperialista e dirigir o proletariado e povos oprimidos do mundo à libertação, deve ter a qualidade de ser uma “organização de guerra do proletariado”.
Um legado essencial de Lenin é a questão do poder político como uma questão fundamental de todas as revoluções. Lenin mostrou como “a revolução proletária é impossível sem destruir violentamente a máquina do Estado burguês e sem substituí-la por outra nova”, e sob a consigna “fora o poder tudo é ilusão”. Sob a direção pessoal de Lenin, o primeiro Estado socialista do mundo, a ditadura do proletariado foi estabelecida, concretizando o caminho do poder e para sua manutenção.
Após a morte de Lenin, foi o seu continuador, Stalin, quem brilhantemente definiu o leninismo, o desenvolveu e o converteu na base de todo o Movimento Comunista Internacional. Baseado no grande Lenin, o Presidente Mao foi capaz de fazer avançar a Revolução Proletária Mundial a cumes mais altos e de desenvolver a ideologia do proletariado. O leninismo, que hoje é o marxismo-leninismo-maoismo, deve ser adotado, defendido e aplicado.
Enquanto LCI, continuaremos dando cabo das tarefas levantadas pelo grande Lenin e faremos bom uso do legado que o Camarada Lenin nos deixou.
O Camarada Lenin, o grande mestre do proletariado internacional e o marxismo-leninismo-maoismo, dirige e guia nossa luta pela revolução proletária mundial hoje, como ele o fez ontem.
VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOISMO!
VIVA O INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO!
Liga Comunista Internacional
Janeiro de 2024