Seminário de Filosofia do Presidente Gonzalo (anotações, 1987)

Nota do Blog: Publicamos a seguir o “Seminário de Filosofia (anotações)” originalmente publicado no Blog VND – Nuevo Peru. O material, inédito em português, traz anotações do seminário de filosofia aplicado pelo PCP, pessoalmente pelo Presidente Gonzalo e aprofunda em diversas questões em torno da Filosofia Marxista, inclusive, com a crítica de filósofos contemporâneos, pretensos marxistas, como Louis Althusser, em que diz que “Nossa ideologia é científica porque é um verdadeiro reflexo verificado por sua prática e seu caráter de classe. As teorias de Althusser levam a um novo surrealismo, possibilitando a fusão das teorias de Kant e Spinoza. É preciso um racionalismo burguês e um idealismo burguês”. Sendo, portanto, um material imprescindível para o estuo do maoismo.

Tradução não-oficial.

SEMINÁRIO DE FILOSOFIA

Muitos têm argumentado que o que compõe a mente do homem é a matemática. Não se pode mais pensar assim. Outros propõem lógica. Nem a matemática nem a lógica são sistemas que compõem a mente do homem. É a filosofia o processo de conhecimento, através de diferentes etapas e modos de produção.

Ao tratar das leis que regem o desenvolvimento do homem, Lênin chegou a estabelecer que a filosofia era uma necessidade eminentemente política. “O núcleo da ideologia é a filosofia.” Lênin começou a estudar todo o processo da filosofia do ponto de vista marxista. Ele estudou a ciência da lógica de Hegel.

– “Cadernos Filosóficos” Lênin.
– Volume IV “Na Prática” e “Na Contradição”. PDTE Mao.

Sem filosofia não há partido.

O processo da filosofia:

Rejeitar o critério de que a filosofia só será dada a partir do mundo grego. Estudos posteriores mostram que isso é um preconceito, um desprezo pelo pensamento de outros povos. Um processo na China, Índia. À medida que a civilização avança, os povos se esforçam para conhecer o fundamento das coisas, o porquê das coisas. Egito, Mesopotâmia, povo hebreu: lugares onde há um processo de desenvolvimento, ainda considerado como pré-filosofia; o processo de desenvolvimento é negado desde os primeiros tempos. Com religiões próprias: os egípcios argumentam que as águas são o princípio primordial, símbolo da vida, mas não sabem de onde vem o Nilo; quando se expande o Nilo deixa algumas ilhas e nelas o espírito se desenvolve. Eles propõem duas questões: Espírito e Matéria. O importante é que sempre propuseram um princípio, que é a matéria.

Os gregos são os que propuseram uma filosofia mais desenvolvida, ligada ao processo do mercado, ao surgimento da moeda e ligada à ciência. Tales prevê o primeiro eclipse. Os egípcios conheciam questões matemáticas pela prática; são os gregos que explicaram e demonstraram os fatos. O avanço no conhecimento científico e na luta de classes dos senhores de escravos, a agudização da luta entre comerciantes e fazendeiros, a “democracia grega” que tem um processo ditatorial anterior à democracia. Pretende-se fazer ver (que) a filosofia se desenvolve fora das salas de aula, séculos VII e VI AC.

Escola materialista.

Arco: origem, a razão das coisas é a origem: o começo das coisas são as águas, é a lei da qual tudo deriva. O caos original e a ordem nas coisas. Os egípcios já disseram isso. Eles fizeram investigações e encontraram conchas (fósseis) nas ilhas.

Outro pensador disse que a origem é o ar, sempre uma origem material.

Heráclito: ele afirma que a origem das coisas é o fogo: a realidade material é, portanto, materialista. A guerra é a origem de todas as coisas, a luta de dois opostos e dessa luta temos um processo de desenvolvimento constante, tudo é um fluxo permanente, ninguém se banha duas vezes nas mesmas águas. Aqui temos a dialética. Intuições geniais.

Deles ficamos apenas com frases, nada mais.
A história de Aristóteles é tudo.

Intuições geniais, mas não fundamentais. A contradição da filosofia é contra a religião. Rompe-se com a religião. O idealismo aparece.

Parmênides nega a dialética e surge como contraposição a Heráclito: ele tem duas cabeças, uma para afirmar e outra para negar, não raciocina. Ele afirma que a origem de todas as coisas é o ser: é o ser absoluto, englobando tudo; as coisas existem porque participam do ser.

O ser não tem movimento; se se movesse, seria não-ser. Os homens daquela época não podiam refutar isso.

O materialismo parte da matéria antecedente e de um processo de conhecimento. Os primeiros são os materialistas, os idealistas vêm depois.

Demócrito: grande materialista. Teoria dos átomos: aquilo que não pode ser dividido. Uma instância material mínima. Tudo o que existe são pequenas partículas que não podem ser quebradas, eternas e em movimento contínuo. Assim, ele refuta as teorias idealistas de Parmênides da divisibilidade infinita que levaria à inexistência. Não é até 1900 que a indivisibilidade do átomo é refutada.

O conhecimento é um reflexo de átomos na cabeça. Os eflúvios se entrelaçam e isso se reflete em nossa cabeça, daí temos o erro. Ele propõe que o homem se desenvolva socialmente. A parte integrante da Polis. Isso reflete o que ele vê em sua própria cidade. A escravidão é nociva porque rebaixa o homem, porque rebaixa o ser humano, não lhe permite dar o melhor de si; liberdade lhe corresponde. O homem deve ser livre, para entrar no campo da moralidade, para saber o que lhe permitiria viver livremente. [Demócrito é] o maior expoente do materialismo nos tempos antigos.

O materialismo sempre se desenvolveu com compreensão e respeito pelo homem. Seu pensamento era prejudicial à sociedade e aos critérios da classe dominante; todos os critérios idealistas estão ligados aos mercadores e aos senhores de escravos. Os sofistas argumentam que o homem pode ser educado e, assim, elevar-se. O homem é a medida de todas as coisas. Em Sócrates vemos como os gregos eram extremamente sociais; o individualismo não foi desenvolvido.

Platão: ligado à aristocracia, muito rico, sistematiza todo o pensamento idealista. Ele sustenta que há uma aparência e uma realidade, que os sentidos são enganosos, que a aparência é ideia e o mundo é matéria.

A realidade das coisas participa das ideias. Ele levanta uma trindade de ideias: bem, beleza e verdade e essas três são sustentadas pelo ser. Teoria da participação conjunta de ideias. Ele levanta o comunismo platônico que tem um precedente no Egito: um comunismo reacionário. Ele entende que a propriedade gera lutas. Para ele, a ordem democrática era prejudicial; pensava em um governo de elites. Para ele, a educação era prejudicial. Ele entendia porque a aristocracia estava sendo atacada, destruída pelos mercadores. Sociedade: um conjunto de trabalhadores que são classificados de acordo com a forma como são educados: trabalhadores, guerreiros, etc. E ainda resta um grupo de elites (fascismo). [Ele rejeita ensinar] música porque corrompe. Ele destruiu todas as partes de Demócrito que estavam ao seu alcance.

Aristóteles: discípulo de Platão. Ele nos informa de tudo o que os materialistas pensavam, critica Platão e se apoia fortemente no conhecimento científico e social da época. Aristóteles baseou-se no conhecimento científico e critica a Platão:

As coisas existem, mas têm uma realidade material e uma forma; se não tivessem forma, ficariam confusos. As coisas existem porque têm uma materialidade e uma forma. Aristóteles chega ao idealismo a partir de uma base real; ele coloca a ideia em realidade. Ele começa a manejar os conceitos e as formas, essência: uma substância e uma essência. Há uma realidade primária, uma essência superior que infere movimento, porque há um motor primordial, deus, a palavra que se conhece. Ele chega ao idealismo astuciosamente. As coisas realmente existem, isso não pode ser negado, mas Aristóteles chega ao pensamento autoconsciente, e esse pensamento de si é o que põe a realidade em movimento.

Como realidade concreta, a matéria não tem movimento; é a ideia que se move, impulso primário (motor principal). Dialética conceitual. O positivo disso é que a matéria existe. É outra forma de platonismo.

Escolas: Os romanos nunca conseguiram superar isso: o neoplatonismo como decadência que equivale ao misticismo (Plotino). A igreja não pode se afiliar ao platonismo.

A idade média. A filosofia começa a se desenvolver como uma reivindicação da razão. Por conta dos árabes, é através deles que a filosofia grega começou a ser conhecida e se começou a conhecer o aristotelismo. Os árabes desenvolvem um critério materialista e diferenciam filosofia de teologia. A filosofia lida com a terra e a teologia com o céu. Os árabes e os hebreus são quem incutiram influência.

Realistas e nominalistas.
Os realistas aplicam as teses aristotélicas: a realidade das coisas e das ideias também existem independentemente. Os nominalistas não passam de bocas vazias, sem conteúdo real, são derivações extraídas das coisas. As ideias religiosas são confrontadas.

Pedro Abelardo: começa a manejar a lógica formal, criador da lógica dedutiva. Ele lida com a lógica de forma dialética (debate, discussão). Ele é muito importante para o pensamento francês. Ele ataca a religião. Marx considera o nominalismo de grande importância.

Duns Scotto é muito importante, era franciscano. A raiz do materialismo moderno está neste personagem: como combater a religião? Comunhão.

Escolas:

Quantas vezes e quantos homens comungam? Não sobraria nenhum corpo de Cristo. Todos os que se opuseram morreram, uma época muito violenta, muito difícil. Eles adoram apresentar os filósofos como escriturários; a realidade não tem sido assim. O veneno e a faca tem sido o caminho do debate na filosofia.

Tomás de Aquino: Tomismo, (agostinianismo-neoplatonismo), um italiano que se junta à Ordem Dominicana. Discípulo de Alberto Magno: ele argumenta que se pode compreender racionalmente a religião católica. A razão não se opõe à teologia. Isso se baseia na deformação de Aristóteles; não é um desenvolvimento de Aristóteles, é muito inferior. Sua obra mais importante é Ser e Razão (Bertrand Russell). Em sua vida ele foi perseguido pela igreja e isso é fundamental. (Ockham junto com Scotto refutou o tomismo).

O processo filosófico começa a se desenrolar com a burguesia (Francis Bacon) defendendo a experiência (o Novum Organum). Ele desenvolve uma lógica indutiva que servirá à ciência. Ele afirma que seu pensamento abrange o pensamento dos homens (ele reconhece a teologia, mas como separada).

Descartes (1596–1650) foi discípulo dos jesuítas. Ele entendeu que o que em um povo é afirmado, em outro é negado; que a ciência não tinha fundamentos sólidos (coordenadas cartesianas que permitem levar a geometria à análise algébrica). Ele era um estudante da física do mundo, da matéria; ele retoma o pensamento de Demócrito. Ele é um materialista nesse campo. Ele levanta a dúvida metódica (não é o tipo de ceticismo que questiona o conhecimento, que não confia no conhecimento) você tem que duvidar para chegar a um conhecimento evidente. Ele levanta o engano da visão. Os sentidos enganam, você não pode acreditar nos sentidos, mas há algo que é evidente. Não posso duvidar que existo: aqui está uma verdade incontestável. Duvido, logo existo. Seja o que for que possa apresentar à realidade, há algo inegável. Penso, logo existo. Verdade evidente diante de cuja existência não há dúvida. Eu existo e meus pensamentos existem. Você vê a realidade através de seus pensamentos

Se eu tenho ideias é porque Deus existe e deu tudo. Tudo existe porque Deus existe. Quando Descartes desenvolve a ciência ele é materialista, mas quando desenvolve ideias metafísicas, ele se volta para a filosofia do “eu”, a partir daqui começa a fundação do pensamento burguês.

A escola materialista é contrária a assumir Demócrito.
Filosofia alemã: Leibniz, Kant e Hegel.
Séculos XVII-XIX (1830). 150 anos mais ou menos.

Luteranismo: Limpem os estábulos da igreja.

A Alemanha fornece o pensamento mais avançado da escola idealista. Leibniz: grande matemático. Desenvolve a lógica, repensa a lógica de Aristóteles. Ele não espalhou seus pensamentos. Ele desenvolve um racionalismo. Uma análise lógica é possível. Lógica com símbolos para lidar com isso como na análise matemática. Conjunto de axiomas que, seguindo um cálculo, podem resolver todas as verdades absolutas. Teoria de mônadas: entidades fechadas. Eles se comunicavam através de uma pequena janela, idealmente, automovimento. Problema de dinâmica, mas isso é conceitual porque é idealista. Dedica-se a analisar o conhecimento humano, relacionando matemática e física.

Kant (1724–1804). Ele se concentra no problema do conhecimento. Crítica da razão pura. Ele propõe que a realidade existe apenas como fenômeno, como aquilo que aparece: aquilo que a luz mostra. Ele estabelece uma diferença entre os fenômenos. Há uma parte da coisa que aparece e outra, a coisa em si, que não aparece. A matéria existe, mas não é conhecida. Ele estabelece uma relação entre o sujeito cognoscente e o objeto conhecido, mas há uma parte que não é conhecida. Analisando as coisas, temos sensações que apreendo através da minha sensibilidade. Mundo, Homem (alma), Deus Sistema completo de conhecimento.

Concepção Filosófica de Kant

Conceitos elaborados.

Categorias: sistema lógico de conhecimento. Conheço apenas os fenômenos, a própria coisa escapa ao meu conhecimento, o conhecimento torna-se uma elaboração da razão pura (RP), uma elaboração entre o sujeito e o objeto (coisas), mas o sujeito é o mais importante. Há uma realidade que posso conhecer e outra que não posso conhecer. A coisa se deixa conhecer.

Depois de Kant, desenvolve-se o neokantismo, que dissolve a coisa em si; a coisa em si é uma elaboração da coisa em si. Vai do idealismo ao ultra-idealismo. Kant veio ao conhecimento pelo entendimento. Crítica da Razão Prática: quando analisa a alma chega a pensar na liberdade e esta só pode ser alcançada em Deus. A liberdade, a alma e o colo de deus. Ele ordena a compreensão do conhecimento e expressa os limites do idealismo (razão). Por que se diz que Deus existe? Para explicar que tudo tem começo e fim procura-se a causa e esta causa é Deus, mas ao afirmar que Deus é a causa, qual é a causa de Deus?

O mesmo argumento refuta a existência de deus.

Hegel: indaga-se sobre o que foi exposto acima. O que Kant pretende é conhecer a realidade a partir de seu “eu”; ele não se concentra no objetivo. O problema é partir do objetivo. Hegel analisa o processo da filosofia, ele pensou que todos os filósofos estavam antes dele. Todos os outros povos não existiam para ele, não eram nada. Ele desenvolve uma teoria da dialética que permitiu a compreensão de todo o processo da matéria (seu problema é que ela era idealista). O processo se desenlaça pela contradição e é ao desenlaçar-se que gera o problema da quantidade e da qualidade, da aparência e da realidade. Ele entendia a dialética como um processo de contradição entre conceitos, ideias. Ele negará a aplicação de sua própria dialética. Ele afirma que existe uma ideia absoluta. A ideia absoluta é a realidade objetiva cujo processo é contradição apenas no nível das ideias. Isso é semelhante a Aristóteles, mas sem partir da matéria. Essa ideia é julgada pelo próprio processo de contradição com a matéria. Sendo o próprio espírito, ele começa a se desdobrar até gerar o homem e o espírito se torna autoconsciência, o espírito nega a si mesmo. Homem: sociedade, conhecimento, ciência, arte, religião, nação e então gera o Estado. O Estado se transforma, uma grande transformação que finalmente se torna Espírito, deus. Ideia Absoluta:

Dialética de Hegel

Isso tem uma compreensão de um desenvolvimento enquanto o materialismo, mas é idealista. Duas partes, seu idealismo — descartável — e seu materialismo que é aceitável.

Processo materialista na França: Diderot. Matéria eterna, não tem começo nem fim, Ele chega ao ponto de afirmar que há um movimento interno do eu que impulsiona a matéria, mas não explica o porquê. Mas o antecedente da filosofia marxista é a filosofia clássica alemã. Após a morte de Hegel há uma divisão, alguns começam a criticar o idealismo de Hegel; o que nos interessa é Feuerbach. Ele critica o idealismo de Hegel, mas não diferencia o materialismo de Hegel do idealismo de Hegel. Isso o leva a descartar Hegel. O fenômeno da alienação em face da religião (alienação, enajenación, é a palavra de Hegel) não é uma tese de Marx, isso diferencia o jovem Marx do acrimonioso Marx [amargo]. Marx a rejeita porque a solução é a revolução, a emancipação.

Hegel: o trabalho retira o homem de sua essência como ser pensante, ser nacional.

Marx analisa as causas da alienação.

Feuerbach argumenta que antes da alienação o centro é o homem, não Deus. A relação é amor, caridade, ver pelo outro, maternidade: é uma posição subjetivista de como um eu se relaciona com outro eu. Cristianismo sem Cristo. O importante é a crítica materialista.

Marx e Engels lideram uma luta contra o individualismo de Feuerbach.

Marx e Engels vão desenvolver o processo filosófico marxista. Marx desenvolveu e Engels disseminou. As Teses sobre Feuerbach formam a base:

1º: defeito de todo materialismo anterior: não levar em conta a prática. O materialismo anterior havia se desenvolvido em empirismo ou vendo a realidade como algo passivo, não entendendo como a matéria age e como o homem através de seu trabalho muda a realidade (agarrando a realidade). Todo empirismo é uma posição burguesa. Postulado: compreender a realidade e transformá-la.

2º: Prática e verdade, prática como prova da verdade. Marx critica Feuerbach, ele nunca concebeu a percepção sensorial em sua capacidade transformadora. Ele havia diluído a essência religiosa na essência humana, um cristianismo sem Cristo, a incapacidade de compreender o mundo social, as relações sociais.

3º: a vida social é essencialmente prática. A mente humana é enganada por um conjunto de misticismos. Somente entendendo a prática você pode varrer o misticismo. Como eles não entendem a prática, ele a chama de materialismo contemplativo. Sociedade civil: o que mais avançou foi o estudo das instituições, que é a raiz que a sustenta. Transformando o mundo: os filósofos nada mais fizeram do que contemplar o mundo, mas o problema é transformá-lo.

Com este documento ele demarca os campos.

Contando com seus pensamentos anteriores em uma nova posição. Novos critérios são colocados para formar a nova ideologia. Assim se coloca o processo econômico da sociedade. O comunismo é apresentado como a primeira grande revolução do mundo, já que todas as revoluções anteriores foram a substituição de uma classe por outra. Toda a filosofia em sua longa jornada desenvolveu uma teoria da dialética e do materialismo. Eles criticam com razão a Idade Média. Uma disputa que queria resolver questões sem ver a realidade. Eles podiam ver bem os marcos de desenvolvimento. Eles afirmam sua retumbante posição materialista. Acessar o materialismo exige um processo de movimento derivado da contradição.

Althusser nega que Marx e Engels tenham retomado a dialética de Hegel. Ele argumenta que primeiro a ciência se desenvolve e depois ocorre o salto. A descoberta de Marx e Engels é o materialismo histórico porque fundaram a teoria materialista da história e depois o materialismo dialético. De acordo com Althusser, o desenvolvimento da filosofia marxista estava pendente. É estupidez do início ao fim.

Platão e Kant são idealistas. Althusser nega o processo científico que vem se desenvolvendo desde o século XVII. Desde o final do século XVI pensava-se que a Terra era algo que mutável, uma forma de movimento. Processo dialético. Química: não há uma muralha da China entre química orgânica e inorgânica. Biologia: a célula é descoberta, nos animais as formas transicionais são vistas: como elos. Teoria da evolução. Assim, a ciência rompe com a metafísica como processos, desenvolvimentos. Althusser não pode negar isso. Assim, a ciência exigia uma explicação dialética. Hegel havia colocado o processo dialético de cabeça para baixo. O que Marx faz é colocá-lo no material. Isso nunca foi feito antes. O materialismo dialético é capaz de interpenetrar o conhecimento e a transformação através do homem agindo sobre a matéria. O caráter científico do marxismo é questionado; a matéria é transformada através da prática.

A ideologia que as classes exploradoras geraram é invertida porque dá uma explicação idealista da história. Nossa ideologia é científica porque é um verdadeiro reflexo verificado por sua prática e seu caráter de classe. As teorias de Althusser levam a um novo surrealismo, possibilitando a fusão das teorias de Kant e Spinoza. É preciso um racionalismo burguês e um idealismo burguês. Este processo tem uma trajetória de 2.500 anos; tem uma base histórica sólida em que se reuniu o melhor, resultando no marxismo-leninismo-maoísmo. A aplicação do materialismo dialético dá origem ao materialismo histórico e à compreensão científica da sociedade.
Houve um processo para demonstrar os fundamentos econômicos da sociedade. “O que o marxismo faz é criticar economicamente a sociedade”, dizem aqueles que o atacam. A ideologia é gerada a partir da base econômica e da sociedade. O problema das ideias e da ação que as sustenta não ficou para trás.

Dialética: Engels é quem trata dessa questão: três leis. Unidade e luta da contradição, o salto e a negação da negação. Eles entenderam que o 1º é o principal. Se não tivessem entendido a dialética, não teriam sido capazes de desenvolver o Capital. Não é um círculo; O marxismo é um processo dialético que continuará a se desenvolver. Isso nos distingue de todos os outros processos filosóficos que estão fechados.

Hegel é inconsistentemente dialético e nós somos consistentemente dialéticos. Esta é a maior revolução que houve na história da humanidade. A filosofia marxista lança as bases do desenvolvimento. O conhecimento nunca pode ser esgotado; é um processo que se aproxima cada vez mais da verdade e descarta novos erros. Negação do marxismo: esse fenômeno tem sido constante. Em Materialismo e Empiro-críticicismo, Lênin sustenta, defende o marxismo e o desenvolve. Teoria do reflexo. Conjunto de reflexos que geram consciência. A reflexão é uma característica que é uma característica da matéria, ação e reação. A consciência torna-se um longo processo da característica da matéria. Os átomos. Em 1900 um físico alemão afirmou que há uma quantidade muito pequena de matéria necessária para dar um salto, com esta teoria nuclear se abre a teoria quântica. O que Einstein fez é uma nova teoria do espaço-tempo.

Newton: Existem dois absolutos como entidades inseparáveis, o que ele sugere é que espaço e tempo são relativos. Experimentos mostraram que em altas velocidades houve uma redução. O problema é que o tempo e o espaço variam de acordo com a velocidade, dois absolutos tornam-se dois relativos. Gravidade da matéria que se move de maneira ampliada. A física quântica quebrando o átomo, negando a matéria, Lenin diz que estamos começando a conhecer as partículas primárias. A matéria em movimento tem uma forma quantitativa e qualitativa, estamos vendo novas formas de matéria porque a matéria é movimento eterno. Lenin rejeita que a matéria seja dissolvida.

Caráter partidário da filosofia e a luta contra o empiro-criticismo. A física quântica vai abrir espaço para a negação do materialismo. Se conhecemos a velocidade do elétron, não sabemos sua localização, então a causalidade é negada: esta tem dois significados, expressa a correlação entre uma causa e um efeito, e o outro é o problema da previsibilidade. Causa-efeito tem sido confundido com previsibilidade, mas causa-efeito ainda existe. Baseando-se na previsibilidade, negam a causa e o efeito. Então o que encontramos é o acaso [casualidad] e o que foi descoberto é outra forma de matéria.

Novas modalidades de matéria, novas formas. Duas linhas paralelas se encontram pelo lado interno somam menos de duas linhas retas. 5º Postulado. Pressupostos. Geometria de retas paralelas. (Triângulo) 180º, durante muitos séculos está foi considerada a única geometria.

Teoria de Isaac Newton

Gauss afirmou que não tem provas, quem altera esse postulado gera outra geometria. Quando a cônica vem, eles acham que ela é inadequada. Geometria de Reimann. 180º Geometria Lobachevsky-Bolyai. (desenho).

Antes falamos de um espaço plano, outro curvo e outro concavo. Assim, a matéria tem muitas manifestações. Convexo, plano, côncavo? (desenvolvimento futuro).

Em vez de questionar o que eles fazem é confirmar. A matéria é inesgotável. Quantos processos irão se desenvolver. Eternidade da matéria em movimento eterno (entendido como o problema mais básico possível). Hoje em dia a matéria é concebida como uma interrupção do nada. E o que é o nada? Separar o espaço da matéria. Jordan. O nada é um espaço, e o espaço é uma modalidade da matéria.

Cosmogonia: descobre-se que existem estrelas que se movem em grandes velocidades: a chamada expansão do universo, elas atingem o ponto de concentração do universo. Isso, dizem eles, mostra que houve um começo e, portanto, não é eterno e segundo, que tem um limite. Dizem que antes não havia universo, o momento inicial da criação. Isso vem do fato de que o ambiente que conhecemos tem 15.000.000.000 de anos. Outros chegam a dizer que tem 6.000 milhões de anos; os fatos mostram que a parte do universo que conhecemos começou mais ou menos nessa época. O que está sendo feito é generalizar o pouco que sabemos. O que é afirmado para uma parte não pode ser afirmado para o todo. Pretende-se (Russell) introduzir a divindade pela porta dos fundos.

O movimento tem um aspecto quantitativo e qualitativo.

A filosofia burguesa entra num processo de claro declínio. Lukács argumenta que a contradição não é o materialismo-idealismo, mas o irracionalismo-racionalismo. Isso representa uma crise aguda da filosofia burguesa.

Bergson: desenvolve uma metafísica cheia de lacrimejes. Nietzsche: teoria do super-homem, uma penitencia extraordinária. Teorias que buscam uma saída do imperialismo. Teoria moral baseada nos melhores e seu domínio. Homens privilegiados e mentes tímidas; visa contra o cristianismo, tentando restabelecer a moralidade dos senhores. O cristianismo confunde bondade com virtude. Os cristãos são os mais poderosos, os mais fortes.

Isso é puro racismo.

Na década de 1920 tenta reinaugurar-se Neopositivistas: emergentes nos círculos de Viena: positivismo, resposta reacionária dos capitães burgueses. Levanta a necessidade de acreditar na ciência positiva, nega a existência de leis na realidade e propõe que a realidade são coisas que elaboramos, conhecimento. A nova ciência é uma religiosidade, o melhor mundo é o mundo burguês e o problema é a ordem e o progresso.

Neopositivistas: partem dos fenômenos, levam ao cientificismo. É o sujeito que elabora um sistema de ciência, direito, cai em um desenvolvimento da lógica.

Desenvolve sistemas derivados da ciência, matemática.

Pitágoras: Ele propôs que a essência das coisas era o número, que tudo podia ser medido, Platão o desenvolve. Todo o conhecimento é reduzido a fórmulas. A desvantagem é substituir a realidade por fórmulas; o fato é que a matemática vem da realidade material. O círculo saiu da roda; considera a matemática um substituto para a realidade. (Para fazer um furo na parede com a integralidade e não com o que a integralidade representa — uma furadeira). Lógica: começam a analisar, argumentam que a linguagem é insuficiente e que é preciso substituí-la por símbolos, para chegar a algo é preciso simplificar tudo. É positivo no sentido de que nos dá um desenvolvimento da lógica, da lógica simbólica. Falam de critérios de verificação, de prova da verdade. Acaba não analisando a matéria, mas analisando a análise da matéria (análise lógica).

Wittgenstein. O mais consistente dos neopositivistas. “Eu não posso falar do mundo, você pode me perguntar como eu interpreto o mundo, o mundo não é cognoscível, o que eu posso falar é o conhecimento que eu tenho do mundo, eu não posso falar dos outros sistemas porque eu não os conheço, o melhor a fazer é calar a boca, não se pode dizer nada sobre nada. Chega-se ao inefável. Fique quieto. Divindade, o limite da contemplação”. Deus à vista. Cientistas e análise da ciência, logicismo. Negação absoluta do conhecimento. Russel, Bertrand. Camaradas dos tempos antigos, Nunme e Rosses, suas análises levam ao desmoronamento do conhecimento.

Todos eles chegam ao agnosticismo. Principia Mathematica. Criadores da lógica moderna. Matemática platônica, logicista, misticismo platônico “Tudo o que disse até agora é inválido e não sei se o que estou dizendo agora será válido”.

Análise, ficam na desmontagem e não chegam na montagem; eles não fazem nenhuma síntese. No entanto, eles descobrem paradoxos que nos permitem avançar, quando pensamos que estamos cogitando termos finitos eles limpam a filosofia e a ciência. O conhecimento entrou em um momento crítico, há um momento de síntese, e mais uma vez ele começa a se expandir. Demolição dos conceitos da ciência, tudo entrou em crise. O proletariado estabelecerá esses novos princípios. O processo de demolição não acabou. Há uma classe que está morrendo e seus princípios morrem com ela. A confusão é o resultado.

Existencialismo: Heidegger. 1920. Análise da existência, o Deus criador. A filosofia deve se concentrar na existência das coisas. O homem é a expressão da existência, ele vem do nada e vai para o nada. Ele não sabe nada de sua existência, de onde ele vem. Em suas viagens é uma angústia, quando isso acontece há duas atitudes: enfrentar ou fugir dessa angústia. O problema é enfrentar sua angústia, enfrentar sua morte, ser para a morte, essa é a identidade do homem, viver para a morte. Serviu ao nazismo, é expressão de uma classe que está morrendo. Expressão da decadência filosófica.

Sartre: Ele é da mesma escola. O homem é um ser sem existência que procura a existência e procura agarrar-se a algo para exprimir a sua existência, o homem reduz tudo a nada, procura agarrar-se às coisas, mas isso é um falso começo, noutro ser humano cada um torna-se nada (Auhilar). Outra saída é o amor, mas é a mesma situação, então existe Deus, mas Deus não existe. Então resta a sua própria liberdade, esta é a solução. Você só tem a alternativa de viver ou morrer. Pessimismo, sem saída, a liberdade é uma relação que ocorre na sociedade.

Marcel: o homem vem de Deus e vai para Deus, o problema então é para chegar a Deus. Tudo isso são expressões da classe que não tem saída.

Neotomismo: Maritain. A igreja permanece no tomismo. Pensadores católicos pensaram em ajustar o tomismo levando em conta o desenvolvimento da ciência na filosofia. O fato de querer adotar uma concepção feudal mostra a pobreza ideológica da Igreja. Nasce morta porque é uma filosofia que já está morta. Os sucessores de Husserl: a aplicação de Deconte. Fenomenologia. Tenta superar os erros de Deconte. Garcia Baca. García Morente, da escola do Neotomismo. O presidente Mao costumava dizer que não se pode vacinar contra o idealismo se não o conhece.

Marxismo: a lei principal: Plekhanov argumentou que o marxismo representa o monismo. O materialismo é a base, a diretriz é a dialética e nisso o principal é a contradição. Marx e Engels não conseguem levantar o que é o núcleo. Com o C. Stalin há uma regressão. O presidente Mao argumenta que a única lei é a contradição e as outras são derivações. Com o Presidente Mao chegamos ao monismo filosófico; a única lei. Isso não significa que o sistema foi concluído. Questões relativas à liberdade, por um lado é consciência da necessidade e por outro aspecto é transformação da necessidade e isso é o princípio. Dialética: as leis mais gerais do desenvolvimento do mundo natural, do mundo social e do conhecimento, entendidas como o reflexo da realidade material na mente do homem. A dificuldade estaria nas leis. É o Presidente Mao quem propõe uma lei única, considerando a lei da contradição como a única lei.

Individualismo. Plekhanov: ele propõe o monismo, embora parta das leis e das classes, ele também leva em conta o indivíduo enquanto o indivíduo é capaz de causar desestabilidade. Assuma a lei e leve-a adiante, da forma mais pura e cumpra o papel que a revolução exige. Existem peculiaridades, mas o principal é pegar a lei e levá-la adiante. O marxismo-leninismo-maoísmo combate o individualismo e seu egoísmo de raiz, combatendo o “eu primeiro”. O indivíduo se desenvolve historicamente, a propriedade privada fortalece a individualidade e o egoísmo, a burguesia fortalece o individualismo ao máximo, até o excesso. O marxismo, centrado na classe, rejeita o individualismo, o egoísmo, no proletariado é onde se confere uma nova forma de ser, nos moldando. A ação na luta de classes é o que é o princípio; trabalhar coletivamente dilui a educação que trazemos conosco.

Ao fazer a revolução, o mundo se transforma e os homens também. A raiz é o egoísmo e é uma base para o revisionismo e leva tempo. A erradicação do individualismo será um processo longo. À medida que novas e mais desenvolvidas relações de produção são geradas, isso se refletirá cada vez mais nas ideias de toda a sociedade.

Os comunistas devem ser trombetas que anunciam o futuro. A ideologia nos permite desenvolver e avançar na luta contra o egoísmo. Devemos ser os mais avançados. Trabalhamos por um objetivo que não veremos. Reduzir cada vez mais o individualismo e o egoísmo. É na luta que a ação atinge o individualismo com mais força. A ideologia é o que nos permite avançar.