Intervenção acerca das celebrações dos 130 Anos do Presidente Mao Tsetung (Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoismo, 2024)
Apresentação Servir ao Povo:
Publicamos a seguir material que nos foi enviado pelo Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoismo da brilhante intervenção do mesmo acerca das celebrações dos 130 anos do nascimento do Presidente Mao Tsetung.
Sobre os 130 Anos do Natalício do Presidente Mao Tsetung (Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoismo, 2024)
Saudações revolucionárias às companheiras e companheiros, saudações às Organizações classistas combativas e revolucionárias, saudações a esse esforço que fizeram companheiros e companheiras de vários lugares do país.
Para mim, [Nota da Edição: é uma satisfação] tomar parte dessa celebração de suma importância que, em significado, é ainda maior nesse momento que está transitando o mundo. Esse esforço se soma às lutas no dia a dia, às intervenções revolucionárias na luta de classes no nosso país e em todos os países onde o movimento revolucionário trava lutas frontais com o imperialismo com o latifúndio da imensa maioria dos países contra toda reação, mas não só. Combate de forma inseparável o revisionismo e todo oportunismo.
Esta luta sem quartel se aprofundou mais quando este grande titã do proletariado internacional, este gigante do pensamento e ação revolucionárias, o Presidente Mao Tsetung, no desencadear do processo da revolução na China, formou e traçou o desenvolvimento da teoria revolucionária e dela enquanto uma ideologia científica; a um novo patamar diante das novas exigências que se colocavam no mundo nos inícios do século passado, o século XX.
Queremos inicialmente aqui fazer nossa saudação vermelha ao Presidente Mao Tsetung, ao Maoismo, ao marxismo-leninismo-maoismo, aos aportes de validez universal do Presidente Gonzalo e saudar às massas, os combatentes dos partidos comunistas maoistas, que dirigem Guerras Populares no Peru, na Índia, nas Filipinas e na Turquia, saudar os processos revolucionários por reconstituir ou constituir partidos comunistas marxistas-leninistas-maoistas nos 5 continentes. São processos que preparam também o desatar de novas Guerras Populares no mundo.
Saudar as massas oprimidas que se levantam e combatem em todas as partes do mundo, as guerras de libertação nacional e saudar a toda a luta revolucionária no mundo hoje dando um grande viva à Resistência Nacional Palestina! [Viva!] Viva a heroica Resistência Nacional Palestina [Viva!] Viva o mil vezes heroico povo palestino! [Viva!]
Companheiras e Companheiros, tal como um dos oradores que nos antecedeu, é com grande júbilo proletário que reunimos aqui para celebrar o filho do nosso proletariado, filho do povo camponês da China. Ao assimilar o marxismo-leninismo naquele momento em que o marxismo estava exatamente entrando numa segunda etapa de seu desenvolvimento, que é o leninismo, e a sua profunda assimilação a sua coerência teórica com a prática, o Presidente Mao trouxe um dos maiores aportes para a história da humanidade no último século. É um processo gigantesco que nos tomaria um tempo imenso para mostrar toda a riqueza que tem o processo da Grande Revolução Chinesa, mas podemos sintetizar que a importância do Presidente Mao como dirigente comunista, como construtor e dirigente de um partido comunista, podemos ver ao enfocar e tratar dos 3 maiores acontecimentos revolucionários do Século XX: A Grande Revolução Socialista de Outubro, a Grande Revolução Chinesa e a Grande Revolução Cultural Proletária e, destes três grandes acontecimentos, o Presidente Mao dirigiu dois deles, pessoal e diretamente. Daí, tomamos a importância.
A revolução bolchevique, a Grande Revolução Socialista de Outubro inaugurou uma Nova Era na Humanidade, nessa Era do imperialismo não está apenas a era do desenvolvimento do capitalismo na sua passagem à monopolista, etapa imperialista, mas é também a Era da negação de todo sistema de exploração existente no curso de nossa história, a Era da Revolução Proletária Mundial, esse é o enfoque principal da revolução bolchevique que, tendo a sua frente o Grande Lenin, sacudiu o mundo, fez a terra tremer com a tomada do Poder. Pela primeira vez se quebrava o monopólio do Poder politico da burguesia e passava às mãos do proletariado como revolução triunfante. Nunca esquecemos a memorável e imortal Comuna de Paris, que foi o ensaio geral dessa revolução proletária, mas ali, algumas poucas décadas depois, o proletariado se ergueu, assaltou os céus, tomou o Poder e iniciou a construção do socialismo. Além dos aportes importantes que a grande Chefatura da revolução proletária, o Camarada Stalin, nosso Camarada Pepe, com a construção do socialismo em que não tivera onde se basear a não ser em rudimentos, mas abriu a picada na mata e construiu a estrada, teve que se deparar e confrontar com a reação mundial que veio na forma de disputa que chegou a antagonismo na II Guerra Mundial, a disputa pela hegemonia, a disputa pela nova partilha do mundo pelas potências imperialistas; foi o Presidente Mao que pôde ver, através, inclusive, do trabalho teórico importantíssimo de Stalin ao definir o leninismo como o marxismo da época do imperialismo e da revolução proletária – e, mais precisamente, como teoria e tática da revolução proletária de forma geral e a teoria e tática da ditadura do proletário de forma particular –, que o processo do leninismo estava ligado não mais à luta pelo comunismo em geral, mas pela criação e estabelecimento e defesa da ditadura do proletariado, a revolução bolchevique, o leninismo, representou isso, porque se abriu e se instalou precisamente com a conquista e o triunfo da primeira revolução socialista do mundo. Não foi pequeno o papel do camarada Stalin ao definir o leninismo e rechaçar todas as tentativas de colocar o leninismo como uma particularidade russa do marxismo ou de reduzi-lo a uma aplicação criadora como marxismo oriental, o que na verdade tentavam, com isso, retirar ou borrar a natureza científica do marxismo. O marxismo é uma ciência e, portanto, se desenvolve e seguirá desenvolvendo, e se desenvolve em luta, o marxismo, da mesma forma que surgiu, ele se desenvolve em luta, ele insurgiu na luta contra todas as correntes de socialismo utópico e partindo das três maiores e mais importantes correntes do conhecimento mais avançado da humanidade e, ao mesmo tempo lutando contra elas, surgiu a corrente materialista dialética do marxismo.
A lei da contradição é a lei única fundamental que rege a matéria eterna na sua constante e permanente transformação e isso quer dizer que tudo é contradição, não existe nada que não seja, essa lei da contradição, essa conclusão e esse salto na filosofia marxista foi estabelecido pelo Presidente Mao durante o curso da revolução chinesa, logo após o final da longa marcha, que foi uma grande retirada estratégica para enfrentar o Japão chamando a uma Frente Única Antijaponesa, quando o Japão já tinha invadido a Manchúria e passa a avançar para tomar toda a China. Essa compreensão é a assimilação do marxismo-leninismo pelo Presidente Mao profundamente vinculada a sua aplicação às particularidades e à concretude da revolução na China, é que veio a trazer esses grandes aportes e avanços como continuidade e salto nos desenvolvimentos de Marx, Engels, Lenin e Stalin.
Quando falamos do maoismo e saudamos processos revolucionários e luta dos maoistas no mundo todo hoje, não podemos, de forma alguma, colocar no primeiro plano o Presidente Gonzalo.
O Dr. Manuel Ruben Abimael Guzman Reynoso, líder do povo peruano, chefe do Partido Comunista do Peru, que em razão da sua luta que passou a estremecer a reação, depois de ter sido preso, passou 29 anos, na verdade sequestrado, mantido completamente isolado, numa cela solitária a muitos metros abaixo do chão e foi assassinado de forma covarde no dia 11 de setembro de 2021. A reação se aproveitou depois de tê-lo mantido isolado por tantos anos, aquele momento em que um governo da esquerda oportunista eleitoreira havia chegado à gerência do velho Estado peruano, esse Sr., cuja formação política era de rondero – membro das rondas campesinas, uma organização criada pelos camponeses no Peru, na década de 1960, que com o tempo foi engolida pela estrutura do Estado e corporativizada pelo regime do general Velásquez Alvarado e depois utilizada pelos partidos revisionistas e oportunistas como escola de insuflar e adestrar no anticomunismo os camponeses no Peru – esse governo foi colocado nas mãos dele por ser aceito pela direita e o imperialismo norte-americano e toda reação do Peru para que neste governo fosse executado o Presidente Gonzalo; e foram os agentes do serviço de inteligência da Marinha peruana com a CIA e a colaboração do governo que o executaram. Governo que, inclusive, assinou um decreto inédito na história jurídica do mundo, do Peru ao menos, um decreto para ser aplicado retroativamente para criar uma Lei que condenados por terrorismo teriam seus corpos incinerados e não fossem entregues aos seus familiares e entes queridos. Logo o Sr. Castillo recebeu o pagamento, sendo derrubado e hoje está na prisão.
Tudo isso se passa de uma forma despercebida, pois é claro que nos monopólios – creio que quando se refere a “mídias”, isso é um termo técnico, essa imprensa porca tem classe, são um monopólio da informação e das comunicações e temos de tratá-las assim, tem posição de classe, não é que está “do lado das classes dominantes”, elas são parte das classes dominantes. As famílias, pouquíssimas, hoje são 4 ou 5 só, são as mais importantes famílias das classes dominantes no país e que exercem um poder enorme de chantagem sobre o governo, sobre a máquina do Estado e o conjunto da sociedade. Devemos dar os nomes verdadeiros a essa gente, esses criminosos, porque divulgam mentiras, falsificam os acontecimentos o tempo inteiro. Como vemos agora de forma mais sórdida que se faz com a guerra na Palestina. Aqui vale dizer, que ali se comete genocídio, mas ali ocorre principalmente, companheiras e companheiros, uma extraordinária guerra de Resistência Nacional, nós temos de olhar é para isso, para a Palestina! E seu Heroísmo! [Aplausos] [Fora Israel das terras palestinas! Fora ianques da América Latina!] Nós temos que tomar desse sacrifício que faz o povo palestino que já levantou milhões e milhões de pessoas em todo mundo, não só dos países oprimidos pelo imperialismo, mas dentro destes, nas metrópoles, milhões de pessoas estão se levantando, esse Dilúvio, está clamando que os povos oprimidos do mundo se levantem e que combatamos e que é muito importante que vamos às ruas gritar contra o nazismo de nosso tempo, contra o seu amo que é o imperialismo norte-americano, mas também contra todos imperialistas, o imperialismo russo que pisoteia a nação ucraniana, todos eles, é preciso que nossas ações para apoiar a nação palestina deem um passo a frente, precisamos cercar as representações ianques neste país, seus interesses econômicos, bem como de Israel, pressionar os governos para romper os contratos com Israel, pois as mesmas armas que massacram o povo palestino, matam camponeses, matam o povo pobre e preto nas favelas! [aplausos]
As escolas para treinar espiões, os X-9, os dedos-duros, vêm da assessoria não só da CIA, mas do Mossad, isso, companheiros e companheiras, o que nos dá essa ira é o maoismo, que diz que chegou o tempo de levantar pelo mundo todo, dar guerra ao imperialismo em todas as partes do mundo e logo veremos quantas armas têm, quantos combatentes eles têm, quanto tempo podem guerrear, e terão que escolher concentrar em determinados pontos e ter de entregar outros, pois não poderão combater em todo lugar e sabemos que é uma luta prolongada, sabemos pelo que a ciência sistematizou e sintetizou de toda experiência da Revolução Proletária Mundial, como nós sabemos na atualidade, as dificuldades, as enganações de todo esse aparato que são os meios de comunicação para intoxicar a mente das pessoas para poder fazê-las conformarem-se e, nisso, a esquerda oportunista cumpre um papel decisivo e contrarrevolucionário, pois convencem as massas a que não se mobilizem e não lutem e quando essas começam a lutar estes tentam assustá-las. Dizem: “não siga esse ou aquele que querem a morte, que querem a guerra”, é assim que fazem com a LCP e outros movimentos que se dizem defensores da luta popular. Chamam de guerrilheiros os militantes maoistas nas universidades, tentando assustar, mas enquanto assustam alguns, atraem aqueles que querem lutar. Quando a luta de forma concreta entrar nesse terreno que é a guerra, estarão em apuros.
Queria, aqui, nessa celebração, ressaltar o papel do Presidente Gonzalo e nós o fazemos com a Guerra Popular no Peru, que começou em 17 de Maio de 1980 e se desenvolveu de uma forma impressionante, durante 12 anos, exatamente em 1992, quando a reação logrou localizar a reunião do Comitê Central e prender o Presidente Gonzalo e a maioria do Comitê Central, no entanto, enganam-se aqueles que acham foi por causa de um grande trabalho de inteligência da polícia. A luta revolucionária, a luta do povo, engendra uma contradição, que é a contradição entre avançar, combater, lutar até triunfar e não avançar, não combater, não triunfar. [N.E.: É a ideia do] “antes um pouco do que nada”, que os reformistas dizem, inimigos internos no meio do povo, por isso o Grande Lenin dizia: “Pretender combater o imperialismo e a reação de forma separada de todo oportunismo e revisionismo não passa de fraseologia oca”, porque os revolucionários não podem enganar as massas, nós temos de dizer as coisas claramente, sermos claros perante as massas, não podemos mentir.
Participar dessas eleições é mentir para o povo, é legitimar um sistema de opressão, porque se concorre, porque se diz que há democracia… Não, companheiros! Dizem que é tudo pela democracia contra fascismo… Não! O que temos nesse país são parcas liberdades democráticas conquistadas pela luta do povo, historicamente, não tem nada de presente aí companheiras e companheiros. Isso é o escopo do que dizem de Estado democrático de direito, isso quer dizer, que tudo que está na lei, é ético, moral e certo. Roubar é ético! Essa esquerda oportunista segue dizendo isso. Antes era a luta contra a direita, quem era a direita? O PSDB. E quem era a esquerda? O PT e a Frente Brasil…, mas quando o PSDB desapareceu – porque a luta de classes radicaliza –, a extrema direita apareceu e fala de forma aberta que é preciso ter um governo no Brasil de ditadura pois não há como resolver o problema no Brasil com o essa democracia que está aí – e isso Bolsonaro pregou o tempo todo, que é o pensamento da maioria das FA’s (divergem sobre como fazer) –, então companheiros, o que o maoismo nos traz e nos diz, é o oposto de toda essa arenga de décadas no nosso país, porque o regime militar conseguiu recuar organizadamente, saiu de cena, passou anos quietinho no seu canto, mas sempre controlando tudo e agora colocam, porque eles, mais do que ninguém, sabem que o Brasil está a ponto de uma explosão.
Os avisos da realidade, daqueles que pipocam pelos campos do nosso país, de rebeliões populares contra injustiças de todo tipo, também já escalou a nível nacional como foi 2013. Aliás, nesses dias atrás, foi condenado o Caio. Estes jovens, na manifestação, soltaram um buscapé gigante, este bateu na cabeça do jornalista, este jornalista veio a falecer. Recordem, todos e todas, que já havia um ensaio de arrumar um cadáver, que [N.E.: primeiro] foi o Fusca na Av. Paulista1, que quando as pessoas que estavam tocando fogo ali e viram que tinha pessoas lá dentro, foram lá e tiraram a pessoa, a Rede Globo já estava quase que anunciando que o Fusca fora queimado pela turba de vândalos etc. [N.E.: Por isso] nunca poderão me convencer que esse repórter cinematográfico não foi eliminado no transporte até sua internação, porque havia clamor da direita, do Estado, do governo, inclusive, da Rede Globo em cima [N.E.: fazendo pressão, porque] precisavam disso pra se contraporem à onda generalizada do movimento de massa que aplicava violência revolucionária e ia se desenvolvendo. A Rede Globo jogou tudo, pediu para as pessoas irem de branco, fez o diabo, teve que sumir da rua porque apanhavam na rua, e agora temos o 8 de Janeiro e o apaziguamento com os gorilas militares, aquilo que o companheiro da LCP disse aqui, para que esse Ministro da Justiça fosse pro STF, foi negociado, toma lá dá cá e o “dá cá” foi esse de aprovar o marco temporal.
Não vou falar sobre essa lorota dessa esquerda, que [N.E.: está] em grande parte da academia, de que o Brasil é um país capitalista desenvolvido com uma desigualdade muito grande sem distribuição [N.E.: de renda], toda essa conversa fiada que temos de suportar décadas a fio, cuja receita medíocre para o Brasil que o PT trouxe foi tentar ressuscitar um cadáver chamado desenvolvimentismo e colocaram o carimbo de popular, de espalhar a roubalheira, a corrupção com distribuição de renda para “novos-ricos”, isso é o que tem sido na prática o resultado. “Não tem camponeses no nosso país”, “a revolução é na cidade”, “pelo voto”, “no parlamento”, sim, com aquelas pessoas que têm auréola de honestidade? São bandidos! O bem-intencionado fica ali, quando sai, já está no bolso.
Portanto, companheiros, a nossa luta é na batalha em cada lugar, isso que nos ensina o maoismo. Quando o Presidente Gonzalo toma posição pelo pensamento maotsetung, vai aprofundando na aplicação na realidade do Peru preparando o Início da Guerra Popular, e quando esta se inicia, ele diz: A ideologia do proletariado agora não é só mais o marxismo-leninismo pensamento maotsetung; o marxismo deu num novo salto a uma nova, terceira e superior etapa de desenvolvimento. Esta é uma questão fundamental, pois isso tem significado muito profundo, o que significa isso? Alguns dizem: “É marxismo-leninismo-maoismo, porque é uma questão de simetria, ‘ismo’ pra Marx, para Lenin e pra Mao”. Tentam burlar a ciência. O ‘ismo’ é o que dá o caráter na nossa representação, como implementamos os termos, caráter de ciência. O que o Presidente Gonzalo fez que muitos não entendem, pois muitos falaram de maoismo, de terceira etapa, como se fossem um conjunto de aportes do Presidente Mao que compõem o pensamento. Até um momento foi [N.E.: assim], mas ele saltou adiante. O Presidente Gonzalo vai exatamente ali no caminho que Lenin abriu quando, tomando de Engels no AntiDühring, [N.E.: parte das] três partes do marxismo, que também não é somatória, é unidade, que, para compreendermos, separamos assim. Lenin descreve as três fontes e três partes do marxismo. O Presidente Gonzalo analisa o seguinte, que o desenvolvimento de uma etapa significa salto de qualidade no desenvolvimento da doutrina, nas três partes enquanto unidade. Toda revolução aporta conhecimento, traz aportes, mas os aportes e o desenvolvimento da ciência e da ideologia do proletariado internacional não é pelo simples esforço de alguém muito ilustrado ou de luta muito combativa. A realidade tem que estar demandando novos desenvolvimentos e a revolução que responde a essas novas demandas – e se elas chegam a esse ponto – necessitam de saltos na unidade que compõem o marxismo nas suas três partes constitutivas, isso [N.E.: é o que] constitui uma etapa.
E aí [N.E.: é que] ele fundamentou muito claramente como Marx chegou às suas conclusões, o descobrimento de leis e estabelecimento de toda sua base teórica, o salto gigantesco filosófico que é o materialismo-dialético, como Lenin o fez em seu “As três fontes…”, o Presidente Gonzalo demonstrou que o Presidente Mao também trouxe aportes e gigantescos saltos quanto à filosofia, pois ele [N.E.: Mao] se tornou o mestre da dialética, não só pela compreensão e desenvolvimento que deu e seu manejo magistral das contradições, como que o Presidente Mao pôde, no curso, ir desenvolvendo a filosofia marxista, justamente com grandes saltos que trouxe Lenin. O Presidente Mao vai trazer essa síntese de que a lei da contradição é a única lei fundamental da matéria, portanto, seja na natureza, na sociedade ou no pensamento; e, com base nesse manejo, a sistematização e síntese da teoria do conhecimento marxista, que vai da prática à teoria e da teoria à prática, primeiro momento sensível do conhecimento e depois, seu passo seguinte racional, sua aplicação à realidade para ser confirmado ou rejeitado. Essas contribuições se deram nesse manejo, não só na compreensão da exposição, mas foram retiradas na resolução de problemas da luta de classes.
A revolução chinesa teve 25 anos de luta armada, quatro tipos de guerras, principalmente duas guerras civis, uma da revolução agrária e a outra, que foi a última, de libertação popular que deu o triunfo em 1949. A guerra por libertação nacional, a guerra contra o latifúndio, a semifeudalidade e o imperialismo e, logo, a luta contra outro apoio do imperialismo, que é o tipo de capitalismo que o imperialismo engendrou dentro da China que é o capitalismo burocrático. Esse [N.E.: aporte sobre o capitalismo burocrático] foi outro aporte que ele vai dar na economia politica marxista de extrema importância, que é a continuidade do desenvolvimento de Lenin, da teoria do imperialismo. Isso afirmamos que a teoria do capitalismo burocrático é parte da teoria do imperialismo, tal como o imperialismo de Lenin é parte do Capital de Marx e, no terreno do socialismo científico – estou citando aqui o que é mais representativo para não me alongar – tocou em questões de suma importância para a luta do proletariado, recolhendo da experiência da luta de classes e da experiência viva da luta de classe do movimento operário e da revolução proletária, que o Partido também é um processo de desenvolvimento. Marx colocou seus pilares de que é necessário que o proletariado se organize enquanto classe no seu Partido, que seja diferente dos demais até hoje existentes e oposto a eles, um partido de classe, ele lançou os pilares. Pois, onde poderia surgir o protótipo do partido revolucionário da classe operária? Na Suíça? Nos países das democracias ocidentais? Ou a sua fornalha tinha que ser nas condições mais duras e mais difíceis, que era na luta revolucionária na Rússia czarista? Esta é a questão que o Presidente Mao aprofundou: Que o Partido tinha de ser um partido de Novo Tipo, partido de combate, chefe politico e militar da classe. Porque Lenin formulou que a revolução proletária não é como muitos pensavam antes, que a classe se organiza, faz uma insurreição e toma o poder. Na época do imperialismo, que é a época em que se tornou possível realizar e triunfar a revolução proletária, a prática da luta confirmou que era necessário um partido que fosse de uma disciplina de ferro porque a revolução era uma guerra em meio a guerras de vários tipos que levaria o proletariado ao poder; e a revolução bolchevique, ela também, tomaram apenas com a insurreição de 25 de outubro (7 de novembro), foi a genialidade de Lenin [N.E.: de ver a particularidade], pois a Rússia tinha um tipo de capitalismo diferente da Europa ocidental, uma grande concentração da produção, fábricas com 40 mil operários, em alguns poucos pontos na Rússia. Lenin diz que se deveria tomar ali e depois levava o poder soviético pro reto da Rússia. A Guerra Civil foi o que levou o poder soviético para toda extensão do que veio ser a URSS, que eram quase todas elas nações, povos, países, que eram prisioneiros, como Lenin dizia que a Rússia tsarista era uma prisão de povos. Assim se deu a insurreição, a Guerra Civil foi que instaurou, assegurou e consolidou o Poder soviético. Poder da ditadura do proletariado, apoiado na aliança com os camponeses.
O aporte do Presidente Mao nisso é: Ao tomar o Partido também como uma contradição, pois no interior do Partido se refletem as contradições de classe da sociedade em que ele está inserido, o que os comunistas devem fazer, [N.E: portanto], é reconhecer que as divergências que surgem dentro de um partido, elas são reflexos dessas diferenças de interesses de classe que estão na sociedade. Os agentes dessas contradições não tem [N.E.: necessariamente] consciência clara que estão representando esses interesses, é a luta entre estas posições que vai acabar de deixar isso claro. [N.E.: Isso é o que] o Presidente Mao estabeleceu como método, que o Presidente Mao vai chamar de luta de duas linhas. Ou seja, o Partido é uma unidade de contrários, mas o Partido precisa ter uma única posição que todos apliquem (contribuição de Lenin, que é o centralismo democrático, o princípio organizativo do proletariado, seja pro destacamento de vanguarda, seja para organizações de massa, mesmo para organização do Poder Estatal, de que a minoria se submete à maioria. Não quer dizer que a minoria que se dane, é necessário tomar em conta todos elementos da contradição para poder estabelecer sempre uma linha correta e lutar por defendê-la).
Uma outra contribuição gigantesca pro marxismo que o Presidente Mao vai trazer é em relação ao socialismo científico. Um grande problema que se tinha, pois antes se dizia que era a revolução socialista para o proletariado, mas da imensa maioria dos povos do mundo, o proletariado era minoria. Como resolver esse problema? Foram lutas duríssimas acerca dos países dominados pelo imperialismo, imensa maioria dos países do mundo. Enquanto existirem vai ser assim, a imensa e esmagadora maioria das massas no mundo, as massas que fazem a história, estão nesses países, então, é o problema de como chegar ao socialismo nesses países. Nos países capitalistas desenvolvidos, que são os países imperialistas, a revolução [N.E.: socialista] está colocada desde já, desde sempre como revolução socialista: Instaurar a ditadura do proletariado, o socialismo científico, como Marx diz na sua Crítica ao Programa de Gotha, com um período de revolução permanente. Aí o oportunista Trotsky – não vou explicar, quem gosta dele que leia as críticas sobre ele – mas este Sr. formulou uma tal de revolução permanente que ele copiou de outro alemão, que havia copiado de Marx, e tentando dar, aí sim, um aval de Marx, o que ele dizia? Trotsky detestava os camponeses, considerava um resto de sociedade feudal, gente atrasada e estúpida, assim ele pensava, a proposição dele era de que a revolução não tinha como avançar num país se o proletariado está atrasado em outros países, então ele faz um programa de transição que na verdade é a rendição da classe operária à luta pelo socialismo.
O Presidente Mao vai demonstrar que, nos países como o nosso, a conquista do socialismo se dará em duas etapas, porque há uma massa de pequena propriedade nesses países. A classe operária, a indústria, são muito pequenas, o peso do proletariado diante do conjunto da população é ínfimo. Então, é necessário fazer transformações democráticas, isso Marx já dizia, depois Engels aprofundou mesmo depois da morte de Marx, identificou o processo da revolução da Alemanha lutando contra os teóricos do partido social-democracia da Alemanha, que subestimavam a questão da democracia. Estamos falando da democracia como transformação do avanço das massas no sentido de controlar cada vez mais a sociedade, para que, com base nisso, elevando sua consciência de classe revolucionária, chegar ao estabelecimento da ditadura do proletariado. Então, o Presidente Mao vai chamar de Nova Democracia, porque diz que a velha democracia estava morta, tinha de ser enterrada, agora, nos países atrasados, que existe uma massa significativa de camponeses e que prevalece a concentração e relação de propriedades da terra concentradas na mão de um punhado e é necessário democratizar essa propriedade da terra, estabelecer a República Democrática e expulsar o imperialismo. O Presidente Mao vai dizer aos camponeses: Há três montanhas que oprimem e exploram o povo e espoliam a nação; o imperialismo, a feudalidade ou semifeudalidade e o capitalismo burocrático. É necessário destruir, derrubar as três montanhas. Essa é a bandeira da Revolução de Nova Democracia, cuja base, ou primeira fase é a Revolução Agrária, em que os camponeses, ajudados pelos comunistas estão lutando para destruir o latifúndio.
É ilusão pensar em programas de reforma agrária de governo, não só apenas porque não existem, vêm a conta-gotas para iludir alguns, só que não farão. Como todos governos, o Sr. Lula quando era candidato, dizia que se pudesse chegar a presidente que se pudesse fazer só uma coisa seria a reforma agrária. Nem na campanha dele que houve o Massacre de Corumbiara (1995) – que não foi só massacre foi enfrentamento e Resistência heroica dos camponeses, resistência armada –, ele foi lá de chapéu panamá, disse que quando chegasse [N.E.: à presidência da república] indenizaria [N.E.: as vítimas], etc. Tem companheiros aqui que participaram, durante o 1o e 2o governos [N.E.: de Lula], de acampamentos de pessoas massacradas que ainda tinham projéteis alojados no corpo, do balaceiro que jogaram em cima dos camponeses [N.E.: durante o confronto], mas nunca resolveram nada. A sagrada luta de Santa Elina continua. O Movimento Camponês Revolucionário já tomou essa terra em Santa Elina, já tomou e falta apenas um pedaço dela. O Movimento Camponês Revolucionário teve de fazer uma retirada estratégica para voltar num momento mais favorável.
O Presidente Mao resolveu e denominou cientificamente como ditadura conjunta de classes revolucionária. A Frente Única Revolucionária, se fala aí [N.E.: como se fossem] grupos de esquerda unidos, não! É Frente de classe que, claro, podem ter representações formais, níveis de organização, mas é o Programa que faz a Frente, [N.E.: Programa esse] que é defender essas classes que são oprimidas pelo imperialismo e por essa semifeudalidade.
E, por último, um grande acontecimento, uma das coisas que foram totalmente inéditas no estudo social do processo da revolução que foi a Grande Revolução Cultural Proletária (GRCP). Lenin afirmou, não como os revisionistas dizem hoje, de que no socialismo se acabou a exploração, então não tem mais classes, não. O sistema de exploração acabou, a propriedade privada foi eliminada juridicamente e é levada no plano econômico como luta de classes também. A burguesia, derrubada do poder, centuplica sua força, dizia Lenin, como Marx falava que toda revolução verdadeira engendra uma poderosa contrarrevolução e é a fúria dessa contrarrevolução que fará espraiar e crescer a força da revolução. Quando o Presidente Mao estabelece essa que foi a grande experiência da Frente Única Antijaponesa que consegue unir com Chiang Kai-shek, que era representante da burguesia burocrática-compradora da China que encabeçava o poder, massacrava e perseguia os comunistas, foi até derrubado da direção [N.E.: do Kuomintang] e teve de aceitar [N.E.: a aliança com o Partido Comunista], ele dirigia uma força muito grande e, para derrotar os japoneses na China, era necessária a aliança [N.E.: do PCCh com o Kuomintang], assim que ele [N.E.: Mao] combinou a guerra de guerrilha do Exército Vermelho com a guerra regular das tropas do Kuomintang que, combinadas, levou à derrota dos japoneses.
Portanto, este aporte da GRCP, necessitava resolver de como prosseguir a luta de classes dentro da ditadura do proletariado, porque o Partido chega no poder e começa a burocratizar e ser corrompido e é necessário que se trave uma luta a partir das massas para derrubar dos postos do poder de Estado aqueles colaboracionitas e defensores do caminho capitalista e assim aconteceu na GRCP. O maior movimento de massas da história humana, movimento consciente, centenas de milhões de pessoas estavam lutando não era por um prato de comida, mas pela consciência de como o poder das massas seria garantido se elas não exercessem o Poder, desde o lugar de onde viviam até sua representação máxima, e nesse embate foi exatamente o que gerou os Comitês três-em-um; em que eram conformadas as novas estruturas de Poder do proletariado, com representantes das massas revolucionárias, representantes do Partido e do Exército, foi a primeira grande medida e resultado da experiência de como levar a luta de classes no socialismo, no entanto, não foi possível vencer ali, neste processo não se conseguiu o grande mar de massas armado, como o Presidente Mao falava de que precisamos armar as massas para rodear o próprio Exército caso haja um golpe na direção, na cabeça do Estrado e a Força Armada é a medula do Poder de Estado e, se essa direção da Força Armada toma posição para direita, é necessário que essas massas o condicionem e façam a limpeza e isso não foi alcançado, mas se aprendeu muito.
Vou concluir firmando aos companheiros e companheiras que hoje o que o maosimo coloca como a etapa mais desenvolvida do marxismo, nós entendemos que com os aportes de validez universal do Presidente Gonzalo, que dá ao proletariado na palma da mão o que é necessário fazer para levar a revolução proletária. Ele diz, precisa de um partido militarizado, porque a luta de classes é guerra, é preciso dos três instrumentos, a Frente é pra cercar o inimigo e apoiar a luta armada, o Exército é pra fazer a luta armada, o Partido são os heroicos combatentes que manejam as duas armas, as três varinhas mágicas; e o Presidente Gonzalo fala que a construção destes três instrumentos é de forma concêntrica, ou seja, o Partido, a ideologia, é o eixo, o centro, mando de tudo. Outros aportes, ele colocou a guerra popular universal, pois é a doutrina militar completa do proletariado, e temos afirmado que mais do que uma doutrina militar; é a concepção de politica e de Poder do proletariado, por isso levantamos a bandeira, o maoismo levanta, de guerra popular até o comunismo, por toda transição, porque a guerra popular não é só tiro, é a mobilização das massas exercendo o Poder e golpeando o inimigo parte por parte. Não podemos vencer da noite pro dia, porque as massas estão desorganizadas, por várias razões, seu nível de consciência politica ainda é baixo, devido ao grau de exploração, o grau de manipulação que as forças politicas que enganam o povo; o dividem e o confundem, como vamos mudar a situação? Passo a passo, aumentando aqui e ali até dar um salto, pois assim é o movimento da matéria, e o movimento social se dá assim também, se acumula uma quantidade, depois dá um salto. De onde saem essas explosões de 2013? Saiu de onde? Tem gente até hoje se perguntando da onde saiu. Depois perguntam pra onde foi, cadê todo mundo? Como tudo na matéria, é onda, sobe, depois desce, quando não tem uma resposta, não avança mais, é o momento de fazer o balanço, de ver erros e acertos e preparar para novas, como novas que virão por aí.
Nesta questão da guerra, há uma grande luta ideológica no campo do maoismo no mundo inteiro hoje em torno disso, e nós falamos, a poderosa arma do maoismo: 1) o imperialismo e todos reacionários são tigres de papel, o poder nasce do fuzil e, mais, a guerra popular nos países até se transformar em guerra popular mundial e, para concluir, aqui quero afirmar para as companheiras e companheiros; de que a época que estamos vivendo, talvez, se queira, vai ser a primeira em que a revolução vai impedir a guerra imperialista mundial! O Presidente Mao disse: “Ou a revolução impede, conjura a Guerra Mundial, ou a Guerra Mundial atiça a revolução”, já é uma lei. Na IGM apareceu o primeiro poder proletário e na IIGM um campo socialista, a reação e a burguesia sabem disso também e hoje eles não podem, não querem marchar com Guerra Mundial porque a perda para eles será muito grande, porque primeiro, o mundo acumulou uma quantidade de armas de destruição em massa que um pode saber como se começa a guera, mas ninguém pode dizer como ela vai acabar, então, o que os revolucionários têm de fazer é levantar mais a revolução para derrubar os governos imperialistas, golpear seus lacaios em todo mundo e, dessa forma, dificultar o máximo que uma guerra, que será das mais horrendas se ela for deflagrada, e, se for, a Guerra Popular mundial a aplastará, pois o imperialismo e a reação serão varridos da face da terra. Nesse século ainda, companheiros, será nesse século! [clamor geral] OSéculo XXI, será a Aurora do socialismo em todo mundo! Quem viver verá, mas lutando! [clamor geral]
[ACLAMAÇÃO, TODOS DE PÉ]
[Palavras de ordem: Servir ao povo, de todo coração! Tropa de choque da Revolução! O povo prepara sua rebelião, se abre um novo tempo para a Revolução!]
1O acontecimento narrado se deu na Rua da Consolação (Pça Roosevelt), em São Paulo – capital (NE).