Inédito em português, a Entrevista com o Presidente Gonzalo foi lançada em formato de livro, pela Editora Ciências Revolucionárias por R$24,30.
Nós do blog Servir ao Povo recomendamos enormemente tanto pelo conteúdo como o prefácio impecável do Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoismo que esclarece muitos pontos sobre as contribuições universais do Presidente Gonzalo à ideologia marxista, hoje maoista.
Abaixo a matéria publicada no Jornal A Nova Democracia:
O texto é uma entrevista realizada pelo jornal El Diario com o chefe comunista peruano Abimael Guzmán, o Presidente Gonzalo.
Redigido em 1988, o texto foi publicado pela primeira vez no dia 24 de julho, um domingo, nas páginas da edição número 492 do jornal peruano El Diario. Com o título oficial de “Entrevista na clandestinidade: Presidente Gonzalo rompe o silêncio”, a entrevista estampava a capa do jornal com o subtítulo “reportagem do século”.
A publicação estremeceu o Peru. Naquela época, o país já era palco há 8 anos de um processo revolucionário dirigido pelo Partido Comunista do Peru (PCP) e sua Chefatura, o Presidente Gonzalo. De acordo com uma breve introdução da edição brasileira, “era a primeira entrevista da Chefatura do Partido Comunista do Peru (PCP) e da Guerra Popular desde o Início da frágua, em 17 de Maio de 1980, que o PCP definiu por ILA-80. O domingo corriqueiro dos peruanos, quiçá perturbado por algum blecaute perpetrado pelos guerrilheiros (que já se tornavam parte da rotina do país, assunto nos ônibus e nos bairros), se converteu numa data de importância histórica”.
A repercussão foi tamanha que a reação peruana não tardou a mover suas garras. O jornal El Diario foi empastelado e seu diretor, Luis Arce Borja, responsável pela entrevista, preso poucos dias depois. A denúncia da prisão ficou ao encargo de Janet Talavera, jornalista revolucionária peruana e então chefe de redação do El Diario. Na época, Talavera e Borja repercutiram extratos da entrevista para correspondentes de diversos outros países.
Quanto ao conteúdo da entrevista, a introdução da edição brasileira afirma que “os temas decisivos da Revolução Proletária Mundial, do seu passado e do seu futuro, são tratados aí”. O mesmo texto dá conta que “a ‘Entrevista do Século’ – como logo ficou conhecida nos círculos clandestinos mundo afora – foi uma espécie de trovão que anunciava novas tempestades revolucionárias por vir, ainda mais surpreendente foi descobrir, à medida que nos chegavam ao conhecimento os documentos do referido Congresso, bem como os que remetiam a toda a trajetória da Fração Vermelha agrupada em Ayacucho no princípio dos anos 60, que este magnífico edifício não era senão uma pequena amostra de um conjunto de elaborações integrais e originais, que constituem o que no presente se consagrou como os aportes de validez universal do Presidente Gonzalo”.