Red Herald: Filipinas: notícias da Guerra Popular nas Filipinas

Tradução do blog Servir ao povo da matéria do Portal Red Herald / Heraldo Rojo

A.R. – 9 de agosto, 2023

Imagem: manifestação em Borogan City, Filipinas. Fonte: Ang Bayan

Nas últimas semanas foram realizadas diversas ações do Novo Exército do Povo (New People’s Army – NPA) na Guerra Popular. Pode-se encontrar ações anteriores em nosso último artigo. No dia 30 de julho, o NPA matou um soldado e feriu outro do 62º Batalhão de Infantaria. Isto ocorreu em Barangay Trinidad, Guihulngán, em Negros Oriental, quando os guerrilheiros atacaram as tropas para interromper suas operações de combate. Esta não foi a única ação similar, já que em 25 de julho, em uma operação de perseguição, um soldado de uma unidade do mesmo batalhão foi ferido em Negros Ocidental. Outro oficial de polícia foi ferido em 2 de agosto em Guihulngán. Junto a estas ações, o NPA informa que 30 combatentes foram graduados no seu treinamento militar na zona de Samar para poder seguir realizando esses tipos de ações pela Guerra Popular.



No último sábado, 5 de agosto, o 62º Batalhão de Infantaria das Forças Armadas das Filipinas (Armed Forces of the Philippines – AFP) realizou um bombardeio contra diferentes povoados em Guihulngán, iniciando às 5:00h e durando mais de uma hora e meia. Estes bombardeios colocaram em sério risco os habitantes, já que ocorreram muito próximos do povoado, na zona que os camponeses cultivam verduras. Este não foi um fato isolado, já que na área, a Polícia Nacional das Filipinas frequentemente interrompe a tranquilidade e a atividade econômica dos camponeses. Também foi realizado outro bombardeio no dia 3 de agosto. Na zona ainda há voo de drones e presença militar interrogando os residentes.

A luta armada revolucionária contra o velho Estado e pela nova democracia está longe ficar isolada. Amplos setores das massas populares sofrem e, portanto, se levantam contra as classes dominantes. Nesse sentido, também cabe destacar que, em 24 de julho, 12 mil pessoas protestaram em várias cidades das Filipinas contra as condições de vida. Cerca de 10 mil delas na cidade de Quenzon. Estes protestos ocorreram sob a consigna de “Mais salários, condiões de vida e alimentos na mesa! Basta de violência! Bem-estar às massas, não da nobreza!” para protestar contra a alta de preços no país. Aos protestos se uniram grupos democráticos de Tagalong Meridional, Central Luzon, Cordilheira e outras regiões vizinhas. Também houve marchas em mais cidades, concentrando até 600 pessoas e grupos democráticos, como em Metro Manila e na Ilha de Negros. Estes protestos se estenderam a nível internacional e foram realizados por grupos de migrantes filipinos nos Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Nova Zelândia e Austrália. Os protestos são dirigidos contra o governo de Marcos, que se cala ante os grandes problemas do povo, como a fome e medidas antipopulares que afetam os pescadores.

Posteriormente, durante os primeiros dias de agosto, se pode comprovar uma alta generalizada dos preços na cesta de compras no país asiático. Esta alta dos preços está coordenada pelas grandes companhias, e já é a quarta realizada nas últimas quatro semanas no país. O jornal democrático das Filipinas, Ang Bayan, analisa que isto se deve às políticas do regime de Marcos: “Isso destrói as forças produtivas e aprofunda as agrárias, não industrializadas e as economicamente atrasadas. A capacidade de produzir alimentos e outros bens está diminuindo, e depende cada vez mais das importações, de empréstimos externos e investimento estrangeiro”. Acrescentam que isso só serve aos interesses de grandes bancos estrangeiros e dos capitalistas monopolistas enquanto minam os direitos econômicos do povo. Também acrescentam que a situação é pior onde o regime de Marcos permite aos latifundiários, à burguesia compradora e aos imperialistas tomarem centenas de milhares de hectares de terra para plantações e minas, e projetos de energia “verde” e ecoturismo, entre outros. Centenas de milhares de camponeses são expulsos da terra e privados de outros meios de produção e meios de subsistência que resultam na bancarrota e pobreza generalizadas.” Acrescentam que para poder lutar por estes direitos econômicos precisam levar a cabo a luta democrática nacional: “só mediante o alcance da verdadeira libertação do controle estrangeiro pode uma nação ser estabelecida, sensível às necessidades das pessoas, de pé sobre seus próprios pés e avançando até uma abertura socialista moderna e progressista.”

Ademais, 2 mil habitantes de diferentes províncias de Samar realizaram uma marcha em 7 de agosto para exigir o fim da indústria mineradora destrutiva existente nas ilhas de Homonhon e Manicani. A ação iniciou com uma caravana a partir de diferentes povoados até Borongan City, e a partir dali, marcharam juntos. Ang Bayan informa que o propósito da marcha foi “explicar os efeitos negativos das operações mineradoras” na ilha e “exigir o final destas atividades”. Enquanto isso, o Conselho Estudantil da Universidade das Filipinas-Tacoblan se solidarizou com a ação contra as operações mineradoras. Atualmente há quatro destas companhias operando para extrair níquel e crômio na ilha de Homonhon: Techiron Resources Inc, Emir Mineral Resources Corp, King Resources Mining Corp e Global Minmet Resources Inc.