Índia: ‘Homenagem vermelha ao Camarada Gonzalo, Chefe fundador e ex-Presidente do Partido Comunista do Peru!’ (PCI – Maoista, setembro de 2021)
Tradução não-oficial.
Proletários de todos os países, uni-vos!
Homenagem vermelha ao Camarada Gonzalo, Chefe fundador e ex-Presidente do Partido Comunista do Peru!
O Comitê Central do PCI (Maoista) presta sua humilde homenagem ao Camarada Manuel Ruben Abimael Guzman Reynoso (Gonzalo), 86 anos, chefe fundador e ex-Presidente do Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso em seu martírio no dia 11 de Setembro no centro de segurança máxima da Base Naval de Callao no Peru. Nosso Comitê Central expressa profunda condolência e simpatia ao Partido Comunista do Peru, ao proletariado, ao campesinato, a todo o povo revolucionário do Peru e amigos, camaradas e parentes do Camarada Gonzalo.
O Camarada Gonzalo nasceu em 3 de dezembro de 1934 em Mollendo, uma cidade portuária do Peru; foi atraído para o marxismo e juntou-se ao Partido Comunista do Peru quando estudante na universidade. Entre 1965 até meados dos anos 70 ele serviu como professor de Filosofia na Universidade de San Cristóbal de Huamanga em Ayacucho. Durante os anos 70 o Camarada Gonzalo foi preso duas vezes sob acusações de que estava envolvido com atividades violentas contra o governo do Peru.
No ano de 1965 o Camarada Gonzalo visitou a República Popular da China e veio ao encontro do Camarada Mao Tsetung. O Camarada Gonzalo deixou seu emprego como professor universitário e em meados dos anos 70 foi para a clandestinidade. Seguindo o falecimento do Camarada Stálin, tendo como pano de fundo a transformação do Partido Comunista da União Soviética num partido revisionista e na União Soviética num país social-imperialista, o Grande debate, a Grande Revolução Cultural Proletária e a divisão do Movimento Comunista Internacional nos anos 50 e 60, o Partido Comunista do Peru também dividiu-se.
O Camarada Gonzalo tomou a linha da Guerra Popular Prolongada e da Revolução de Nova Democracia desenvolvida pelo Partido Comunista da China sob a direção de Mao Tsetung. Inspirado pela Grande Revolução Cultural Proletária, o Camarada Gonzalo rejeitou o revisionismo firmemente e formou o Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso com 11 de seus companheiros em 1969. O Partido Comunista do Peru sob a liderança do Camarada Gonzalo iniciou a guerra popular/guerra de guerrilhas contra o imperialismo, especialmente o [Norte] Americano, a burguesia compradora burocrática e o feudalismo no Peru em maio de 1980. As guerrilhas do Sendero Luminoso alcançaram vitórias extraordinárias contra as forças armadas do governo Peruano, que é representante das classes dominantes reacionárias e contra-revolucionárias do Peru.
O Partido Comunista do Peru sob a direção do Camarada Gonzalo, juntamente com partidos comunistas revolucionários, especialmente partidos Marxistas-Leninistas-Maoistas de alguns países, formaram o Movimento Revolucionário Internacionalista. O Partido Comunista do Peru, então liderando o MRI, recebeu solidariedade de diversas formas para ajudar os movimentos revolucionários em desenvolvimento no Peru e em outros países. O MRI [então] sintetizou a contribuição do Camarada Mao à revolução chinesa e ao Movimento Comunista Internacional como Maoísmo e o declarou como terceira e superior etapa do Marxismo.
Após isso os partidos comunistas revolucionários de muitos países do mundo passaram a descrever o Marxismo-Leninismo-Maoismo como o Marxismo dos dias atuais. Ao desenvolver o método de análise concreta e síntese concreta das coisas o Camarada Gonzalo contribuiu para a filosofia Marxista. O Camarada Gonzalo aplicou experiências valiosas da Revolução de Nova Democracia chinesa e a teoria do Marxismo-Leninismo-Maoismo às condições sócio-econômicas e culturais do Peru e avançou o movimento revolucionário e a guerra popular no Peru inabalavelmente. O conceito e entendimento desenvolvidos pelo Camarada Mao sobre a burguesia burocrática compradora, um dos alvos da Revolução de Nova Democracia em países semicoloniais e semifeudais foi mais concretamente definido no contexto do Peru por ele. As contribuições do Camarada Gonzalo à Revolução de Nova Democracia e à guerra popular no Peru foram propagadas como pensamento gonzalo pelo Partido Comunista do Peru.
Com o avanço da Revolução de Nova Democracia e da Guerra Popular no Peru, o imperialismo norte-americano e as classes dominantes compradoras do Peru entraram em pânico e lançaram uma grande operação, organizando uma rede de inteligência especial com o propósito de eliminar o movimento revolucionário e sua direção, o Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso e seus guerrilheiros, sob a orientação das agências de inteligência norte-americana FBI e CIA durante o primeiro termo presidencial de Alberto Fujimori. A operação foi encabeçada pelo Diretório Nacional Contra o Terrorismo [DIRCOTE]. Uma unidade de elite do DIRCOTE prendeu o Camarada Gonzalo e outros oito líderes do Partido Comunista do Peru em 12 de Setembro de 1992 na residência de uma professora de dança em Lima.
O julgamento conduzido contra o Camarada Gonzalo foi uma farsa. Após sua prisão ele foi julgado por um tribunal militar. Num julgamento de apenas 3 dias o Camarada Gonzalo recebeu a sentença de prisão perpétua por juízes encapuzados sob acusações de terrorismo e traição, e foi enviado à base naval na ilha de San Lorenzo. Após o apelo de milhares de pessoas, a corte constitucional do Peru declarou os julgamentos militares inconstitucionais e ordenou um novo julgamento.
Mesmo com o segundo julgamento do Camarada Gonzalo em 5 de novembro de 2004, a corte civil, assim como o julgamento da corte militar deu sentença de prisão perpétua em 13 de outubro de 2006 sob acusações de terrorismo agravado e assassinato. Durante o julgamento as únicas palavras do Camarada Gonzalo ouvidas pela imprensa internacional, pelo povo do Peru e pelo mundo foram: “Viva o Partido Comunista do Peru”, “glória ao Marxismo-Leninismo-Maoismo”, “glória ao povo peruano”, “Viva os heróis da guerra popular”.
A imprensa internacional, incluindo a peruana, foi mantida barrada dos procedimentos jurídicos, incapaz de escutar uma única palavra do julgamento. O Camarada Gonzalo foi novamente julgado no caso de um atentado com bombas em 2014 e foi sentenciado a uma segunda prisão perpétua em 11 de setembro de 2018. Desde julho de 2021 a saúde do Camarada Gonzalo veio se deteriorando continuamente e em 11 de setembro ele morreu. Seguido do apelo do Partido Comunista do Peru, muitos partidos e organizações maoistas, incluindo o nosso partido, sindicatos e intelectuais, demandaram por melhores cuidados médicos ao Camarada Gonzalo e apelaram ao partido de “esquerda” no poder por sua liberdade imediata. Mas o governo social-fascista de esquerda agiu de acordo com a agenda do imperialismo norte-americano e de seus compradores no Peru. Os apelos feitos de todo o mundo pela libertação do Camarada Gonzalo não foram ouvidos pelo citado governo social-fascista de esquerda por conta de sua natureza de classe.
Dessa forma o imperialismo e compradores dirigentes do Peru mantiveram o Camarada Gonzalo atrás das grades até sua morte. Eles não proporcionaram melhores cuidados médicos. De fato, a morte do Camarada Gonzalo na base naval do Peru não foi nada além de um assassinato bárbaro pela polícia-militares-judiciário peruano sob a guia dos imperialistas norte-americanos e os compradores dirigentes do Peru.
Nessa ocasião de pesar nosso Comitê Central humildemente lembra as contribuições do Camarada Gonzalo à Revolução de Nova Democracia do Peru, ao Movimento Revolucionário Internacionalista e no hasteamento da bandeira do Marxismo-Leninismo-Maoísmo. Nosso Comitê Central uma vez mais promete levar adiante a Revolução de Nova Democracia e a Revolução Socialista na Índia como parte da Revolução Socialista Mundial, como forma de prestar uma homenagem real ao Camarada Gonzalo.
Nosso Comitê Central convoca o povo do Peru para seguir adiante no caminho da guerra popular para fazer vencer a Revolução de Nova Democracia no Peru como uma homenagem real ao Camarada Gonzalo e para cumprir seus sonhos.
Nosso Comitê Central convoca o proletariado, as nações oprimidas e os povos do mundo a condenar fortemente o comportamento malicioso do Imperialismo norte-americano, do governo comprador do Peru e do exército para com o Camarada Gonzalo enquanto servia sua condenação na base naval. Nosso Comitê Central também apela para que se leve adiante e intensifique a guerra popular contra o imperialismo e a burguesia burocrática compradora e o feudalismo em seus respectivos países. Nosso Comitê Central apela aos trabalhadores de todos os países para unirem-se, lutarem, derrotarem e varrerem o imperialismo.
Abhay
Porta-Voz
Comitê Central
PCI (Maoísta)