Como o marxismo-leninismo-maoismo compreende o capitalismo burocrático

Como o marxismo-leninismo-maoismo compreende esse processo em seu conjunto

Vamos à pergunta: como entender esse processo do capitalismo burocrático? Qual é o caráter desse desenvolvimento? Está provado que todo esse processo nos países oprimidos está sob o domínio do investimento estrangeiro imperialista.

Em 1975, o Presidente Gonzalo fez uma pergunta semelhante sobre a situação nacional e respondeu da seguinte forma:

Considerando o problema como um todo, a indústria não pode se desenvolver sem uma China independente, livre, democrática e unificada. Esmagar os agressores japoneses significa conquistar a independência. Abolir a ditadura unipartidária do Kuomintang, formar um governo de coalizão democrático unificado, transformar todas as tropas do país em forças armadas do povo, realizar reformas agrárias e emancipar o campesinato, significa conquistar liberdade, democracia e unificação. Sem independência, liberdade, democracia e unificação, é impossível criar uma verdadeira grande indústria, e sem ela não há defesa nacional sólida, bem-estar do povo, prosperidade e poder da nação’.

O Presidente Gonzalo continua abaixo, no artigo da “Voz Popular”:

. Ele fala sobre praticar a ‘democracia’ e ‘devolver o poder ao povo’, mas, na realidade, ele reprime ferozmente o movimento democrático popular e se recusa a introduzir a menor reforma democrática’.

(Ob. cit. p. 170)’.”.

Esta grande tese de Mao Tsetung sobre o capitalismo burocrático deve ser estudada com muita seriedade e, à sua luz, processar nosso processo de desenvolvimento capitalista”.

Aqui, o Presidente Gonzalo está levantando a necessidade de entender o capitalismo burocrático e isso é aplicável não apenas à nossa sociedade, mas também a entender formações sociais semelhantes às nossas, que são essenciais para a revolução democrática.

O Presidente Gonzalo, em Linha da Revolução Democrática (PCP), afirma:

capitalismo burocrático que oprime e explora o proletariado, o campesinato e a pequena burguesia, e que restringe a burguesia média. Por quê? Porque o capitalismo que se desenvolve nesses países é um processo tardio e só consente uma economia aos interesses imperialistas. É um capitalismo que representa a grande burguesia, os latifundiários e campesinato rico do velho tipo, classes que constituem uma minoria e exploram e oprimem as grandes maiorias, as massas.

Também é muito importante observar que o capitalismo burocrático é conformado pelo capitalismo monopolista não estatal e capitalismo monopolista estatal, é isso que diferencia as duas frações da grande burguesia, a burocrática e a compradora, para não cair à reboque de nenhuma, problema que levou o nosso Partido a 30 anos de táticas erradas. É importante concebê-lo dessa maneira, porque, a partir do confisco do capitalismo burocrático pelo Novo Poder a revolução democrática é concluída e a revolução socialista é iniciada, pois se apenas o capitalismo monopolista de estado fosse confiscado, a outra parte ficaria livre (o capitalismo monopolista não estatal), e a grande burguesia compradora continuaria economicamente capaz de levantar a cabeça para arrebatar a direção da revolução e impedir sua passagem para a revolução socialista.

Além disso, o Presidente Gonzalo generalizará que o capitalismo burocrático não é um processo particular da China ou do Peru, mas deve-se às condições tardias nas quais os imperialistas subjugam as nações oprimidas da Ásia, África e América Latina antes de terem destruído a feudalidade subsistente e antes ainda de ter desenvolvido capitalismo.

Em resumo, uma questão-chave para entender o processo da sociedade contemporânea peruana e o caráter da revolução é essa tese marxista-leninista-maoísta, pensamento gonzalo sobre o capitalismo burocrático, que é um aporte à revolução mundial e que os marxistas-leninistas-maoístas, pensamento gonzalo assumimos.

opõe-se à revolução democrática popular. Embora as tendências reacionárias desses elementos possam afetar as massas, devemos desmascará-las ante aqueles que estão sob sua influência política, combater essa influência e libertar as massas dela. Mas lutar politicamente e aniquilar economicamente são duas coisas diferentes. Se confundirmos, cometeremos erros. A revolução de nova democracia visa liquidar apenas o feudalismo e o capitalismo monopolista, apenas a classe dos latifundiários e a classe capitalista burocrática (a grande burguesia), e não o capitalismo em geral, nem a camada superior da pequena burguesia ou da média burguesia” (P. Mao, Obras Selecionados, T. IV, A SITUAÇÃO ATUAL E AS NOSSAS TAREFAS, VI, pp. 170-171).

O Presidente Gonzalo nos recorda que correspondeu ao Lenin aplicar o marxismo no estudo do desenvolvimento do capitalismo na agricultura e que o caminho camponês foi extraordinariamente desenvolvido e estudado pelo Presidente Mao. E nos disse: “Socorremo-nos a ele para encontrar uma sólida base, partindo da concepção da classe operária, para entender tão substantivo problema”. Em O programa agrário da socialdemocracia na Revolução Russa – Resumo, no Tomo XV de suas obras completas, Lenin nos ensina:

“…o desenvolvimento de um país capitalista PODE assumir duas formas. Primeira: os latifúndios subsistem e se convertem paulatinamente na base da exploração capitalista da terra. É o tipo prussiano de capitalismo agrário, no qual o Junker é o dono da situação. Se mantêm durante decênios seu predomínio político e a opressão, a humilhação, a miséria e a ignorância do campesinato. O desenvolvimento das forças produtivas avança com grande lentidão […] Segunda forma: a revolução varre a propriedade agrária latifundiária. O agricultor livre na terra livre, isto é, limpa de todos os rastros medievais, se converte na base da agricultura capitalista. O tipo NORTE-AMERICANO de capitalismo agrário. O MAIS RÁPIDO DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS nas condições mais favoráveis para a massa do povo dentro dos marcos do capitalismo.

Em REALIDADE, na revolução russa não se luta pela ‘socialização’ e outras estupidezes dos populistas – isso não é mais que a ideologia pequeno-burguesa, frase pequeno-burguesas. Mas, pelo contrário, LUTA-SE por determinar que caminho seguirá o desenvolvimento capitalista da Rússia: o ‘prussiano’ ou o ‘norte-americano’. Sem compreender esta base ECONÔMICA da revolução, é impossível compreender absolutamente NADA a respeito do programa agrário”.

“…todos os cadetes – partidos da grande burguesia – fazem esforços sobre-humanos para esconder a essência da revolução agrário…Os cadetes confundem (conciliam) as duas LINHAS fundamentais dos programas agrários na revolução: a latifundiária e a camponesa. Depois, também em duas palavras no período de 1861 a 1905 se manifestaram já na Rússia os dois tipos de evolução agrária capitalista – o prussiano (desenvolvimento GRADUAL da fazenda latifundiária, em direção ao capitalismo) e o norte-americano (diferenciação do campesinato e rápido desenvolvimento das forças produtivas…” (As palavras em maiúscula estão em cursiva no original. Os sublinhados são nossos. O mesmo vale às citas posteriores. Isto é, no original de “Voz Popular”).

Eis aqui magistralmente os dois caminhos no campo, “base econômica da revolução” da qual tem que partir e cujo isolamento é absolutamente inaceitável. Mas, isto não é tudo. Lenin estabelece uma relação entre estes dois caminhos econômicos e dois caminhos políticos. No mesmo trabalho disse:

O verdadeiro problema histórico planteado pelo desenvolvimento social objetivo histórico é este: evolução agrária de tipo prussiano ou de tipo norte-americano? Monarquia latifundiária encoberta com a máscara de pseudo-constitucionalismo ou República camponesa (de agricultores)? Fechar os olhos ante SEMELHANTE questão levantada objetivamente pela história significa enganar-se a si mesmo e enganar aos demais, eludir, à maneira pequeno-burguesa, a aguda luta de classes, e a questão incisiva, simples e decidida do levantado problema da revolução democrática.