1º de Maio de 2019: Declaração conjunta marxista-leninista-maoista

 

Tradução não-oficial.

Primeiro de Maio Internacional:

Ousar lutar, ousar vencer!

Neste Primeiro de Maio, nós, os partidos e as organizações marxistas-leninistas-maoistas de todo o mundo saudamos a nossa classe, o proletariado internacional e aos povos e nações oprimidas, que em meio à crescente pobreza, fome, terror e guerras de agressões imperialistas lutam contra o imperialismo, a reação mundo e o revisionismo. Novamente, reafirmamos nosso compromisso de nunca descansar enquanto existir exploração sobre a face da Terra e desfraldar cada vez mais altas as nossas bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, até que a humanidade entra no comunismo.

Hoje, dia de luta proletária em todo o planeta, saíamos às ruas e marchemos repletos de alegria e otimismo como militantes, levando o brilhante futuro em nossas mãos, reunamos nossas forças e façamos a avaliação da luta entre revolução e contrarrevolução no mundo.

Aprofunda-se a crise geral do imperialismo

O mundo está em crise. A crise geral e última do imperialismo agrava-se em seu desenvolvimento desigual. Torna-se mais monopolista, mais parasitário ou em decomposição e moribundo; todas as contradições se agravam. O imperialismo é câncer. Como besta ferida de morte, dá golpes desatando suas guerras de agressão contra as nações do Terceiro Mundo, e estas se levantam em poderoso movimento de libertação nacional, com lutas armadas e guerra popular. O proletariado, atiçado pela maior exploração e opressão nos próprios países imperialistas, vai despertando-se de um longo letargo, empreendendo importantes lutas reivindicativas que se elevam à luta política. Os imperialistas se debatem em agudo conluio e pugna, mostrando que entre eles não há amigos, mas sim rivais.

Antes de terem resolvido os problemas de sua crise mundial em 2008, as próprias instituições imperialistas anunciam que a economia mundial está entrando em novos problemas. Dizem que a economia “perdeu impulso”, que as “incertezas políticas” e as “incertezas econômicas” sobre as disputas comerciais entre Estados Unidos e China e com o Brexit farão que o ritmo de crescimento da economia “desacelere notavelmente este ano se comparado aos dois anos anteriores”. O relativo incremento no produto interno bruto do imperialismo do Estados Unidos foi alcançado unicamente às custas de um forte impulso fiscal, que contribui a aprofundar o déficit da balança comercial. A OCDE anuncia que “o crescimento debilita-se muito mais do que o previsto na Europa” e adverte que “uma desaceleração mais pronunciada em qualquer das principais regiões poderia descarrilar a atividade em todo o mundo”.

Os informes indicam que a Alemanha e o Japão perdem o passo. A China avança em sua decomposição e terminará em bancarrota sem ter alcançado o sonho revisionista de ser uma potência global. Ante esta nova crise cíclica que de todas as maneiras virá, dentro de sua crise geral, as economias imperialistas não poderão lançar mão da receita monetária ou fiscal, não poderão impulsionar sua economia com mais endividamento, porque o endividamento alcança cifras recordes em todas elas.

Isto leva a que as nações imperialistas, em conluio e pugna entre elas, descarreguem cada vez mais o peso da crise sobre as costas dos operários de seus próprios países e, especialmente, sobre as economias das nações oprimidas, por seu caráter semicolonial e semifeudal – bases sobre as quais se desenvolve um capitalismo burocrático –, agravando mais a exploração e o despejo da imensa massa do campesinato, da classe operária, da pequena burguesia e, inclusive, da burguesia nacional destes países.

Com isso, agudizam-se todas as contradições fundamentais do mundo atual: a primeira, entre nações oprimidas e o imperialismo; a segunda, entre burguesia e proletariado nos países imperialistas; e a terceira,  superpotências e potências imperialistas entre si.

A cada crise nos países de capitalismo burocrático, da América Latina até a Ásia, passando pela África, lança por terra a falsa propaganda dos supostos êxitos da “luta contra a pobreza”, dentro de seus “objetivos do milênio”, porque, com a diminuição das migalhas que os Estados latifundiários-burocráticos obtêm da exploração da força de trabalho e das riquezas naturais destes países, a quantia de dinheiro destinada aos chamados “programas sociais” cai e as cifras da pobreza disparam novamente. Isso mostra que cresce a exploração, mas não há desenvolvimento econômico, porque o imperialismo, a semifeudalidade e o capitalismo burocrático freiam as forças produtivas destes países e só produzem mais miséria.

Nas nações imperialistas, a exploração do proletariado também se incrementa. No USA, o crescimento da desigualidade e o aumento da taxa de exploração dos capitalistas sobre o proletariado é mais agudo. Nos 30 anos anteriores à crise de 2008, os salários no USA estancaram e a desigualdade cresceu. O 1% dos mais ricos obteve em uma semana, mais do que os 20% mais pobres em um ano. O 0,1% dos mais ricos obteve em um dia e meio a mesma quantia que obtiveram os 90% mais pobre em um ano todo. Os 20% dos mais ricos obtiveram mais do que 80% tomado em conjunto. Cresce também o tempo em que a força de trabalho é empregada para extrair a mais-valia do operário sobre o tempo de trabalho necessário.

A desigualdade não só tem a ver com os ingressos, mas também se reflete no nível de vida, no problema da seguridade das praças de trabalho e no âmbito da saúde. Isto é muito pior para os “lugares socialmente débeis”. Uma erosão atinge também os “setores médios”.

Além disso, incrementa-se a violenta repressão por parte das forças repressivas do Estado ianque, com brutal repressão, perseguição seletivas, encarceramento em massa, inclusive com assassinato sistemático e contínuo contra as massas mais pobres. Isto é parte da guerra contra o proletariado e o povo norte-americanos, particularmente contra a população negra e de imigrantes do Terceiro Mundo. Ante a opressão, as massas levantam-se em rebelião, em crescentes e combativos protestos das massas mais exploradas e oprimidas.

Sobre esta base econômica mundial, se agravam as contradições fundamentais, impulsionando ainda mais o desenvolvimento desigual da situação objetiva, da situação revolucionária em desenvolvimento desigual no mundo.

O imperialismo ianque é a superpotência hegemônica única e inimigo principal dos povos do mundo

Para assegurar sua condição de tal, o imperialismo ianque se arroga como gendarme contrarrevolucionário mundial, aplica contra seus rivais o “divide et impera” e, considerando que a Rússia é débil e está à beira de prosseguir com sua queda gradual, objetivando acabar com sua condição de superpotência atômica, o USA considera que é ingênuo aplicar a distensão, porque isso atrasa o afundamento da Rússia. A anulação do acordo SALT II é um exemplo muito claro desta política. Trump não é um “estúpido”, é o cabeça do imperialismo ianque e não persegue objetivos estratégicos diferentes dos seus antecessores. Obama-Clinton objetivavam incrementar a tensão e provocar a Rússia, tratando-a como uma potência regional. O que explica a intromissão russa nas últimas eleições presidenciais a favor de Trump contra Clinton.

O Estados Unidos, tendo por objetivo impor sua vontade a todo o Orbe, está construindo sua “Nova Estrutura de Defesa”, para que está dividindo o mundo em seis sub-comandos de suas Forças Armadas. Sob cujo bastão de mando busca ir incorporando os exércitos, principalmente dos países semicoloniais da Europa, Ásia, América e África etc.. Na Eurásia, sobrepõe esta estrutura com a estrutura da OTAN. Tudo em duro conluio e pugna com seus rivais imperialistas.

O debate sobre a OTAN entre USA e seus “aliados” se dá neste marco, assim como o de uma força de defesa conjunta da UE. Nisto, o Brexit é um duro golpe para as pretensões da França e da Alemanha. A exigência de Obama – e logo de Trump – de que seus “sócios” da OTAN devem incrementar o gasto com a defesa busca impulsionar a economia ianque mediante a compra de equipamentos militares pelos seus “sócios”.

Os imperialistas ianques, atuando com arrogância e atitude imperial, com sua política de “America First”, desatou a chamada “guerra comercial” mediante a qual, sob a ameaça de “elevação das tarifas” para as importações, persegue o objetivo de impor regras mais favoráveis ao capital financeiro ianque na Europa, Japão etc., e no caso da China, persegue o objetivo de fazê-la abrir sua economia de par a par para penetrar mais profunda e extensamente o domínio na economia do país. Tudo sob a bandeira da “liberalização” da economia da China, para obrigá-la a seguir os moldes ocidentais de capitalismo, impulsionando a sua tendência a modalidades demoburguesas e o deslocamento da fração burocrática fascista. Avança mais rápido o processo de decomposição do revisionismo até sua bancarrota final.

As sanções econômicas que o USA aplica contra o Irã, Rússia, Coreia do Norte, Venezuela etc. não só arruínam mais a economia destes países, como também afetam o comércio, a indústria e as finanças de seus rivais imperialistas. Contra essas sanções nenhum dos seus rivais pode fazer nada, dada a hegemonia do capital financeiro ianque, expressa na predominância do sistema financeiro do USA, cuja principal praça bancária e financeira do mundo é Nova Iorque, seguida por Londres, expressando ainda  dominação do dólar como moeda mundial. As sanções econômicas que impõem os imperialistas ianques expressam a hegemonia do capital financeiro ianque sobre todos os demais, sustentado por seu enorme aparato diplomático e militar de alcance global.

Os social-imperialistas chineses, que desenvolvem a restauração associados ao imperialismo ianque, hoje pagam a fatura e são os principais compradores da dívida do Tesouro, sujeitos a uma submissão humilhante ante os imperialistas ianques; foram obrigados a estabelecer uma nova lei de inversões estrangeiras para permitir maior entrada e campo de ação aos imperialistas. O USA trabalha arduamente para dividir a UE e impor seus ditames à República Federal da Alemanha (RFA), entre outras questões, sobre se o principal país imperialista da Europa Ocidental pode ou não comprar gás dos imperialistas russos.

Os imperialistas ianques intensificam seus intentos de romper a espinha do imperialismo russo, mediante a disputa de seus domínios, provocando guerras civis, como fizeram na Ucrânia e Síria, e ainda busca desestabilizar as repúblicas asiáticas da ex-URSS.

O imperialismo ianque, em sua condição de superpotência hegemônica única e gendarme mundial desata – em conluio e pugna com as outras potências imperialistas – suas guerras de agressão e rapina contra as nações oprimidas, agudizando a contradição principal e atiçando a revolução nas nações do Terceiro Mundo, que se levantam em ardorosas lutas armadas e guerras populares.

A atual agressão contra a Venezuela persegue o objetivo de impor um governo títere em substituição ao governo atual de Maduro, com o qual mudaria o status semicolonial do país a um colonial, para exercer o monopólio econômico exclusivo sobre a economia do país. Desata tal agressão desfraldando descaradamente a sua “Doutrina Monroe”. Aqui se expressa, em primeiro lugar, a contradição historicamente principal entre nações oprimidas, por um lado, e as superpotências e potências imperialistas, por outro. Isso contribui a impulsionar a luta anti-imperialista ianque no continente.

Na Venezuela, a contradição nação oprimida-imperialismo tornou-se principal. O domínio da América Latina é a base estratégica de sua hegemonia mundial. A agressão imperialista dá-se mediante conluio e pugna com seus rivais imperialistas (terceira contradição, secundária na atual situação do país). Os rivais imperialistas movem-se e localizam-se em defesa de seus interesses já estabelecidos e de suas expectativas futuras. A Rússia busca garantir o investido e capitalizar a situação para aparecer como defensor do regime Maduro, sendo reconhecidos como intermediários para uma possível “solução” negociada, para trocar seu apoio ao regime por alívio nas sanções impostas pelos ianques ou por melhores posições na Ucrânia etc.. A China, fora de seu apoio diplomático, mantém na expectativa. Alemanha, Espanha e outros países imperialistas da UE, que se somaram a relutantemente ao “reconhecimento” do títere Guaidó, vão colocando-se à distância de uma invasão militar.

Ao povo e à nação venezuelos cabe resisti e rechaçar a capitulação com o pretexto de um “acordo negociado”. Podemos entender as limitações de classe que objetivamente apresentam alguns na luta contra a agressão imperialista, mas devemos combater a capitulação e a traição.

As nações oprimidas são a base da revolução mundial

As massas mais profundas e amplas lutam todos os dias, porque essa é a única saída deste inferno, que ao mesmo tempo é o paraíso na terra para a burguesia e para seus lacaios, grandes burgueses e latifundiários nas nações oprimidas.

Vemos isto em todo o mundo, tanto nas nações oprimidas como nos países imperialistas. Mas, as nações oprimidas são a base da revolução mundial por seu peso de massas e porque nelas se dão as maiores tempestades revolucionárias, porque suas condições de vida não condizem com o estado atual de desenvolvimento da civilização e das forças produtivas do trabalho social.

É necessário compreender melhor o papel que comprem e o problema não está em que se diga que ali se dão revoluções democráticas, como se estas fossem revoluções atrasados, e como se as revoluções socialistas fossem mais avançadas. A realidade é que nas nações oprimidas devem se realizar revoluções democráticas de novo tipo, são revoluções dirigidas pelo proletariado, através de seus partidos comunistas, com guerra popular, como as revoluções socialistas e culturais que temos que fazer até entrar todos no comunismo.

Ter em conta que o Terceiro Mundo está conformado pelas nações oprimidas da Ásia, África e América Latina, e chega até a própria Europa. Em todos esses países, a luta do campesinato por terra e contra o despejo de que vêm sendo alvo para desenvolver grandes projetos mineiros ou agro-extrativistas – que apontam a impulsionar o capitalismo burocrático no campo – reativam-se, constituindo a base necessária para que os maoistas levem a luta política pelo Poder, incorporando-os à tarefa da luta pela constituição ou reconstituição dos Partidos Comunistas que dirigem a construção do exército de novo tipo e a frente de todas as classes revolucionárias, para o início de novas guerras populares e para maior desenvolvimento das guerras populares em curso.

Nos Balcãs, as mobilziações massivas estão crescendo. No Oriente Médico até a Síria, onde o imperialismo ianque sofreu um revés ante o imperialismo russo e trata de balcanizar toda a região, como já fez antes no Iraque. Da Turquia até Afeganistão, as massas lutam em diferentes níveis de luta armada; ali temos a Guerra Popular na Turquia, as guerras de libertação nacional no Iraque e Afeganistão contra os imperialistas e seus lacaios que travam suas guerras de agressão contra estas nações oprimidas, onde o campesinato é a massa principal destas lutas.

A rebelião contra os genocidas sionistas, cães de corda dos ianques na Palestra, cresce ainda mais. No Iêmen, o títere ianque al-Saud pensou que ganharia o jogo facilmente, mas agora só fez criar um gigantesco campo de extermínio no qual as massas morrem sob os interesses imperialistas.

Na Argélia e em todo o Norte da África, o povo luta, mas nota-se a falta de direção proletária, fazendo com que essas lutas sirvam às frações diferentes de grandes burgueses e latifundiários para dirimir suas disputas. Na Líbia, o povo passa pelas consequências da guerra da OTAN.

O povo do Mali se opõe aos agressores estrangeiros, golpe após golpe contra os militares ocupantes. Os imperialistas franceses, alemães etc. também atuam em conluio e pugna para fazer valer seus interesses enquanto prosseguem o genocídio das massas de imigrantes através do Mediterrâneo. A guerra civil continua na Somália, no Congo e em muitos outros países. Os ianques, com seu African-Comand, nunca puderam estabelecer sua “ordem” ali e o conluio e pugna com o imperialismo francês continua.

Em todo o continente, as massas estão travando luta armada, ainda que sob bandeiras reacionárias. Necessita-se de Partidos Comunistas para dar-lhes novo rumo à luta, daí também a importância de uma nova organização internacional dos maoistas.

Na Ucrânia, se trava uma guerra impulsionada pelo imperialismo ianque na zona considerada estratégica pelo imperialismo russo, fechando mais o cerco contra ele. As massas neste país são massacradas por uma guerra entre estes imperialistas. As massas nas chamadas Repúblicas Populares no leste da Ucrânia também mostram seu ódio contra a bancarrota do revisionismo da URSS, e mantém ao alto a Bandeira e as Imagens do Grande Lenin e do camarada Stalin.

Na China social-imperialista a luta do proletariado e das massas camponesas se reativa em defesa dos poucos direitos que ainda ficam do período do socialismo. Mostram sinais de retomar ao Presidente Mao e reconstituir seu Partido para contrarrestaurar o socialismo mediante a guerra popular.

Revolução e contrarrevolução nos países imperialistas ocidentais

Em todos os países imperialistas ocidentais, seguindo o processo de reacionarização do Estado burguês, a democracia parlamentar está em crise, como mostra a participação eleitoral que afunda a um nível crítico. A “resposta” é o surgimento dos chamados “partidos populistas”.

Os denominados “partidos populistas” se apresentam como uma alternativa, algo novo, mas não podem fazer nada além de estar a serviço da ditadura burguesa, à espera de como se desenvolva a situação revolucionária no país, para resolver sua situação ambivalente e com o apoio dos representantes mais conspícuos da oligarquia financeira e as Forças Armadas e demais aparatos repressivos do Estado, passar a aplicar o fascismo aberto.

Através destes “partidos populistas” se expressa o fato, que os opressores não podem seguir administrando como antes, porque a base política do Estado está em frangalhos. Por agora, o que fazem é impedir que as instituições parlamentares funcionem como antes. Isto é visível em vários países, como Suécia e Alemanha, onde durante muito tempo depois da eleição os partidos não puderam formar um governo, ou o Reino Unido, onde o chamado Brexit está levando o parlamento ao descontrole.

As massas não são tontas, se dão conta disto e não se deixarão enganar outra vez. Inclusive no Canadá, o Pinup-boy Trudeau, “liberal, moderno e progressista”, tem se desmascarado como um corrupto.

Não esquecer que no processo de desenvolvimento do Estado burguês, ele se encontra com o perigo de enfrentar a revolução e é obrigado a tomar mais medidas para restringir e frear as lutas; não é que os demoliberais dão um salto para o fascismo, mas com as leis de restrição eles preparam o caminho.

A nova grande onda da revolução proletária mundial ganha cada dia mais força

Na França, os “coletes amarelos” estão aos milhares nas ruas, lutando há vários meses, todas as semanas, contra o imperialismo francês. Em todo o país, desde Paris até Marselha e dezenas de cidades menores ou maiores, as massas se levantam não apenas para lutar contra um aumento das medidas de exploração, mas também contra o sistema em si.

O fazem apesar de todos os esforços do Estado Francês, que busca parar a luta, quer seja com cenouras – como nas ofertas de Macron – ou no garrote, através da violência policial desatada. Içando em meio a esta feroz luta o estandarte vermelho com a foice e o martelo. Demonstrando a necessidade de desenvolver a luta reivindicativa em função do Poder, este é um princípio político do trabalho de massas de grande importância para a reconstituição do partido comunista e preparação do início da guerra popular. [sic]

A luta reivindicativa é necessária, mas temos que aplica-la à maneira dos comunistas, com política contrária e oposta a oportunista e revisionista, aplicando uma linha de classe e elevando-a através de ações. Desenvolver a luta reivindicativa em função do Poder!

O movimento de libertação nacional irlandês acerta novos golpes contra os imperialistas ingleses, reavivando a luta armada do povo irlandês que nunca desapareceu. No Estado espanhol, nos diferentes lugares a luta pela autodeterminação vai exigindo maior força, como no país Basco ou na Catalunha.

As guerras populares no mundo são uma brilhante tocha que ilumina as lutas armadas que as massas travam

Voltando ao Terceiro Mundo, vemos as guerras populares no mundo, na Índia, Peru, Filipinas e Turquia, como uma brilhante tocha que ilumina as lutas armadas que as massas têm travado em diversos lugares contra o imperialismo. Nestas guerras populares, sob a direção do proletariado e seu partido, o campesinato é a força principal. Para acabar com as três montanhas que oprimem o povo e a nação (o imperialismo, o capitalismo burocrático e a semifeudalidade) e fazer a revolução democrática, mediante a guerra popular, é necessário levantar o campesinato em rebelião armada para conquistar o novo Poder, seguindo o caminho de cercar as cidades pelo campo, aplicando guerra popular unitária, tendo o campo cenário principal e as cidades como complemento necessário. Com as guerras populares que já estão em marcha, somadas aquelas que se unirão as que estão por vir, passaremos à Guerra Popular Mundial, com a qual varreremos o imperialismo e a reação mundial da face da Terra.

O heroico exemplo dos comunistas, combatentes e massas que dão a vida nestas Guerras Populares, enfrentando a guerra contrarrevolucionária genocida, são um sinal de fogo para todos os comunistas. Estão clamando para apoiá-los de qualquer maneira possível, o que corresponde é iniciar a Guerra Popular no próprio país.

Em resumo: todas as contradições fundamentais no mundo se agudizam, a revolução é a tendência principal, histórica e politicamente, e as massas clamam para organizar sua rebelião. A nova grande onda da revolução proletária mundial, que se desenvolve na etapa da ofensiva estratégica da mesma, está ganhando cada dia mais força.

As nações oprimidas mostram que são a base da revolução mundial e o centro da tempestade revolucionária. Devido ao seu peso de massas, onde a força principal é o campesinato com sua reivindicação secular de “Terra para quem nela trabalha”!

A luta camponesa está se agudizando no Peru, Filipinas, no Brasil, México, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, nos países asiáticos e na África.

A contradição entre nações oprimidas, por um lado, e o imperialismo, por outro, é a principal, e se agudiza com as guerras de agressão que ampliam, por um lado e por outro, a resistência nacional armada das massas, particularmente as guerras populares no Peru, Índia, Filipinas e Turquia.

As condições objetivas para um avanço audaz, um grande salto, estão à mão. O que se exige é que os comunistas cumpram a tarefa estratégica atrasada da reconstituição do Partido Comunista e dar passo adiante na reunificação dos comunistas a nível mundial.

Celebrar o centenário da fundação da Internacional Comunista significa lutar sem reservas por uma Conferência Internacional Unificada dos maoistas do mundo e uma nova organização internacional do  proletariado

No ano de 1919, em plena guerra civil, Lenin, a frente dos comunistas do mundo, fundou a III Internacional Comunista.

Marx e Engels fundaram a Associação Internacional dos Trabalhadores. A II, foi a Internacional que Engels dirigiu na parte final de sua vida. E a III Internacional, fundada por Lenin, foi de fato a única Internacional Comunista. As outras pensavam basicamente na Europa.

A Internacional Comunista teve uma vida complexa e difícil, sofreu a perda de seu criador, e a perda de dirigentes dessa magnitude tem grandes repercussões; dirigentes desse tipo não vem facilmente e a todos os momentos.

Lenin considerava a Internacional como uma máquina de guerra para a revolução mundial, o Partido Comunista Mundial com suas seções constituídas pelos Partidos Comunistas de cada um dos países; uma ferramenta necessária para a luta pela emancipação do proletariado internacional e a libertação dos povos e nações oprimidas.

Sob a direção do camarada Stalin, a IC teve que desenvolver-se em circunstâncias que o Socialismo se desenvolvia em só um país, cercado pelo imperialismo, em uma dura luta interna que durou até o ano de 1937. Além disso, houve a aparição do fascismo e o sinistro trabalho da Socialdemocracia, dessa podre Internacional Socialista, Partidos Comunistas débeis, inexperientes, que não eram capazes de ousar tomar as armas, Partidos com dirigentes oportunistas (Togliati, Thorez, etc.). A ação proterva dos trotskistas, desse saltimbanco barato, homem de palavras vazias, que teve a desfaçatez de criar um artifício, sua quarta internacional.

Sob a direção do camarada Stalin, a Internacional Comunista conseguiu um grandioso desenvolvimento. A Internacional ajudou a difundir o comunismo no mundo, a forja do Partido de novo tipo, mas a experiência do Partido Bolchevique não se soube assimilar, já que o problema era como especificar a revolução em cada país. Daí a grandeza do Presidente Mao Tsetung, contra os critérios revisionistas de Togliatti e Thorez sobre a frente única, cuja função para eles era buscar sustentar a ordem e não derrubá-la, e centravam apenas na luta contra o fascismo.

Nos corresponde fazer o balanço da Internacional Comunista, especialmente de seu VII Congresso, ligado à guerra mundial e ao papel do camarada Stalin. Em 1943 foi dissolvida a Internacional e foi sucedido por um Comitê de Informação.

Outras iniciativas e, em particular, a experiência do MRI, contribuíram positivamente para a luta pela reunificação do Movimento Comunista Internacional, mas nenhuma dessas experiências puderam desempenhar um papel similar ao da Internacional Comunista de Lenin e Stalin. Os comunistas do mundo lutam por superar esta situação.

Há Partidos Comunistas que dirigem as Guerras Populares, mas é necessário que os comunistas do resto do mundo constituam ou reconstituam Partidos Comunistas e iniciem Guerras Populares o mais rápido possível. Vemos avanços no cumprimento desta tarefa, principalmente na América Latina, na Europa e também há desenvolvimentos positivos na América do Norte e Ásia.

A verdade universal do marxismo-leninismo-maoismo, principalmente o maoismo, deve aplicar-se às condições concretas de cada país, de maneira criadora, gerando um pensamento guia da revolução, estabelecendo as leis específicas que regem a revolução no país em questão. No período atual do processo para reconstituir os partidos, alguns falam vulgarmente acusando de “dogmatismo” e de “copia”, mas “esquecendo” que, como comunista, devem começar aplicando o marxismo e não o revisionismo, e no processo da prática aprender as leis específicas da revolução no país no qual se opera.

Necessitamos de partidos comunistas que sejam máquinas de guerra, partidos militarizados marxistas-leninistas-maoistas, que em meio de ações de caráter beligerante e de massas atrevem-se a realizar todas as transformações e mudanças que lhes permitam dirigir a guera popular em seu país específico. Apenas esses partidos, que são a negação completa dos partidos legalistas e economicistas dos revisionistas, são uma expressão da unidade plena da teoria e da prática maoista. Só eles são capazes de mobilizar, politizar, organizar e armar as massas, que já desenvolvem sua luta de resistência espontânea e não organizada em todas as partes contra os imperialistas.

Aqueles que não veem isto são cegos para a lutas das massas, por isso que a tarefa dos comunistas é dar a esta luta uma forma organizada e um caráter consciente ao tomar a iniciativa, desenvolvendo a luta ofensiva pelo Poder de uma maneira planificada que permita às forças revolucionárias resistirem à contraofensiva do inimigo. Os comunistas devem convocar as massas para: Combater e resistir!

Os comunistas devem marchar adiante, sendo para as massas um modelo a seguir. Ousar lutar e ousar vencer! Esse é o espírito que todo comunista deve encarnar, para assaltar os céus.

O desenvolvimento da situação objetiva, das lutas das massas, das lutas armadas e os avanços na constituição/reconstituição do Partido Comunista no mundo e no combate à dispersão no MCI; na unificação dos maoistas com base nos princípios, na luta de duas linhas e na luta de classes, além de campanhas e eventos internacionais etc. mostram um avanço palpável em nos unirmos sob o maoismo. Portanto, estamos em condições de dar mais um passo a frente na reunificação do MCI com uma nova organização internacional, no caminho para uma nova Internacional Comunista.

O chamado para uma Conferência Internacional Unificada é um audaz grito de guerra para superar a dispersão do Movimento Comunista Internacional e unificá-lo sobre a base do marxismo-leninismo-maoismo, principalmente o maoismo, na luta contra o revisionismo e ao serviço da revolução proletária mundial.

Claro que esta tarefa não é fácil e o revisionismo e o oportunismo estão fazendo tudo possível para causar problemas, para obstruir e sabotar tudo o que podem. Mas os comunistas estão aí para resolver os problemas, para derrubar os muros, mover as montanhas e aplastar o revisionismo e o oportunismo.

Unir-se sob o maoismo!

Avançar até a Conferência Internacional Maoista Unificada!

Viva a invencibilidade da guerra popular!

Primeiro de Maio de 2019

 

Signatários:

Partido Comunista do Equador – Sol Vermelho

Movimento Popular Peru (Comitê de Reorganização)

Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha)

Fração Vermelha do Partido Comunista do Chile

Organização Maoista para a Reconstituição do Partido Comunista da Colômbia

Núcleo Revolucionário para a Reconstituição do Partido Comunista do México

Partido Comunista da Turquia / Marxista-Leninista (TKP/ML)*

Comitê Bandeira Vermelha, República Federal da Alemanha

Partido Comunista Maoista, Estado francês

Coletivo Bandeira Vermelha, Finlândia

Comitês para a Fundação do Partido Comunista (Maoista) da Áustria

Tjen Folket – Liga Comunista, Noruega

Comitê para Reconstituir o Partido Comunista do Estados Unidos

 

*O TKP/ML considera que o termo Terceiro Mundo é uma frase política incorreta que deve ser usada apenas com aspas.