Nota do blog: Retirado da edição 213 do Jornal A Nova Democracia.
Execução de Gabriel Pimenta – 18 de julho de 1982: Gabriel Pimenta, advogado do povo, é executado por pistoleiros por atuar e defender a luta dos camponeses pobres em Marabé, estado do Pará. Ele foi executado aos 27 anos com três tiros nas costas, disparados pelo pistoleiro José Crescêncio de Oliveira, a mando de Manuel Cardoso Neto, conhecido como “Nelito” (latifundiário local). Pimenta havia mudado dois anos antes à região para dedicar-se integralmente à defesa e apoio da luta pela terra, sendo o primeiro advogado a ganhar uma causa a favor dos camponeses no judiciário do sul do Pará. Hoje, em Marabá, há um bairro – fruto de uma ocupação popular – com o nome do advogado do povo e, em Conceição do Araguaia, camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) batizaram a tomada dos latifúndios Capivara, Talismã e Jacutinga com o nome de Área Revolucionária Gabriel Pimenta.
‘Rebelião dos Pedreiros’ em BH – 30 de julho de 1979: Irrompe a histórica greve dos operários da construção civil de Belo Horizonte (MG), conhecida como “Rebelião dos Pedreiros”, que durou cinco dias e resistiu à feroz repressão. Logo no primeiro dia da greve (30), a Polícia Militar (PM), a mando do regime militar-fascista, tentou esmagar a luta e a decisão dos operários com a repressão sanguinária. Após os operários ignorarem o cerco policial e seguirem à concentração dentro de um estádio de futebol, a PM passou a atirar neles com armas de fogo no mesmo local. Um dos tiros atingiu o peito do operário tratorista Orocílio Martins Gonçalves, que caiu mortalmente ferido. A repressão serviu para impulsionar a luta operária, pois no dia seguinte todas as obras da cidade foram paralisadas; operários ocuparam o centro de BH com paus, pedaços de ferro e pedras. Orocílio tinha 24 anos e era pai de um filho de dois meses; em sua memória existe, em BH, uma Escola Popular dedicada à alfabetização e politização dos operários e do povo.