Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários (Pequim Informa, 1966) – Parte VIII

VIII – Todo trabalho deve partir da situação em seu conjunto; as partes devem subordinar-se ao todo

Nota do Redator: O todo e suas partes formam uma unidade de contrários. O todo está formado por suas partes e não pode separar-se delas, porém as partes se subordinam e submetem ao todo. O camarada Mao Tsetung disse: “Ao abordar um problema, um marxista deve ver não só as partes, senão também o todo.” E agregou: “Os comunistas devem compreender o princípio de subordinar as necessidades da parte às do todo. Se uma proposição parece factível para uma situação parcial, porém não para a situação em seu conjunto, então a parte deve submeter-se ao todo. Ao inverso, se uma proposição não é factível para a situação parcial, porém o é para a situação geral, também a parte deve submeter-se ao todo. Isto é o que significa considerar a situação em seu conjunto.”

Guiadas pelos ensinamentos do Presidente Mao, as massas de operários, camponeses e soldados, assim como os quadros revolucionários, tratam corretamente em seu trabalho as relações entre o indivíduo e a coletividade e o Estado. Dizem: “O particularismo é o grande inimigo da produção. Para realizar esta com êxito, é imperativo superar o particularismo e todo trabalho deve partir do conjunto da situação.” “As partes devem submeter-se ao todo e a coletividade pequena deve submeter-se à coletividade grande.” “Jamais deve-se fazer qualquer coisa, por ‘vantajoso’ que seja, se esta vai em detrimento da situação total.”

13 – Tratar corretamente a relação entre os interesses do Estado e os das massas

No comércio, muitos assuntos implicam os interesses do Estado e das massas. Entre eles estão, por exemplo, questões tais como se se deve permitir ou não aos clientes que devolvam e troquem as mercadorias que já compraram, se os artigos vendidos estão pesados, contados ou medidos corretamente ou não, se as mercadorias têm ou não um preço razoável, se a fração restante do centavo ou da grama deve ficar com o Estado ou com os clientes, etc. Em todos estes casos, o tratamento apropriado beneficia tanto o Estado como as massas; do contrário, se vêem prejudicados os interesses do Estado ou os das massas, o que não é de desejar, não importa de que parte sejam os interesses depreciados.

A este respeito, recebemos muitas lições. Tomemos, por exemplo, o problema dos clientes que querem devolver e trocar as mercadorias. Houve um tempo em que rechaçávamos os pedidos dos clientes para devolver e trocar mercadorias que teriam que devolver ou trocar, por temor a que pudessem ser prejudicados os interesses do Estado. Alguns clientes que compravam calções para seus meninos descobriam mais tarde que eles ficavam muito pequenos e nos solicitavam trocá-los por outros. Invocando o regulamento de que “uma vez vendida a mercadoria não pode ser devolvida nem trocada”, rechaçávamos rotundamente suas demandas. O resultado era que eles ficavam com uma compra inútil e, em conseqüência, os interesses das massas ficavam prejudicados. Em 1963, nosso grupo implantou o sistema de “quatro garantias” para as mercadorias vendidas (que compreendiam a qualidade, a quantidade, a devolução e a troca). Alguns camaradas consideravam a aceitação de pedidos de troca como algo que indicava sua boa atitude na atenção ao público. Na primeira etapa, cada mês houve mais de 40 pedidos para trocar mercadorias compradas. Mais tarde, o número de tais pedidos foi aumentando. Inclusive uma vez um cliente nos pediu que lhe trocasse a lã com a qual já havia tecido um suéter. Como a lã já havia se utilizado e havia deixado de ser vendável, os interesses do Estado resultaram prejudicados. À luz deste exemplo, discutimos o problema de como tratar corretamente a relação entre os interesses do Estado e os das massas. Ditas discussões deram por resultado que todos nós compreendemos que em nosso Estado socialista os interesses do Estado e os das massas são, em última análise, idênticos; não há interesses das massas se não existem os do Estado e vice-versa. Nós, os atendentes do comércio, estamos tratando com as massas em nome do Estado e nossas empresas socialistas. Ao abordar os problemas, devemos, portanto, integrar corretamente os interesses do Estado e os das massas e prestar atenção a ambos.

Como então se devem considerar os interesses do Estado e os das massas de clientes? Nossa experiência durante anos nos dá a resposta. Primeiro, devemos fomentar a idéia de “dupla responsabilidade”, isto é, devemos ser responsáveis tanto ante ao Estado como ante às massas. Segundo, devemos ser competentes no profissional. Alguns atendentes, ao vender mercadorias, cometem erros no que se refere ao peso, às contas ou à medição, à fixação de preços ou ao tratamento da fração de centavos ou de gramas restantes. Isto não se deve a que queiram prejudicar de maneira intencional os interesses dos clientes, senão a que seu nível profissional e técnico é insuficiente. Terceiro, devemos prestar atenção à eliminação de todas as possíveis dificuldades que possam surgir durante a venda.

Que fazer quanto aos problemas especiais que surgem logo de ser vendidas as mercadorias? Devemos pensar conscientemente nas formas de resolvê-los e ser flexíveis ao comerciar. Por exemplo, se um cliente compra algo que não é de seu gosto e deseja devolvê-lo ou trocá-lo, seu pedido deve ser aceito de forma tal que as mercadorias devolvidas ou trocadas não estejam deterioradas e sejam ainda vendáveis.

 (Por Man Siu-ching, chefe do grupo de atendentes do Armazem da Rua Jiefang, de  Chiaodisuo, província de Honan. Publicado originalmente em Dagong Bao de 8 de agosto de 1965, sob o título “Filosofia no mostrador”).