Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários (Pequim Informa, 1966) – Parte VII

VII – O conteúdo determina a forma e a forma deve adaptar-se ao conteúdo do movimento da contradição dentro de uma coisa

Nota do Redator: Toda coisa tem conteúdo e forma. O conteúdo e a forma de uma coisa é uma unidade dialética. O camarada Mao Tsetung disse em suas Intervenções na conferência de Yenan sobre arte e literatura: “O que pedimos é unidade da política e a arte, do conteúdo e a forma, do conteúdo político revolucionário e a forma artística no mais Aldo grau possível de perfeição.” O conteúdo de uma coisa determina sua forma. A forma de uma coisa deve ajusta-se ao conteúdo do movimento de sua contradição. Se a velha forma não se ajusta às necessidades do novo desenvolvimento do conteúdo, deve ser mudada.

Seguindo os ensinamentos do Presidente Mao, as grandes massas de operários, camponeses e soldados, assim como os quadros revolucionários, não permitem que as velhas formas os atem, senão que se atrevem a romper as velhas fórmulas estereotipadas, revisar e melhorar os sistemas e regulamentos irracionais, fazer audazes inovações, estabelecer uma nova ordem e implantar novos sistemas e regulamentos, para servir de melhor forma ao povo, à política proletária e à construção socialista.

12 – Os regulamentos não devem restringir o servir ao povo

No verão de 1964, quando Chou Yong-chi passava manejando seu ônibus pela aldeia de Liuying, escutou a uma anciã camponesa que se lamentava: “Que bom seria se houvesse uma parada de ônibus na aldeia de Liulying! Desceria do ônibus e estaria em casa logo!” O coração de Chou palpitou forte. Havia uma luta em sua mente. Se parava o ônibus, estaria rompendo os regulamentos já que não havia parada nesta aldeia. Se prosseguia, a anciã teria que caminhar mais três li de regresso sob o sol abrasador. Nesse dia, como nos outros, ele havia lido antes de iniciar seu percurso algumas passagens das obras do Presidente Mao. Recordou o que o Presidente Mao dizia sobre servir “total” e “completamente”  ao povo. Freou o ônibus e, voltando-se para o cobrador, disse-lhe que abrisse a porta e ajudasse a passageira a descer.

Tão prontamente como estacionou seu ônibus por esse dia, Chou tomou as obras do Presidente Mao em busca de ajuda para solucionar a contradição entre o que desejavam os passageiros e o estabelecido nos regulamentos. Lendo e refletindo chegou à seguinte conclusão: Os regulamentos estão destinados a assegurar o bom serviço aos passageiros, não a impedirmos a servir ao povo. Posto que nossa rota comunica a cidade e o campo, devemos fazer todo o possível para servir aos camponeses.

Desde esse dia, Chou parou nos lugares donde não havia parada assinalada. Isto ia contra os regulamentos, porém ele o fazia se era necessário, parando quando e donde os passageiros queriam, substituindo as regras por uma nova norma revolucionária: “para conveniência dos passageiros”.

As paradas nesta rota desde a cidade até os arredores afastados eram poucas e distanciadas, além do que os ônibus são menos freqüentes que no interior da cidade. Algumas vezes, um passageiro camponês pouco afortunado podia ver o ônibus vindo à distância, porém antes de que pudesse alcançar a parada, este partia sem ele. Se o perdia por um minuto, teria que esperar dez ou mais minutos até que passasse o próximo. Não é necessário descrever aqui quanta alegria sentiram os camponeses quando Chou pôs em prática seu novo “regulamento”.

Chou tinha o apoio do comitê da célula do Partido e contou a seus companheiros do que havia feito e o porquê. Isto foi recebido em duas formas diferentes. Alguns dos choferes estavam totalmente de acordo com ele e fizeram o mesmo. Porém outros, a minoria, não podiam romper com os velhos hábitos e expressaram: “Para que servem paradas se você para quando e onde deseja? Existe um limite para o que você pode fazer pelos passageiros.” “Se você para aqui e ali, em todas as partes, gastará todo um litro de gasolina.”

A direção fez acertos necessários para que eles estudassem uma e outra vez Servir ao Povo e Em memória de Norman Bethune. Chou, por sua parte, estimulou a que fizessem como ele ao que continuaram e deram um exemplo. Por outro lado, visitou em suas casas os membros dos grupos de choferes que discordavam e conversou com eles levando a cabo uma educação ideológica. Falou sobre as diferenças entre sua rota e as do interior da cidade e sobre porque abrira a rota: principalmente para servir aos camponeses. Se eles serviam às necessidades dos camponeses, isto não ajudaria a fortalecer a aliança operário-camponesa? Não proporcionaria aos camponeses mais tempo para fazer seu trabalho, para cultivar mais grãos, ajudar à indústria e ao Estado?

Como resultado destes esforços, a idéia de servir ao povo lançou raízes na mente de todos os choferes de ônibus. Chegaram ao entendimento comum de que “os regulamentos não devem impedir-nos de servir ao povo”. Nisto basearam seu trabalho. Aqueles que uma vez pensaram que havia limite para o que se pudesse fazer pelos passageiros, compreenderam que não havia limites quando se tratava de servir ao povo. Aqueles que uma vez se preocuparam de que “parando quando e donde os passageiros queriam” aumentaria o consumo de gasolina, começaram a pensar em outras formas de fazer economias. A prática em 1964 e 1965 provou que o consumo de gasolina não havia aumentado; pelo contrário, houve uma economia de  10.000 litros nesses dois anos. Desordenava o horário “parar quando e donde os passageiros queriam”? A prática de dois anos demonstrou que este problema não se apresentou. Aos choferes não se lhes pediu com freqüência fazer paradas extras e quando tal pedido se fazia de vez em quando, isso significava perder só uns quantos segundos, que os choferes podiam recuperar antes de chegar à próxima parada.

 (Por Liu Jai. Publicado originalmente no Gonren Ribao [Diário dos Operários] de 26 de janeiro de 1966, sob o título “A frota de ônibus de nossos camponeses”.)