Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários (Pequim Informa, 1966) – Parte V

V – Analisar as coisas cientificamente e apreender a essência através das aparências

Nota do Redator: Para compreender as coisas objetivas, para ver sua essência através das aparências, é necessário a análise científica. O camarada Mao Tsetung disse: “Qualquer questão deve ser abordada desde o ponto de vista de sua essência, e as manifestações externas consideradas somente como guias, que nos conduzem a uma porta, transposto o umbral desta, devemos assimilar a essência da questão. Tal é o método de análises seguro e científico.” A natureza de uma coisa é determinada por sua contradição principal, particularmente o aspecto principal de sua contradição principal. Ao compreender claramente a essência de uma coisa, podemos apreender as leis de seu desenvolvimento e não nos desorientarão as aparências e, na luta de classes, na luta pela produção e na experimentação científica, nos manteremos firmes na direção correta desde o início até ao fim.

O camarada Lei Feng, bom soldado do Presidente Mao, compreendeu a necessidade de penetrar através dos fenômenos superficiais até a essência de uma coisa. Educado pelo Partido Comunista, viu claramente a natureza exploradora da classe latifundiária, não abrigou nenhuma ilusão com o inimigo e se decidiu a levar a revolução até o fim. Na exploração do campo petrolífero de Daching, as pessoas de Daching, seguindo os ensinamentos do Presidente Mao, tomaram o conhecimento inicial dos fenômenos como um guia e, mediante análises científicas, descobriram os segredos das camadas petrolíferas. As massas de operários, camponeses e soldados, assim como quadros revolucionários, compreenderam profundamente que só examinando os problemas de acordo com as instruções do Presidente Mao podem manter seu rumo em meio de circunstâncias complicadas e entender e resolver de maneira correta todos os problemas a fim de obter êxitos em suas atividades.

8 – Removendo os invólucros para chegar à essência dos assuntos

A fim de compreender e tratar da melhor forma, durante um curso de estudo político, as idéias que existiam nesse momento nos homens, o comitê da célula do Partido do quartel general do 3º batalhão de um regimento celebrou uma reunião ampliada para estudar especialmente esta matéria. A questão mais discutida na reunião foi referente à unidade.
Descoberta a unidade como problema, significava que eles já haviam apreendido as idéias que nesse momento existiam na mente das pessoas? Alguns camaradas opinaram que sim e propuseram seguir adiante com o curso. Outros tinham uma opinião diferente. Arguíam que as questões relacionadas com a unidade eram só sinais superficiais e que a reunião não havia chegado ainda à raiz das coisas, à essência, de modo que não se podia dizer que os problemas atuais na mente das pessoas tivessem sido apreendidos. O sub-instrutor político Wang Shan-chie então organizou a todos para estudar a tese formulada em Sobre a Prática: deve dar-se um salto do conhecimento sensitivo ao conhecimento racional e os camaradas compreenderam que o conhecimento não podia deter-se na etapa do sensitivo, Wang Shan-chie lhes pediu assim que pensassem sobre por que apareciam problemas tais como o da unidade e aonde residia a chave do assunto. Cada um começou então a analisar e estudar em forma cabal os diversos problemas propostos na reunião, partindo da superfície e penetrando progressivamente na essência. Desta maneira trouxeram à luz passo a passo o que estava no interior. Viram que a essência do problema que afetava a unidade residia em que alguns camaradas não podiam adotar uma atitude correta para com a crítica e a autocrítica.

Nesta etapa, muitos camaradas se sentiram seguros de que, ao menos, haviam apreendido o problema ideológico que nesse momento prevalecia, e que já se podia iniciar seu curso de estudo político. Porém outros argumentaram: Por que a crítica e a autocrítica não podem fazer-se com uma atitude correta? Isto fez com que todos refletissem de novo. Uma análise dos exemplos concretos mostrou que alguns camaradas temiam ferir os sentimentos dos outros ao fazer a crítica e temiam “desprestigiar-se” quando eles mesmos eram objeto de críticas. Isto conduziu ao descobrimento da razão fundamental: a idéia de servir completa e totalmente ao povo não havia lançado raízes em suas mentes. Se cada um colocava sempre os interesses do povo acima dos demais e descartava por completo as considerações individualistas, então a crítica e a autocrítica podiam tratar-se apropriadamente.

Removendo os invólucros para chegar à essência dos assuntos, tocaram finalmente a raiz de seus problemas. Logo de uma maior educação e de que cada um havia falado sem reservas e descarregado sua mente, logrou-se uma unidade e uma harmonia mais sólidas.

(Por Ching Rong, Jua Sheng e Fu Sheng. Publicado originalmente em Jiefangjun Bao [Diário do Exército Popular de Libertação] de 31 de janeiro de 1966, sob o título “Removendo os invólucros para apreender a essência”.)

9 – Olhando através das aparências para descobrir a causa real de porque as plantas de arroz se tornam amareladas

Em 1965, as equipes de produção números 1 e 9 de nossa brigada de produção plantaram várias dezenas de mu de Liantangzao e Jiangnan 1224, duas variedades de arroz de produção rápida. Logo que as mudas haviam sido plantadas nos arrozais, adverti que o arroz da equipe de produção nº 1 mostrava uma cor um pouco apagada em comparação com o da brigada de produção vizinha. Seus talos pareciam finos e tinham um verde descorado claro, de sorte que disse à equipe que lhes lançassem adubo várias vezes. O resultado foi formidável. As plantas de arroz cresceram altas e verdes. A equipe de produção nº 1 tomou a dianteira quando se fizeram as inspeções comparativas e eu me senti seguro de que a equipe obteria uma boa colheita esse ano.

Durante anos a equipe nº 9 estivera na vanguarda de nossa brigada, porém esta vez seu arroz era mais curto que o da nº 1 e não parecia tão verde nem tão bom. Em alguns arrozais as plantas inclusive mostravam um tom amarelado. Os quadros da brigada de produção ultimaram à nº 9 a fazer o mesmo que havia feito a de nº 1 e a dar a seu arroz fertilizante adicional. Porém a nº 9 não parecia estar disposto a fazê-lo. Ainda que tinha adubo, não o usava ou o usava muito pouco. Eu estava seguro de que esse ano não iria tão bem como a equipe de nº 1; era demasiado “conservador” com respeito a esta questão.

A colheita me mostrou que estava totalmente equivocado. Os talos da equipe nº 1 eram débeis e as folhas tão pesadas que as plantas tombaram. Estas cresceram rápido, porém as espigas amadureceram tarde. O arroz da equipe nº 9 tinha talos grossos e robustos e não tombaram. As espigas eram grandes e cheias e amadureceram cedo. Colheiram-se 80 jin mais por mu que na equipe nº 1.

Que havia se passado? Enterei-me de que os quadros e membros da nº 9 haviam estudado cuidadosamente a situação do adubo e haviam chegado à conclusão de que era diferente à dos anos anteriores. Em 1965 haviam posto mais adubo antes de arar que nos anos passados. Por cada mu de arrozal haviam usado de 4.000 a 5.000 jin de adubo verde e mais de 1.000 jin de esterco. Alguns dos campos foram adubados com água amoniacal. Dez dias depois do transplante haviam agregado adubo a todos arrozais. Era uma quantidade de adubo suficiente. Porém, a que se devia a cor amarelada após o transplante? Devia-se principalmente a que o transplante havia sido feito um pouco mais tarde que o de costume e se havia produzido uma baixa na temperatura durante alguns dias posteriores ao transplante. Além de tudo isto, os campos haviam sido irrigados intensamente, as raízes não haviam se estendido nem haviam prendido, de modo que as plantas não haviam aproveitado por inteiro o adubo. Nestas circunstâncias, decidiram drenar a terra para lograr que o arroz lançasse raízes. O adubo foi aplicado onde as plantas necessitavam e numa quantidade adequada. Quando as plantas lançaram raízes firmes e aumentou a temperatura, o adubo cumpriu sua função. Mesmo ainda tendo certa cor amarelada, opinaram que as plantas estavam crescendo bem e que tudo ia normalmente. Portanto, não agregaram mais adubo. Atuaram com acerto e em 1965 obtiveram de novo uma colheita abundante.

Tudo isto parece claro e simples, porém, como eu não havia examinado profundamente a causa do amarelado nalgumas plantas, atuei às cegas quanto ao emprego do adubo. Ao fazer uma reflexão, cheguei a compreender que a cor amarelada podia se dever à numerosas causas. Poderia ter sido falta de adubo ou demasiada água nos campos, ou pelo vapor da água amoniacal. Poderia ter sido um sinal de que as plantas cresciam perfeitamente. No entanto, não distingui entre as diferentes coisas; não adeqüei o remédio à doença, senão que recorri em forma indiscriminada à aplicação de mais adubo. Como resultado “atuei mal por bondade”: o amadurecimento da colheita retardou-se, as plantas tombaram, o rendimento foi afetado e o custo da produção aumentou.

“Qualquer questão deve ser abordada desde o ponto de vista de sua essência – disse o Presidente Mao – e as manifestações externas consideradas somente como guias, que nos conduzem até uma porta; transposta o umbral desta, devemos assimilar a essência da questão; Tal é o método de analise seguro e científico.” Se não há suficiente adubo, as mudas geralmente se tornam amareladas. Existe uma relação determinada entre o “amarelado” e o “adubo insuficiente”. Porém, ao inverso, nem sempre é certo que o “amarelado” signifique “adubo insuficiente”, já que o “amarelado” pode dever-se a várias causas. Portanto, não devemos deixar-nos desorientar pela aparência do “amarelado” e tirar conclusões precipitadas. Por outra parte, não devemos passar por alto, senão que considerá-lo como “guia”. Uma vez que apareça o amarelado, devemos estudá-lo a fundo e analisar as coisas em suas circunstâncias concretas para descobrir sua verdadeira causa e chegar à essência do assunto. Só nesta forma podemos decidir acertadamente se devemos ou não pôr mais adubo, pôr muito ou só um pouco. Em minha opinião, isso é o que devemos fazer no caso da aplicação do adubo e isso é igualmente válido para outras questões.

(Por Wei Bao-da, subsecretário do comitê da célula do Partido da brigada de produção de Yanwan, Comuna Popular de Siaruosi, distrito de Changsing, província de Chechiang. Publicado originalmente em Zhejiang Ribao [Diário de Chechiang] de 10 de setembro de 1965, sob o título “Aparência e essência”.)