Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários (Pequim Informa, 1966) – Parte III

III – Conhecer a particularidade da contradição, analisar concretamente as coisas concretas

Nota do Redator: As contradições existem em todas as partes, porém é distinta a natureza da contradição nas diferentes coisas. São necessários métodos diferentes para resolver os diferentes tipos de contradições. O camarada Mao Tsetung nos ensina que “ao estudar a natureza específica de qualquer contradição… devemos fazer uma análise concreta e descartar a arbitrariedade subjetiva. Sem uma análise concreta não pode haver conhecimento da natureza específica de contradição alguma”. No enfoque dos problemas, no cultivo agrícola, no trabalho técnico, na difusão da experiência ou no trabalho político e ideológico, devemos partir da situação real, aplicar os princípios da dialética materialista e analisar concretamente as coisas concretas.

Através do estudo e aplicação de maneira viva do pensamento dialético do camarada Mao Tsetung, os operários e empregados da usina de coque [carvão mineral preparado para a fundição] da Companhia de Ferro e Aço de Baotou conseguiram romper os velhos marcos estereotipados para produzir coque de excelente qualidade mediante o carvão da Mongólia Interior. A razão de que obtiveram estes novos êxitos reside em que, no curso de várias centenas de experimentações científicas, chegaram a conhecer as características especiais do carvão da Mongólia Interior e a lei de combinar flexivelmente as proporções dos diferentes tipos de carvão utilizado.

O camarada Chen Young-kang, especialista no cultivo de arroz, expressou: “A experiência nunca se deve converter numa convenção que nos limite e não devemos considerar as novas técnicas desde um velho ponto de vista.” Isto é sumamente correto. A “experiência” se converte em “convenção” devido a que se passa por alto da particularidade da contradição e não se analisam corretamente as contradições concretas.

Para compreender a particularidade da contradição e encontrar maneiras de resolver as contradições, disse o camarada Li Rui-juan, chefe da jovem brigada de choque da Companhia de Construção nº 3 de Pequim, deve-se “atuar de acordo com os ensinamentos do Presidente Mao e investigar cuidadosamente as condições concretas e reais”.

6 – Resolver diferentes contradições mediante distintos métodos

Na primavera de 1958, quando comecei a ser chefe de esquadra, não tinha experiência e estava diante de numerosos problemas que não sabia como resolver. Após estudar Sobre a contradição, compreendi que os problemas são contradições. As contradições existem objetivamente e estão presentes no processo de desenvolvimento de todas as coisas do princípio ao fim. Não há nada sem contradição. As contradições surgem constantemente. Quando se resolve as velhas, aparecem outras novas. O surgimento constante de contradições e sua solução fazem avançar as coisas. Depois de entendido isto, já não é necessário temer os problemas. Contanto que analise conscienciosamente os problemas e continue solucionando-os, marchará bem o trabalho na esquadra.

Tendo estudado a universalidade e a particularidade da contradição, compreendi que as contradições existem em todas as partes e em todo momento em nossa vida e trabalho: esta é a universalidade da contradição. Porém a contradição de uma coisa dada tem suas características próprias: esta é sua particularidade. Ao resolver as contradições, deve-se “adequar o remédio à doença” e resolver diferentes contradições mediante distintos métodos.

Em certa oportunidade, nossa esquadra estava realizando exercícios de treinamento tático e alguns camaradas não os faziam bem. Sem analisar as razões, tirei precipitadamente a conclusão de que a causa era seu temor às dificuldades e procedi a reunir os soldados para criticá-los, falando mais que tudo em termos de princípios gerais. No lugar de obter bons resultados, minhas palavras provocaram descontentamento entre eles. Disseram que eu não sabia o que realmente havia ocorrido. Recebi muitas críticas deles na reunião da esquadra nessa noite. Disseram-me que os três camaradas tinham diversas razões para não realizar bem seu treinamento: um estava sofrendo de dor nos pés; outro tinha gastas as solas do calçado e temia ferir os pés; o terceiro era o único que realmente temia às dificuldades. Recordei então os ensinamentos do Presidente Mao: “O emprego de diferentes métodos para resolver diferentes contradições é um princípio que deve ser estritamente observado pelos marxistas-leninistas.” “Depois de ter advertido em grandes traços algumas das características da contradição, procede-se precipitadamente a resolvê-la (a responder a uma pergunta, a acertar uma disputa, a desempenhar uma tarefa ou a dirigir uma operação militar). Esta maneira de proceder não produz nada mais que complicações.” Desta maneira me dei conta de que havia caído no erro de subjetivismo.
No dia seguinte entreguei meu par de calçados extra ao soldado que tinha os seus gastos. Falei com aquele que lhe doíam os pés. Longe de criticá-lo, elogiei-o por haver persistido no treinamento apesar de que não se sentia bem. Também tive uma conversa com o que temia às dificuldades, explicando-lhe a importância do treinamento tático. Como resultado, todos começaram a treinar com muita seriedade.

A partir deste incidente, sempre tratei de levar em conta o caráter específico de cada camarada da esquadra e adoto métodos diferentes e adequados para ajudá-los e educá-los. O resultado tem sido excelente. Todos estão contentes e existem uma solidariedade e um espírito fraternal ainda maiores entre os camaradas.

(Por Liao Chu-chiang, num artigo que com o mesmo título aparece no folheto Estudar em benefício da revolução, Editorial da Juventude Chinesa, 1964.)