Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários (Pequim Informa, 1966)
Nota do blog: Publicaremos a partir de hoje compilação traduzida pelo Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo de 19 ensaios que sintetizam as experiências de camponeses, operários, soldados e quadros na China no estudo e a aplicação dos ensinamentos do presidente Mao. Ensaios estes publicados no ano de 1966 em Pequim Informa.
Para facilitar a leitura, publicaremos por partes tomando como orientação a divisão em grupos temáticos estruturada já em o “Cem exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários”.
Esta primeira parte está composta por Apresentação, Sumário, Prefácio de apresentação da Pequim Informa e primeiro bloco temático.
Exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários
Apresentação
Os seguintes dezenove ensaios, com que se sintetizam algumas experiências sobre o estudo e aplicação dos ensinamentos filosóficos do Presidente Mao, foram produzidos no ano de 1966 na República Popular da China por operários, camponeses, soldados e quadros revolucionários. Eles compõem a seleção publicada por Pequim Informa, sob o título geral de “Os operários, camponeses e soldados estudam e aplicam de maneira viva o pensamento filosófico de Mao Tsetung”. Por sua vez essa seleção se baseou na publicação de “Cem exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários”, feita pela revista filosófica chinesa, de então, a Zhexue Yanjiu (Investigação Filosófica).
Às vésperas do desencadear da Grande Revolução Cultural Proletária, a linha proletária no Partido Comunista da China estava travando contra o revisionismo, uma luta sem quartel e em todas as frentes, seguindo na esteira da grande confrontação que o Partido Comunista da China desatara abertamente contra o revisionismo contemporâneo de Kruschov. Nesta luta grandes massas de operários, camponeses, soldados e quadros revolucionários foram mobilizados e estavam empenhados ardorosamente por assimilar o marxismo-leninismo e o pensamento Mao Tsetung, batendo-se por estudar e aplicar vivamente seus ensinamentos, destacadamente seu pensamento filosófico. Tratava-se do grande movimento vanguardeado pelo Presidente Mao, para o qual as massas populares estavam convocadas a participar ativamente, denominado por “Três grandes movimentos revolucionários: a luta de classes, a luta pela produção e a experimentação científica”. Os estudos e aplicação viva do pensamento filosófico do Presidente Mao abriu de forma inusitada na história a participação das grandes massas populares, particularmente nesta esfera da prática social – a da investigação científica – e desencadeou um poderoso movimento revolucionário que, sem qualquer margem a dúvida, jogou papel relevante no início e desenvolvimento da GRCP.
Ao estudarmos estes ensaios podemos nos dar conta do pioneirismo e grandiosidade deste movimento e seu significado transcendental para a revolução proletária mundial daqueles anos. Quando, mesmo com os grandes embates da GRCP, o revisionismo logrou derrotar a linha proletária no Partido Comunista da China e no Estado da República Popular Chinesa, a luta por impulsionar a nova onda da revolução proletária mundial em nossos dias, particularmente pelas novas gerações de revolucionários marxistas-leninistas-maoístas, não pode prescindir de tais aportes.
Na impossibilidade, pelo menos de momento, de ter em mãos o conjunto das publicações da importante revista filosófica referida acima, buscamos compilar os dezenove ensaios publicados pela Pequim Informa e esperamos poder colocar à disposição outros mais que a mesma Pequim Informa publicou. A publicação de Pequim Informa reproduz a estrutura da publicação da Zhexue Yanjiu que apresentou os cem ensaios divididos em doze grupos correspondentes a doze temas, doze ângulos ou formas com que se expressa a lei da unidade dos contrários, lei fundamental da dialética materialista. De forma que os dezenove ensaios são representativos destes doze temas.
A Zhexue Yanjiu, revista bimestral, publicou os “Cem exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários” em 1966, para o que dedicou todo seu segundo número daquele ano. Já a seleção de dezenove ensaios retirados desta edição de Zhexue Yanjiu foi publicada por Pequim Informa em seus números 22, 23, 24, e 25 daquele mesmo ano. A nossa compilação foi baseada nestes números de sua edição em espanhol e a tradução feita por nós.
Para facilitar o entendimento da distribuição dos dezenove ensaios nos doze grupos de temas os enumeramos em arábico e em romanos os doze temas, como está disposto no sumário abaixo. Mantivemos o prefácio do redator de Zhexue Yanjiu e suas notas que acompanham cada um dos doze temas. Ademais mantivemos a nota de apresentação que a Pequim Informa inseriu quando deu início às publicações.
Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoísmo
Janeiro de 2010
Sumário
I – O conceito “um se divide em dois” se aplica a todas as coisas que existem no mundo
1 – Os Fan não são todos de uma mesma família
2 – Para combater os céus se deve compreender que “um se divide em dois”
3 – Utilização do conceito “um se divide em dois” para descobrir o desnível em nosso trabalho
4 – Trabalhando em comércio à luz de “um se divide em dois”
II – A causa fundamental do desenvolvimento de uma coisa está em sua contradição interna
5 – Se alguém quer amadurecer rápido, deve temperar-se conscientemente
III – Conhecer a particularidade da contradição, analisar concretamente as coisas concretas
6 – Resolver diferentes contradições mediante distintos métodos
IV – Apreender a contradição principal e concentrar forças para resolvê-las
7 – Como inventamos uma máquina compactadora elétrica manejável, leve, aperfeiçoada e barata ao apreender a contradição principal
V – Analisar as coisas cientificamente e apreender a essência através das aparências
8 – Removendo as cascas para chegar à essência dos assuntos
9 – Olhando através das aparências para descobrir a causa real de porque as plantas de arroz se tornam amareladas
VI – Prestar atenção aos limites quantitativos que determinam as qualidades das coisas e realmente “ter os números na cabeça”
10 – Ao produzir aço em convertedores, há que se esforçar pela rapidez sobre a base de uma melhor qualidade
11 – Grande quantidade em alta qualidade
VII – O conteúdo determina a forma e a forma deve adaptar-se ao conteúdo do movimento da contradição dentro de uma coisa
12 – Os regulamentos não devem restringir o servir ao povo
VIII – Todo trabalho deve partir da situação em seu conjunto; as partes devem subordinar-se ao todo
13 – Tratar corretamente a relação entre os interesses do Estado e o das massas
IX – Tratar corretamente a relação entre os homens e as coisas e entre a política e o trabalho; colocar em primeiro lugar o fator humano e o político
14 – Se não existem boas condições, criá-las e lograr que o trabalho se realize bem
15 – Se o homem escuta as palavras do Presidente Mao, a locomotiva funciona conforme os desejos do homem
X – Resumir constantemente a experiência e passar do reino da necessidade ao da liberdade
16 – Utilizar as leis objetivas e desenvolver continuamente a produção
XI – A vitória do novo sobre o velho constitui uma lei eterna e inviolável
17 – Não há fim para a revolução nem limite para a produção
XII – Difundir a dialética própria das coisas, acelerar sua transformação e alcançar o objetivo da revolução
18 – Convertendo a ignorância em conhecimento
19 – A seca, uma coisa má, nos impulsiona a fazer a revolução
Os operários, camponeses e soldados estudam e aplicam de maneira viva o pensamento filosófico de Mao Tsetung
Aplicação da lei da unidade dos contrários
São muitos os excelentes ensaios escritos nos últimos anos por operários, camponeses, soldados e quadros revolucionários sobre sua experiência no estudo e aplicação de maneira viva do pensamento filosófico do camarada Mao Tsetung. Zhexue Yanjiu (Investigação Filosófica), revista bimestral de circulação nacional, dedicou todo seu segundo número de 1966 a uma seleção de tais escritos. Sob o título de “Cem exemplos que ilustram a lei da unidade dos contrários”, a revista publicou 100 artigos selecionados que, desde diferentes ângulos, esclarecem esta lei fundamental da dialética materialista. Contém ademais um Prefácio sobre a grande contribuição feita pelo camarada Mao Tsetung à dialética marxista-leninista. Pequim Informa escolheu alguns desses 100 artigos para sua publicação neste e em posteriores números junto com as 12 notas do redator inseridas em dita edição da revista. Publicamos a seguir o Prefácio, a primeira nota do redator e quatro artigos sobre o conceito “um se divide em dois”.
A Redação [de Pequim Informa]
Prefácio
Pela redação de “ZHEXUE YANJIU”
As massas de operários, camponeses, soldados e quadros revolucionários estudam em ampla escala as obras do Presidente Mao ao tempo que participam nos três grandes movimentos: a luta de classes, a luta pela produção e a experimentação científica. O estudo e aplicação em forma viva do pensamento de Mao Tsetung têm rendido grandes e frutíferos resultados. O fato de que grande número de pessoas utilizem conscientemente a lei da unidade dos contrários para solucionar problemas concretos nos diversos tipos de trabalho tem promovido em grande medida a revolucionarização da mente do homem assim como de seu trabalho. O pensamento de Mao Tsetung, ao apoderar-se das vastas massas, converte-se numa força formidável para a transformação do mundo.
O camarada Mao Tsetung disse: “A lei da contradição, isto é, a lei da unidade dos contrários nas coisas, é a lei mais fundamental da dialética materialista.” Também expressou: “A lei da unidade dos contrários é uma lei básica do universo.” O camarada Mao Tsetung desenvolveu o conceito de Lenin relativo a esta lei como núcleo da dialética, expondo a lei da unidade dos contrários como a lei fundamental da dialética materialista e revelando as interrelações entre esta lei e as outras leis da dialética materialista. Fez uma exposição criadora e completa do conteúdo desta lei, levando assim a uma etapa nova e superior a dialética marxista-leninista. Isto constitui uma grande contribuição do camarada Mao Tsetung à filosofia do marxismo-leninismo.
A lei da unidade dos contrários não é paralela às outras leis da dialética materialista, nem está num mesmo plano delas. As outras leis e categorias da dialética materialista, tais como a lei da transformação de quantidade em qualidade e vice-versa e a lei da afirmação e negação, etc., são, ao fim das contas, diferentes expressões e extensões desta lei fundamental: a unidade dos contrários.
A lei da transformação de quantidade em qualidade e vice-versa é a unidade dos contrários, de quantidade e qualidade, de mudança quantitativa e mudança qualitativa, no desenvolvimento das coisas. O movimento e o desenvolvimento das coisas se manifestam invariavelmente em dois estados: o estado de mudança quantitativa com os dois aspectos contraditórios dentro de uma coisa em um estado de unidade relativa; e o estado de mudança qualitativa, a dissolução desta unidade e a transformação de uma coisa em outra. A luta entre os dois aspectos contraditórios dentro de uma coisa determina a contínua transição da mudança quantitativa à mudança qualitativa e da mudança qualitativa à mudança quantitativa.
A lei da afirmação e negação é a unidade de contrários, da afirmação e a negação, no desenvolvimento das coisas. O desenvolvimento das coisas se expressa invariavelmente como um processo de afirmação – negação – afirmação – negação… O resultado da luta entre os contrários, afirmação e negação, é a extinção do velho e o surgimento do novo, o desenvolvimento de uma coisa desde uma etapa inferior para uma superior.
Outras categorias da dialética materialistas, tais como fenômeno [aparência] e essência, causa e efeito, forma e conteúdo, a parte e o todo, o particular e o geral, possibilidade e realidade, casualidade e necessidade, liberdade e necessidade, etc., são todas relações de contrários em aspectos particulares do processo do desenvolvimento das coisas.
Isto quer dizer que a lei da unidade dos contrários é a lei predominante já que todas as outras leis e categorias da dialética materialista são expressões e extensões suas. Ao estudar a dialética materialista, devemos, em primeiro lugar, estudar esta lei segundo o ensinamento do camarada Mao Tsetung. Todas as outras leis e categorias da dialética materialista resultarão incompreensíveis se se divorciam da lei da unidade dos contrários.
Mediante a aplicação desta lei, o camarada Mao Tsetung revelou e elucidou as contradições que existem na sociedade socialista. Ensinou-nos que devemos aprender a utilizar esta lei para observar e tratar estas contradições; saber distinguir as contradições no seio do povo das contradições entre o inimigo e nós e dar a ambas um tratamento correto; tomar a luta de classes e a luta entre o caminho socialista e o capitalista como o fator chave em todo nosso trabalho; e colocar a política proletária em primeiro lugar. Devemos seguir ainda mais estritamente os ensinamentos do camarada Mao Tsetung, não esquecer jamais a luta de classes, por sempre a política proletária no comando e nos opormos ao ecletismo e o compromisso sem princípios.
O camarada Mao Tsetung fez avançar e desenvolveu em todos os aspectos o marxismo-leninismo. O pensamento de Mao Tsetung representa o cume do marxismo-leninismo em nossa época. Devemos estudá-lo mais ainda. Devemos estudar a dialética revolucionária desenvolvida por ele. Para nós, o pensamento de Mao Tsetung é uma arma invencível para, em forma correta, observar as coisas, estudar os problemas, tratar as contradições e travar lutas. Devemos empregar de maneira ainda mais consciente esta aguda arma em nosso combate contra o revisionismo contemporâneo, o dogmatismo, a metafísica e a escolástica.
A dialética marxista não é uma filosofia morta relegada às bibliotecas. É uma filosofia viva nascida na luta revolucionária das massas e que, por sua vez, serve a esta luta. Ao estudar esta dialética revolucionária, devemos, portanto, pôr grande ênfase em sua aplicação prática.
Os 100 artigos que publicamos neste número [de Zhexue Yanjiu] são tomados de ensaios escritos pelas massas de operários, camponeses e soldados, assim como por quadros revolucionários, ensaios que mostram como seus autores estudam e aplicam de maneira viva o pensamento dialético do camarada Mao Tsetung, solucionam problemas e resumem seu trabalho ás luz da lei da unidade dos contrários. Estes exemplos, com seus fatos e comentários, são vívidos, combatentes e convincentes. Possuem um saber radicalmente diferente ao da filosofia confinada às bibliotecas, da filosofia que vai de abstração em abstração.
I – O conceito “um se divide em dois” se aplica a todas as coisas que existem no mundo
Nota do Redator: O conceito “um se divide em dois” se aplica a todas as coisas que existem no mundo. Cada coisa compreende dois aspectos contraditórios. Ao estudar uma questão ou ao tratar qualquer trabalho, devemos reconhecer suas contradições, analisá-las e esforçar-nos seriamente por resolvê-las. O camarada Mao Tsetung disse que a dialética marxista “nos ensina antes de tudo a observar e analisar certeiramente o movimento das contradições nas distintas coisas e sobre a base de tal análise, encontrar os métodos de resolver as contradições”. Também disse: “Temos que aprender a examinar as questões em todos seus aspectos, a ver não só o verso das coisas, senão também o reverso.” A aplicação do conceito “um se divide em dois” constitui para nós um método fundamental no estudo das coisas.
“Um se divide em dois” denota uma posição, um ponto de vista e um método. Nos anos recentes, as massas de operários, camponeses e soldados, assim como os quadros revolucionários, no curso de seu estudo e aplicação em forma viva do pensamento filosófico de Mao Tsetung, utilizaram este conceito na luta de classes, na luta pela produção e na experimentação científica, no trabalho político e ideológico, no treinamento militar, no combate, no melhoramento das técnicas, no manejo das máquinas, na agricultura, no comércio, no ensino, no tratamento das doenças e nos esportes com bola, com o propósito de reeducar-se e fazer bem seu trabalho revolucionário. O conceito “um se divide em dois” vem sendo gradualmente dominado pelas grandes massas de operários, camponeses e soldados, assim como pelos quadros revolucionários; e converteu-se numa arma mais afiada em suas mãos.
1 – Os Fan não são todos de uma mesma família
No distrito de Jeyang, província de Shensi, existe uma aldeia chamada Duma da Família Fan, no qual, salvo duas exceções, todas as famílias têm um mesmo sobrenome: Fan. Em 1962, alguns dos antigos latifundiários desse lugar, aproveitando a idéia de clã que ainda subsistia entre uma parte dos aldeões, tratavam de abrir o caminho para sua restauração mediante atividades tais como a compilação de “Árvore Genealógica do clã Fan”. Arguíam que todos os Fan tinham uma ascendência comum e, portanto, todos pertenceriam a “uma mesma família”. Porém os fatos revelados pelos antigos camponeses pobres e camponeses médios da camada inferior mostraram que as coisas não haviam sido, de nenhuma maneira, tal como estes latifundiários as apresentavam. No passado, alguns Fan eram proprietários da maioria das terras da aldeia, enquanto que outros não tinham nenhuma; alguns eram latifundiários e outros eram assalariados agrícolas; alguns levavam uma vida de esbanjamento enquanto outros morriam de fome e de frio. Podiam ter tido antepassados comuns, porém a descendência fazia tempo que se havia dividido em duas, em latifundiários e camponeses ricos, por uma parte e camponeses pobres e camponeses médios da camada inferior, por outra. Em nenhum sentido estes dois grupos eram “gente de uma mesma família”. Inclusive em “Árvore Genealógica” que patrocinaram os latifundiários, as pessoas se encontravam divididas em duas. Aqueles que haviam sido funcionários na velha sociedade tinham seus nomes escritos em vermelho; os nomes daqueles pobres que haviam sido considerados como insignificantes não foram admitidos no texto principal e só apareceram nos “suplementos”.
A luta de classes desenvolvida na aldeia despertou a consciência dos habitantes das Dunas da Família Fan. Começaram a romper o velho conceito de clã. Isto é uma coisa excelente. A luta entre as classes é a contradição fundamental na sociedade de classes. A distinção principal entre os homens é a distinção de classe e não reside nos sobrenomes: Chang, Li, Fan ou Wang. Os Fan estão divididos em dois: as classes dos exploradores e dos explorados, da mesma forma que os Chang, Li e Wang. O mesmo ocorre com as nacionalidades. A nacionalidade Han está dividida em duas e também estão a tibetana, a Chuang, a Uigur e todas as outras minorias nacionais. Todas as nacionalidades se dividem em exploradores e explorados. Toda a China e o mundo inteiro estão, também, divididos em dois. Por um lado, estão os imperialistas, os revisionistas e os reacionários dos diversos países e, por outro, os povos oprimidos e explorados. Se agruparmos as pessoas a uma mesma família, veremos que nós, operários, camponeses pobres, camponeses médios da camada inferior e o restante das grandes massas do povo trabalhador, pertencemos verdadeiramente a uma só família. Somos de uma mesma família com o Partido Comunista da China e o Presidente Mao e somos de uma mesma família com todos os povos oprimidos e explorados do mundo. Só mediante o conceito “um se divide em dois” podemos adquirir uma compreensão correta de todos os homens e coisas que existem no mundo.
(Por Yu Sin-yen. Publicado originalmente em Zhongguo Qingnian [Juventude Chinesa], nº 21, 1965, sob o título “Apontamentos sobre o estudo de ‘um se divide em dois’ ”.)
2 – Para combater os céus se deve compreender que “um se divide em dois”
Realizar o trabalho agrícola significa enfrentar-se ao Senhor dos Céus. Seca e inundação são os dois dramas maiores que ele costuma por em cena alternadamente. A luta contra as calamidades naturais é, no principal, um combate contra a seca ou a inundação, para o qual o conceito “um se divide em dois” tem demonstrado ser nossa mais afiada arma.
Sempre teremos a iniciativa em nossas mãos e seremos invencíveis se, ao concentrar nossa atenção no combate contra uma inundação, temos em conta a prevenção contra a seca e se, ao dirigir nossos principais esforços contra uma seca, temos em mente o perigo de inundação.
Em 1964 tivemos muitas chuvas. Cerca de 1.000 milímetros nesse ano, ou seja, quase o dobro da média normal. Em outubro só houve sete dias claros. Em tais circunstâncias, quando chegou a aração de outono, sugerimos, tomando em conta a umidade da terra nesses momentos e a possibilidade de uma seca posterior, que a terra se arara profundamente e se gradeara bem. Porém alguns tinham outras opiniões e expressaram: “Já que temos tantas chuvas e o solo está molhado, é melhor não gradear a terra arada. Isso ajudará a quebrar o solo e a matar insetos nocivos.”
Para assegurar uma boa colheita mediante a combinação correta da luta contra a inundação com as precauções contra a seca, sugerimos que os membros de nossa brigada de produção realizassem um estudo sobre como havíamos combatido contra as calamidades naturais nos últimos anos e tratassem de descobrir as leis que governam estas calamidades.
Descobriram que durante muitos anos a seca e a inundação se alternavam com frenquência: de uma seca a outra e vice-versa. Um refrão da localidade diz: “depois de uma grave inundação haverá uma seca e após uma grande seca virá uma inundação.” Porém em Nanliu, igualmente como em outras partes da província de Shansi, a seca produz mais calamidades que a inundação. Por isso, quando lutamos contra a inundação, devemos tomar precauções contra a seca. Finalmente estivemos todos de acordo no que se devia fazer: gradear bem depois da aração de outono. E isto foi o que fizemos nos 1.020 mu de algodoal que tem nossa brigada. Gradeamos o solo alcalino duas ou três vezes. Desta maneira logramos assegurar que a semeadura se fizesse a tempo e que as sementes brotassem bem.
Em 1965 houve com efeito uma rigorosa seca, que combatemos com resolução. Porém, ao mesmo tempo, pensamos na possibilidade duma inundação posterior. Por exemplo, ao cuidar do algodão, fizemos com que o adubo, o controle dos insetos nocivos e a poda se realizassem o mais cedo possível para que se dessem os frutos e se abrissem as cápsulas o quanto antes. Isto serviria possivelmente na luta contra a inundação e contra a seca. Como resultado, os campos cultivados nesta forma renderam uma média de uma cápsula e meia mais por planta que os outros. As cápsulas eram maiores, abriram-se mais cedo e produziram fibras mais longas. Além do que, construímos 100 diques em nossos trigais para melhorar o solo e conservar as águas.
Ao lavrar nossa terra, adotamos uma série de medidas entre as quais se incluem as seguintes: nivelação periódica dos campos, escavação da superfície do solo até uma profundidade que não passe de 33 centímetros, terraplanagem a uma altura não maior que 6,6 centímetros, utilização de terra escavada para encher as depressões e gradeamento da nova superfície do solo imediatamente após tê-la preparado. Tais medidas são eficazes contra a inundação e, além do que, asseguram que, em caso de uma seca prolongada, possamos semear a tempo e que brotem todas as sementes.
(Publicado originalmente em Remin Ribao em 16 janeiro de 1966, sob o título “O poder sem limites da dialética materialista”. Foi escrito por Chou Ming-shan quando era secretário da célula do Partido da brigada de produção de Nanliu, Comuna Popular de Nanfan, distrito de Chiangsien, província de Shansi.)
3 – Utilização do conceito “um se divide em dois” para descobrir o desnível em nosso trabalho
Como resultado de uma contínua série de inovações e a campanha de emulação socialista no trabalho realizadas nos últimos anos, obteve-se grandes progressos na produção dos dois fornos Siemens-Martin que tem na nossa oficina. Porém ainda aparece de vez em quando um desnível no trabalho dos dois fornos. Por exemplo, houve um tempo em que nosso forno nº 1, em comparação com o nº 2, tinha um período mais curto de funcionamento entre uma reparação e outra, consumia maior quantidade de matérias primas e gastava mais tempo para fazer uma fornada de aço. O que devíamos fazer com o forno nº 1 que marchava evidentemente atrás do outro? Devíamos aprender modestamente de nossos camaradas mais avançados ou estar satisfeitos com a situação existente? Escolhemos o primeiro.
Observamos cuidadosamente o trabalho de nossos camaradas do nº 2 e tratamos de aprender deles. Notamos que faziam seu trabalho com maior entusiasmo revolucionário que nós e utilizavam o gás em melhor forma. Demo-nos conta de que devíamos emular seu entusiasmo revolucionário e dominar seus avançados métodos. Após a experiência com mais de 300 fornadas de aço, desenvolvemos finalmente um método para variar a proporção do gás empregado nas diferentes etapas do processo de produção do aço: encher o forno, fundir e refinar o aço. Com este método não só pudemos alcançar o forno nº 2, senão também ultrapassá-lo na economia de materiais e no tempo necessário para cada fornada.
Quando souberam disto, os camaradas do nº 2 passaram de imediatamente a aprender conosco. Com nossa ajuda dominaram rapidamente o novo método. Ao mesmo tempo nos transmitiram sua experiência na reparação dos fornos. A ajuda mútua, o aprender um do outro e o empenho em alcançarmo-nos reciprocamente resultaram no aumento da produtividade de nossos fornos.
Ambos os fornos contaram com notáveis logros a seu favor em 1963. Em comparação com 1962, registraram um aumento de 14% na produção anual, um aumento de 1,77% na proporção de lingotes de aço de qualidade padrão, um aumento de 16% no período médio de funcionamento de um forno entre uma reparação e outra e uma queda de 16 minutos no tempo necessário para cada fornada. Efetuaram-se notáveis poupanças no consumo de ferro e carvão por tonelada de aço.
Pudemos alcançar estes êxitos devido principalmente a que, graças à educação do Partido, havíamos trabalhado duro para buscar os pontos atrasados em nosso trabalho e analisar e resolver as contradições descobertas. Os desníveis no trabalho são contradições. Na campanha de comparar-se com os avançados, aprender deles, alcançá-los e ajudar os atrasados, há que descobrir primeiro em que se está atrasado em relação aos outros, isto é, descobrir as diferenças entre uma entidade e outra, assim como entre uma pessoa e outra, para determinar assim com quem, na realidade, deve-se comparar, de quem aprender, a quem alcançar e que medidas se devem adotar para ajudar os menos avançados. Só nesta forma se podem resolver corretamente as contradições e promover a transformação das coisas no interesse da revolução. Na produção sempre existem contradições entre os avançados e os atrasados, entre as entidades e entre as pessoas; sempre existem diferenças no montante da produção, na qualidade dos produtos e no consumo de matérias primas e materiais, etc. Porém a questão importante é: Qual é a atitude que se tem para com estas contradições? Se tomamos o conceito dialético “um se divide em dois” como mostra guia e nos esforçamos por descobrir em que e porquê estamos atrás de outros e em que e porquê os outros nos levam a dianteira; e se nos empenhamos em adotar medidas concretas para alcançá-los, então poderemos converter o atrasado em avançado e o avançado em ainda mais avançado.
(Por Jan Sin-liang. Publicado originalmente em Jiefang Ribao [Diário da Libertação], 18 de setembro de 1964, com o título “Devemos buscar os desníveis ou os ‘pontos comuns’?”.)
4 – Trabalhando em comércio à luz de “um se divide em dois”
Cada dia, são muitos os clientes que um vendedor atende. Os clientes podem ser classificados, em geral, em dois grupos: os que compram algo e os que não compram nada. Alguns chegam com o propósito definido de comprar algo de que necessitam e, uma vez realizada a compra, deixam o armazém levando os artigos que tinham em mente. Outros, que chegam por casualidade, ocorre de encontrar algo de seu agrado e num momento decidem comprar e outros vêm somente a dar uma olhada. Antes eu considerava estes clientes desde um ponto de vista absoluto e estático. Aqueles que estão dispostos a comprar, pensava, comprarão se nós lhes oferecemos os artigos que desejam, enquanto que aqueles que não vêm com essa disposição não comprarão nada por mais que eu os atenda. Sem analisarmos segundo o conceito “um se divide em dois”, acostumava receber com entusiasmo a aqueles que a meu parecer tinham intenções de comprar algo, porém tomava uma atitude diferente para com aqueles que vinham só dar uma olhada em nossos mostradores.
Então uma cliente me contou a fastidiosa experiência que teve noutro armazém. Ela havia solicitado ver alguns sapatos que pensava comprar mais tarde quando recebesse seu pagamento, porém a resposta que lhe deram foi: “Só lhe mostrarei se realmente os quiser!” Isto a levou a perguntar: Por que vocês, os atendentes, têm uma atitude para com quem compra e outra para com quem não compra? Não poderia um cliente ver os artigos ainda que não quisesse comprá-los imediatamente? Pese a que esta crítica não estava dirigida a mim, deu-me muito o que pensar. Penso que devemos aplicar o conceito “um se divide em dois” a todas as coisas e considerar os problemas de maneira dialética. Os clientes que não fazem uma compra também estão divididos em dois; sua não compra não é absoluta. Porque a olhada que dá um cliente hoje tem por propósito comprar amanhã. E para um atendente, este cliente não comprou nada hoje, porém, já que cada um, considerado em forma coletiva, satisfaz suas necessidades diárias – alimentos, vestuário e outras coisas – através dos armazéns, pode-se dizer que não existem clientes que não comprem. Considerado desde nossos mostradores, quem não compra desta vez pode comprar na próxima; a que compra desta vez pode ser aquela que só tinha dado uma olhada numa ocasião anterior; aquele que não compra agora pode regressar para comprar um pouco mais tarde. Considerado o armazém em seu conjunto, não comprar num mostrador não significa que não compre em outro; não comprar em nosso armazém não significa que não se compre em outros armazéns. Feitas esta considerações, perguntei-me então como pôde acontecer que eu tivesse adotado diferentes atitudes: uma para com os clientes que compram e outra para com aqueles que não compram. Cheguei a compreender que isto se devia principalmente a que acostumava a olhar meu trabalho meramente como uma tarefa que tinha que cumprir-se e de que, a idéia de servir o povo de todo coração, ainda não havia se arraigado em minha mente.
Desde então mudei minha maneira de trabalhar e mostro uma mesma atitude calorosa para com todos os clientes, comprem eles ou não. Por exemplo, uma vez chegou uma cliente solicitando uma maleta de couro. Tínhamos só três em exibição nesse momento, porém nenhuma delas era de seu gosto. Então tiramos outras cinco do depósito. Depois de olhá-las disse que ia a ver outros armazéns. Neste ponto eu lhe disse: “Uma maleta de couro durará no mínimo oito ou dez anos. É melhor que escolha com cuidado. Regresse, por favor, se não encontrar uma melhor.” Ao cabo de duas horas regressou e desta vez me pediu que escolhesse uma maleta para ela, ademais de expressar-nos sua gratidão por nossa paciência. Isto revela que se tratamos a todos os clientes, compradores ou não, da mesma maneira, aqueles que não compram nada pelo momento podem sentir-se como em casa e ficar com uma boa impressão nossa. Isto equivale a criar condições para que eles regressem no futuro.
(Por Fan Yu-chen. Publicado originalmente em Remin Ribao, 16 de janeiro de 1966, com o título “Contradições na realização de negócios”. Fan Yu-chen é uma atendente do Armazém para Mulheres e Crianças de Lanchou, província de Gansú.)