O estilo de trabalho de praticar a crítica e a autocrítica (PCCh, 1974)
Nota do blog: Publicarmos a seguir trecho do documento partidário Uma compreensão básica do Partido, do Partido Comunista da China, de 1974. Aqui os camaradas chineses apontam diretrizes gerais acerca da crítica e da autocrítica, a sua validez como método, o modo correto de aplicá-las, o modo correto de recebê-las e proceder a elas; e o que se processa com sua aplicação: sujeição do indivíduo ao coletivo, da minoria à maioria, dos órgãos inferiores aos superiores; a retificação de erros e o assumimento do que é o correto. Em suma, o motor para solucionar as contradições no seio do povo.
Uma compreensão básica do Partido
O estilo de trabalho de aplicar a crítica e a autocrítica
A crítica e a autocrítica são afiadas armas com as quais se fortalece a construção do Partido no plano ideológico, consolida sua unidade a aumenta sua capacidade de combate. Objetivamente, existem contradições dentro do Partido. Existe o reflexo das contradições de classe e das contradições entre o velho e o novo da sociedade dentro do Partido. A crítica e autocrítica constituem o meio básico com o qual se trava corretamente a luta interna do Partido e resolve as contradições internas do Partido. Ao longo de todo o período histórico do socialismo, já que ainda existem as classes, as contradições de classe e da luta de classes, as velhas ideias, a velha cultura e os velhos costumes da burguesia e de outras classes exploradoras influenciam aos membros de nosso Partido e corroem seu corpo a cada dia e a cada minuto. Para combater a infecção causada no corpo de nosso Partido pelo pó e pelos germes políticos da burguesia, e para resistir à corrupção dos membros do Partido pelas ideias burguesas e as ideias das outras classes exploradores, devemos travar uma luta ideológica ativa e derrotar todas as ideias não proletárias contrapondo-as a ideologia proletária. As lutas internas do Partido devem ser reguladas por métodos corretos. No caso de problemas ideológicos no seio do povo, não devemos ser abusivos nem utilizar os punhos ou as armas. Para resolver estas disputas, só devemos utilizar os métodos de discussão, persuasão, crítica e autocrítica. Devemos ver que a crítica e a autocrítica são utilizadas para desenvolver as coisas positivas, superas as deficiências, corrigir os erros e, assim, sobre a base de uma correta linha, fortalecer a unidade e a consolidação do Partido.
A crítica e autocrítica representam para os comunistas uma arma essencial para “desfazermo-nos do rançoso e tomar o sereno” no plano ideológico e remodelar a concepção de mundo. Já que os membros de nosso Partido têm diferentes origens de classe, provêm de diferentes setores do povo e vivem em uma sociedade na que existem classes, as ideias burguesas e a força dos velhos costumes continuamente influenciam os membros do Partido e corroem as fileiras do Partido. Nas mentes de muitos camaradas, ainda persistem em algum grau ideias não proletárias. Somente agarrando a arma da crítica e da autocrítica e trabalhando duro por “desfazermo-nos do rançoso e tomar o sereno”, podemos possivelmente derrotar as diversas ideias não proletárias e conter a corrupção pela ideologia burguesa e pela ideologia de todas as outras classes exploradoras. Além disso, já que nosso conhecimento do mundo objetivo é necessariamente limitado, é difícil evitar as deficiências e os erros em nosso trabalho. A prática frequente da crítica e da autocrítica com o fim de expor os erros e deficiências que surgem em nosso trabalho nos permitirá varrer o idealismo e sintetizar nossas experiências para continuar avançando. Isto nos permitirá fazer melhor nosso trabalho e fazer maiores contribuições ao Partido e ao povo.
O Presidente Mao sempre deu grande importância à crítica e autocrítica. O assinalado em seu artigo Sobre a Eliminação das Ideias Errôneas no Partido: “A crítica interna do Partido é uma arma para fortalecer a organização do Partido e aumentar sua capacidade de combate”. O movimento de retificação em Yenán, em 1942, foi um movimento completo de educação marxista, assim como um movimento de crítica e autocrítica em grande escala. Depois da libertação de todo o país, nosso Partido dirigiu de novo vários movimentos de retificação. Durante a Grande Revolução Cultural Proletária, as massas, por centenas de milhões, utilizaram as armas de espalhar livremente os pontos de vista, utilizaram dazibaos, grandes debates e intercâmbio extensivo de experiência revolucionária com o fim de desmascarar o punhado de pessoas em postos de direção no Partido que seguiam o caminho capitalista. Dessa forma, esmagaram os dois quarteis generais burgueses dirigidos por Liu Shao-chi e Lin Piao e denunciaram e criticaram nossos erros e deficiências no trabalho, fortalecendo assim grandemente a unidade do Partido. Mediante o movimento de crítica a Lin Piao, a retificação do estilo de trabalho e mediante a crítica profunda dos crimes contrarrevolucionários e das falácias revisionistas da camarilha antipartido de Lin Piao, toda a militância do Partido aumentou enormemente sua experiência na luta de duas linhas, elevando sua consciência com respeito à prática da crítica e autocrítica e a gloriosa tradição do Partido da crítica e autocrítica foi, portanto, fortalecida.
Para realizar corretamente a crítica e a autocrítica, devemos primeiro aplicar conscientemente o princípio de “unidade-crítica-unidade”. Isto significa que devemos partir do desejo de unidade e fazer uma clara distinção entre o verdadeiro e o falso, mediante a crítica e a luta, e sobre esta nova base, alcançar uma nova unidade. Quando travamos crítica e autocrítica, devemos combater duas atitudes errôneas: a primeiro consiste em falar somente de unidade, sem criticar nem combater os erros e deficiências. Os camaradas que adotam esta atitude gostam de evitar contradições. Ante a luta, eles mantêm a boca fechada, não refutam as concepções incorretas quando as ouvem e não se opõem às ações que danificam o Partido quando as presenciam: “Em qualquer circunstância, não tomam posição para evitar maiores complicações”. Comportar-se desta como o “Velho Sábio” é absolutamente errôneo. A segunda atitude é falar só de crítica e luta, sem nenhum desejo de unir-se com os camaradas que cometeram erros. Os camaradas que adotam essa atitude fazem julgamentos precipitados e acusações ao azar. Este método não só é incapaz de resolver algum problema, como também causa danos aos camaradas individualmente e à unidade do Partido. O Presidente Mao nos ensinou que “as declarações devem basear-se nos fatos e a crítica deve centrar-se na política”. Quando se utiliza a crítica e a autocrítica devemos buscar a verdade nos fatos e convencer as pessoas com argumentos razoáveis; devemos fazê-las regularmente e a tempo, não esperar que os problemas se acumulem e se convertam em sumamente graves e depois tratar de retificar tudo de uma vez. Seguir este método pode levar a duras perdas, enquanto que intervir a tempo pode reduzir os danos. Devemos depurar toda a vida da organização utilizando a arma da crítica e da autocrítica de maneira profunda, de modo que a vida organizativa do Partido siga sendo vigorosa. Os camaradas dirigentes em todas as organizações do Partido, em todos os níveis, devem escutar modestamente as opiniões e críticas de outros militantes, empreender regularmente a autocrítica e esforçar-se por fazer o trabalho o melhor possível.
Para levar a cabo corretamente a crítica e a autocrítica, aqueles que criticam devem aplicar o princípio: “Dizer tudo o que sabes e dizê-lo sem guardar reservas”; se têm sugestões a fazer, devem fazê-las; se descobrirem deficiências e erros, devem criticá-los. Ao mesmo tempo, devem prestar cuidadosa atenção à atitude, método e resultados. Já aqueles que são criticados, devem ter em mente a causa do Partido e atuar segundo os princípios: “Não culpar quem fala, mas sim ter cuidado com o que se diz” e “Corrigir os erros se os cometeu, e cuidar para não cometê-los se não os cometeu”, escutando modestamente as crítica formuladas pelos outros. Devemos atrever-nos a aceitar a verdade e corrigir nossos erros. Não importante quem faça uma crítica, se é correta devemos aceita-la. Ainda que a crítica feita por outros não esteja de acordo com a realidade ou se uma análise ou crítica não são feitos muito conscientemente, devemos ainda assim ouvi-los pacientemente, tomar o que é bom dela e não culpar o crítico, nem muito menos utilizar isto como pretexto para rechaçar a crítica. Não devemos sorrir ante os elogios nem nos enfurecermos ante as críticas, nem muito menos nos comportarmos como “um tigre que não permite tocar-lhe no traseiro”. Alguns camaradas, quando cometem um erro e são criticados, não tratam de tirar lição disso de maneira positiva, mas, pelo contrário, pensam que já não são capazes de “manter a cabeça erguida” e voltam-se passivos e apáticos para seu trabalho, o que só lhes agrega novos erros. Por outro lado, há camaradas que depois de criticados guardam rancor e buscam vingar-se dos críticos – estes estão fazendo algo expressamente proibido pela disciplina do Partido, algo contra o que devemos tomar cuidado resolutamente. Os quadros do Partido devem ser especialmente estritos consigo mesmos e servir como modelos para as massas e membros do Partido. Quando criticar alguém, devem consequentemente defender os princípios, mas também devem prestar atenção ao método: investigar, buscar a verdade nos fatos, nunca falar ou atuar à ligeira ou como resultado de rumores, nem repreender alguém por nada. A respeito das críticas formuladas por membros do Partido e pelas massas, devem ter amplitude mental proletária, escutá-las com modéstia, tirar conclusões das sugestões dos outros, extrair delas material para sua educação política, corrigir suas deficiências e erros e fazer bem seu trabalho.
Para levar a cabo corretamente a crítica e autocrítica, devemos “analisar-nos” rigorosamente nós mesmos. O Presidente Mao ensina-nos: “A luta do proletariado e das massas revolucionárias para mudar o mundo compreende o cumprimento das seguintes tarefas: mudar o mundo objetivo e, ao mesmo tempo seu próprio mundo subjetivo – mudar sua capacidade cognoscitiva e mudar a relação entre o mundo subjetivo e o mundo objetivo”. Para mudar nosso próprio mundo subjetivo, devemos primeiro “analisar-nos” rigorosamente nós mesmos. Em tudo, um se divide em dois. Isto também é verdadeiro quando examinamos a nós mesmos: se é verdade que precisamos considerar nossas qualidades e êxitos, devemos ter ainda mais em mente considerar nossas debilidades e deficiências. Só examinando regularmente nossas deficiências e erros, podemos, membros do Partido Comunista, manter sempre nosso estilo de trabalho de prudência e modéstia, e compreendermos adequadamente nós mesmos para que possamos calcular nosso verdadeiro mérito. Se não conhecemos nós mesmos, não podemos aplicar em nós o princípio de um se divide em dois; se vemos só nossos êxitos e não nossas deficiências, estamos sujeitos a cair na cegueira. Se não analisamos e eliminamos por completo nossas deficiências e erros, prejudicaremos a nós mesmos e prejudicaremos a revolução. Só praticando regular e conscientemente a crítica e a autocrítica podemos evitar a vaidade quando recebemos elogios, recordar nossas deficiências quando alcançamos vitórias, nem sermos arrogantes ante o êxito, nem desalentarmos quando enfrentamos fracassos, permanecendo sempre com mente clara e repleta de elevado espírito revolucionário e vigorosa vontade para a luta revolucionária, nunca deter-se no caminho de continuar a revolução e preparar-nos para fazermo-nos elementos avançados do proletariado, merecedores do nome.