Viva Pedro Pomar, o grande dirigente comunista brasileiro!

Por ocasião do 104º aniversário do natalício do grande dirigente comunista camarada Pedro Pomar – 23 de setembro de 1913.

Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo – Brasil

O camarada Pedro Pomar foi a principal e a mais alta expressão da ideologia do proletariado, o marxismo-leninismo-maoismo, da história do Partido Comunista do Brasil e assim deve ser reconhecido por todos verdadeiros comunistas brasileiros e da mesma forma reverenciada sua memória.

Pedro Ventura Fellipe de Araújo Pomar, o camarada Pomar, nasceu na cidade de Óbidos, no Pará, no dia 23 de setembro de 1913. Muito cedo tomou o caminho da luta revolucionária e logo, em 1932, ingressou no Partido Comunista do Brasil, tendo vivenciado já em suas fileiras a efervescência dos preparativos e combates do Levante Popular de 1935. Educou-se no fogo dos combates da luta de classes, nas peripécias do complicado caminho do movimento revolucionário e comunista de nosso país e na tenaz luta ideológica em meio da qual o movimento comunista internacional atravessou o Século XX. Assim se forjou o maior dirigente, autenticamente comunista, particularmente da terceira etapa da história do Partido Comunista do Brasil em sua primeira fase (de 1962 a finais dos anos de 1970). Uma vida inteira devotada ao Partido da Classe, às massas e à revolução comunista mundial.

As lutas a que entregou sua vida de forma tão desinteressada forjaram-lhe a solidez marxista inquebrantável e modelaram-lhe a estatura de grande comunista e de chefe revolucionário.

Abnegado militante comunista, ainda jovem assumiu o desafio de reorganizar em todo o país o Partido destroçado pela ação repressiva fascista do Estado Novo, sendo um dos integrantes da CNOP, Comissão Nacional de Organização Provisória.

No período pós Segunda Guerra Mundial, quando a democracia ganhou forças em todo o mundo com a avassaladora vitória dos povos sobre a besta-fera nazifascista, para a qual concorreram esforços e sacrifícios de povos de todo o mundo, destacadamente o sacrifício e o heroísmo supremos do grande povo soviético sob a direção do grande Stalin, o PCB pôde ganhar a legalidade pela primeira vez. Contando com o crescente apoio e entusiasmo da classe operária e das massas populares, o Partido cresceu e ao mesmo tempo enredou-se nas teias das ilusões constitucionais. Ainda assim, soube o camarada Pomar demonstrar sua devoção ao Partido, desempenhando múltiplas tarefas, seja como tribuno comunista no parlamento burguês, na imprensa popular e partidária, seja no trabalho organizativo interno, no movimento de massas e na articulação de forças democráticas e patrióticas para construção da frente única.

Inconformado com o rumo reformista que tomava a direção do Partido, já nos finais dos anos de 1950, levantou-se com outros camaradas para conformar a fração vermelha na defesa da linha revolucionária e do caráter de classe proletário do Partido Comunista, o que conduziria, nos anos seguintes, à cisão com o oportunismo revisionista.

Convicto militante internacionalista, quando no Movimento Comunista Internacional se abria o cenário de extrema tensão em que se desencadearia as mais agudas e tormentosas lutas de linhas, Pomar confrontou-se abertamente com o chefe do novo revisionismo que despontava. Falando no Congresso do Partido Comunista da Romênia, Kruschov traiçoeiramente atacou o Partido do Trabalho da Albânia, acusando as suas posições marxistas-leninistas de dogmatismo e aventureirismo. No momento que lhe correspondia falar para saudações em nome dos comunistas brasileiros, o camarada Pomar afirmou que como comunista internacionalista não se furtaria a responder os ataques do secretário do Partido Comunista da União Soviética. Contra a corrente, o camarada Pomar rechaçou energicamente os rasteiros ataques de Kruschov e solidarizou-se com o Comitê Central do Partido do Trabalho da Albânia e o governo daquele país.

Homem de partido, Pomar era sempre por uma posição de princípio e partidário da luta interna mesmo quando contra a corrente. Como em outros momentos, em 1960, delegado ao V Congresso do PCB, sustentou titânica luta contra as posições direitistas lideradas por Prestes. Estas posições haviam sido lançadas pela Declaração de Março de 1958 com a qual se sepultou a linha revolucionária do IV Congresso e buscava consolidar no Partido o caminho reformista-revisionista do XX Congresso do PCUS de 1956. A tese central de Prestes naquele congresso, ao caracterizar a sociedade brasileira, afirmava como principal tarefa revolucionária promover o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Foi contra teses reformistas e antimarxistas como esta que Pomar se colocou na primeira trincheira na defesa do marxismo-leninismo. Com o afastamento do camarada Mauricio Grabois do Comitê Central, motivado por seus duros ataques à dita “Declaração de Março de 58”, a qual acertadamente caracterizou como expressão do revisionismo kruschovista no Partido, o camarada Pomar tomou a linha de frente da luta desmascarando e desmontando as teses oportunistas de Prestes, expressas no caminho da “democratização” do velho Estado brasileiro de grandes burgueses e latifundiários a serviço do imperialismo e na consigna de “União Nacional”. Frente à vitória do oportunismo reformista e liquidacionismo do Partido no V Congresso de 1960, o camarada Pomar novamente apresentou-se como destacado militante da Reconstrução do Partido, levada a cabo em 1962.

Antirrevisionista intransigente, rapidamente identificou no pensamento Mao Tsetung a força revigorada do marxismo-leninismo e passou a se bater decididamente pela sua assimilação como guia ideológico-político por todo o Partido. Em 1968, quando ainda era tormentoso o curso da Grande Revolução Cultural Proletária desencadeada na China sob a direção do Presidente Mao, o camarada Pomar, como grande marxista que era, expressou compreender que aqueles acontecimentos elevavam a revolução proletária mundial a novo e mais alto patamar. Em seu artigo Grandes êxitos na Revolução Cultural, publicado no órgão oficial do Partido Comunista, A Classe Operária, afirmou que ela representava uma “contundente derrota para a coalizão mundial contrarrevolucionária do imperialismo, da reação e do revisionismo contemporâneo”. E que “Ao mobilizar massas de centenas de milhões, num movimento de envergadura sem precedente, a Revolução Cultural Proletária, em menos de dois anos, já estendeu-se a toda a China e desbaratou a trama revisionista burguesa, que visava a restauração do capitalismo”.

Revelando compreender e ser partidário de uma das grandes questões do marxismo levantada energicamente pelo Presidente Mao, a da continuação da luta de classes no socialismo e eixo da revolução cultural, destacava que “Ela é resultado inevitável da exacerbação da luta de classes na China e em todo o mundo”. Expressando sua alta compreensão do marxismo, mesmo nos limites estreitos impostos no Partido pelo dogmatismo nele sobrevivente, soube fazer a defesa do significado do maoismo para o prosseguimento da revolução proletária mundial anunciando que “A Revolução Cultural Proletária veio demonstrar a importância histórico-mundial do pensamento de Mao Tsetung, como o marxismo-leninismo de nosso tempo”.

Colhendo o maoismo como a essência deste poderoso acontecimento da história universal desafiou a desfraldá-lo e aplicá-lo para impulsionar a revolução brasileira e ressaltou que “Os comunistas brasileiros, que receberam com entusiasmo os grandes êxitos da Revolução Cultural Proletária, procuram estudar seus ensinamentos e divulgar suas experiências. Ao mesmo tempo erguem, cada vez mais alto, a bandeira vermelha do pensamento de Mao Tsetung, que descortina para nosso povo o caminho da revolução e da guerra revolucionária de libertação”.

Por que coube ao camarada Pomar a tarefa de viajar à República Popular da China em 1972, para a comunicação à direção do Partido Comunista da China, a decisão histórica de iniciar a luta armada como guerra popular prolongada no Brasil? Porque Pomar era o mais convicto da linha revolucionária da guerra popular, pelo que se batia por sua correta compreensão e assimilação por toda a direção do Partido e toda militância.

De têmpera inquebrantável, quando os duros golpes do cerco repressivo da contrarrevolução atingiram profundamente a estrutura de organização do Partido, principalmente com os reveses na guerra no Araguaia, fazendo precipitar a crise que se achava incubada na sua direção, o camarada Pomar não se assombrou. Dando provas da tenacidade de grande dirigente comunista em lutar em condições adversas e, principalmente, de saber como se deve levar a luta no interior do Partido nessas circunstâncias tão especiais. Em sua briga por um balanço profundo e crítico da experiência do Araguaia mostrou a sagacidade e paciência necessárias para buscar as causas da derrota e de como sair à frente, unindo ao máximo o Partido. Em seu magistral balanço da experiência do Araguaia, enfocando a centralidade da questão da luta armada para a revolução brasileira asseverou que “No Brasil o problema do caminho revolucionário para livrar o povo da exploração e da opressão tem sido dificílimo. E a determinação de palmilhá-lo tornou-se a pedra de toque das diferentes forças revolucionárias, em especial das marxistas-leninistas. Em torno do caminho, da concepção e método da luta armada sempre surgiram grandes divergências”.

Em sua análise o camarada Pomar recusou-se a todas e quaisquer explicações fáceis e simples justificativas. Combatendo o subjetivismo e a unilateralidade das posições capitaneadas por João Amazonas e as falsas críticas sobre “aventureirismo” de camuflados trânsfugas que não tardaram a renegar, ambas na verdade direitistas e capitulacionistas, procurou em tudo ir ao fundo dos problemas, sem qualquer conciliação com erros e desvios cometidos. Partindo do fato concreto, em sua análise buscou identificar as causas, além das imediatas como as falhas nas esferas política, militar e de organização, tomando a prática do Partido em seu conjunto desde suas raízes e historicamente desenvolvida. Conclamou a todo o Partido a sacar corretamente as lições da experiência e a apoiar-se nos acertos para seguir em frente, fazendo a defesa incondicional da guerra popular prolongada e do seu caráter científico e de teoria militar do proletariado, como caminho de libertação das massas populares no nosso país.

O camarada Pomar, como um dos principais estudiosos do problema da guerra popular e de sua aplicação nas condições de nosso país, fora, sem dúvida, o principal formulador do documento partidário Guerra Popular, caminho da luta armada no Brasil, elaborado em 1969 para orientar e guiar o desencadeamento da luta armada revolucionária no Brasil. Instrumento com que se combateu inconciliavelmente as concepções militares revisionistas, burguesas e pequeno-burguesas tão em voga na esquerda latino-americana à época e de influência principalmente da direção da Revolução Cubana. Com seu brilhante balanço o camarada Pomar mostrou como a condução da experiência do Araguaia se havia afastado das orientações deste documento.

Evocando o sacrifício heroico e supremo dos combatentes do Araguaia, Pomar defendeu a justeza da guerra popular, a necessidade de compreender as lições desta experiência e assimilar, ideológica, política e militarmente, no mais profundo possível, a justa concepção para retomar e prosseguir a luta armada revolucionária e levá-la a seu triunfo no país. Com o otimismo que somente os verdadeiros revolucionários e convictos comunistas podem desfraldar afirmou de forma peremptória: “a bandeira da luta armada que empunharam tão heroicamente e pela qual se sacrificaram os camaradas do Araguaia deve ser erguida ainda mais alta. Se conseguirmos de fato nos ligar às grandes massas do campo e da cidade e ganhá-las para a orientação do Partido, não importa qual seja a ferocidade do inimigo, com toda a certeza a vitória será nossa”.

Ao completar os noventa e nove anos de seu nascimento, o Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo presta a mais ardorosa homenagem ao camarada Pedro Pomar, através do nosso mais profundo e convicto reconhecimento de sua alta condição de Comunista marxista-leninista-maoista, exemplar dirigente proletário e grande chefe revolucionário. Na oportunidade conclamamos a todos verdadeiros marxistas-leninistas-maoistas, revolucionários e democratas consequentes a prepararem para todo o ano de 2013 as celebrações do Centenário de seu nascimento.

 

Gloria eterna ao Grande Camarada Pedro Pomar!

 

Viva o camarada Pedro Pomar, estandarte vermelho da Revolução Brasileira!