Viva o Dia Internacional do Internacional do Proletariado e os 100 anos da Revolução de Outubro (Frente Revolucionária do Povo Marxista-Leninista-Maoísta – Bolívia)

Tradução não-oficial retirado de vnd-peru.blogspot.com

Proletários e povos do mundo, uni-vos!

Este ano, aos comunistas, proletários e aos povos do mundo, cabe comemorar os 100 anos da Grande Revolução Socialista de Outubro, um acontecimento sem precedentes na história da humanidade que abriu a era da revolução proletária mundial. E qual data é melhor para celebrar tal acontecimento que o primeiro de maio, o dia internacional do proletariado.

Vivemos um momento histórico importante na qual a revolução é uma necessidade urgente. A contradição principal no mundo, imperialismo – por um lado – e naçõs oprimidos – pelo outro – agudiza-se cada vez mais e acicata as contradições interimperialistas pela repartilha do mundo.

O imperialismo ianque, a maior potência reacionária do mundo, atravessa um processo de maior reacionarização. A eleição de Donald Trump como presidente é reflexo de sua fascistização e uma negação aberta dos chamados “valores americanos” em seu próprio país.

As medidas de Trump como construir um muro na fronteira mexicana, expulsar os migrantes – inclusive separando as crianças de seus pais -, a violenta retórica anti-muçulmana, o discurso xenófobo etc. se realizam lançando mão do discurso facho, discurso do inimigo externo responsável de todos os males e da crise econômica interna. Sobre isto, necessita somar as suas ações na política exterior: o bombardeio na Síria, a intervenção no Iêmen, as tensões geradas na península coreana, os conflitos no mar do sul da China, o reimpulso da OTAN, isto é, a resolução dos conflitos internacionais por meio da exibição de armas modernas, assinalam que estamos frente a uma administração norte-americana fascista, disposta a reafirmar violentamente seu papel de primeiro gendarme mundial; mas também é reflexo de sua crise, pois já não podem manter seu domínio mediante formas “democráticas”.

A fascistização não é um assunto somente ianque, também está ocorrendo na Europa, na Inglaterra – agora fora da União Europeia –, na França, Alemanha, Áustria etc. Com o pretexto da guerra contra o terrorismo, estão aplicando medidas que violam os direitos fundamentais e liberdades democráticas de seus povos e promovem intervenções em países considerados inimigos fora do chamado direito internacional.

As intervenção encobrem outro problema, que deve ser visto também com a crise econômica mundial, e é repartilha do mundo, não só das zonas de influência, mas a repartilha de recursos naturais, em particular os recursos energéticos. Os conflitos na Ucrânia e Síria são claramente conflitos geopolíticos que encobrem os interesses por recursos energéticos, como tem sido a intervenção no Iraque, por um lado os interesses russos, como maior provedor de gás da Europa, e pelo outro lado os interesses das potências europeias e do imperialismo ianque para isolar a Rússia e estender sua influência sobre as ex-repúblicas soviéticas.

Também está a tensão gerada na zona de influência da China: Coreia do Norte; um conflito que pressiona diretamente a relação imperialista entre USA e China. Os ianques estão intervindo no conflito no mar do sul da China, onde há uma disputa por território entre China e Japão que envolvido Filipinas e Vietnã; esta zona é sensível para a China, porque é o maior circuito comercial marítimo de suas exportações. Por outro lado, o imperialismo ianque vê com desconfiança o forte avanço das inversões chinesas (e russas) na América Latina, não só no comércio mas também na indústria militar.

Estas disputas estão acicatando a contradição interimperiaista e são os povos do terceiro mundo a arena de disputa. Síria está invadida por uma coalizão liderada pelo imperialismo norte-americano com o objetivo hipócrita de “lutar contra o terrorismo”, quando em grande medida foram os imperialistas ianques e também os imperialistas europeus (em particular, o imperialismo alemão) que, através de seus testas-de-ferro regionais (Arábia Saudita, Qatar, Turquia), financiaram vários destes grupos. O objetivo real é derrotar o ditador sírio Bashar Al-Assad para colocar um títere que sirva a seus interesses. Por outro lado, a potência russa, com o mesmo pretexto, se comprometeu no terreno sírio para manter seu títere no poder e salvaguardar seus interesses. A potência imperialista russa não hesitou em fazer um grande deslocamento armamentício na Síria, inclusive isto lhe serviu para renovar seu armamento militar e provar suas novas bombas. Quem suporta o peso da guerra, como sempre, é a população pobre e explorada.

O mesmo está ocorrendo na península coreana, tradicional zona de influência chinesa, que pôs em tensão a Coreia do Sul e Japão; um eventual ataque preventivo americano contar a Coreia do Norte envolverá terríveis consequências, não somente à população desse país, mas também, provavelmente, para a Coreia do Sul e Japão.

Tudo isto está se produzindo em meio de uma grande crise econômica mundial da qual não podem sair os países europeus nem o ianque, que alcançou a China, que sofre um processo de desaceleração. Este processo afetou fortemente muitos países de nossa região, América Latina, em especial os chamados governos progressistas.

Os chamados governos do “socialismo do século XXI” ou  “governos progressistas” estão ante sua bancarrota total. A saída de Cristina Krisnher na Argentina e de Dilma/Lula no Brasil, o caos político e econômico existente na Venezuela, a deslegitimação do governo Morales e Côrrea estão marcando o fim de um ciclo econômico dirigido por uma fração da grande burguesia nesses países.

Estes governos pregaram a luta anticapitalista, mas nos fatos não deram nem um passo sequer fora do status quo econômico, encheu a boca de revolução e luta anti-imperialista, mas nos fatos conviveram com os setores mais reacionários, isto é, a grande burguesia e os latifundiários; pior ainda, produziram lucros históricos ao capital financeiro, e sobre a luta anti-imperialista basta mencionar que não quebrou a relação de dominação imperialista mais do que no discurso. Na Bolívia, as transnacionais legitimaram sua presença irregular, mantendo a exploração do gás e o sistema financeiro obteve utilidades por mais de quinhentos milhões de dólares durante o governo de Evo. Na Venezuela, jamais se deixou de pagar as dívidas ao imperialismo norte-americano e sempre foi um bom provedor de petróleo. No Brasil, todas as medidas econômicas não deram prejuízo algum ao capital transnacional, ao contrário, se aplicou uma política entreguista; as medidas antipopulares do atual governo Michel Temer, que roubam dos trabalhadores todos os benefícios laborais, se iniciaram já no governo de Dilma.

Estes governos falaram da construção de um governo novo, com políticas novas, mas não distinguiram-se das políticas reacionários de seus predecessores, perseguiram o movimento popular classista, desenvolveram uma política social-fascista e social-corporativista para calar a dissidência ou a luta revolucionária e, em muitos casos, como no Brasil, não hesitaram em aplicar o encarceramento e assassinato contra o movimento camponês. Estes governos falaram de revolução institucional e moral, mas estão submetidos no enorme lamaçal da corrupção, nepotismo, tráfico de influências etc.

Nesta bancarrota também se afundam o oportunismo e revisionismo que apoiaram estes governos em busca de postos de trabalho no aparato estatal ou outros benefícios na repartilha miserável do poder. Afirmamos que estes governos não são nem revolucionários, nem socialistas, muito menos comunistas; são governos que, embora seus líderes saiam do campo popular, formam parte do sistema estabelecido, da velha ordem reacionária e estão a serviço das classes dominantes, a grande burguesia, os latifundiários e o imperialismo; são parte dessa burguesia reacionária que em nada beneficia ao povo, tudo ao contrário, são férreos opositores à revolução que nasce da violência revolucionária, e pregam o cretinismo parlamentar, isto é, vendem ilusões ao povo de que a revolução pode fazer-se mediante eleições, e chamam isto de “revolução nas urnas”.

Na Bolívia, o governo não hesitou em aplicar uma política reacionária contra o movimento popular. Com uma política corporativista, destruiu o movimento popular contestatário, o cooptou, controlou, golpeou ou o dividiu. No entanto, o governo Morales atravessa hoje o maior momento de sua deslegitimação frente o povo, e isto é produto da crise que se abate, porque a ilusão de prosperidade com o crescimento artificial chegou ao fim. Toda a política atual do governo orienta-se em manter-se no poder e, para isso, não hesita em usar todas as formas do controle político corporativo em todas as instâncias do Estado.

Mas, toda ação gera uma reação – “rebelar-se é justo”, assinalou o Presidente Mao Tsetung – e os povos do mundo não se mantêm quietos, a luta nos países oprimidos mantém-se e, inclusive no coração dos países imperialistas, os protestos são muito duros. No USA, os setores contrários a Trump estão desenvolvendo lutas; o mesmo ocorre na Alemanha onde os setores classistas e outros se plantam frente à política reacionária de Merkel; o povo francês luta neste momento contra a farsa eleitoral; também o fazem povos do leste da Europa. Nos países asiáticos, as organizações classistas e o movimento popular brigam permanentemente contra as políticas reacionárias de seus governos; na América Latina há um crescimento das lutas: são grandes os protestos contra o governo narco-reacionário do México; na Argentina, as massas convulsionaram-se contra as medidas reacionárias do presidente Macri; na Venezuela, em meio das complexidades políticas, o povo luta para escapar da camisa-de-força do governo Maduro e contra as intenções da oposição conservadora, onde também estão implicadas as potências imperialistas; as lutas do povo brasileiro vão em grande aumento, particularmente dos setores classistas e revolucionários que estão logrando imprimir uma direção proletária contra as intenções do oportunismo e dos setores conservadores reacionários.

As lutas de libertação nacional tampouco se detiveram. Na Palestina, Iraque, Afeganistão, Iêmen, Líbia, Síria etc. os povos estão enfrentando a ocupação imperialista, o problema de todas estas lutas é a falta de direção proletária, em todo caso é um problema nosso, dos comunistas.

Os destacamentos comunistas se encontram em combate pela revolução, a luta revolucionária dirigida pelos partidos comunistas se aplica através da Guerra Popular e a frente principal neste momento é a Índia. O Partido Comunista da Índia (Maoísta) está levantando os operários, camponeses e indígenas na luta revolucionária contra o reacionário Estado indiano, que declarou guerra contra o povo e comete um sem número de atrocidades. Os maoístas indianos, este ano, não celebram somente os 100 anos da revolução bolchevique, mas também os 50 anos do Levante de Naxalbari, que marcou o primeiro levantamento armado levado adiante pelo Partido Comunista e teve grande significado para o desenvolvimento da Revolução Democrática de Novo Tipo na Índia. O Partido Comunista das Filipinas é outro destacamento de combate que também está desenvolvendo guerra popular e a revolução democrática no país, e nestes momentos proporciona duros golpes aos reacionários. Por outro lado, na Turquia e Peru a guerra se desenvolve em meio de muitas complexidades. Os camaradas do Partido Comunista do Peru (PCP) estão atravessando um processo de reorganização e desenvolvem ações contra o velho Estado, eles têm a frente uma luta complexa que envolve preparar-se para enfrentar o Estado e combater o revisionismo que prega a conciliação de classes, por mieo de sua organização partidária e aparato de frente conhecido como Movadef.

Os povos do mundo estão lutando e os comunistas têm que brigar para porem-se à cabeça dessas lutas. Os povos querem a revolução, sempre quiseram, mas a falta de uma direção revolucionária desviou suas lutas ou as enquadraram no círculo vicioso dentro da mecânica do velho Estado.

O revisionismo, neste sentido, um papel nefasto, como parte da ofensiva da burguesia no seio do povo; propaga o cretinismo parlamentar chamando as massas a participar das eleições, “ensinando-las” que se pode fazer revolução mediante as urnas, ou chamando-as a votar por um candidato da velha ordem sob o pretexto do “mal menor”. Na atualidade, o revisionismo e oportunismo não se distinguem das correntes liberais, pois chamam à conciliação de classes, a defender o Estado de direito, à não violência, a respeitar as instituições; quando o movimento popular se levanta em luta, os chamam à “compreensão”, para não fazer “demandas exageradas”.

Na Bolívia, a Central Operária Boliviana, dirigida pelo revisionismo, anunciou um acordo com o governo onde, além de reduzir a luta do proletariado à luta econômica, firma acordo de aumento salarial irrisório e livra o governo do MAS das responsabilidades. Assinalando que, se não fosse assim [aumento irrisório], o governo “salva sua responsabilidade no caso de apresentar-se efeitos negativos sobre o empreso”, responsabilizando a classe por soliciar aumento salarial. Em seu D.S. 3161 de incremento salarial, foi dito que o Estado, em todos seus níveis, fixará o incremento salarial de 7%, “de acordo com a sua disposição e sustentabilidade financeira”. Em síntese, mais demagogia e mais enganação ao proletariado e povo sobre um “aumento salarial” que não haverá, mas servirá para justificar a alta dos preços e aprofundar a crise.

O revisionismo contemporâneo forma parte de uma corrente arquirreacionária que conseguiu desmobilizar o movimento popular classista, que negou por complexo a análise de classe, que concentrou-se em defender certas liberdade da ordem demoburguesa e na luta contra o “autoritarismo”, a democracia e outros direitos dentro do sistema. Está tão longe do marxismo que se jacta de sustentar posições social-chauvinistas, nacionalistas reacionárias, longe de todo espírito internacionalista.

Em geral, essa chamada esquerda legal ou semilegal se desenvolveu, uma, por um caminho pequeno-burguês reacionário, de corte liberal, vulgar, acomodado e posicionado em alguns espaçois de poder, essa esquerda para a qual chamam, por exemplo, de “caviar” no Peru e, outra corrente, mais semifeudal, com espírito de chacra, mecanicista, que não superou seu chauvinismo nacional, acostumada aos pactos e alianças entre bambalinas, disposta a se relacionar com os setores que detenhyam poder em busca de migalhas e que, geralmente, têm controle de algum sindicato ou algum setor no movimento popular que lhe serve como objeto de negociação.

A tarefa dos comunistas revolucionários é grande, sem dúvida, passa primeiro e principalmente por assumir a ideologia do proletariado, isto é, o marxismo-leninismo-maoísmo, além de tomar posição sobre os aportes de validez universal do Pensamento Gonzalo. A luta também está por aproximar-se dos elementos progressistas e revolucionários conscientes e honestos da classe, para construir ou reconstituir um Partido Comunista autêntico, baseado nos princípios leninistas e experiências históricas da Reconstituir do Partido Comunista e os aportes atuais da revolução peruana; a reconstituição do Partido não é um mero ato formal, registrado em atas e comemorações, mas trata-se de um processo consciente, baseado em planos de desenvolvimento interno e sua conexão com as massas, a organização das lutas populares em meio da luta de classes e em meio também de uma luta de duas linhas, é um processo que busca preparar o terreno da revolução, e não simplesmente esperar que “as condições se apresentem”, como prega o revisionismo como conto para opor-se nos fatos a trabalhar pela revolução; a culminação do processo de reconstituição é para iniciar a revolução e não para outra coisa, é para iniciar a luta pela tomada do poder e não para elamear-se em alianças oportunistas com fins eleitorais, é um processo no que se constróem os instrumentos da revolução que abre a etapa da luta pela Revolução de Nova Democracia (que é o caso de nosso país) e futuramente a revolução socialista e revoluções culturais, até a meta comunista.

Ainda que seja uma tarefa titânica, as condições são favoráveis, porque temos frente a nós a perspectiva de uma grande onda revolucionária, temos a revolução como tendência principal e nos encontramos dentro do processo de Guerra Popular Mundial, no período da Ofensiva Estratégica, processo que ocorre com avanços e retrocessos, com marchas e contramarchas, com restauração e contrarrestauração, por isso, ainda que o socialismo que existiu na Rússia e China não existam hoje, devido à restauração capitalista, não significa que não se dê um processo de contrarrestauração, além que as condições de desenvolvimento da revolução no mundo se dão de forma desigual e em tempos e momentos distintos.

Em seu momento o proletariado europeu, em particular o alemão, comandou a luta revolucionária, que logo passou o bastão um pouco mais ao oriente, com o proletariado e revolucionários russos, que conquistaram o poder faz 100 anos; um novo momento de impulso se deu com o proletariado e massas na China durante a Grande Revolução Cultural Proletária que removeu o continente e o mundo inteiro, como nunca antes; depois dos períodos de restauração capitalista, tanto na Rússia como na China, a América Latina lançou o grito de combate, nos Andes peruanos com sua vanguarda organizada, e apesar de grandes dificuldades, deu impulso a outras lutas revolucionárias em outros rincões do planeta, assim o proletariado indiano e filipino estão jogando um papel importante como destacamentos de combate na Revolução Proletária Mundial; no entanto, o continente americano está atravessando um processo de radicalização das lutas classistas e tende a brir outra frente de batalha contra a reação e o imperialismo.

Celebramos os 100 anos da revolução de outubro como comunistas, não só rememorando as lutas passadas que nos servem de experiências e leis, senão também, principalmente, pondo no dia nossas tarefas atuais e futuras dentro do marco da Revolução Proletária Mundial.

Viva o marxismo-leninismo-maoísmo!

Viva a guerra popular em todo o mundo!

Viva os 100 anos da Grande Revolução Socialista de Outubro!

Viva o internacionalismo proletário!

Frente Revolucionaria do Pueblo da Bolíviamarxista-leninista-maoísta

Maio de 2017