Oponhamo-nos ao terrorismo de estado contra o povo de Caxemira! (Partido Comunista da Índia (Maoísta))

 

Nota do blog: Reproduzimos declaração emitida pelo PCI (Maoísta) em setembro de 2016 sobre o problema nacional dos povos da Caxemira, Paquistão e demais nações que têm sido agredidas pelo expansionismo do velho Estado semicolonial indiano; o fazemos por considerarmos uma posição muito justa para este problema de importância para a Revolução Proletária Mundial.


EXIGIMOS QUE SE DETENHA A POLÍTICA BÉLICA, CHAUVINISTA E AGRESSIVA DO REGIME HINDUÍSTA, FASCISTA E EXPANSIONISTA DE MODI CONTRA PAQUISTÃO!

OPONHAMO-NOS AO TERRORISMO DE ESTADO CONTRA O POVO DE CAXEMIRA!

APOIEMOS A JUSTA LUTA DA NAÇÃO CAXEMIRA PELA SUA LIBERDADE [AZADIEN HINDI]!

O ataque ocorrido na noite do dia 18 de setembro contra uma base do Exército indiano em Uri, no estado de Jammu e Caxemira, teve como saldo 17 soldados mortos e pelo menos 20 feridos, dois dos quais faleceram mais tarde. Este foi o maior golpe sofrido pelo Exército indiano em Caxemira nos últimos anos. Após o ataque, os partidos da classe dominante, encabeçados pelo hinduísta e fascista BJP [Bharatiya Janata Party (Partido Popular da Índia), em hindi] e o bloco nacionalista hindu, se puseram a entoar em coro e sem descanso a ladainha patriótica antipaquistanesa, expressão da agressividade expansionista indiana. Os partidos da oposição competiam entre si para ver quem parecia mais “nacionalista” ao fazer declarações anti-paquistanesas e exigir “medidas contundentes”. As acusações da oposição e dos meios de comunicação empresariais contra o governo de Modi por sua suposta incapacidade para atuar “energicamente” e “dar uma lição ao Paquistão” não se fizeram esperar. Nem é preciso dizer que o governo de Modi e da RSS [Rãstriya Svayamsevaka Sangha (Organização Nacional Patriota), em hindi] não necessitavam que ninguém os incitasse para lançar um monte de invenções contra o Paquistão após o ataque de Uri, qualificando-o de “patrocinador do terrorismo”, “Estado terrorista”, “epicentro do terrorismo global”, etc.

Em meio ao crescente berreiro de chauvinismo nacionalista, entoado pelas classes dominantes indianas e do patriotismo de mesmo jaez do governo do Paquistão, um porta-voz do Exército indiano (Diretor-Geral de Operações Militares em Jammu e Caxemira) declarou em uma conferência de imprensa celebrada em Nova Déli que o exército havia levado a cabo com êxito em 28 de setembro um “ataque cirúrgico” do outro lado da Linha de Controle. Afirmou que foram destruídas diversas “infraestruturas terroristas”, dentre as quais mencionou várias “plataformas de lançamento”, e que haviam sido abatidos vários “terroristas”. Apenas uns dias antes, o exército havia informado da suposta morte de uns dez “terroristas” enquanto cruzavam a Linha de Controle, segundo foi dito. O exército, no entanto, não apresentou prova alguma que confirmasse tal extremo. Do mesmo jeito, de diversos âmbitos nacionais e internacionais se tem posto em dúvida a veracidade do qualificado como “ataque cirúrgico”. Alguns jornais que visitaram a Linha de Controle pelo lado de Caxemira ocupada pelo Paquistão e falaram com habitantes da zona não puderam encontrar nenhuma prova de “ataques cirúrgicos” do Exército indiano. A pressão sobre o governo indiano para que apresente provas certas não deixou de aumentar, e até agora este se negou obstinadamente a mostrá-las.

Na realidade, o modo com que o governo efetuou o anúncio do “ataque cirúrgico” e o fato de que mais tarde se negasse a dar provas concretas quando foi solicitado, é motivo suficiente para suspeitar da verdade de todo o assunto. Este “ataque cirúrgico” guarda enorme semelhança com o modus operandi do governo de Modi depois de que, no ano passado, o Exército indiano sofreu um grande número de baixas em um ataque levado a cabo pelo NSCN [Conselho Nacional Socialista de Nagaland/Nagalim, siglas em inglês], dirigido por SS Khaplang, em Manipur. Posteriormente, o governo de Modi declarou publicamente que o exército havia executado um ataque no território de Myanmar no curso de uma “perseguição quente” da guerrilha de Nagaland e que havia matado vários de seus integrantes, asseveração que segue sem demonstrar-se e que foi desmentida rotundamente tanto por essa organização como pelo governo de Myanmar. Semelhantemente ao caso de Nagaland, o anúncio do recente “ataque cirúrgico” parece estar motivado mais por razões políticas do que por necessidades militares. Seu principal objetivo é aplacar o eleitorado hinduísta do BJP/Bloco nacionalista hindu e pôr aos partidos da oposição na defensiva. Mas o fato de realizar tais afirmações demonstra amplamente que por mais suscetível que seja no tocante a “unidade e integridade” de “Bharat Mata” [”Mãe Índia”, em hindi], o governo de Modi não tem escrúpulos em violar a soberania e a integridade territorial de outros países e nações, incluindo nossos vizinhos, se é por interesse das classes dominantes e de seus amos imperialistas, em especial do imperialismo norte-americano. De fato, a agressão e a intervenção militar contra nossos vizinhos têm sido sempre a política dos governantes expansionistas indianos e segue sendo parte integral da agenda fascista brahmânico-hindu, que passa por estabelecer o grande “Hindu Rashtra” [“Estado hindu”, em hindi] em todo o sul da Ásia. Ano passado, alguns porta-vozes do BJP manifestaram publicamente seu compromisso de estabelecer o “Akhand Bharat” [“A grande Índia unida”, em hindi] por meios pacíficos. A responsabilidade de pôr o país à margem da crise atual recai sobre esta política expansionista das classes dominantes indianas.

Mas, ainda que se contorne a questão de se o “ataque cirúrgico” foi produzido realmente ou não, pode-se afirmar com bastante segurança que o governo de Modi tomou a decisão de publicizar essa asseveração para tratar de recompor sua penosa imagem a nível nacional e internacional depois do fracasso absoluto e manifesto de sua política em Caxemira. Incapaz de responder de outro modo que não fosse pela força militar – até a data, foram cobradas as vidas de quase uma centena de caxemires e mais de 20.000 ficaram feridos- ao atual levantamento, histórico e sem precedentes, das massas de Caxemira, o governo de Modi necessitava de um pretexto para desviar a atenção do mundo das atrocidades cometidas pelas forças de ocupação indianas em Caxemira. O governo pretendia trocar sua imagem de terrorista de Estado em Caxemira pela de vítima do “terrorismo transfronteiriço promovido por outro Estado”. E encontrou-se com tal pretexto no ataque de Uri.

Por outro lado, o governo de Modi estava buscando a ocasião para canalizar sem riscos o crescente descontentamento das massas do país para um “inimigo exterior”. Desde as ultimas eleições legislativas, o Bloco nacionalista hindu e o BJP não deixaram de trabalhar de forma planificada para ganhar as castas desfavorecidas e aos dalits com o fim de consolidar sua base social e minimizar a resistência ante suas decisões reacionárias e antipopulares. Utilizando a maquinaria do Estado, o BJP de Modi apresentou com grande alarde vários programas dirigidos aos trabalhadores, camponeses, castas desfavorecidas, dalits, adivasis, mulheres e aos mais pobres dentre os pobres. Ainda assim, a política econômica de Modi fracassou por completo na hora de mitigar a agudíssima crise social e o descontentamento resultante. Fracassou absolutamente em sua suposta intenção de trazer “achhe din” [“dias melhores”, em hindi] à grande maioria da população do país. Os “achhe din” seguem sendo só o privilégio dos imperialistas e de uma minúscula minoria de gentalha: os grandes capitalistas, os grandes latifundiários, os políticos da classe dominante, os burocratas e altos funcionários do governo, etc. Durante mais de dois anos de governo, Modi demonstrou sua absoluta incapacidade para resolver qualquer das candentes questões econômicas, políticas ou sociais que afetam as massas para abordar seu descontentamento. Esse descontentamento se expressa através de diversos movimentos de massas dos trabalhadores, camponeses, castas desfavorecidas, dalits, adivasis, estudantes, empregados, minorias religiosas, nacionalidades oprimidas, etc., entre os quais, o atual estalido em Caxemira é o mais ativo e amplo.

Outro fator por trás da agressividade do governo de Modi ao Paquistão é a proximidade das eleições para Assembléia Nacional. Também são de grande importância para o BJP as eleições em Uttar Pradesh, seguidas das dos estados como Punyab e Gujarat, onde está em jogo o destino de seus governos sós ou em coalizão. O BJP aposta todas as cartas, e mais ainda depois de seu absoluto fracasso nas recentes eleições legislativas celebradas em Bengala, Kerala, Tamil Nadu e Pondicherry (poderia alcançar uma vitória de consolação somente em Assam, devido principalmente aos 15 anos de desgoverno do Partido do Congresso). É por isso que, ante as próximas eleições e ao serviço exclusivo de seus interesses particulares, o BJP e o Bloco nacionalista hindu se entregaram a desesperada retórica pseudo-nacionalista contra o Paquistão.

Assim, pois, o governo de Modi utilizou o ataque de Uri para lograr principalmente esses objetivos. Sua resposta ao ataque de Uri, junto com seus esforços diplomáticos para “isolar” ao Paquistão no plano internacional, concorda plenamente com a política das classes dirigentes indianas: opressão nacional em Caxemira e expansionismo à custa dos países vizinhos. Ainda que esta seja a política seguida por todos e cada um dos governos desde 1947, nunca se havia refletido de modo tão brutal, tão impiedoso e tão cínico como no atual governo da Aliança Democrática Nacional encabeçada pelo fascista e brahmânico-hindu BJP. Não é de se estranhar que todos os partidos parlamentares, inclusive os revisionistas do PCI (Marxista) e do PCI, se pronunciem em termos semelhantes ao BJP e respaldem a banda fascista e xenófoba dos Modi -Amit Shah – Mohan Bhagavat – Rajnath Parikkar, posto que todos esses representam os mesmos interesses da classe dominante indiana.

Não contente com a vitória do “ataque cirúrgico”, o governo de Modi lançou-se a uma virulenta campanha de chauvinismo nacionalista e está tratando de desencadear a histeria bélica no país. O governo de Modi está empenhado em criar um ambiente de guerra: implantou forças militares e paramilitares adicionais na fronteira, efetuou bombardeios e disparos ao outro lado da linha, ordenou aos residentes da zona de fronteira internacional que abandonem seus lares, declarou o “alerta máximo” nos estados limítrofes, seguiu com suas suspeitosas declarações, como a de haver “detectado” “terroristas” em Mumbai, etc. Deu para se preocupar com a Cúpula da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional, ao pressionar vários países da Ásia meridional com ameaça de recortar os intercâmbios econômicos e rebaixar as relações diplomáticas, assim como de derrogar o tratado de longa data de aproveitamento compartilhado de água com o Paquistão e outras medidas de aspecto semelhante. Ao mesmo tempo, o governo de Modi intensificou seus esforços diplomáticos para obter apoio internacional para sua ocupação e repressão em Caxemira, sua agressão contra o Paquistão em nome da “guerra global contra o terrorismo” e seu “isolamento” internacional. Para isso, tem buscado o apoio principalmente do governo dos Estados Unidos.

O governo paquistanês de Nawaz Sharif, por sua vez, redobrou a retórica anti-indiana e patriótica como resposta, fundamentalmente, a situação interna reinante em seu país. As classes dirigentes paquistanesas se enfrentam em uma ira popular crescente devido a crise econômica e política cada vez mais profunda e a agudização das contradições sociais no país. As políticas estratégicas e econômicas pró-imperialistas levadas a cabo pelo governo Nawaz Sharif, as operações militares em curso contra as minorias nacionais e os grupos islâmicos, sua reticência a apoiar o movimento de libertação de Caxemira no passado, etc., estão provocando um profundo mal-estar entre as massas paquistanesas. Neste contexto, os principais partidos da classe dirigente do país, incapazes sequer de sentarem-se juntos para tratar qualquer assunto, conseguiram unir-se para dar a Índia uma “resposta adequada” e estão animando as massas para que cerrem as fileiras em torno do governo. O Paquistão também intensificou seus preparativos militares e está empregando uma linguagem nacionalista e chauvinista para criar um ambiente de guerra.

Enquanto os governantes paquistaneses invocam a questão de Caxemira com a promessa de lhe dar todo seu apoio e ressaltam nos foros internacionais o papel opressor da Índia, os governantes indianos, em um intento de superar o seu rival, começaram a plantear o tema do movimento de libertação nacional de Baluchistán. As classes dominantes de cada um dos países afirmam respaldar aos movimentos de seu oponente, ao tempo que subjugam as nacionalidades oprimidas e aplastam aos justos movimentos de libertação nacional que há dentro de suas próprias fronteiras. Isto demonstra com clareza o oportunismo e o rotundo fracasso das classes dominantes de ambos os países. Planteam a questão da opressão nacional e do direito a autodeterminação das nacionalidades oprimidas só para servir a seus próprios interesses de classes e ao das potencias imperialistas, e não por uma autêntica solidariedade para com as nações e povos em luta. Em conseqüência, as classes dirigentes do Paquistão ou da Índia não são, e nunca poderão sê-lo, aliados genuínos, dignos de confiança e credibilidade do povo de Caxemira ou do povo de Baluchistán em suas lutas de libertação nacional.

A origem desta queda de braço entre as classes dominantes da Índia e Paquistão pela questão de Caxemira está no conflito de seus interesses econômicos e estratégicos. Como compradores do imperialismo, representam também os interesses da diferentes potências imperialistas que as respaldam. Os Estados Unidos, a Grã Bretanha e a UE apostam muito, econômica e militarmente, em ambos os países do sul da Ásia. A Índia é um mercado extremamente importante para o imperialismo estadunidense, ainda mais em um momento como o atual em que se encontra sob os efeitos de uma grave crise econômica e financeira. Daí que os EE.UU necessita que a economia indiana se abra ainda mais para o saque colonial e a exploração sem limites, fortalecendo seu controle sobre a Índia. Por sua vez, os EE.UU considera a Índia como um centro estratégico importante para conter a crescente influência de seus rivais na Ásia (Rússia e China) – da China especificamente na região do Pacífico asiático-, especialmente quando os vínculos econômico-diplomático-militares do Paquistão com ambos os países estão se ampliando.

Neste contexto de crescente conflito interimperialista entre os Estados Unidos e seus aliados, por um lado, e Rússia, China e Irã, por outro (que se manifesta muito especialmente na pugna por Síria e Ucrânia), os Estados Unidos quer que a Índia esteja firme ao seu lado. As estreitas relações da Rússia com algumas ex-repúblicas soviéticas da Ásia central e os crescentes laços econômicos da China com elas são outra causa de preocupação para os Estados Unidos. O governo indiano é também um importante aliado dos Estados Unidos em sua “guerra global contra o terrorismo”. Neste sentido, os Estados Unidos e seus aliados imperialistas estão alentando e utilizando a ambição de poder das classes dominantes indianas, e satisfazendo-as, até certo ponto, para assim assegurar uma maior integração da economia indiana no mercado imperialista mundial.

Ao mesmo tempo, não obstante, os Estados Unidos também pretendem que o Paquistão esteja disposto a defender seus interesses econômicos e estratégicos na Ásia meridional, central e ocidental, em sua guerra no Afeganistão e para neutralizar a Rússia e a China. Portanto, não é provável que os EE.UU e seus aliados acedam a pretensão do governo indiano de isolar o Paquistão internacionalmente e de deter a “ajuda/assistência” econômica, diplomática e militar que recebe. Os esforços do governo indiano por isolar o Paquistão no âmbito internacional, com o objetivo de obrigar-lhe a deixar de aprovar o movimento caxemire, não terão êxito. O apoio estratégico das potências imperialistas a seus compradores indianos e paquistaneses continuará relativamente inalterado em curto prazo, ainda que o alcance e o nível desse apoio possam experimentar algumas variações táticas de acordo com as mudanças na política internacional e no equilíbrio de forças. Posto que detrás do choque de interesses entre os governos compradores dos países está o enfrentamento entre as potencias imperialistas, a tensão e a acrimônia mútua entre ambos os países seguirão existindo e inclusive poderão intensificar-se com o agravamento das contradições fundamentais no mundo.

Neste contexto, é evidente que enquanto as classes dirigentes indianas persistam em sua pretensão de suprimir o direito à autodeterminação do povo caxemire, prossigam com suas políticas xenófobas e fascistas até os mulçumanos e mantenham sua ingerência nos assuntos internos dos países do sul da Ásia, em especial Paquistão, não poderão evitar ataques como o de Uri. Como tampouco poderão as classes dominantes paquistanesas evitar que os povos e nações oprimidas pratiquem a resistência armada contra a submissão e a opressão. Enquanto as classes dominantes compradoras de ambos os países continuem cedendo aos interesses estratégicos e econômicos do imperialismo, nunca poderão conter a rebelião popular, armada ou desarmada.

O Comitê Central do PCI (Maoísta) chama o povo da Índia a tomar consciência das maquinações nacional-chauvinistas das classes dirigentes indianas, tramadas pelo governo de Modi e os partidos parlamentares contra o Paquistão. Os povos da Índia e do Paquistão não têm nada a ganhar com escalada militar ou uma guerra entre ambos os países, e sim muito a perder. Serão os povos de ambos os países quem terão que suportar a enorme carga financeira de uma eventual mobilização militar em grande escala na fronteira, em função da intensidade e do alcance de tal desenvolvimento. Portanto, exortamos ao povo para que se oponha a qualquer tipo de intervenção expansionista do governo indiano contra Caxemira ocupada por Paquistão e contra Paquistão, quer seja mediante “ataques cirúrgicos”, agressão militar direta ou sanções econômicas ou diplomáticas. O Comitê Central reitera seu inequívoco apoio ao direito do povo de Caxemira a autodeterminação incluindo a secessão da Índia, e conclama o povo indiano a defender firmemente este direito do combativo povo caxemire. Ao povo de Caxemira dizemos: Não estais só! Oponhamo-nos a ocupação indiana de Caxemira e ao terrorismo de Estado continuado das forças armadas indianas! Apoiemos a luta da nação caxemire por sua liberdade! Exigimos que se detenha a política bélica, chauvinista e agressiva do governo indiano que os fascistas hinduístas dirigem para fomentar o expansionismo! Exigimos que se ponha fim as ameaças e intimidações contra artistas e cidadãos paquistaneses na Índia! Um não enfático a qualquer tipo de guerra com Paquistão!

(Abhay)

Porta-voz

Comitê Central

PCI (Maoísta)

 

2016