Honra e glória ao cinquentenário Levantamento de Naxalbari (Índia)
Nota do blog: Neste ano de 2017 se completam 50 anos do Levantamento de Naxalbari, onde, nesta província, em 1967, as massas camponesas se sublevaram violentamente contra a máquina burocrática-militar do velho Estado semifeudal-semicolonial indiano aspirando a tomada do Poder político. Charu Mazumdar, grande dirigente comunista indiano, no texto que segue assim assinalou corretamente:“Esta lutaé diferente de todas as outras lutas camponesas. Onde reside tal diferença? … Esta é a primeira vez que o campesinato lutou não somente por suas demandas parciais, mas também pela tomada do poder do Estado.”
Publicaremos no futuro um texto de fundo sobre esta importantíssima data para a Revolução Proletária Mundial que é o centenário de Naxalbari, fato que tem importância indelével para a presente Revolução de Nova Democracia que se realiza na Índia sob a direção do Partido Comunista da Índia (Maoísta). Publicamos no momento o presente texto, escrito um ano após o Levantamento camponês(1968), pelo dirigente comunista Charu Mazumdar.
Um ano da luta de Naxalbari
Charu Mazumdar – junho de 1968
Um ano inteiro se passou desde que a luta camponesa em Naxalbari começou. Esta luta é diferente de todas as outras lutas camponesas. Onde reside tal diferença? O campesinato sempre lutou contra várias formas de opressões e injustiças. Esta é a primeira vez que o campesinato lutou não somente por suas demandas parciais, mas também pela tomada do poder do Estado. Se o campesinato de Naxalbari tem alguma lição para nós, é esta: lutas militantes devem ser levadas a cabo não pelas terras ou pelo cultivo, mas pelo poder estatal. Isto é precisamente o que dá a luta de Naxalbari sua singularidade. Camponeses em diferentes áreas devem preparar-se de modo que sejam capazes de tornar ineficaz o aparato estatal em suas respectivas áreas. Foi em Naxalbari que tal caminho fora adotado pela primeira vez na história das lutas camponesas na Índia. Em outras palavras, a era revolucionária fora anunciada, e aquele ano foi o primeiro desta era. E é por esta razão que os revolucionários de todos os países estão saudando calorosamente a luta de Naxalbari.
A Índia tem se tornando em uma base do imperialismo e do revisionismo, e está atuando hoje em dia como uma base de forças reacionárias contra os povos que lutam por sua libertação. É por isso que a luta de Naxalbari não é meramente uma luta de âmbito nacional; é também uma luta internacional. Esta luta é difícil, e o caminho que escolhemos não é fácil ou suave. O caminho da revolução é complexo, não é fácil ou suave, e as dificuldades, perigos e até mesmo recuos estarão presentes. Mas os camponeses dos quais estão nas chamas do espírito do novo internacionalismo rejeitaram tudo isso e recusam-se a submeter-se. Eles continuam a persistir em seu caminho de luta.
Nossa experiência durante o último ano mostra que a mensagem desta luta em uma pequena área espalhou-se para todos os cantos da Índia. Cada um dos existentes partidos políticos têm feito oposição a luta de Naxalbari, já o povo tem pensado nos termos desta luta e está caminhando adiante rumo a via traçada por esta. Os líderes heroicos da luta de Naxalbari ainda estão vivos e o governo reacionário, apesar de todas as suas tentativas, não foi capaz de destruí-los. Isso mostra quão verdadeiras são as palavras do Presidente Mao: “Todos os reacionários são tigres de papel. Na aparência, os reacionários são aterrorizantes, mas na realidade não são tão poderosos”.
O Presidente disse que “o colapso total do colonialismo, do imperialismo e de todos os sistemas de exploração e a completa emancipação de todos os povos oprimidos e nações do mundo não estão longe”.
Marchemos adiante para fazer surgir o brilho do sol da libertação!
Publicado em Liberation, em junho de 1968.
Traduzido por Igor Dias, retirado de novacultura.info