Declaração da Corrente do Povo “Sol Rojo” (México) sobre o 8 de março

Nota do blog: Reproduzimos declaração da organização maoísta Corrente do Povo “Sol Rojo” do México sobre o Dia Internacional da Mulher Proletária, por considerarmos justa em sua totalidade.


Declaração política do 8 de março

“As mulheres levam sobre seus ombros metade do céu e devem conquista-lo”

– Mao Tsetung

Em 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, e só existe uma maneira de honrar a memória de todas aquelas combatentes revolucionárias, filhas da classe trabalhadora, que têm ofertado sua vida e sua liberdade por um amanhã limpo: com luta de classes sem trégua nem descanso contra o opressor!

Estamos aqui para render homenagem a todas as mulheres que têm determinado deixar de interpretar a história para transformá-la, justamente como disse Karl Marx.

Relacionamos a toda e qualquer mulher que na fábrica fabrica a esperança dos mais pobres, a toda e qualquer mulher que no campo centelha os sonhos de amanhã melhor, a toda mãe que faz de sua casa um celeirode combatentes revolucionários, a toda mulher estudante que faz do conhecimento seu fuzil, a toda criança que em seus olhos leva a inocência da humanidade, a todas as mulheres que não se conformam e fazem de suas mãos metralhadoras que golpeiam o invasor.

Para o capitalismo burocrático e imperialista, ser mulher é sinônimo de ser um objeto sem decisão própria nem consciência, um ser “coisificado” com valor de uso e valor de troca, como simples mercadoria; o mesmo ocorre ante a vista estereotipada do reformismo e do revisionismo que olham as mulheres em luta como “companheiras” em fins quantitativos, mas não qualitativos.

Mas nós, os marxistas-leninistas-maoístas de todo o mundo, vemos com grande entusiasmo que as mulheres curdas, peruanas, hindus, filipinas, ucranianas e de outras longínquas latitudes se levantam em uníssono em armas, instituindo milícias revolucionárias de mulheres fartas de opressão e miséria que lhes é imposta pelo capitalismo burocrático e o imperialismo, desatando junto a sua casse trabalhadora e seus povos a Guerra Popular Prolongada, buscando o amanhecer sob o amanhecer do comunismo.

Saudamos as camaradas do Movimento Feminino Popular do Brasil e todas aquelas companheiras que em distintos países hasteiam as bandeiras do marxismo-leninismo-maoísmo como terceira e superior etapa do marxismo.

Porque é a luta de classes quem transforma a humanidade, as mulheres trabalhadoras não devemos afastarmos nunca do abrigo nem a perspectiva histórica de nossa classe, pois perder o rumo permite fazer ruptura dos triunfos que com suor e sangue as operárias do mundo ganhamos.

Não basta fazer reinvindicações de gênero ou promover políticas de igualdade como mudaremos as coisas. Devemos romper as cadeias, despertar a fúria da mulher como força poderosa para a revolução. Fazer de cada mulher da classe trabalhadora como combatente de primeira linha para sua própria emancipação, que só será possível mediante a emancipação operária-camponesa-popular.

Por isso é tão importante que todas as mulheres do mundo estejam conscientes que nosso papel, em tão nobre tarefa, de construir um amanhã luminoso é igualmente relevante que o dos homens.

Saber que a única possibilidade de uma vida justa para todas nós é acabando com o capitalismo burocrático e o imperialismo, nos deve dar a pauta para fazer de nossos centros de trabalho, lares, comunidades, espaços, letras, experiências etc. uma trincheira de combate para a revolução proletária.

Reconhecemos as duras lutas que as mulheres sustentam no país e especificamente em Oaxaca, onde as trabalhadoras da educação aglutinadas na heroica Seção XXII do SNTE-CNTE lutam em defesa inexorável de seus direitos trabalhistas e sindicais, assim como em defesa da educação e seu caráter público contra a mal chamada Reforma Educativa. Por outro lado, pode dizer-se das companheiras trabalhadoras da saúde, tanto do IMSS como dos SSO que lutam por defender o caráter solidário de direitos laborais e sindicais ganhos com sacrifício em décadas de luta. Grande mostra de valor e inteireza são as mulheres de nossa Corrente do Povo “Sol Rojo”, em especial as mulheres familiares de nossos 25 companheiros presos políticos de 7 de junho de 2015, quem, pese a angústia de não estar com seus parentes, filhos, irmãos, pais etc. exercitaram uma luta de resistência, combativa e persistente, hasteando ainda a bandeira da justiça para obter a liberação e absolvição de todos nossos camaradas.

Reafirmamos nosso compromisso na luta consequente de nossas companheiras Triquis de São Miguel Copala, que foram tiradas junto de suas famílias e que buscam a reparação integral do dano de que têm sido objeto.

O mesmo pode dizer-se de nossas camaradas Ikoots, Binnizá e Ayuuks no Istmo Rebelde que se opõem a entregar suas terras e territórios ancestrais ao imperialismo norte-americano, europeu e asiático.

Saudamos sua longa e exemplar luta contra os megaprojetos eólicos e mineiros, resguardando seus territórios recursos naturais com a formação de Policias Comunitárias em distintas parte do Istmo de Tehuantepec!

Exigimos aos três níveis de governo o cumprimento imediato e incondicional das recomendações e medidas cautelares emitidas pelos organismos defensores de Direitos Humanos, tanto internacionais como locais, quem em resoluções específicas tem mandado a liberação-absolvição de nossos 25 camaradas presos em 7 de junho de 2015, o respeito a livre determinação dos povos originários e o exercício de seu direito a ser informados e consultados a respeito aos megaprojetos, a respeito do estabelecido no acordo 169 da Organização Internacional do Trabalho enquanto aos povos e nações originárias a exercitar seu direito a ser, estar e pertencer, e o cumprimento das medidas cautelares e reparação integram do dano às famílias removidas.

Neste contexto, anunciamos que ante a falta de respostas a estes planteamentos de justiça por parte do Governo Estatal e Federal, assim como a falta total de respostas a outros legítimos planteamentos de nossa organização, iniciaremos com nossa JORNADA ESTATAL DE LUTA o próximo 27 de março na Cidade de Oaxaca com contingentes provenientes das distintas regiões do estado, instalando um plantão de forma indefinida no centro da cidade e exercitando ações de maior envergadura para os governos da burguesia atendam com seriedade e respeito nossas demandas políticas e sociais.

Nos opomos a ser parte da passarela midiática do governo em turno que busca tornar-se a foto com todo mundo antes que resolver legítimas demandas dos trabalhadores e dos povos!

Reivindicamos as lutas das companheiras revolucionárias de outras organizações e movimentos sociais irmanados na Convenção Nacional Popular e demais referentes da unidade até a formação da Frente Única dos Trabalhadores e dos Povos Contra o Capital e o Imperialismo, agradecemos sua solidariedade e apoio oferecer a nossas lutas específicas.

Nós, as mulheres trabalhadoras, como bem disse o Presidente Mao Tsetung, sustentamos a metade do céu, e vamos tomá-los de assalto!

Fora o Poder tudo é ilusão!

Somos a faísca que incendeia a pradaria!

Com o Sol Rojo o povo vencerá!

Que os trabalhadores governem a pátria!

Corrente do Povo “Sol Rojo”

8 de março de 2017