Viva Zumbi dos Palmares! Viva o dia do Povo Preto!

Nota do blog: Reproduzimos nota da Coordenação Nacional da Liga dos Camponeses Pobres, assinada em dezembro de 2015, por ocasião do dia do Povo Preto, onde esta deslinda de modo que consideramos correto sobre o problema da questão racial.


Viva Zumbi dos Palmares! Viva o dia do Povo Preto!

Coordenação Nacional da Liga dos Camponeses Pobres (LCP)

… “Cai orvalho da face do escravo,

Cai orvalho da face do algoz,

Cresce, cresce seara vermelha,

Cresce, cresce vingança feroz” …

– Castro Alves

A Liga dos Camponeses Pobres saúda o dia 20 de novembro exaltando a heroicidade do líder guerreiro Zumbi dos Palmares! Saudando a história de resistência dos quilombos contra a escravidão e pela construção de uma vida livre sem exploração e opressão.

É dia de saudar e reafirmar o exemplo de luta e resistência do povo preto em nosso país que é a imagem e semelhança das classes populares no Brasil e terá sua libertação particular, enquanto grupo étnico massacrado pelo sistema de exploração imperialista, com a vitória da revolução de todo o povo oprimido, o qual os negros fazem parte e é maioria.

O Brasil foi o território onde mais se “recebeu” africanos escravizados. Mais de 6 milhões de seres humanos foram sequestrados de suas nações de origem no continente Africano, trazidos em condições de indescritível crueldade pelos colonizadores, torturados cotidianamente e obrigados ao trabalho forçado. Por mais de 300 anos os negros foram escravizados no país. Gerações e mais gerações nascidas escravas e vendidas como uma mercadoria qualquer, famílias inteiras separadas a força, degradadas em sua condição humana, tratadas piores do que animais.

Juntamente com os povos indígenas nativos os negros foram os primeiros trabalhadores do Brasil, compuseram a primeira classe social oprimida e explorada que construiu toda a riqueza do sistema colonial e sua exploração serviu para erguer e consolidar o desenvolvimento do sistema capitalista e imperialista.

O povo preto constitui o núcleo das forças – motriz e principal – da Revolução Brasileira, como maioria na classe operária e camponesa. Sendo toda a história da sua luta pela liberdade, como um prelúdio da luta que essa enorme e poderosa massa negra que conforma a aliança operário-camponesa, quem tem desencadeado ao longo dos séculos as lutas de libertação e é quem está desencadeando as lutas para levar a Revolução de Nova Democracia até o fim. A Revolução é o único caminho para libertar toda a classe e demais massas populares e saldar definitivamente essa dívida da humanidade com o povo preto e todos os povos oprimidos de nosso país e do mundo.

A luta pela autoafirmação do povo preto e toda sua história e cultura, a luta por enfrentar o genocídio do povo preto nas grandes cidades e no campo despertará como nunca tem sido ao longo de nossa história a fúria revolucionária organizada e invencível. Ressentimentos, desejos de vingança e fúria que há séculos vem sendo represados pela mais brutal repressão a ferro e fogo pelas classes dominantes exploradoras e opressoras e não poucas vezes em seus levantamentos desviada pela ação do oportunismo, com seus discursos adocicados de intelectuais pequeno burgueses divisionistas, corporativistas e racistas, atados e como parte complementar ao velho Estado burguês-latifundiário à serviço do imperialismo.

A questão racial está historicamente vinculada à questão social, em particular a questão agrária, da propriedade da terra. Terra de onde os povos indígenas foram expulsos pela invasão dos conquistadores portugueses. Terra de onde o trabalho, suor e sangue do povo preto escravizado, extraíram riquezas para o reino de Portugal e para Inglaterra. Terra que nos 515 anos de história de nosso país foi saqueada e negada ao povo pobre, negada aos negros pela famigerada lei de terras de 1850, vigente até os dias atuais, para enfim, negar a terra a todos os camponeses pobres!

Assim nos encontramos em pleno século XXI e a questão agrária no Brasil permanece inalterada. Mais do que em qualquer outra época histórica, estes 13 anos de governo do PT/Lula/Dilma representam o completo domínio semicolonial do país e a mesma base pobre semifeudal. A falência da “reforma agrária do governo” prova que este velho Estado não quer e não pode destruir o latifúndio por sua própria essência e natureza de classe burguês-latifundiário pró-imperialismo.

O governo do PT – na verdade mero gerenciamento de turno – encoberto pelas práticas assistencialistas, corporativista das massas empobrecidas e intensa e infernal propaganda mentirosa de fim da miséria e da pobreza, foi o pior para os pobres no campo: aumentou a concentração das terras, promoveu a repressão mais organizada e mais brutal com perseguição, prisão e assassinato de lideranças camponesas, quilombolas e indígenas por todo o país, bem como do genocídio mais arquitetado sobre o povo pobre e principalmente preto das favelas, vilas e bairros da periferia das cidades. Financiou e promoveu o “agronegócio” e nomeou nada menos que Katia Abreu, rainha dos latifundiários para o Ministério da Agricultura.

Agora com o país afundado em crise e diante da grande desmoralização do PT e derrota do seu projeto anti-povo e vende-pátria de falso “desenvolvimentismo”, mais do que nunca se comprova que somente o caminho revolucionário pode concretizar a demanda histórica do povo brasileiro por terra, água, pão, justiça e Nova Democracia!

Viva Zumbi dos Palmares, herói do povo brasileiro!

Abaixo o genocídio do Povo Preto!

Cleomar Vive! Morte ao Latifúndio! Viva a Revolução Agrária!

Viva a Revolução de Nova Democracia!