Nota do blog: Reproduzimos artigo retirado do site oficial do Movimento Estudantil Popular Revolucionário – MEPR abreviando a história do Kampuchea Democrático, do camarada Pol Pot e do heroico Khmer Vermelho, ou melhor, Partido Comunista de Kampuchea. Devido sua importância fundamental, a revolução no Kampuchea Democrático e sua experiência na construção socialista são completamente insultadas pelas trupes de revisionistas, oportunistas e toda a reação mundial que lhe sustenta política e ideologicamente. Cabe aos comunistas revolucionários desmascarar estes ataques e levantar alto a bandeira do internacionalismo proletário e da Revolução Proletária Mundial!
Viva os 41 anos da vitória do Kampuchea Democrático!
Completam-se 41 anos desde que no dia 17 de abril de 1975 se iniciou, num pequeno país do sudeste asiático, uma das mais atacadas experiências socialistas da história: o Kampuchea Democrático (1975-1979) sob a liderança de Pol Pot (1930-1998). Em sua breve vigência, foi atacada simultaneamente pelos imperialistas e sociais-imperialistas, que conluiados ocultaram a verdadeira história deste valoroso povo, em seu lugar, propondo um esdrúxulo “consenso” com pérolas como: “matou um terço da população” e “socialismo agrário”. Entretanto não é surpresa para os revolucionários estes desonestos ataques, o pior seria se este não fosse atacado pelos inimigos (imperialistas e revisionistas), tal como as grandes experiências socialistas do século XX: URSS e China Popular e suas respectivas lideranças: os grandes Lênin e Stálin e o Presidente Mao.
Antes da vitória do processo revolucionário e de ser alvo da cantilena dos inimigos do povo, o Camboja foi pela maior parte de sua história uma pequena monarquia budista feudal que, fora a fase imperial dos séculos XIII ao XV, esteve sempre sob a vassalagem de um reino maior: Sião (atual Tailândia), Vietnã e/ou China. Até que em 1861 a França, necessitando de matérias-primas e mercado consumidor para suas ascendentes indústrias, o anexou e manteve sem maiores dificuldades (não obstante a resistência de seu povo) até a Segunda Guerra Mundial, na qual o conflito colonial com o Japão e o estourar de lutas anti-imperialistas nos países da Ásia e África levaria a independência formal de toda a Indochina (Vietnã, Laos e Camboja).
Sob a influência da Revolução Bolchevique de 1917 na Rússia, em 1930 formou-se um partido comunista para toda a Indochina sob hegemonia dos vietnamitas. Mais tarde, impulsionados com a Gloriosa Revolução Chinesa e o influxo das lutas de libertação nacional, os comunistas vietnamitas iniciariam sua Guerra Popular, expulsando imperialismo francês e estadunidense da parte norte do país, fundando a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte) em 1955. Consequentemente se levantariam sob sua influência as massas de toda região indochinesa numa verdadeira torrente revolucionária.
No Camboja se formou o Partido Revolucionário do Povo Cambojano que logo na década de 1950 dirigiu insurreições das massas contra o velho estado semifeudal e semicolonial cambojano. Porém, em virtude da postura norte-vietnamita (que, desde o Grande Debate no Movimento Comunista Internacional entre os verdadeiros marxistas-leninistas na China e Albânia, principalmente, e os revisionistas kruschevistas que tomaram de assalto a União Soviética após a morte de Stalin, tomava a posição centrista de se abster da discussão) de manter relações pacíficas com o príncipe Norodom Sihaniouk do Camboja por conta de sua neutralidade na Guerra do Vietnã, todas as tentativas de se iniciar um processo revolucionário no país seriam abortadas. A partir daí se torna claro para os comunistas kampucheas a necessidade de se trilhar um caminho de independência em relação ao Vietnã e por conseguinte da União Soviética social-imperialista. Assim, após de breve desorganização dos revolucionários no país, se forma em 1966 o Partido dos Trabalhadores do Kampuchea (PTK) que logo se aproxima da linha revolucionária chinesa.
Em 1968, sob a radiante luz da Grande Revolução Cultural Proletária na China, o PTK organiza bases de apoio no campo e dá início a Guerra Popular Prolongada no Camboja sem o consentimento norte-vietnamita, que termina por apoiá-lo junto a China. Em 1970, o imperialismo ianque, necessitando de uma gerência mais eficaz no controle do estado cambojano, orquestra o golpe de estado contra o príncipe, encabeçado pelo general fascista Lon Nol (que desde 1968 já era ministro da defesa de Sihaniouk) e despeja sobre o país 500.000 toneladas de bombas, alvejando principalmente as regiões rurais do país, provocando um intenso êxodo rural e crise alimentar. Após o golpe militar, o PTK e os monarquistas formariam uma frente única contra o regime títere de Lon Nol seus amos estadunidenses. O príncipe Sihaniouk, de seu exílio na China, angariava apoio político e material para a luta armada dirigida pelo PTK (que a partir de 1973 troca seu nome para Partido Comunista do Kampuchea – PCK) sob a liderança do Pol Pot e que ficou conhecida como Khmer Vermelho, que vinha liberando zonas no campo e restaurando a atividade agrícola mesmo antes de se tomar o poder no país.
Em 1975, com a retirada das forças ianques da Indochina, rapidamente cairiam seus regimes títeres no Camboja, Vietnã do Sul e Laos, e dariam lugar a governos revolucionários. No Camboja, após o encerramento dos embates armados é instaurado um regime provisório sob a chefia formal de Norodom Sihaniouk até a promulgação da constituição do Kampuchea Democrático. A partir daí caberia aos revolucionários a reconstrução do país.
O Camboja havia acabado de sair de uma guerra de oito anos, o povo passava por uma grave crise de fome, as cidades estavam inchadas de miseráveis e com o risco de serem bombardeadas pelo USA. Haviam numerosos campos despovoados e improdutivos e os sistemas de logística e distribuição destruídos e sem perspectiva de uma reconstrução rápida. O Vietnã, que outrora foi um importante aliado do povo cambojano, se voltou totalmente contra este, passando a ameaçá-lo com seu expansionismo a serviço do social-imperialismo soviético. Assim, o governo revolucionário dos khmers vermelhos, tomou uma de suas mais atacadas medidas pela reação: a evacuação das grandes cidades.
Antes de representar qualquer “socialismo agrário” como colocado mesmo em certo livros históricos, esta política foi expressão da análise concreta da realidade concreta cambojana. Era necessário para erradicar a fome e conquistar a autossuficiência alimentar, mobilizar toda a nação com a organização de grandes brigadas de produção para fazer aumentar a produtividade da agricultura. Como resultado, em menos de três anos, o país já era autossuficiente em arroz e ainda exportava o excedente do cereal para financiar a compra de infraestrutura industrial. Com este recurso foi possível reorganizar a malha ferroviária do país, construir casas para o povo que vivia em malocas e fazer progredir as condições básicas do sofrido povo khmer.
Enquanto isso se preparava no Vietnã, seguindo a lógica imperialista de “Provocar distúrbios, e fracassar; voltar a provocar distúrbios, e fracassar novamente”, uma guerra, que se inicia em 1979 com a invasão vietnamita as fronteiras cambojanas. Pol Pot, consciente da impossibilidade de se desenvolver uma guerra aberta convencional contra o quarto maior exército do mundo e com armamento de ponta, novamente chama as massas às florestas do país e reinicia a Guerra Popular. Nas cidades e regiões ocupadas pelo Vietnã se estabeleceria o regime fantoche da “República Popular Khmer” que, após a bancarrota do revisionismo soviético na década de 90, novamente voltaria para as mãos de Norodom Sihaniouk. Nas montanhas cambojanas, a Guerra Popular Prolongada dos Khmers Vermelhos prosseguiria invencível até 1998, quando, isolado politicamente, Pol Pot morre e a nova direção capitulacionista entrega as armas e as zonas liberadas ao regime monárquico.
Entretanto, ao contrário da cantilena imperialista que o “terror vermelho” se encerra com a capitulação do Khmer Vermelho, eles mesmo sabem da vigência da bandeira levantada pelos revolucionários. Até hoje no Camboja sob a gerência Hun Sen (traidor do Khmer Vermelho que ascendeu o poder com apoio dos vietnamitas em 1985 e segue até hoje no cargo de “primeiro ministro”), o governo gasta milhões de dólares em manter seu mórbido circo em que são expostos esqueletos de supostos mortos pelo regime, cicerones contam histórias macabras e se distribuem cartilhas ridículas sobre “democracia e direitos humanos”. Em todo o mundo, a burguesia, os latifundiários e os revisionistas promoverão o ataque e a enlameação da história dos verdadeiros revolucionários, enquanto esconde os crimes de guerra e genocídios perpetrados pelos imperialistas e seus lacaios. É importante ressaltar que durante a sua Luta de Libertação Nacional o Camboja chegou a ser mais bombardeado pelo USA do que foram despejadas bombas em toda a Segunda Guerra Mundial.
Cabe aos revolucionários o papel de responder estas mentiras contrarrevolucionárias com a verdade, sempre revolucionária! Levantar bem alto a consigna da que O IMPERIALISMO É UM TIGRE DE PAPEL! Divulgando e impulsionando as lutas dos povos e nações oprimidos em todo o mundo contra as guerras imperialistas de agressão e rapina pela nova repartilha do mundo sob a máscara de “guerra ao terror”; desde as lutas da Heroica Juventude Palestina encabeçando hoje a sua Terceira Intifada, as indomáveis resistências iraquiana, afegã, na Síria, Líbia e em todo o Oriente Médio, como lutas armadas de libertação nacional. Apoiar também os países que desenvolvem Guerras Populares dirigidas por Partidos Comunistas: Índia, Turquia, Filipinas e Peru, como a forma mais avançada de resistir ao jugo imperialista e construir nações soberanas e independentes. Corresponde também fazer avançar a luta revolucionária em todo o mundo, desenvolvendo em todos os países dominados, países coloniais ou semicoloniais como o Brasil, a luta pela Revolução de Nova Democracia, como Revolução Agrária, Democrática e Anti-imperialista!
VIVA OS 41 ANOS DA VITÓRIA DO KAMPUCHEA DEMOCRÁTICO!
HONRA E GLORIA AO GRANDE LÍDER POL POT E A TODOS OS REVOLUCIONÁRIOS KAMPUCHEAS!
A Revolução Cambojana foi grande mesmo. Todos os estudantes do marxismo-leninismo-maoismo, ativistas democráticos e mesmo comuistas propriamente ditos devem estudar e reconhecer essa experiência.
Muito interessante