Nota do blog: Artigo composto de fragmentos dos documentos dos anos 80 do Movimento Revolucionário Internacionalista (sigla inglês “RIM”) e dos partidos-membros. Traduzido do site Dazibao Rojo por Pedro Dragoni.
Denunciar firmemente o dogmato-revisionismo!
Defender o Marxismo-Leninismo-Maoísmo!
E refutar a linha dogmato-revisionista de Enver Hoxha! (I)
Algumas questões a respeito da história do Movimento Comunista Internacional*
“(…) Um grave perigo provém daqueles que diante dos reveses que têm sofrido o movimento comunista internacional desde a morte de Mao Zedong, declarando que o marxismo-leninismo-maoísmo fracassara ou que é antiquado (…) Também atacam ou transformam em algo irreconhecível as verdadeiras contribuições de Mao Zedong à ciência da revolução. De fato, tudo isto é uma ‘nova’ versão de um revisionismo muito velho e gasto e da social-democracia.
Este revisionismo mais ou menos aberto, vem assim dos tradicionais partidos pró-Moscou ou sua corrente ‘eurocomunista’, dos usurpadores revisionistas da China, ou dos trotskistas e críticos pequeno-burgueses de Lênin, continua sendo o perigo principal para o movimento comunista internacional. Por sua vez, o revisionismo em sua forma dogmática continua sendo um inflamado inimigo do marxismo revolucionário. Esta corrente, cuja expressão mais aguda é a linha política de Enver Hoxha e do Partido do Trabalho da Albânia, atacam o maoísmo, o caminho da revolução chinesa e, sobretudo, a experiência da Grande Revolução Cultural Proletária. Disfarçados de defensores de Stálin (quando na realidade muitas de suas teses são trotskistas), estes revisionistas mancham o legado autenticamente revolucionário de Stálin. Estes impostores se aproveitam das limitações e dos erros do movimento comunista internacional, e não de suas maiores façanhas, para reforçar sua linha revisionista-trotskista, e exigem que o movimento comunista internacional siga seu exemplo em base a um retorno a uma ‘pureza doutrinal’ mística. Muitas características dos que compartilham desta linha hoxhaísta com o revisionismo clássico, inclusive a habilidade do revisionismo soviético (além da reação em geral) são de promover e/ou tomar proveito tanto do ‘eurocomunismo’ abertamente anti-leninista como do anti-leninismo dissimulado de Hoxha simultaneamente, dando testemunho da base ideológica burguesa que compartilham.
Defender o desenvolvimento qualitativo de Mao Zedong da ciência do marxismo-leninismo representa uma questão particularmente importante e urgente no movimento internacional e entre os trabalhadores com consciência de classe e outras pessoas de inclinação revolucionária do mundo de hoje. Aqui, os princípios em questões nada menos são dos quais que seja a questão de se defender as contribuições decisivas que Mao Zedong fez em prol da revolução proletária e da ciência do marxismo-leninismo e avançar sobre esta base. Assim se trata nada menos que de uma questão de se defender o marxismo-leninismo-maoísmo.
(…) Afirmamos que o maoísmo é uma nova etapa em desenvolvimento do marxismo-leninismo. Se não se defende e se constrói com base no marxismo-leninismo-maoísmo, não é possível derrotar o revisionismo, o imperialismo e a reação em geral (…)”
(*) Declaração do Movimento Revolucionário Internacionalista, Março de 1984. Aprovada pelos delegados e observadores para a Segunda Conferência Internacional de Partidos ou Organizações Marxistas-Leninistas que formaram o Movimento Revolucionário Internacionalista. Edição de ‘Um mundo a ganhar’. D.F. 1998 México, págs. 15.16.
Defender o Marxismo-Leninismo-Maoísmo
e refutar a linha dogmato-revisionista de Enver Hoxha!! (II)
A Situação no interior do Movimento Comunista Internacional E a luta contra o revisionismo e as outras formas de oportunismo*
(…) O Partido do Trabalho da Albânia e sua direção, têm caído completamente para o submundo do revisionismo, (…) Os dirigentes do PTA têm tomado posições trotskistas básicas sobre um certo número de questões, inclusive sobre a natureza da revolução dos países semifeudais e semicoloniais, excluindo a guerra popular como forma de luta revolucionária, etc. O que é mais importante, é que suas posições se aproximam cada vez mais com a linha revisionista soviética sobre uma certa quantidade de questões importantes e de sucessos mundiais determinantes como: sobre a invasão a Kampuchea Democrática efetuada pelo Vietnã, os levantamentos dos trabalhadores da Polônia e em seus ataques contra Mao, similares aos ataques dos soviéticos.
(…) As deformações efetuadas por Enver Hoxha e o Partido do Trabalho da Albânia não são muito originais, porém são bastante significativas. De fato, eles fazem eco dos ataques lançados durante anos por Wang-Ming (um renegado do Partido Comunista da China que desertou para unir-se aos revisionistas soviéticos) e pelos próprios revisionistas soviéticos.
Esta posição oportunista dos dirigentes albaneses fazem parte também de sua tendência geral de ocultar as diferenças que existem entre a revolução democrática antiimperialista e a revolução socialista, embora reconheçam em geral que representam dois tipos diferentes e que elas constituem duas etapas diferentes em todo o processo revolucionário nos países coloniais e dependentes. Em todo o seu livro ‘Imperialismo e Revolução’, Hoxha, consigna apenas de passagem a existência de forças e de relações feudais nestes países, porém as relações feudais ou semifeudais são de fato bastante expandidas em muitos destes países, particularmente no campo, e que são inclusive as relações dominantes em alguns. A importância e a implicação destes fatos para os revolucionários destes países nem sequer são seriamente tratadas em seu livro.
(…) Uma vez mais, Enver Hoxha borra as diferenças que existem entre os diversos tipos de países – os que são coloniais e dependentes por um lado e os que são imperialistas por outro – e entre os diferentes tipos de revolução, a revolução democrática antiimperialista e a revolução socialista. O que melhor se pode dizer é que Hoxha trata essa questão de uma maneira eclética, o que o leva a concluir que a diferença essencial entre estes diferentes tipos de países reside unicamente no fato de que eles estão sujeitos a níveis diferentes de dominação estrangeira: é uma linha que somente pode levar a cometer-se graves erros em relação a revolução nos dois tipos de países diferentes, já que nos países coloniais e dependentes, a revolução (em sua primeira etapa) tem um caráter não somente nacional mas também democrático e nos países imperialistas a revolução não pode ser nem de caráter nacional e nem democrático, mas tem de ser de caráter proletário e socialista.
(…) Os dirigentes albaneses (…) fazem análises fundamentalmente falsas das origens e o caráter do revisionismo na sociedade socialista, o perigo de uma restauração capitalista nos países socialistas e da luta que há que se levar adiante contra a restauração.
É neste último aspecto que os dirigentes albaneses centram a maior parte de seus frenéticos ataques oportunistas contra o Pensamento de Mao Zedong, e a direção dada por Mao para a Revolução Chinesa e ao conjunto do Movimento Comunista Internacional. (…)
(*) Extratos do documento “Princípios Fundamentais para a Unidade dos Marxistas-Leninistas e para a Linha do Movimento Comunista Internacional”. Projeto de texto submetido a discussão preparado pelo Partido Comunista Revolucionário do Chile e o Partido Comunista Revolucionário dos EUA, 1 de Janeiro de 1981. Págs.24,25, 27.
Texto selecionado e transcrito para o Dazibao Rojo por R. Manzanares.
Seria interessante, se possível, mostrar os textos revisionistas de Hoxha que atacam o marxismo-leninismo-maoísmo e mostrar como estão equivocados para ser mais didático.
Abraço companheiros
A crítica de Hoxha a Mao encontra-se na sua supracitada obra “Imperialismo e a Revolução” de 1979, mais especificamente no capítulo “Pensamento Mao Tsétung: teoria revisionista anti-marxista”.
Um dos vários erros dessa crítica já pode ser encontrado na data: em 1979 a China já havia sucumbido ao retrocesso do capitalismo por Xiaoping, e é analisando a China de Xiaoping que Hoxha crítica Mao, o que seria equivalente a analisar a URSS social-imperialista de 1956 de Krushov e culpar Stálin – uma incongruência teórica absurda!
Outros erros são citados no texto, tais como a opinião sobre a invasão do Kampuchea pelo Vietnã, entre outros.