Servir ao Povo de Todo Coração.
O questionamento mais eloquente dos verdadeiros marxistas brasileiros da nossa era, ou seja, os maoístas, que se ocupam de solucionar a questão racial no nosso país é: como poderiam os proletários brancos envenenados com uma cultura racista se unirem aos proletários negros? Essa cultura racista não há de afastá-los mutualmente? Ora, os proletários negros não tendem a se afastar e se isolarem em abismos ideológicos focados unicamente na sua raça, por consequência da cultura racista expressa nos operários brancos? E de fato, questionamentos semelhantes a estes são relevantes e dignos de avaliação.
Quais seriam as soluções possíveis para a resolução desses problemas? Iremos na raiz da questão: como abordamos no texto “Teoria: matéria, contradição e materialismo dialético”, não podemos considerar o “proletariado” como classe política, e não somente econômica, enquanto este não estiver desenvolvido, forte e coeso. Uma classe que não tem consciência de si mesma como classe naturalmente será desunida e facilmente será presa das ideologias burguesas, tal como o racismo. É óbvio que o racismo é uma ideologia burguesa, e a sua manutenção no Brasil serve objetivamente às classes dominantes, isto é, o latifúndio, a grande burguesia e o imperialismo norte-americano. E como o racismo serve unicamente às classes dominantes? Porque enquanto o proletariado estiver desunido pela cor da pele, é incapaz de tomar o poder; e, para as classes dominantes, economicamente falando, é proveitoso criar um grupo a qual se paga menos pelo mesmo trabalho, isto é, aos negros.Enquanto a classe operária não tiver para si o fato que os operários de todas as raças têm em comum, no Brasil, os mesmos interesses tanto econômicos quanto políticos, o poder das velhas classes continuará inabalável.
O que fazer? Como solucionar a dissociação do proletariado em raças? A primeira coisa a fazer é reconstruir o Partido Comunista, guiado pelo marxismo-leninismo-maoísmo. E por quê? Porque somente unido e organizado em uma sólida estrutura que o proletariado pode fazer avançar sua consciência sobre si mesmo e se tornar unido. “Mas o que isso têm a ver com a questão racial?”, se pergunta o leitor. A resposta é óbvia: se o racismo é um apêndice e uma ideologia burguesa e está presente mesmo entre o proletariado, significa que somente o avanço do proletariado enquanto elemento contrário à burguesia pode e vai enfrentar o racismo, uma vez que essa é uma das condições de sua vitória final sobre o velho Poder.
A reconstrução do Partido Comunista é um passo para varrer de vez a ideologia burguesa em geral e o racismo em particular. Com o Partido o proletariado avança sua autoconsciência e se torna coeso o suficiente para desencadear ao máximo a luta de classes, levar ao máximo a contradição entre o velho e o novo, entre as classes dominantes e o povo, e fazer a sua revolução. A esse processo de “levar à máxima a luta de classes”, nos referimos à Guerra Popular.
A Guerra Popular, ao contrário do que pode dar a entender o nome, não é somente um método e tática militares. É um movimento intenso dos elementos oprimidos contra os elementos opressores na contradição, é a luta do povo dirigido pelo proletariado contra todos os grupos e classes que impeçam a solução da contradição, e essa luta se dá no meio militar, cultural, político, moral. É, portanto, o auge da explosão de tudo que é velho para dar lugar ao que é novo. Nesse processo, o racismo perde espaço e expressão, a um passo de ser varrido da vida nacional, assim como com tudo que representa o velho costume.
Por isso afirmamos, sem medo de errar e com a certeza nas mãos, que a palavra de ordem de todos os comunistas e proletários, brancos, negros e povos indígenas, é reconstruir o Partido da classe e preparar terreno para iniciar, desenvolver e aplicar a grande luta que substituirá o velho pelo novo, a Guerra Popular!